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Entidades e parlamentares criticam composição do Conselho de Comunicação Social
Publicado em 19.7.12 - por Obs. do Direito à Comunicação
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
(FNDC) e a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à
Comunicação com participação popular (FRENTECOM) se manifestaram
questionando o processo de indicação dos novos membros do Conselho de
Comunicação Social (CCS). Na sessão desta terça-feira (17), às vésperas
de um recesso que deve se estender até outubro, o Congresso Nacional
aprovou a nova composição do Conselho de Comunicação Social (CCS),
previsto na Constituição.
A
nova composição do CCS foi indicada pelos parlamentares e encaminhada
para votação sem nenhuma discussão prévia, após os nomes indicados terem
circulado apenas entre os líderes dos partidos. Entre outras funções, o
Conselho deve emitir pareceres e recomendações ligadas à produção e
programação de emissoras de rádio e TV.
Em nota divulgada nesta quarta (18)
, o FNDC manifestou "seu repúdio e indignação quanto à nomeação
antidemocrática e preconceituosa realizada pelo Congresso Nacional".
Para os movimentos sociais as indicações "foram completamente
arbitrárias, sem diálogo com a sociedade civil organizada com atuação no
campo". O Fórum afirma que foram privilegiadas nas indicações "setores
conservadores (inclusive empresários do setor) e ligados às igrejas, com
claro favorecimento a cidadãos com relações pessoais com o presidente
do Congresso Nacional", e que nem representantes nacionais dos
radialistas e dos artistas foram ouvidos no processo. O FNDC também
denuncia que apenas homens foram indicados para as vagas de titulares,
desprezando a participação feminina e a diversidade e pluralidade da
nossa sociedade.
A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular (FRENTECOM) também publicou uma nota
nesta quarta-feira questionando a forma como a matéria foi votada e
aprovada, já que, segundo a nota, a votação dessa matéria se deu numa
sessão do Congresso convocada com um único ponto de pauta, o Projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias, às vésperas do recesso parlamentar. “O
item sobre o CCS deve ter sido incluído como extra-pauta, sem discussão e
à revelia da maioria dos parlamentares, provavelmente com o
conhecimento apenas dos líderes de bancada presentes à referida sessão”,
assinala os deputados.
O Conselho de Comunicação
Previsto
na Constituição Federal, o CCS é um órgão auxiliar do Congresso
Nacional. Apesar de regulado em 1991, o órgão só foi instalado em 2002,
após um acordo que permitiu uma mudança constitucional para entrada do
capital estrangeiro nos veículos de comunicação. O Conselho só teve duas
composições, entre 2002 e 2006. A deputada Luiza Erundina (PSB/SP)
ingressou em 2009 com uma representação na Procuradoria-Geral da
República para que o Ministério Público investigasse os motivos que
levavam o Congresso Nacional a não convocar sessão para eleição do CCS.
Nova composição
A
nova composição do CCS conta com 13 novos integrantes titulares e 13
novos suplentes para um mandato de dois anos, como aponta a Lei N°
8.389/1991, que regulamenta o órgão.
Além das funções já citadas,
o Conselho também deve avaliar as finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas da programação das emissoras de rádio e
televisão; analisar questões ligadas à liberdade de manifestação do
pensamento, da criação, da expressão e da informação, bem como analisar
questões relativas à propriedade, monopólio ou oligopólio dos meios de
comunicação social e outorga e renovação de concessão, permissão e
autorização de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Confira o quadro com as indicações de nomes para nova composição do Conselho de Comunicação Social e suas representações.
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