Publicado em 12.7.12 - por Rede Contra a Violência
No próximo dia 16/07 será realizada a primeira audiência (na 4ª
Vara Criminal do Tribunal de Justiça) do processo em que os policiais
militares Paulino Mendes Ferreira e Diego Goulart, ambos da UPP do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, respondem pelo assassinato de André de Lima Cardoso Ferreira,
no Dia dos Namorados (12/06) de 2011. André, 19 anos, estava indo
comprar um lanche para sua esposa, grávida de 9 meses, quando foi
abordado pelos PMs. Após uma sessão de agressões, os policiais mandaram o
rapaz ir embora mas o atingiram covardemente pelas costas. André foi
levado ao hospital por moradores, mas não resistiu aos ferimentos.
O covarde assassinato de André foi apenas o mais grave caso de abusos e violências cometidos pela UPP na comunidade pobre de Copacabana e Ipanema, que incluem ofensas, agressões, prisões arbitrárias e outras.
Outro André, dono de um bar, por pouco não morreu após ser agredido e
alvejado por policiais. Os PMs, agindo como sempre faz a polícia para
encobrir seus assassinatos cometidos em favelas e áreas pobres,
registraram a morte de André Ferreira como “auto de resistência”, ou
seja, alegaram que teriam trocado tiros com o rapaz, o que contraria
todas as evidências e testemunhos. Dessa forma, a morte de André foi o
primeiro caso a vir a público, de execução sumária justificada por auto
de resistência cometida por policiais lotados em Unidades de Polícia
Pacificadora desde que o programa das UPPs começou a ser implantado no
Rio de Janeiro no final de 2008.
Primeiro, mas infelizmente não o único. A realidade observada no
Pavão-Pavãozinho-Cantagalo repete-se em várias outras comunidades
ocupadas por UPPs, muitas vezes de forma agravada. Para
manifestar contra a violência estatal promovida em áreas supostamente
"pacificadas" da cidade, a Rede de Comunidades e Movimentos contra a
Violência está organizando um protesto a partir das 13h em frente ao Tribunal de Justiça (esquina das avenidas Antônio Carlos e Erasmo Braga). Leia o texto completo.