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Aquecimento global em debate: tá quente ou tá frio?
[Por Claudia Santiago - Jornal do SindCT - 20.06.2012] Há anos convivemos com o medo do aquecimento global. Governos e ambientalistas vêm afirmando que a humanidade deve parar de poluir o planeta, ou provocaremos uma catástrofe. A terra ficará muito quente, as geleiras derreterão e só escaparão os que estiverem protegidos nos altos das montanhas. Será que isso tudo é verdade? Há quem afirme exatamente o contrário. A realização da Rio + 20 é um bom momento para pensarmos sobre o assunto.
A voz do físico e meteorologista Luiz Carlos Molion, pesquisador sênior aposentado do INPE e pesquisador do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas, vem sendo emitida já há alguns anos sem encontrar eco. É uma voz dissonante. Para Molion, a teoria do efeito estufa é uma balela. Ele acredita que os dados divulgados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) são manipulados pelos países ricos para impedir os em desenvolvimento tornarem desenvolvidos.
Em entrevista publicada no Diário do Pará, em 26-03-2012, Molion, que também é representante dos países da América do Sul na CCOMM (Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial), afirma que a teoria do aquecimento global e das mudanças climáticas foi concebida no início da década de 1970, pelos países ricos, como resposta estratégica ao primeiro choque do petróleo.
“A alta abrupta dos preços e a perspectiva do esgotamento das reservas mundiais – dizia-se, na época, que o mundo ficaria sem petróleo até o ano 2000 – levaram aqueles países a criar mecanismos que inibissem o consumo nas nações mais pobres”.
Em 2004 os países em desenvolvimento como o Brasil, a China e a Índia começaram a sofrer forte pressão para que estabelecessem metas de redução na emissão de gases. Em sua crítica o pesquisador não poupa as grandes ONGs, como a WWF, que estariam, segundo ele, a serviço de interesses econômicos contrários aos do Brasil.
Para os que, como Molion, contestam a previsão de aquecimento global, as mudanças climáticas são frutos de fenômenos naturais como a atividade do sol dos oceanos. Para estes, a Terra está esfriando deve permanecer assim mais duas décadas, o que poderá se tornar, isto sim, uma calamidade: uma tremenda onda de frio que atingirá as regiões que estão fora dos trópicos e que as fará necessitar de muita energia para não congelarem. Energia que está concentrada, prioritariamente, nos países em desenvolvimento.
O Brasil tem todos os tipos de energia disponíveis: água, biocombustíveis e materiais fósseis. Tudo em enorme quantidade. Daí a centralidade desta discussão no nosso país. “Na minha opinião, o homem não tem condições de mudar o clima global. O clima global é controlado principalmente pela atividade solar e pelo conteúdo de calor que está armazenado nos oceanos. O Sol vai entrar num mínimo de atividade, nos próximos 20 anos, e os oceanos já estão perdendo calor, conforme indicam medições de temperaturas que vimos fazendo por sistemas de boias ao longo dos últimos oito anos.
Este é um processo cíclico que acontece há cada 70 anos. Elas vão registrando dados de temperatura e salinidade, entre outras informações. Quando voltam à superfície esses dados são captados por sensores de satélite e transmitidos para os centros de estudos meteorológicos de todo o planeta. E essas boias estão indicando que os oceanos vêm perdendo calor. Então, com o Sol entrando num mínimo de atividade e os oceanos se esfriando, a tendência para os próximos vinte anos é o resfriamento global, e não o seu aquecimento, como tem sido propalado”, afirmou na mesma entrevista ao Diário do Pará.
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