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Participantes da Cúpula dos Povos apóiam luta da Vila Autódromo para não ser removida
Publicado em 21.06.12
Na manhã chuvosa de quarta-feira, 20 de junho, os participantes da Cúpula dos Povos estiveram na Vila Autódromo em uma manifestação contra a remoção da comunidade por causa da realização dos meageventos que serão realizadas no Rio. A Via Campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e diversos outros movimentos sociais, além de militantes do mundo inteiro, estiveram presentes na favela para apoiar a luta da Vila Autódromo, afirmando serem contrários à atual política de remoção da Prefeitura do Rio, que não respeita os direitos e a vontade dos moradores da cidade, principalmente os da periferia.
"A quem interessa a remoção da Vila Autódromo? Certamente não é às famílias aqui presentes. Tudo isso está acontecendo pelos interesses especulativos e imobiliários, que sempre quiseram nos retirar daqui. Mas vamos resistir", disse o presidente da Associação de Moradores, Altair Guimarães, durante a passeata, que reuniu cerca de 2000 pessoas no local. O que agrava a situação da comunidade é o fato de estar presente em uma área nobre do Rio de Janeiro: a Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.
Bandeiras de várias cores e organizações tomaram a Vila Autódromo. Os manifestantes se deslocaram da favela em direção ao Riocentro, onde estão ocorrendo as atividades da Rio +20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Estava marcada para a manhã desta quarta-feira a reunião de chefes de Estado de todo o mundo. O objetivo do ato foi tentar das visibilidade à luta da comunidade, fazendo ecoar internacionalmente o seu apelo de ficar, já que os governantes locais se mantêm surdos a essa reinvidicação. No caminho, foram impedidos de avançar por uma barreira da Polícia Militar e do Exército.
Plano Popular da Vila Autódromo A comunidade Vila Autódromo está sendo ameaçada de remoção para a realização dos Jogos Olímpicos, e não por motivos técnicos ou ambientais. "As cerca de 800 famílias que vivem na comunidade terão que se retirar por causa de um evento internacional. Para mostrar que é possível os moradores continuarem no local, estamos elaborando um projeto alternativo, intitulado Plano Popular da Vila Autódromo", explica Regina Bienenstein, coordenadora do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos (Nephu) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e uma das elaboradoras do plano. Também está envolvido o Núcleo Experimental de Planejamento Conflitual (IPPUR/UFRJ), além dos moradores do local.
Ao invés da retirada das famílias, o plano propõe a urbanização como saída democrática. Está dividido nos seguintes eixos: habitacional; educação; saneamento e meio ambiente; economia local; transporte e desenvolvimento cultural. Para a efetivação do plano, os poucos moradores que moram na faixa de 15 metros da Lagoa de Jacarepaguá propuseram a mudança de suas casas para outra região próxima, dentro da própria comunidade.
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