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SindCT promove palestra com Amaury Ribeiro Jr. sobre A Privataria Tucana
Publicado em 13.04.12
No próximo dia 19 de abril, às 19 horas, no auditório da Univap (Rua Cândido Dias Castejon, 116, Centro) o jornalista Amaury fará uma palestra sobre o livro A Privataria Tucana, a convite do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial – SindCT. Uma entrevista coletiva foi agendada para 30 minutos antes da palestra. O sindicato solicita aos jornalistas interessados que façam a inscrição através do telefone: (12) 3941-6655. Para assistir à palestra, não é necessária inscrição prévia.
Sobre A Privataria Tucana
Amaury Ribeiro Jr. lançou em 9 de dezembro de 2011 o livro A Privataria Tucana, no qual relata o esquema usado no Brasil para lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, que teriam sido utilizados pelo PSDB durante as privatizações do Governo Fernando Henrique Cardoso e por Paulo Maluf, Ricardo Teixeira, dentre outros.
É o resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.
O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.
A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por Carta Capital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.
Quem é Amauri Ribeiro Jr?
Amauri Ribeiro Jr. é um jornalista investigativo especializado inicialmente na temática dos Direitos Humanos. Em 1996 ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo ao abordar o tema da Guerrilha do Araguaia junto a outros jornalistas, ajudando na descoberta de ossadas de guerrilheiros em cemitérios clandestinos e forçando o Estado Brasileiro a pagar indenização às famílias das vítimas. Em 1997, ganhou outro prêmio Esso ao desvendar uma rede de prostituição infantil, e em 1999 ainda no jornal "O Globo", junto a outros jornalistas ganhou outro prêmio Esso com reportagem sobre o Rio Centro.
Em 2007 trabalhava para o Correio Braziliense e enquanto investigava homicídios ligados ao narcotráfico no Entorno de Brasília, foi baleado numa tentativa de homicídio. O suposto autor era um sobrinho em primeiro grau da prefeita da cidade Sonia Melo (PSDB) e Ribeiro Jr teve de permanecer sob escolta policial. O caso teve repercussão internacional e fez com que o jornalista fosse transferido para o jornal Estado de Minas, do mesmo grupo, e passasse a se dedicar a assuntos políticos, se especializando posteriormente na temática de lavagem de dinheiro. Ribeiro Jr. foi o responsável por levantar os dados da CPI do Banestado junto com a jornalista Sônia Filgueiras e do caso da "Máfia dos Fiscais" no Rio de Janeiro, dentre outros.
Além dos três prêmio Esso que ganhou, foi vencedor por quatro vezes do prêmio Vladimir Herzog, faz parte do ICIJ – Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Foi repórter especial do jornal “O Globo” e da revista “Isto É”, além de ter se destacado no “Correio Braziliense” e no “Estado de Minas”, foi um dos fundadores da Abraji, entre outros.
Em 2010, o jornalista foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem à testemunha. Amaury Júnior negou as acusações e afirmou que "jamais pagaria pela obtenção de dados fiscais sigilosos de qualquer cidadão". Segundo o próprio, todos os dados foram obtidos em juntas comerciais, paraísos fiscais e na CPI do Banestado, alegando a exceção de verdade. Alguns dos acusantes, como Ricardo Sérgio de Oliveira, Gregório Preciado dentre outros, possuem ação por quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico na 4ª Vara Federal de Brasília.
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