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De 12 a 16 de março: atingidos por barragens fazem jornada nacional de lutas
Publicado em 13.03.12
Nesta semana, entre os dias 12 e 16 de março, milhares de atingidos por barragens se mobilizarão
em diversas capitais brasileiras para reivindicar seus direitos,
denunciar o atual modelo energético e apoiar a luta dos trabalhadores do
setor elétrico. É a jornada nacional de lutas que comemora o 14 de
Março: Dia internacional de luta contra as barragens, pelos rios, pela
água e pela vida. Na
concepção do Movimento dos Atingidos por
Barragens (MAB), o modelo energético brasileiro, pautado na produção de
energia através da construção de grandes barragens, tem causado enormes
prejuízos sociais e ambientais para as populações atingidas
e a toda a classe trabalhadora. Entre os dias 13 e 15 de março, o Movimento estará no Rio
para denunciar o atual modelo energético e apoiar a luta dos
trabalhadores do setor elétrico. Os militantes também reivindicam o
cancelamento de novos leilões do petróleo e a efetivação do Fundo Social
do Pré-Sal. No dia 13, terça-feira, haverá o
lançamento da campanha Todos Pela Energia, às 18h, na Câmara Municipal.
Os movimentos que compõem a Plataforma Operária e Camponesa da Energia
estarão presentes e defendem a renovação das concessões do setor
elétrico e se colocam contra a privatização da energia. No dia 14,
quarta-feira, haverá também um ato unificado entre os trabalhadores do
setor da energia e diversas organizações do campo e da cidade. O ato
será às 15h, na Igreja da Candelária.
Sobre o MAB
O MAB foi fundado no final da década de
70 e luta contra a construção de barragens, que é usada nas usinas
hidrelétricas. A região onde a usina vai ser construída é alagada e os
moradores são retirados de suas casas. O movimento luta por um modelo
energético popular que leve em conta das necessidades do povo e
questiona a construção das hidrelétricas.Dessa forma, em cada local onde
as barragens são construídas fica a critério das empresas a definição
de como tratar os atingidos. “São elas que determinam quem é ou não
atingido e quem deve ou não ser reassentado ou receber indenização. Com o
interesse de diminuir o custo da obra e aumentar seus lucros, as
empresas do setor elétrico tentarão negar ao máximo os direitos dos
atingidos”, acrescenta Joceli. O resultado é que a construção de
barragens no Brasil vem deixando um rastro de violações. Um relatório do
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, ligado à Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República, registrou 16 tipos de
violações de direitos humanos que ocorrem de maneira recorrente na
construção de barragens. Mais de um milhão de pessoas já foram expulsas,
milhares destas ficaram sem terra, sem casa, sem trabalho e sem renda. E
com a privatização do setor elétrico, a partir dos anos 90, o quadro
piorou. Entre as reivindicações do Movimento dos Atingidos por Barragens nesta jornada de luta, estão: 1. Pelos direitos dos atingidos: a)
Que seja criada uma política adequada de reparação das perdas e
prejuízos da população atingida, com direito a reassentamento adequado
com moradia, assistência técnica, créditos, verba de manutenção,
infraestrutura. b) Que se estabeleça um fundo para os atingidos
por barragens com aporte de recursos para atender toda a política de
reparação e a pauta dos direitos dos atingidos. c) Propomos que,
de imediato, seja criado um órgão ligado ao sistema ELETROBRÁS
responsável para tratar, cuidar e implementar a política de reparação e
tratamento das populações atingidas, com ampla participação dos
atingidos. 2. Não às barragens: seguimos lutando contra a
construção de Belo Monte e também de outras barragens socialmente
injustas e ambientalmente irresponsáveis. 3. Não à privatização da
água e da energia: lutamos pela renovação das concessões do setor
elétrico, para não deixar que privatizem o que ainda é estatal. Somos
contra a privatização da água, que vem ocorrendo em diversos municípios
brasileiros. 4. O preço da luz é um roubo: reivindicamos mudanças
na política energética para baixar as tarifas para todas residências
brasileiras.
Núcleo
Piratininga
de Comunicação
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