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Fórum de Mídia Livre pauta a comunicação independente
Publicado em 25.01.2012 - Por Luana Luizy, no Observatório do Direito à Comunicação
A construção de políticas públicas para mídias livres, a busca de uma rede social livre e o debate sobre as revoluções árabes serão temas do III Fórum de Mídia Livre (FML). O evento acontece em Porto Alegre nos dias 27 e 28 de janeiro, durante o Fórum Social Temático, e traz também discussão sobre o software livre, apropriação tecnológica e a regulação da mídia.
“O evento será um importante espaço para debater políticas de comunicação para veículos alternativos, nesse se inserem rede de blogs, rádios comunitárias e plataformas de software livre, objetivando sempre políticas que assegurem o acesso, apropriação tecnológica e direito humano e universal”, afirma Rita Freire, da Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada.
Organizado por entidades da sociedade civil e veículos alternativos, a terceira edição do evento servirá como preparatória para a sua versão internacional, o II Fórum Mundial de Mídias Livres (FMML), que ocorrerá em julho durante a Cúpula dos Povos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento sustentável (RIO+20).
A grande novidade da terceira edição do FML é o debate sobre a mídia e as revoluções árabes, contado com a presença de entidades internacionais como Ejoussour, organização civil do Marrocos que luta pela construção da democracia na região, e por iniciativas de mídia da Palestina. “O painel busca promover o intercâmbio e fortalecimento da discussão sobre mídia livre. Como a discussão lá fora está muito forte, devido ao contexto político desses povos e o processo de construção da democracia, achamos importante a criação desse painel ”, aponta Bia Barbosa, integrante do Intervozes.
Redes sociais livres
Nas discussões sobre apropriação tecnológica estará proposta a construção de uma grande rede social baseadas em software livre para os movimentos sociais. A ideia é criar uma rede autônoma que facilite a organização das organizações. “As redes mais utilizadas estão atreladas a empresas privadas, assim os movimentos sociais ficam à mercê dos interesses mercadológicos, pois as empresas podem retirar páginas coletivas do ar, por divergências ideológicas ou qualquer outro motivo”, afirma Bia.
O FML
O Fórum nasceu para como espaço de articulação de iniciativas de mídia livre e debate sobre o direito à comunicação. A primeira edição do Fórum aconteceu no Rio de Janeiro, em 2008. O evento foi um dos articuladores do primeiro Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), ocorrido no Pará, antes do início do Fórum Social Mundial em Belém. Já a segunda edição nacional do FML ocorreu em Vitória (ES), em 2009.
Conexões Globais
Concomitantemente ao FML, dividindo o espaço físico e com uma proposta mais interativa, acontecerá o Conexões Globais, evento que procura promover o diálogo sobre as formas de ativismo social na era da internet.
O Conexões contará com oficinas, webconferências, shows de música, lançamento de livros e atrações artísticas, atividades que terão em comum o apoio a cultura digital. Temas como direitos humanos e civis na internet e direito autoral estarão em discussão. “O evento é uma celebração a cultura digital e hacker, aos ativistas e protagonistas das novas formas de mobilização”, afirma Marcelo Branco, organizador das atividades.
O intercâmbio com os movimentos que tiveram destaque em 2011 ocorrerá por meio de webconferência com ativistas da Espanha, Chile, países arábes, entre outros. “Teremos também uma webconferência com um ativista de Tóquio, onde ele debaterá o acesso à informação no vazamento de Fukushima. O Governo e a grande mídia ofuscavam os acontecimentos, mas as mídias sociais tiveram um papel fundamental de denunciar a gravidade do problema”, aponta Branco.
Confira a programação do III Fórum de Mídia Livre no site http://www.forumdemidialivre.org e a programação do Conexões Globais no site http://conexoesglobais.com.br .
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