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Itália perde um jornal comunista: jornal Liberazione deixar de circular
[Por Vito Giannotti - 18.01.2012] O ano começou péssimo para a esquerda e todos os trabalhadores da Itália. O jornal Liberazione, do Partido Refundação Comunista (PRC), parou de circular. No mesmo dia a Fiat impôs aos seus 80 mil funcionários o fim da aplicação do Estatuto do Trabalhador, que tinha sido uma grande vitória da década de 1990. Junto com isso a maior federação da área metalúrgica, a FIOM, ligada à CGIL, está excluída das negociações e de todos os direitos de representação sindical na fábrica. É o maior ataque ao sindicato desde o fim da segunda Guerra Mundial. Greves e manifestações estão sendo programadas pela FIOM para os próximos dias.
Sobre o fim do jornal Liberazione, Gigi Malabarba, antigo metalúrgico, fundador dos COBAS nos anos 90, ex-senador pela Refundação Comunista, nos mandou, de Milão, no dia 1/1/2012, esta nota: “Aos 20 anos exatos do seu nascimento, antes como semanal e depois como quotidiano do Partido da Refundação, Liberazione encerra sua publicação em papel e diz que vai continuar on line. Não se trata de uma decisão inesperada, pois a crise econômica do Partido tinha colocado a questão na mesa faz tempo. Desde quando o PRC tinha sido excluído do Parlamento, em 2008, depois da catastrófica participação no governo neoliberal de Prodi. Este não é certamente um dia bonito para a esquerda italiana. Mas às vezes é bom começar a pensar que um ciclo histórico, aquele da ‘refundação’ se encerrou e é preciso começar um outro, certamente mais árduo e complexo, aquele da ‘reconstrução’ de uma nova esquerda de classe na Itália e no mundo. De imediato augúrios aos trabalhadores e às trabalhadoras de Liberazione que estão lutando porque não querem aceitar o fechamento do seu jornal, como instrumento político de disputa de hegemonia e como seu local de trabalho”.
Enquanto isso, nas bancas de revista da Itália o Liberazione, “um giornale comunista”, não aparece mais. Lenin, Gramsci e milhões de operários comunistas que durante todo o século 20 se alimentaram, nas suas batalhas ideológicas contra-hegemônicas de jornais como o Liberazione, certamente ficaram mais tristes com esta derrota.
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