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Boletim do NPC Nº 95De 15 a 30/10/2006
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



Notícias do NPC


12º Curso Anual no NPC vai homenagear Raimundo Pereira

O 12º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação acontece de 30/11 a 3 de dezembro. A edição 2006 vai tratar de “A fusão da Mídia com o Estado e os limites da indústria de manipulação de consciências”. Entre os 28 palestrantes, há nomes de comunicadores, militantes sociais e professores importantes. Impossível citar somente alguns. É um time de craques de primeríssima linha. Todos ajudarão a enriquecer nossa comunicação alternativa em sindicatos e movimentos sociais na nossa luta diária para criar uma comunicação contra-hegemônica e, amanhã, hegemônica.  Mais informações pelo telefone (21) 2220-5618 ou no site www.piratininga.org.br 

Uma homenagem ao companheiro jornalista Raimundo Pereira.

Neste curso será homenageado o eterno batalhador da construção de uma comunicação alternativa, de esquerda, Raimundo Rodrigues Pereira. Seu nome está ligado intimamente á comunicação alternativa desde a década de 1960, na nascente revista Realidade, passando pelo heróico semanário Opinião, em pleno regime de terror e censura  do ditador Médici e depois, no despertar das greves e lutas sociais, a partir de 1975, com o outro fantástico semanário Movimento. Na década de 1980, conseguiu implantar um jornal diário, Retratos do Brasil, que atualmente existe como revista mensal com o mesmo nome. Há outra revista publicada atualmente, faz anos, por Raimundo, Reportagem. E ao lado desta imprensa clássica, Raimundo nos oferece o site da Oficina da Informação. www.oficinainforma.com.br

Por esta razão, por sua coerência de mais de 40 anos, na busca da construção de uma comunicação de esquerda, sem medo e sem subterfúgios, neste 12º Curso Anual do NPC, vamos homengeá-lo. Sua presença será um orgulho para todos nós. Longa vida aos que lutam!

 



Mostra de Vídeos Populares é sucesso no Paço

Mais de 300 alunos e perto de cem professores das redes pública e privada passaram pelo Cine Estação Paço nesta última semana de outubro, para assistir aos vídeos da Primeira Mostra de Vídeos Populares produzida pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). O evento, realizado em parceria com o Circuito Estação de Cinema e o Museu do Paço Imperial, incluiu ainda visitas guiadas dos estudantes às dependências do Museu, integrando assim os conceitos de História, Educação, Comunicação e Cidadania.

Entre os vídeos apresentados destacaram-se os temas ligados à construção da cidadania, como questões raciais e de gênero, além de outros relacionados a meio ambiente e Luta pela Terra e Reforma Agrária. Todos os documentários foram escolhidos pelos professores que vieram com seus alunos. Ao final de cada sessão, ou nos intervalos entre uma exibição e outra, professores, alunos e organizadores da mostra realizaram breves debates sobre as temáticas exibidas. Os conteúdos dos vídeos também serão motivo de reflexão em sala de aula.

O objetivo da mostra é justamente estimular o uso de vídeos em sala de aula como ferramenta pedagógica de conscientização política, já que é grande a produção de vídeos por parte do movimento social. O evento começou no sábado, dia 21, com a participação de professores da rede privada, e se encerra neste sábado, 28, com os docentes da rede pública. Os dias úteis foram dedicados aos estudantes, que dividiram o tempo entre as sessões de vídeo no Cine Estação e a visita guiada ao prédio do Paço Imperial, orientada por funcionários do Setor Educativo do Paço.

Os vídeos que estão sendo exibidos na Mostra foram catalogados pelo NPC com patrocínio da Eletrobrás, através da lei Rouanet.

mostra




A Comunicação que queremos


Rádio comunitária do Xingu é legalizada após 6 anos

(Agência Brasil). Justamente durante as manifestações da Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que vai até a próxima quarta-feira, os movimentos sociais do Médio Xingu, no Pará, comemoram a legalização da Rádio Comunitária de Altamira, após seis anos de análise do pedido de outorga no Ministério das Comunicações. 

"Vivemos em uma região que durante muitos anos foi esquecida pelo resto do Brasil. Aqui a gente não tinha justiça e as rádios sempre foram ligadas a políticos ou grileiros", afirmou o diretor da Rádio Comunitária de Altamira, Domingos de Moraes. " Para divulgar uma ação do movimento social, a gente tinha que ir para a rua distribuir panfletos. Agora, usamos o microfone". 

Moraes contou que o pedido de autorização para a rádio comunitária foi formalizado ao Ministério das Comunicações em 1998, quando a emissora entrou em funcionamento. A iniciativa partiu de um conjunto de organizações não-governamentais (ONGs), sindicatos e movimentos sociais de Altamira: a Fundação Viver, Produzir e Preservar (FPVV); o movimento de mulheres; o movimento SOS Vida; o Sindicato dos Professores; o Sindicato de Trabalhadores Rurais; a Comissão Pastoral da Terra; a Pastoral da Comunicação; a Prelazia do Xingu; a igreja Metodista; a Fundação Tocaia; a Associação dos Produtores Rurais de Altamira e Região e o Mutirão pela Cidadania.




NPC Informa


Última Lenda em Portugal

O curta de animação A última Lenda, de Alexandre Bersot (ilustrador e programador visual do Sinttel-Rio) foi selecionado para o Animatu - festival de cinema de animação digital, que se realizará na cidade de Beja, a 180 km da capital Lisboa, em Portugal. O filme, que também participou do Festival Anima Mundi deste ano, conta a história de um motorista solitário que depara-se com estranhos eventos em sua viagem e onde tudo parece conspirar para que ele seja mais uma ou talvez a última testemunha de uma lenda.




De Olho Na Mídia


Democratizar é preciso

No Brasil, nove famílias controlam as principais empresas e meios de comunicação do país. Enquanto elas falam o que querem e como querem, 175 milhões de pessoas escutam, caladas.

Esse controle sobre as informações que circulam no país é radicalmente contra os interesses da sociedade. A "mídia dos poucos" viola diariamente os direitos humanos, constrói valores que servem aos interesses privados em detrimento do público e influencia diretamente a formação da opinião pública. Devemos falar mais alto para deixar claro que a diversidade do país e o interesse dos cidadãos brasileiros não estão refletidos na mídia nacional. 

A diversidade do país e os interesses dos cidadãos brasileiros não estão refletidos na mídia nacional. É para travar esse debate que um coletivo de organizações, redes e fóruns, espalhados pelas diversas regiões brasileiras, organizou a 4ª Semana Nacional pela Democratização da Comunicação. Debates, mesas de diálogo, apresentações culturais vão mostrar à sociedade que a mídia é dela, que a informação é um bem público e a comunicação é um direito.

Mais informações em www.ciranda.net/sedeco



Fantástico: Ser ou não ser?

O "Fantástico" da Rede Globo tem um quadro chamado "Ser ou não ser". Conduzido pela professora de filosofia Viviane Mosé, procura ensinar filosofia e é muito bem feito, mas não consegue esconder sua origem. Nasceu das entranhas de um dos maiores monopólios de telecomunicações do Planeta. Não dá ponto sem nó.  

No programa de 15.10.2006, o tema era o "golpe militar de 31 de março de 64", segundo as palavras da própria matéria. Reafirmando a nova fase da emissora, o quadro diz que trata-se de "um dos períodos mais sombrios de nossa história: foram duas décadas de repressão política, perseguição e censura". Fala sobre violências e torturas. Reconhece a resistência heróica da oposição, ilustrando com os dramas de Criméia Almeida, sua irmã Amélia e seu cunhado, César. Todos eles presos e torturados. Mas, engata tudo isso com a pergunta: "Mas o que é o poder?". Responde invocando o filósofo francês Michel Foucault: "O poder é uma rede de relacionamentos". Diante de uma estação de energia elétrica, Mosé compara o poder a uma rede, em que "não podemos identificar o poder apenas com a estação central, mas principalmente com os fios que chegam a todos os lugares e atingem todas as pessoas". Correto. Por muito tempo, Foucault avançou por este caminho. E estava certo. Identificar o poder com apenas um lugar era perder de vista sua capacidade de se enfiar em muitos outros. Mas, também chegou a alguns becos sem saída. Se o poder está presente em todas as relações. Se a "estação central" é secundária em relação "aos fios que chegam a todos os lugares", quem responde pelo estabelecimento? Todos nós, igualmente? Governos, patrões, sindicatos, movimentos sociais têm todos o mesmo peso na manutenção do poder? O próprio Foucault teve que voltar atrás e admitir a necessidade de nos apoiarmos em pontos de resistência bem localizados.  

É verdade que a reportagem admite que "a prática de abusos físicos continua presente em nossa sociedade de várias formas". E a identifica no "espancamento de mulheres e crianças, na prostituição infantil, nas favelas, no asfalto". Mas, acaba citando tudo isso como algo que somente "parece ter deixado marcas profundas em nossa cultura". Como se apenas tivesse virado um hábito. É verdade. Há muita coisa horrível entranhada em nosso modo de viver. E não serão apenas decisões políticas que irão mudá-las. Mas, o poder não está em todos os lugares com o mesmo tamanho. Há centros muito bem localizados dele. São os poderes políticos constituídos, com paletó e gravata. São as polícias, ainda que muitos de seus integrantes sejam também vítimas da máquina de moer dignidade. São os donos de empresas que se aproveitam de qualquer esquema que mantenha seus lucros em alta, inclusive trabalho semi-escravo e infantil.

 E, dentre elas, os monopólios dos meios de comunicação, que produzem programas tão competentes, quanto ideologicamente alinhados com o "Poder" como o Fantástico e seus quadros bem feitos.

                                                                                Por Sérgio Domingues.



Jabor reclama de textos falsos em seu nome, mas fez por merecer

Em seu programa na rádio CBN de 26 de outubro de 2006, Arnaldo Jabor reclamou de uma mensagem falsa, que estaria circulando pela internete em seu nome. Trata-se de um texto que ataca Lula, o PT e seu eleitorado pobre com ofensas machistas, racistas etc. Jabor admite que faz críticas pesadas ao atual governo e seu partido, mas que jamais usou expressões como as que estão no texto atribuído a ele.  

Em primeiro lugar, o fato de que um texto assim possa circular sem problemas levando a assinatura de Jabor já diz muito. Jabor não está tão longe assim de ataques de baixo nível ao governo Lula, movimentos sociais e à esquerda em geral. Em segundo lugar, Jabor afirma que só podem ser reconhecidos como seus os textos que aparecem nos “23 jornais” em que trabalha. Ora, se a grande mídia brasileira não fosse tão monopolizada não haveria como apenas um profissional escrever basicamente os mesmos textos para 23 veículos.  

Tivéssemos milhares de profissionais com vários pontos de vista atuando em uma mídia democratizada, figuras públicas como Jabor não seriam um alvo tão fácil para falsificadores.                                                                                            

                                                                                       Por Sérgio Domingues.



Para Observatório de Mídia, imprensa

Dados divulgados pelo Observatório Brasileiro de Mídia, referentes à semana que antecedeu ao primeiro turno das eleições, registram uma brutal escalada de parcialidade e improbidade da grande mídia brasileira. Os cinco grandes jornais de circulação nacional pesquisados — Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo e Correio Braziliense — dedicaram, entre os dias 23 e 29 de setembro, 465 matérias à cobertura dos dois principais candidatos (Lula e Alckmin). Estes são os resultados, divididos entre reportagens positivas e negativas para cada candidato incluindo também, já que Lula além de candidato é o presidente da república, as reportagens dedicadas a Lula como presidente:


A Lula, como candidato, foram dedicadas 388 reportagens, das quais apenas 20,6\% eram positivas, enquanto para Alckmin de 77 matérias, 42 \% foram positivos. Logo, percentualmente, Alckmin ganhou da imprensa 100\% a mais de boas referências que Lula.
Das matérias negativas, Lula foi o objeto de 226 enquanto Geraldo Alckmin recebeu apenas 17 reportagens negativas. Ou seja, em termos absolutos, tivemos 1.329\% a mais de matérias com referências negativas a Lula.

Como Presidente da República Lula teve 31 reportagens negativas e apenas 10 com referências positivas. Com isso, somando a situação de candidato com a de presidente, obtemos 257 matérias negativas, isto é, em termos absolutos na comparação com Alckmin, 1.511\% de referências negativas para Lula.

                          (Texto de Manifesto que circula na Internet)



Requiém do jornalismo

Raimundo Pereira sempre teve compromissos políticos. Mas manteve intacto o compromisso com o jornalismo, que desenvolveu desde os tempos brilhantes da revista “Realidade”.  

Sua matéria na “Carta Capital” sobre a cobertura da imprensa das fotos do dinheiro que seria pago pelo “dossiê Vendoin” é uma aula de jornalismo sobre o antijornalismo que parece ter tomado definitivamente conta da mídia.  

Nos últimos anos houve vários exemplos de matérias encomendadas, várias evidências de mistura de jogadas empresariais e reportagens, e várias coberturas em que se misturavam cumplicidade com a polícia e autodefesa de jornalistas – como no caso do Bar Bodega, em que muitos jornalistas conviveram por um mês com um delegado que, depois se soube, torturou meninos injustamente acusados do crime, e nenhuma das testemunhas jamais veio a público denunciar o complô.  

Mas em nenhum desses casos houve uma abrangência tão grande de veículos e uma falta de limites tão acentuada – independentemente da gravidade dos episódios cobertos – quanto a cobertura da foto dos maços de notas que seriam utilizados para a compra do “dossiê Vendoin”.  

A reportagem de Raimundo não é partidária, não é militante, não é raivosa, não trata a falta de escrúpulos com falta de escrúpulos – como tem sido a marca desses tempos de escuridão, nessas batalhas absurdas de capas atacando Lula e atacando a oposição. É fria e lógica como uma cirurgia de especialista. Não desperdiça palavras, não gasta acusações, apenas confronta princípios básicos de jornalismo com a atitude de cada veículo, repórteres e direção, no episódio em pauta.  

Menciona gravações do delegado que vazou os maços de nota, a cumplicidade com jornalistas, jornais acobertando mentiras, como a versão de que as fotos haviam sido furtadas – versão divulgada a pedido do proprio delegado, conforme gravações preservadas por repórteres indignados e impotentes.  

A exemplo de tantas campanhas absurdas dos anos 90, não adianta invocar a presença do “inimigo”, do crime a ser combatido pouco importando os meios. Os atingidos pela cobertura não foram Lula, nem os “aloprados”, nem mesmo o primeiro turno das eleições: foi o exercício do jornalismo, pelas mãos de algumas pessoas que, pelo cargo que ocupam, deveriam ser os maiores guardiões desses princípios.  

Os 67 mil exemplares da “Carta Capital” não se equiparam à tiragem das grandes publicações. Mas cada exemplar com a matéria de Raimundo ficará pairando no ar, como um alerta sobre o que ocorre com jornalistas e publicações, quando colocam paixões e interesses acima dos princípios jornalísticos.                                                                  

                                                                                                          Por Luis Nassif




De Olho Na Vida


Manifestação e faixas rompem o silêncio da opressão em Comunidade do Rio de Janeiro

Humilhação, tortura, morte, assalto e invasão de casas. Este é o saldo dos 14 dias de ocupação do Complexo do Alemão pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), segundo os relatos da comunidade. Pelo menos 300 pessoas lotaram a sede da Associação de Moradores da Grota, a SOS Comunidades, na terça-feira, dia 24, para denunciar a violência do BOPE. Faixas denunciavam os motivos da manifestação:  "Os moradores do Complexo do Alemão pedem respeito das autoridades policiais". Ou pediam igualdade aos governantes porque "o povo da favela é igual ao da Zona Sul" ou porque "na favela também paga-se impostos".

(Leia, em nossa página, a cobertura feita pela Renajorp: www.piratininga.org.br. Seção: Outros temas.)




Novos artigos em nossa página


A mídia tem lado, sim

NPC

Por Paulo Donizetti. Em reportagem na Revista do Brasil, de setembro de 2006, Paulo Donizetti, tendo como fonte o Observatório Brasileiro de Mídia, mostra, em números, que o tratamento dispensado pela chamada ‘grande’ imprensa aos candidatos a presidente poderia desequilibrar o noticiário eleitoral. No primeiro turno, a tese foi comprovada. Leia o artigo completo em nossa página. (Setembro / 2006)



O fim do oligopólio da opinião

Por Luis Nassif. As eleições de 2002 marcaram uma virada inesquecível na mídia espanhola. Poucos dias antes do final, houve o atentado na estação de trem de Madri. A mídia governista espalhou a versão de que havia sido detonada pelo ETA, a milícia separatista basca. A reação veio através de um enorme zumbido popular, valendo-se das novas formas de comunicação, especialmente mensagens curtas em celulares. Em poucos dias, ampliou-se a vantagem da oposição e o governo e a grande mídia foram derrotados. Ali, simbolicamente, cessou o oligopólio da informação por parte da mídia convencional. (23.10.2006)



Coletivo Intervozes lança manifesto contra abuso e parcialidade na cobertura eleitoral

Por Intervozes. A democracia brasileira foi vítima, na semana que antecedeu o primeiro turno das eleições presidenciais, de um assalto. Em conluio com um delegado federal criminoso, os veículos de mídia O Globo , Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, da TV Globo e da Rádio Jovem Pan fraudaram a ética e o compromisso com a verdade - cláusulas pétreas para o exercício do jornalismo - em nome de interesses político-partidários. Para obterem as fotos do dinheiro apreendido com militantes petistas pela Polícia Federal e exibi-las ao público, esse bando midiático mentiu e manipulou sem nenhum escrúpulo. (23.10.2006)



Preconceito em matéria da revista Época

Por Mário Camargo. O Brasil de Lula é negro e pobre. O Brasil de Alckmin é loiro e dono da sua terra. Essa é avaliação que já à primeira vista pode-se fazer da matéria publicada na revista Época de 23 de outubro de 2006. Matéria sobre as eleições, nas páginas 32, 33, 34, 35 e 36, tenta revelar o perfil do eleitor dos dois candidatos. Ate aí uma tentativa interessante. O que impressiona é a edição: a foto e o título. Em página dupla, a matéria abre com duas fotos. À esquerda, (página par menos valorizada) uma foto de uma família de negros.

Três mulheres e um homem - que veste camisa com o símbolo do SBT - e uma criança de colo. Na parede da casa simples está escrito em vermelho: “Eu voto Lula 13 PT”. Na página da direita, (mais nobre) a foto com 19 crianças, quase todas loiras, acompanhadas de duas mulheres e uma adolescente - nenhum homem adulto - possivelmente na frente de uma escola. Algumas crianças seguram balões de festa, com a marca de uma cooperativa de crédito. Abaixo da foto da “família de Lula” o título “O Brasil de Lula”, com a palavra Lula escrita em vermelho e embaixo da foto da “família de Alckmin” o título: “e o de Alckmin” em azul.

 Na linguagem popular quando alguém diz que está no vermelho é porque a situação financeira não é boa. Quando está tudo bem costuma-se dizer que está tudo azul. (25.10.2006) Se o Brasil de Lula é pobre, negro e sofrido, o Brasil de Alckmin é branco e feliz. É isso que o título e as fotos querem mostrar. A tentativa de identificar o público eleitor de Lula, buscando saber como são os moradores da cidade de Central do Maranhão, onde o presidente teve grande vantagem de votos e de buscar saber como são os moradores de Arroio do Padre, Rio Grande do Sul, onde Alckmin foi o mais votado é interessante. Mas o tratamento dado à matéria é decepcionante. Demonstra preconceito e a defesa, sem pudor, da campanha de Alckmin. A matéria pretende demonstrar que o norte e o nordeste do país têm preferência por Lula. As pesquisas apontam esse resultado. Mas no norte e no nordeste existem brancos, negros, índios, pobres e ricos. Não apenas negros miseráveis. (25.10.2006)



Capitalistas racistas da África do Sul controlam a revista Veja

Por Altamiro Borges. Na sua penúltima edição, a revista Veja estampou na capa a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão e a manchete espalhafatosa: "Ela pode decidir a eleição". A chamada de capa ainda trazia a maldosa descrição: "Nordestina, 27 anos, educação média, R$ 450 por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro". O intuito evidente da capa e da reportagem interna era o de estimular o preconceito de classe contra o presidente Lula, franco favorito nas pesquisas eleitorais entre a população mais carente. A edição não destoava de tantas outras, nas quais esta publicação da Editora Abril assume abertamente o papel de palanque da oposição de direita e destina veneno de nítido conteúdo fascistóide. (Set.2006)



Golpismo da TV Globo é desmascarado

Por Altamiro Borges. O veterano jornalista Raimundo Rodrigues Pereira deveria receber um prêmio das entidades democráticas e populares pelas reportagens publicadas nas duas últimas edições da revista Carta Capital – pena que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sob o comando de Roberto Busato, abandonou temporariamente esta trincheira. Nos textos, escritos em conjunto com Antonio Carlos Queiroz, o incansável repórter, que leva a sério a profissão e a ética, desvenda “a trama que levou ao segundo turno” da eleição presidencial. Numa investigação séria e meticulosa, ele desmascara o papel da poderosa TV Globo, que com sua tática do “bate e assopra”, sempre em busca de benesses, vinha iludindo muita gente nos últimos tempos. (25.10.2006)



O Caminho para Guantânamo

Por Mariana Vidal. Uns paravam no meio do caminho para tomar fôlego, outros se juntavam em grupos para comentar aquele absurdo, mas a vontade era mesmo de denunciar, de parar os carros na Rua Senador Vergueiro e avisar às pessoas que não estavam naquele cinema, que campo de concentração ainda existe e não é fruto de uma Alemanha nazista, é do atual governo dos EUA.

O filme "O Caminho para Guantánamo" é belíssimo, é vivo; daqueles que você não consegue se desvencilhar da tela um minuto. Não por acaso os ingleses Michael Winterbottom e Mat Whitecross ganharam o Urso de Prata de melhor direção no Festival de Berlim deste ano. (Outubro / 2006)



Expediente



Boletim do NPC

Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130

www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br

Coordenador: Vito Giannotti

Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)

Colaboraram nesta edição: Sérgio Domingues (RJ), Mario Camargo (RJ) e Reginaldo Moraes (SP). Web-designer: Gustavo Barreto e Cris Fernandes.



Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.

 

ÍNDICE
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