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Boletim do
NPC —
Nº 91
— De 15 a 31/8/2006
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
12º Curso Anual do NPC de 30/11 a 3/12
Está quase pronta a programação do 12º Curso Anual do NPC. Vai ser no Rio de Janeiro, no auditório da Funarte, de 30 de novembro a 3 de dezembro. O tema deste ano é “A fusão da Mídia com o Estado. Uma indústria de manipulação das consciências”. Já estão confirmadas as presenças de Denis de Moraes, José Arbex Jr., Ricardo Kotscho, Venício Lima, Elson Faxina, João Pedro Stédile, Joaquim Palhares, Gustavo Gindre, Márcio Pochmann, Altamiro Borges, Beto Almeida e Adelaide Gonçalves. A programação definitiva vai ser divulgada no próximo boletim. A hospedagem vai ser em hotel na Cinelândia. Programação e informações sobre as inscrições serão fornecidas no próximo boletim.
Domindo é Dia de Cinema: Dia 20, às 9h, no Odeon-BR, no Rio de Janeiro
O Projeto Domingo é Dia de Cinema promove nesta no domingo, dia 20, a exibição do fime “A Noiva Síria”. Em sinopse para o site http://www.cineclick.com.br, Angélica Bito assim define a obra: “ A cultura de países do Oriente Médio parece ser um mistério, às vezes. Como um povo inteiro pode não ter nacionalidade? Como uma mulher é capaz de se casar com alguém que nunca tocou e, além de tudo, aceitar nunca mais ver sua família por conta da união? Como um simples carimbo pode atrapalhar a vida de tantas pessoas? São essas as questões que permeiam A Noiva Síria. Co-produção entre França, Alemanha e Israel, trata-se de um drama que, de tão surreal, carrega uma certa comédia.” Após a sessão haverá debate com o professor de geografia e de história Maurício Silva Santos. O mestre foi geógrafo do Conselho Nacional de Geografia (IBGE) e professor do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas estaduais e municipais e também do ensino particular. É autor de uma interessante produção científica sobre assuntos de Didática Especial de Geografia, elaborados desde 1955; recentemente publicou, pela E-Papers, De onde vem o terror? (em cooperação com a professora Marília de Oliveira), e Divergências atuais no Oriente Médio – Israelenses, Palestinos e suas razões.
De Olho Na Mídia
Por que a mídia alternativa é indispensável
A estrutura do sistema de mídia no Brasil se desenvolveu historicamente em torno da propriedade cruzada e de uma aliança estratégica entre uns poucos e poderosos grupos empresariais e familiares nacionais ("modernos") e as velhas oligarquias políticas locais e regionais. Essas oligarquias, atrasadas e conservadoras, são herdeiras do mandonismo da política clientelista da Velha República, que tinha como base o latifúndio e até hoje sobrevive em vários Estados brasileiros. [Leia o artigo de Venício Lima em www.piratininga.org.br, na seção Mídia]
Mídia: Crise política e poder no Brasil chega às livrarias dia 22/08
Na próxima semana chega às livrarias o mais novo lançamento da Editora Fundação Perseu Abramo. Em Mídia: Crise política e poder no Brasil, o professor e jornalista Venício A. de Lima aborda a relação entre mídia e política, onde analisa a cobertura da crise política, recheado de casos gerais de omissão, saliências e distorções e exemplos de coberturas específicas de veículos como Veja, Época, Jornal Nacional, O Globo e Folha de S.Paulo. O livro trata ainda da concentração da mídia brasileira e discute provocativamente a velha questão sobre qual dos dois veículos é mais importante para a formação da opinião pública no Brasil: o jornal ou a TV.
De olho na caravana do Jornal Nacional
A caravana vai passando e a gente vai olhando com vigilância canina. Iniciada em 31 de julho, a série "Desejos do Brasil" traz Pedro Bial visitando cidades longe dos grandes centros. Começou por São Miguel das Missões (RS). O repórter explica que foi lá que "há mais de três séculos, promoveu-se uma das mais ousadas experiências socialistas da história". Ele refere-se às missões jesuítas, e diz que tal como "o comunismo", elas "tinham caráter totalitário". Mas deixemos um balanço mais geral para adiante. Afinal, serão dois meses de viagem. Por enquanto, vamos levantar alguns aspectos. O fato é que quando foi anunciada a empreitada no jornal "O Globo" de 25/07, Bial disse que "serão reportagens sobre a nação e não sobre campanha política". Mas, a viagem começou avisando que termina "até o fim de setembro, às vésperas da eleição". E que seu objetivo é mostrar "os anseios, os desejos dos cidadãos". Então, de um lado ficaria a "campanha política" e de outro os "anseios do povo"? A separação entre esses dois termos não é perigoso? Atender aos últimos sem passar pela primeira não seria desestimular a participação política da população? Preocupante. Pra começar, por que o roteiro do ônibus da Globo não passa por capitais? Por que visita apenas cidades menores? Um palpite é que isso permite abordar os problemas brasileiros de maneira controlada. Cidades menores apresentam contradições menos radicais. São calmas e tranquilas, se comparadas às nossas caóticas metrópoles. Ao mesmo tempo, nelas as pessoas pedem as mesmas coisas que fazem falta nas cidades grandes: segurança, paz, emprego, renda. Reclamam direitos, só que, em geral, não organizam passeatas e manifestações. A contestação assume formas mais conservadoras. A impressão é a de que a série quer mostrar que o Brasil tem jeito, mas longe das grandes cidades. Portanto, longe dos grandes problemas. Alguns comentaram que a série vai olhar para o "Brasil profundo". Então, o Brasil das metrópoles seria raso, mesmo com suas contradições tão gritantes? Parece um jeito de tirar os problemas de seus lugares e apresentá-los soltos. Longe dos responsáveis sociais por eles, sejam empresários e governantes, seja a imposíção do pensamento único neoliberal. Fiquemos atentos por mais algum tempo a essa caravana que passa. Ela promete manipulações muito espertas. (Por Sérgio Domingues)
A Folha de S. Paulo e a cobertura do massacre do Líbano
A Folha de S. Paulo, de 4 de agosto, explicita mais uma vez como funciona a mídia. A manchete da primeira página, enorme, diz: Foguetes do Hisbolah matam oito civis em Israel. Na página 12, foto, também enorme, de israelenses chorando. Um artigo, grande, corresponde à chamada da primeira página. No canto à direita, um pequeno artigo, que não mereceu chamada de 1ª página, e que deve corresponder em tamanho a menos de 30% do outro, informa: "ofensiva no sul de Gaza mata oito palestinos". Embora um deles fosse um menino de 8 anos de idade, acho que ninguém chorou, porque não mereceu uma foto. Além disso, o Hisbolah mata israelenses, mas quem mata palestino faz uma " ofensiva". Claro que a falta de foto e de chamada na 1a página se justifica: todo mundo sabe que oito palestinos são muito menos que oito israeleneses, assim como oito angolanos são muito menos que oito estadunidenses. A gente fica sabendo tanta coisa de matemática lendo a Folha de São Paulo. (Nádia Gebara)
A mídia escrava
A revista Carta Capital de 26 de Julho de 2006 trouxe a reportagem “Só aqui tem” sobre entregadoras de folhetos comerciais nos semáforos de São Paulo. As meninas recebem cerca de 19 reais por 8 horas de trabalho, já descontada a condução. Ficam em pé sob sol ou frio, com uma hora de almoço e possíveis 15 minutos de descanso a cada hora. Uma situação certamente agravada pela má educação de alguns motoristas e passantes. Também há aquelas que são obrigadas ficar balançando bandeiras, muitas vezes em trajes apelativos.
Trabalho semelhante é feito pelos entregadores de papeizinhos já muito comuns nos centros de São Paulo e Rio. São centenas de pessoas de várias idades, que também ficam horas em pé por dia para entregar todo tipo de propaganda a pedestres dificilmente dispostos a recebê-la.
Agora, entra em cena a nova legislação eleitoral. É que regras recém aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral determinam que os candidatos e partidos só podem utilizar faixas e cartazes em vias públicas se não ficarem fixos. O resultado são centenas de pessoas pelas ruas das grandes cidades segurando faixas, cartazes, placas de candidatos e candidatas. Mais gente que passa horas exposta aos efeitos do calor, frio e ao humor de quem passa. E quem mais se utiliza desse tipo de divulgação são exatamente os partidos ou candidaturas com maior poder econômico.
Alguém poderia argumentar que, pelo menos, tais ocupações trazem uma oportunidade de renda para os milhões de desempregados dos grandes centros. Pode ser, mas esse tipo de trabalho é principalmente uma marca da desigualdade brasileira. Isso somente acontece porque o preço da força-de-trabalho nacional é tão ridículo que empregadores em geral podem se utilizar desse tipo de mídia, que submete milhares de pessoas a condições humilhantes e prejudiciais à saúde. É a mídia quase escrava de nossas ruas. (Por Sérgio Domingues)
Memórias póstumas de Fidel
Bastou Fidel Castro se afastar de suas atividades por conta de uma cirurgia que a imprensa do mundo ocidental, pelo menos, manifestasse a sua vontade de ver morto o líder da Revolução Cubana. As matérias mostram comunidades de cubanos nos Estados Unidos festejando a doença do presidente. O site UOL, por exemplo, exibe uma galeria de fotos que tenta ilustrar a história de Fidel, como se já estivesse morto. Uma galeria de memórias póstumas. Esse é o maior desejo dos Estados Unidos: que Fidel morra. O receio de grande parte dos analistas e a aposta dos EUA é de que com a morte do líder Cubano, as idéias socialistas também se apaguem. O esforço dos EUA será grande nesse sentido. Se o caso se passasse com uma grande estrela de hollywood, com certeza o governo Bush faria suas investidas para que o mundo chorasse o fato. O telecentrismo, e o telecinismo americano ainda são muito fortes. Os EUA também festejam a morte de 37 crianças inocentes no Líbano. Festejam a morte de negros e negras vítimas do Katrina. Os EUA festejam a morte, sempre que podem. Os tele-papagios do ocidente apenas refratam e não refletem sobre isso. (Por Mário Camargo) Fidel Castro: biografia a dos vocês, de Ramonet, é lançado no Brasil Fidel Castro: biografia a duas vozes, de Ignacio Ramonet, traduzido por Emir Sader, acaba de ser lançado Boitempo. Preço: R$ 66,00. Na obra, Fidel conta sua trajetória desde sua educação jesuíta de filho de latifundiário até sua transformação em guerrilheiro. A tentativa de tomada do quartel Moncada, quando é preso e exilado de Cuba, o encontro com Che Guevara no México e a longa relação entre os dois, os anos de combate na guerrilha e o início da revolução. Bastidores de momentos importantes da história são contados do ponto de vista do dirigente cubano, como a crise de outubro de 1962 entre a União Soviética e os Estados Unidos, a chamada “crise dos mísseis” em torno de foguetes soviéticos na ilha, o ponto em que o mundo chegou mais próximo de uma guerra nuclear. A participação de Cuba na luta pela independência dos países africanos e a sobrevivência à derrocada do bloco soviético também são analisadas.Informações: www.boitempoeditorial.com.br.
Tariq Ali responde à Veja e defende resistência islâmica
O escritor, jornalista e polemista paquistânes Tariq Ali, editor da revista New Left Review, respondeu ontem (9/8), na primeira entrevista coletiva da Festa Literária Internacional de Parati, as críticas da revista Veja, que o chamou de "perfeito idiota paquistânes" na última edição. Nascido em Lahore, em 1943 – cidade que na época fazia parte da Índia controlada pelos ingleses – Tariq Ali começou cedo na militância política. Filho de comunistas, liderou uma série de manifestações contrárias à ditadura do Paquistão ainda na faculdade. Tanto que, ao se formar, um tio – pertencente à alta inteligência do governo – sugeriu a seus pais que o mandassem para fora do país. Hoje, Tariq Ali é um editores da NewLeft Review, possivelmente a publicação de esquerda mais importante do século 20. Jürgen Habermas, Eric Hobsbawm, Franco Moretti, Immanuel Wallerstein, Linda Weiss, Slavoj Zizek, Claude Lévi-Strauss, Ernest Mandel, Jacques Derrida são alguns dos que assinaram – ou ainda assinam – artigos na revista. É também um dos maiores especialistas em Oriente Médio e Ásia Oriental e autor de diversos livros de história e alguns romances, incluindo uma série sobre o mundo islâmico – publicados no Brasil pela editora Record. A Veja atacou Ali em função de sua defesa ardorosa de todos os focos de resistência islâmica no Oriente Médio. "A crítica da Veja me soa familiar. É a mesma que escuto com frequência nos EUA. Esse tipo de opinião vem de jornalistas com uma agenda política bem clara. A Time e a Newsweek costumam dizer a mesma coisa e, assim como a Veja, nunca falam comigo". Durante a entrevista, que contou com a participação de cerca de 20 jornalistas brasileiros e estrangeiros, Tariq Ali disse que não defende "terroristas", mas resistências legítimas. "A ordem dominante global quer eliminar a palavra resistência dos dicionários. Todos que resistem são chamados de terroristas. Foi assim na África do Sul, com Mandela, durante o apartheid. Foi assim no Vitenã, contra os vietnamitas. Quando Israel invade o Líbano e mata civis, fico feliz que haja resistência. Se não houvesse resistência no Iraque, isso significaria uma vitória acachapante de Bush e Blair". (www.vermelho.org.br)
NPC Informa
Jornalista Stela Guedes lança “Sobre Entrevistas”
Uma das dúvidas mais recorrentes de estudantes de jornalismo é sobre entrevistas. Angustiam-se com sua organização, com a abordagem do entrevistado, com o momento da entrevista em si, com sua edição. A preocupação se justifica. Como escrever sobre tantos assuntos tão diferentes? Como construir perguntas a respeito de pautas tão distintas? Por onde começar e como terminar? Como se comporta um jornalista ao entrevistar um teólogo, um ministro, um artista e um membro de grupo de extermínio? A postura é a mesma? Há diferenças? O que se ganha e o que se perde quando jornalistas entrevistam por correio eletrônico? Por telefone? Jornalistas e pesquisadores entrevistam da mesma maneira? Que singularidades guardam cada uma dessas funções? Todas essas perguntas são feitas no livro “Sobre Entrevistas” da jornalista Stela Guedes Caputo, que será lançado no dia 17 de agosto, pela Editora Vozes, na Livraria Argumento (Rua Dias Ferreira, 417 – Leblon, Rio de Janeiro, às 20h). A primeira parte do livro traz uma abordagem teórica sobre o assunto, pontilhada por experiências reunidas em entrevistas realizadas pela autora. Na segunda parte estão entrevistas com nomes como Boaventura de Souza Santos, Marcelo Gleiser, Heloísa Helena, MV Bill, Nega Giza, Muniz Sodré, Vito Giannotti e outros. No final de cada entrevista há uma nota comentando o que se pode aprender com erros, acertos, com o momento especial vivido sempre que um jornalista ou pesquisador entrevista uma pessoa. Stela Guedes Caputo é mestre e doutora em Educação. Recebeu o prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria Reportagem Escrita, em 1993 e o prêmio de melhor edição de jornal sindical, em 2004, pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).
Uma onda no ar aglutina as pessoas com consciência
Através da Lista do Terceiro Setor, o professor Heitor Reis recebeu uma mensagem noticiando a exibição do filme "Uma Onda No Ar", na Espanha. Diz o texto: “Será en el marco de un ciclo de documentales que estamos proyectando en la zona donde vivo, eminentemente camponesa, y que trata de acercar otras realidades como objetivo abierto y de aglutinar a la gente con conciencia de la comarca como objetivo oculto.” Taí um belo objetivo oculto digno de ser copiado: “aglutinar as pessoas com consciência”. O fechamento de rádios comunitárias no Brasil será um dos temas da charla.
Caminhando Contra o Vento: um filme de Tetê Moraes e Martha Alencar
No Brasil pós golpe militar de 1964 e pré AI- 5, nos anos de 67 e 68, nasce, no Rio de Janeiro, o jornal alternativo “O Sol”. Naqueles anos uma “geração caminhava contra o vento”, nas palavras das autoras da obra. “ O jornal-escola O SOL, uma experiência única no jornalismo e na cultura brasileira, Teve vida curta porém intensa e simbolizou o espírito de uma época. Por meio das páginas do SOL, de encontros e conversas com pessoas que participaram daquela experiência, de material de arquivo e músicas da época, resgatamos a história da chamada geração 68.
4º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental será em Rondônia
O CineAmazônia – 4º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental se realizará na Cidade de Porto Velho, no Estado de Rondônia, no período de 15 a 18 de novembro de 2006. Sua finalidade é divulgar e exibir obras audiovisuais, curta e média metragens, de ficção, documentários, animações e experimentais, com temática ambiental, produzidas em qualquer parte do mundo, desde que legendadas ou faladas na Língua Portuguesa. Cada participante poderá inscrever até três trabalhos realizados a partir de 2000. A data final para a postagem é 31 de agosto de 2006. ENDEREÇO PARA ENVIO: Rua: Paraguai, 320, Morada do Sol 2, Bairro Embratel, CEP: 78900-970 Porto Velho – RO - Brasil INFORMAÇÕES: www.cineamazonia.com ou cineamazonia2005@yahoo.com.br.
Encontro da União Latino-americana de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura vai ser em Niterói
Niterói vai sediar o "1° Encontro da ULEPICC Brasil - União Latino-americana de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura", de 18 a 20 de outubro. A programação do encontro inclui mesas com especialistas que debaterão temas como Estudos Culturais, Comunicação Comunitária, Políticas de Comunicação e estudos sobre Tecnologias de Informação e Comunicação. Estão previstas mostras de trabalho e reuniões com organizações e apresentação de trabalhos por parte de pesquisadores interessados. Mais informações: http://www.comunicacao.pro.br/ulepiccbrasil_encontro.
Ministério da Cultura cria Pontos de Difusão Digital
No dia 12 de julho, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, lançou o programa "Pontos de Difusão Digital", que visa criar uma infra-estrutura de exibição audiovisual em formato digital. O programa se destina a exibição de produção independente em caráter não comercial e a sua execução ficará a cargo de entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, mediante editais. O edital foi lançado durante a 26ª Jornada Nacional de Cineclubes. As entidades que desejarem abrigar um Ponto de Difusão Digital deverão se responsabilizar pela montagem e manutenção de espaço para no mínimo 80 pessoas, pelos custos de manutenção dos equipamentos e da equipe técnica mínima.http://www.cultura.gov.br
Companhia Ensaio Aberto e Companhia do Latão em cartaz, no Rio
Duas dicas teatrais que realmente merecem ser conferidas. No Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, está a Companhia do Latão com o “O Círculo de Giz Caucasiano”, texto de Bertolt Brecht. A montagem homenageia os 50 anos de morte de Brecht. A direção é de Sérgio de Carvalho. Os atores do grupo há anos se aprofundam na obra do dramaturgo alemão.
O texto foi escrito durante o exílio de Brecht nos EUA entre 1944 e 1945 e retrata, segundo a Assessoria de Imprensa do CCBB, a Alemanha do final da II Guerra Mundial, onde o clima de desespero e desolação recai nas relações do povo, que começa a indagar sobre o seu futuro e suas perspectivas.
A Companhia Ensaio Aberto está no Teatro de Arena do Espaço Caixa Cultural com a peça “Olga Benário – um breve futuro”. Dramaturgia e direção de Luiz Fernando Lobo.
“Para se ter uma visão completa e real da História é preciso sempre revelar os dossiês dos derrotados, dos oprimidos, sem os quais não se realiza o “tikun olám” (expressão recolhida do misticismo hebreu pelo filósofo marxista Walter Benjamin, que significa “restauração do mundo”). É com esses conceitos em mente que o diretor Luiz Fernando Lobo — 14 anos à frente da Companhia Ensaio Aberto — reconstruiu a história da militante comunista Olga Benário, judia alemã entregue por Getúlio Vargas aos nazistas, na peça “Olga Benário, um breve futuro”.
O texto é formado por trechos de cartas, depoimentos, documentos, fichas políticas, relatórios — muitos inéditos ou pouco conhecidos — organizados numa montagem multimídia em que os atores ora lêem, ora contracenam com as vozes, a música e as imagens projetadas em três telas transparentes. Cria-se um painel polifônico (analogia com o conceito musical que descreve o uso simultâneo de vozes melódicas independentes) que, segundo Lobo, do ponto de vista teatral tem um cunho marxista intrínseco.
Tome nota: CCBB: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro Caixa Cultural: Av. Almirante Barroso, 25, esquina com Av. Rio Branco
Editora da UFRJ lança livro sobre tribo indígena em Rondônia
A Editora UFRJ acaba de lançar o livro Quem somos nós - os Wari` encontram os brancos, de Aparecida Vilaça. O livro trata do encontro entre uma tribo de índios da Amazônia, os Wri, também conhecidos como Pakaa Nova, e os brancos. Os Wari` são hoje cerca de 2.800 pessoas e vivem no estado de Rondônia, próximo à fronteira com a Bolívia.
Giovanni Alves lança livros no Rio
O cientista político Giovanni Alves tem encontro marcado com o movimento sindical do Rio de Janeiro, na próxima terça-feira, dia 22. Estará no Sindicato dos Bancários, a partir das 19h, para debate e lançamento dos livros “Trabalho e Cinema: o mundo do trabalho através do cinema” e “Trabalho e Educação: contradições do capitalismo Global”. A promoção do evento é das secretarias de Imprensa e Políticas Sociais da CUT-RJ. O Sindicato dos Bancários fica na avenida Presidente Vargas, nº 502/ 21º andar. Trabalho e Cinema O livro de Giovanni Alves sobre cinema se encaixa perfeitamente dentro da sua obra de analista político marxista. Não é um livro sobre um aspecto isolado da arte. Tem como eixo uma análise política de vários filmes muito bonitos que se prestam a uma crítica social do mundo burguês. Giovanni vê o cinema como a melhor e mais atual síntese da arte na atualidade, com a vantagem que atinge milhões. Ele nos apresenta um estudo da mensagem política contida em filmes clássicos como, Tempos Modernos, de Charles Chaplin, ou Blade Runner e em filmes muito atuais como o inglês Ou Tudo ou Nada, ou o espanhol, Segunda Feira ao Sol. É um livro que é muito útil para quem atua com formação política ou para professores que podem usar o recurso do cinema para suas aulas. Trabalho e Educação Trabalho e Educação é um livro da Editora Práxis que é uma coleção de textos sobre as Contradições do Capitalismo Global. Este é o subtítulo que diz qual é o enfoque do conjunto dos textos. O prefácio do educador Gaudêncio Frigotto começa com uma citação do historiador marxista inglês Eric Hobsbawm: “Os socialistas estão aqui para lembrar ao mundo que, em primeiro lugar devem vir as pessoas e não a produção. As pessoas não podem ser sacrificadas”.
Este é a preocupação central da coletânea. Um dos três organizadores é Giovanni Alves que já escreveu vários livros sobre a centralidade do trabalho, sobre sindicalismo e sobretudo sobre as desgraças produzidas pela globalização. Quem é Giovanni Alves Giovanni Alves é professor de sociologia da Unesp, no campus de Marília, no Estado de São Paulo. Lidera a pesquisa “Estudos da Globalização” e a “Rede de Estudos do Trabalho”. É autor de vários livros, entre os quais, Trabalho e Mundialização do Capital (Ed. Práxis), O Novo e Precário Mundo do Trabalho (Ed. Boitempo) e Limites do Sindicalismo (Ed. Práxis) que foi lançado no auditório da CUT/RJ, em 2004. Visite seu site: www.giovannialves.org e e.mail para contatos: giovanni.alves@uol.com.br
De Olho Na Vida
As eleições e o PCC
Em sua coluna desta semana de Carta Capital, Walter Maierovitch disse que o PCC com certeza está preparando ações para o dia das eleições. E que o TSE deve requisitar tropas do Exército para "garantir o pleito". Se acontecer, já se imagina como vai ser a boca de urna. Principalmente, em São Paulo.
Proposta de Pauta
Agora me preparo para enterrar o próximo
“ Quando meu filho apareceu em casa com o primeiro tiro no peito, comecei a pagar o caixão. Não queria ter de pedir esmola pra enterrar meu menino como vejo tantas mães por aí. No dia em que ele foi morto pela polícia, eu estava com duas prestações atrasadas. O pai dele tinha ganhado um dinheirinho fazendo pão, e eu mandei o irmão dele pagar o carnê de manhã bem cedo. Meu filho pôde morrer honestamente. Agora me preparo pra enterrar o próximo.” Enilda Rodrigues da Silva, cujo filho foi morto em dezembro, aos 20 anos - Revista Época - 31/07/2006
Pérolas da edição
. Vocês que não puseram os pés em um baile funk, não sei por que o odeiam. Talvez por ser uma diversão de pobres. Hermano Vianna - www.vermelho.org.br . O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética.O que mais preocupa é o silêncio dos bons. Martin Luther King
. Esta carnicería de civiles se desató a partir del secuestro de un soldado. ¿Hasta cuándo el secuestro de un soldado israelí podrá justificar el secuestro de la soberanía palestina? ¿Hasta cuándo el secuestro de dos soldados israelíes podrá justificar el secuestro del Líbano entero? Eduardo Galeano
Imagens da Vida
6 de agosto: 61 anos que uma bomba caiu sobre Hisoshima....
Rosa de Hiroshima
Vinícius de Moraes
Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas, oh, não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada
Entrevista
Entrevista com o jornaleiro que decidiu parar de comercializar as revistas Veja, Época e Primeira Leitura
"É chegada a hora de modificar a realidade" Trinta e três anos, jornaleiro há nove. Proprietário da banca que fica num movimentado ponto de Porto Alegre, Fábio Marinho tomou uma decisão: não vai mais vender a revista Veja. "Não é mais possível ficarmos esperando que os outros venham fazer algo por nós (...). Todos somos, de alguma forma, responsáveis pelo mundo em que vivemos". Fábio está se formando em História e comunicou sua decisão em carta enviada ao jornalista Hamilton Octávio de Souza e publicada na revista Caros Amigos de julho (leia a íntegra aqui). Sua esperança é, como conta nessa entrevista, contribuir para que outros jornaleiros "também tenham uma tomada de consciência e percebam a importância de seu trabalho na sociedade e tomem iniciativas, por pequenas que sejam, que contribuam para pormos um fim a este avanço dos liberais, ou neoliberais, se preferir, que só tem trazido sacrifícios para a grande maioria da população". Seu endereço eletrônico é: marinho147@hotmail.com. E seu endereço físico, pra quem quiser fazer uma visita, é o número 100 da Rua Dom Diogo de Souza, Cristo Redentor. (Entrevista concedida a Marcelo Salles - salles@fazendomedia.com)
De Olho No Mundo
Presidente do Chile assume compromisso com as rádios comunitárias
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, assumiu em seu discurso, no dia 11 de julho, na solenidade de comemoração do cinqüentenário do Colegio de Periodistas de Chile, o compromisso de criar uma legislação a favor das rádios comunitárias. “Me parece que em matérias de legislação, não devemos esquecer as rádios comunitárias. Estes meios de comunicação, tão próximos da população, tão dinâmicos em nível local e tão pujantes em todo país, precisam neste momento de uma lei que as regulamente com precisão”. Michelle Bachelet também se comprometeu em implementar as sugestões feitas no Informe de la Sociedad Interamericana de Prensa. Entre elas estão uma maior transparência no mercado jornalístico, a necessidade de apoiar o desenvolvimento da imprensa regional, normatizar com urgência o funcionamento das rádios comunitárias e manter o debate estabelecido no governo anterior entre o Ministério Secretaria Geral de Governo e o Colégio de Jornalistas. Esses compromissos fazem parte de uma série de iniciativas do governo chileno em favor da liberdade de expressão. O Chile viveu durante dezesseis anos sob uma das ditaduras mais violentas e sangrentas da América Latina, onde os direitos fundamentais foram cassados, entre eles o direito de expressão. Para conhecer o movimento das rádios comunitárias no Chile acesse no site da Asociación Nacional de Radios Comunitarias y Ciudadanas de Chile – ANARCICH. (Fontes: Boletim Prometues. Fontes: Agencia Púlsar e ANARCICH)
Governo de Venezuela distribui um milhão de volumes de “Os Miseráveis” de Victor Hugo.
No ano passado o governo do presidente da Venezuela Hugo Chávez, para comemorar o fim do analfabetismo no país, distribuiu seiscentos mil cópias do livro do Cervantes, “Dom Quichote”. Na ocasião registremos que os jornais da mídia empresarial ou não noticiaram ou apenas encionaram esse fato fantástico: um país latino-americano ter vencido totalmente o analfabetismo. A noticia em junho de 2005, foi dada pela ONU. Este ano, para comemorar 150 anos da morte ou 200 anos do nascimento do grande escritor francês Victor Hugo, o governo está distribuindo um milhão de exemplares do livro “Os Miseráveis”. A mesma preocupação com a leitura e a abertura de horizonte do povo.
Agora, julho se foi. Agora é Beirute, agosto de 2006
Relato de 1º de agosto de Hanady Salman, editora do jornal libanês Al-Safir Eu não sei se qualquer um de vocês que são repórteres já cobriram guerras em seus próprios países, mas é realmente estranho, de alguma forma engraçado. Editores que choram enquanto lêem a história de seus repórteres, fotógrafos que não suportam o que vêem, colegas ligando a seus filhos no meio da noite depois de ver fotos do sul, sons estranhos durante os encontros editoriais (você sabe que homens gostam de esconder suas lágrimas e emoções), mulheres usando preto como um reflexo natural, homens criando barbas, nem nosso publisher usa terno mais. Pessoas estão dormindo aqui, em algum lugar do porão. Mulheres dormem em apartamentos mobiliados nos arredores. De manhã, nós não nos cumprimentamos mais; nós apenas nos olhamos fundo nos olhos. Alguns viram as caras, alguns dão sermão sobre a necessidade de ser forte. Nós tocamos um ao outro bastante. Abraços aqui, agarrar de mãos ali, um mero tapa no ombro ... você imagine. Pessoas ficam uma perto da outra. Ninguém gosta de ficar sozinho no escritório. Nós pedimos comida e comemos juntos. Mas nós nunca falamos de qualquer coisa referente ao que está acontecendo. Nós assistimos às notícias juntos, choramos, rimos, mas não dizemos nada e aí voltamos ao trabalho. Se alguém sai, a única pergunta que faço quando volta é quantas palavras e quando terminará o texto. Sem detalhes, ninguém quer dizer o que vê. Nós escrevemos chorando, lemos e choramos, mas nunca conversamos sobre isso. (Leia o artigo completo em www.piratininga.org.br/ na seção Outros Temas)
Novos artigos em nossa página
Mídia
A grande mídia e o princípio da incerteza Por Sérgio Domingues. Em: 07.2006 Do modo como a grande mídia age é parecido com o chamado "princípio da incerteza" da física quântica. Neste, quanto menor o objeto estudado, menor a precisão com que é registrado. No caso da mídia, seu tamanho é que cresce diante dos fatos e os altera. A única certeza é a de que esse mecanismo está a serviços dos poderosos.
Veja estimula ódio e preconceitos Por Altamiro Borges. Em: 13.08.2006 Na noite deste sábado, no caixa de um supermercado na região central de São Paulo, uma típica senhora da alta classe média, vestida no pior estilo da perua decadente, pega a última edição da revista Veja. Na capa, a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão, e a manchete: “Ela pode decidir a eleição”. No texto-legenda, a descrição: “Nordestina, 27 anos, educação média, 450 reais por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro”. A dondoca burguesa, indignada, tenta puxar conversa, em plena militância eleitoral. “Que absurdo. Onde já se viu essa gente pobre decidir o destino do país. Eu odeio o Lula. Deus nos livre dele”.
Voto e Mídia Por Marcos Coimbra. Em: 16.08.2006 (Carta Capital) A nova pesquisa CartaCapital/Vox Populi confirma um quadro que já podia ser antecipado há varias semanas e que outras pesquisas também mostraram: a recuperação da vantagem de Lula sobre Alckmin e o crescimento de Heloísa Helena. Lida em comparação com as anteriores e no seu conjunto, porém, ela tem muito mais a nos dizer. O Eleitor já viu tudo e quer mais Por Maria Cristina Fernandes. Em: 11.08.2006 (Valor Econômico) "Vai começar. Primeiro vão colocar umas fotinhas em preto e branco de quando o cara era criança. Vai ter a mãe, o pai e os irmãos, e o candidato na escola. Depois aparece a biografia dele. Aí vêm as cenas de como o cara sempre se preocupou com o Brasil. No próximo programa vão pegar umas pessoas na rua para falar bem dele. Está ouvindo essa musiquinha? É para emocionar a gente. Essa aí é a frase de efeito do cara. Ele sempre fala isso. Tá vendo a câmera pegando de cima? É para parecer que tem uma multidão. Não devia ter tanta gente assim não. Esse cara ainda está falando isso? E por que é que não fez?"
Cinema
Zuzu Angel: verdadeiro e distante. Por Sérgio Domingues. Em 14.08.2006 Sérgio Rezende fez um filme bonito, correto, verdadeiro. Mas, a impressão é de que a ditadura e seus crimes ficaram distantes, abstratos. Nem parece que os responsáveis por eles jamais foram punidos e que há um mecanismo que continua produzindo escuridão.
Na profunda escuridão do mar Por Mário Maestri. Em 14.08.2006 O nome estadunidense pomposo não correspondia ao rapaz. Stuart Edgar Angel Jones era apenas um jovem da classe média carioca, como tanto outros que, desde 1967, participou alegre das mobilizações estudantis contra a Ditadura Militar. Seu nome complicado deveu-se a tropeço do coração da mãe, a mineira Zuleika Gomes Netto, que conheceu, em Belo Horizonte, onde morava e estudava, o estadunidense Norman Angel Jones, filho e neto de missionários protestantes.
Comunicação Alternativa
Rádios comunitárias lutam para não ser fechadas nem apropriadas por políticos ou religiosos Por Phydia de Athayde. Em 09.08.2006 (Carta Capital) Duas da tarde em Heliópolis, a maior favela da cidade de São Paulo. A rua principal está cheia, bem como suas vielas. Na quadra da associação de moradores, jovens ouvem rap e jogam bola. Rosemeire Alves de Lima, de 36 anos, aflita, procura por Gerô na sede da Rádio Heliópolis. Precisa anunciar o sumiço do filho. Não consegue: a rádio está fora do ar. Para Rosemeire, desempregada, que não tem acesso à internet nem sabe o que é YouTube ou podcast, direito à comunicação é poder anunciar o filho perdido na rádio da favela. (Carta Capital – 09.08.2006)
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenador: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915) Participação especial: Sérgio Domingues
Colaboraram nesta edição: Esther Kuperman (RJ), Lycia Ribeiro (RJ), Marcelo Salles (RJ), Nádia Gebara (SP), Reginaldo Moraes (SP), Sérgio Domingues (RJ), Sulamita Stelian (PE) e Portal Vermelho. Web-designer: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
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