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Boletim do NPC Nº 82De 16 a 28/2/2006
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



A Comunicação que queremos


Brasil de Fato lança agência de notícias

Após três anos de circulação, o jornal Brasil de Fato dá mais um passo na consolidação de uma imprensa alternativa no País. Lançará no dia 25 de março – data em que comemora o seu  terceiro aniversário –, a Agência Brasil de Fato (www.brasildefato.com.br). Segundo os idealizadores, “trata-se de uma agência de notícias com produção diária que dará impulso à consolidação do projeto Brasil de Fato. Além do conteúdo digital, nossa página na internet colocará à disposição das Rádios Comunitárias um conteúdo exclusivo para ser baixado e retransmitido, a partir das notícias do jornal.”

O projeto prevê três etapas. Na primeira – que passa a valer desde o início do Fórum Social Mundial em Caracas –, estará acessível apenas a Agência Brasil de Fato e o Jornal Impresso. Em um momento posterior, entrará no ar a Rede Brasil de Fato, um espaço voltado à articulação dos comitês de apoio espalhados pelo país, à divulgação de atividades institucionais e ao relacionamento virtual do jornal com os apoiadores. Por fim, próximo ao dia 25 de março, estará concluída a terceira etapa, com ferramentas interativas e um espaço específico para as rádios comunitárias, que poderão baixar todo o conteúdo do jornal e depois retransmitir em sua programação.



Trabalhadores precisam ter a sua comunicação, diz Stédile

Militante do mais influente movimento social do país, João Pedro Stédile participou, no dia 23 de janeiro, do Bar Aparelho, espaço cultural do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro. A conversa girou em torno de diversos temas da atual conjuntura. A comunicação, um dos calcanhares de Aquiles da esquerda brasileira, foi um deles.  “Quantas editoras tinha o Partido Comunista, quantos jornais? Hoje, quantas editoras a esquerda tem no Brasil? Umas e outras, talvez, que se dizem de esquerda e, no fundo, no fundo, querem ganhar dinheiro, porque aplicam os critérios da burguesia. Os treze centavos por página e, aí, qualquer livrinho do Marx custa R$ 50. Como é que a classe trabalhadora vai comprar?”

Para Stédile, os movimentos devem elevar à categoria de prioridade a construção de sua própria mídia, sem esquecer, é claro, dos avanços tecnológicos, utilizando todos os recursos do rádio, da internet e da televisão. “Aqui no Brasil, inventamos essa engenharia fantástica: nos iludimos com os artiguinhos que um ou outro de nós escreve na Folha de S. Paulo. Isso pode até servir para uma luta ideológica com a burguesia, mas não forma nossos militantes.  Serve muito mais para nossa vaidade pessoal. Mas isso um bom psicólogo também resolve, não precisa escrever na Folha”, disse.

Na ocasião, um grupo de jornalistas do Rio de Janeiro lançou um abaixo-assinado. Leia o texto abaixo.

(Por Ana Manuela Soares)


Abaixo-assinado em favor da informação responsável

“A grande mídia conservadora no Brasil tem divulgado constantemente matérias que criminalizam o movimento social tratado, geralmente, como grupo marginal e delinqüente no que diz respeito às justas reivindicações de uma parcela expressiva do povo brasileiro, revelando um posicionamento preconceituoso e intolerante com os segmentos populares.

Nós, jornalistas, queremos alertar a opinião pública e os próprios colegas jornalistas sobre essa manipulação da informação no que diz respeito ao noticiário em torno do movimento social, o que em nada contribui para o avanço democrático no país, muito pelo contrário.

É inadmissível que a mídia conservadora continue a tratar de forma irresponsável entidades como, por exemplo, o MST ou a Via Campesina deturpando totalmente a informação sobre as mobilizações e reivindicações desses importantes movimentos reconhecidos internacionalmente.

Alertamos os companheiros jornalistas a não se deixarem envolver por essa prática, que, mais uma vez, reiteramos ser prejudicial às relações sociais maduras e livres que se impõem nesses novos tempos.”

Leia em nossa página quem assina: www.piratininga.org.br


Curso de atuação em rádios comunitárias

Estudantes de jornalismo iniciam, na Universidade Federal de Alagoas, em Maceió, um curso gratuito para atuantes em rádios comunitárias. O curso, que tem duração de quatro meses, faz parte de um projeto de iniciação científica, aprovado pela CNPQ, que e se chama "Rádios Comunitárias e Cidadania: a capacitação de quem vive a realidade da comunidade". Informações com Isaline Pereira de Farias, estudante de Jornalismo e Coordenadora do curso de capacitação: isalinefarias@yahoo.com.br / (82) 9444-4924/ (82) 3266-1785




Cartas


Cartas ao Boletim do NPC

Que boletim maravilhoso. Este eu quero receber sempre.

Cilto José RosembachSão Paulo (capital)

Obrigada por me enviar o boletim.

Marilia Loback (FunarteRio de Janeiro)

Agradeço pelos boletins que me enviam. Com certeza o NPC deve continuar sendo esse espaço de comunicação popular e democrática. Quero me especializar na área de comunicação popular e seus boletins ajudam muito.

Joilson José Costa (Pastoral da JuventudeSão LuísMA)



De Olho Na Mídia


Submarinos amarelos

A Rede Globo, capitaneada pelo conhecido posicionamento de seu executivo Ali Kamel, não podia deixar passar essa pérola sobre o sistema de cotas em universidades federais públicas. O Jornal Nacional desta quarta (15/2) fechou a matéria sobre o tema com o depoimento de um “especialista” da UFRGS, que depois de gritar (bem alto) a palavra “demagógico”, soltou: “O sistema de cotas [para negros e indígenas] criará um problema que não existe, que é obrigar as pessoas a se diferenciar pela cor”. O nobre ouvinte do telejornal global – seja Lineu, seja Simpson – ficou a ver navios quanto ao posicionamento pró-políticas afirmativas, excluído do vídeo. Se bem que eu considero mais vantajoso ficar a ver navios do que submarinos amarelos.

(Por Gustavo Barreto)


Cuidado com as manchetes!

Que a imprensa se move nem sempre por motivos jornalísticos todos nós sabemos, mas espera-se que se valham menos de mentiras... O Valor Econômico publicou no dia 06.02.2006, manchete afirmando que o Banco do Brasil e a Cobra teriam "desistido" do Software Livre verde-amarelo, induzindo ao leitor apressado à conclusão de que o maior banco do país e sua subsidiária no setor de computação e informática (ambos pertencentes ao estado brasileiro) teriam desistido não só do Software Livre, mas também dos programas de computadores nacionais.

O texto do artigo, porém, desmente a manchete de primeira página. O BB e a Cobra desistiram do Freedows, uma distribuição de software "livre" que se comporta como software proprietário, exatamente porque a empresa Free Software parceira deles no Freedows Consortium não quis abrir o código-fonte do Freedows, tornado-o realmente livre. Os ataques ao software Livre são constantes e todos sabemos os motivos: bilhões de dólares em royalties e licenças. O que esperamos é que, pelo menos, haja uma certa qualidade no debate e não se apele para fantasias e mentiras.

A notícia, porém, pode ser encarada de forma positiva. A decisão do BB abre espaço para que outras distribuições Linux mereçam a atenção do banco e da Cobra. Quem sabe eles escutem a voz que vem das ruas e adotem a mais popular versão brasileira do Linux, Kurumin, assim como vêm fazendo as empresas que montam PCs facilmente encontrados nos supermercados brasileiros a preços bastantes competitivos (menos de R$1.000,00).

Não há dúvidas que o Linux é melhor, pois:
a) evita a pirataria, ou seja, a transferência de bilhões de dólares de povos e países pobres para as contas bancárias de Bill Gates;
b) garante quatro liberdades básicas em Software: estudar o código-fonte do sistema, copiar, modificar e distribuir livremente quantas cópias dos sistema você quiser.

É claro que a Microsoft fará de tudo para provar o contrário. As gerações atuais não tiveram opção de escolha e por isso, tenham medo da mudança. Mas as próximas já saberão o que é Linux e temos certeza que elas optarão pelo melhor e mais barato.

(Enviada por Sérgio Bertoni, de Curitiba, PR)


Imprensa dos EUA ridiculariza iniciativa de integração latino-americana

No dia da posse de Evo Morales e dias depois de Chávez, Kirchner e Lula anunciarem a construção do gasoduto sul-americano, a imprensa estadunidense em peso colocou seus periodistas de plantão para menosprezar a iniciativa e mostrar os riscos da mesma. Chamado de “sonhoduto”, o gasoduto sul-americano é ridicularizado pelos jornalistas do impérios e pelos famosos “especialistas”, que o apresentam como o pomo da discórdia entre os países da América do Sul. Esforçam-se para mostrar que o mesmo colocaria a Bolívia em conflito com seus vizinhos e que todas as tentativas de integração da Bolívia a esse gasoduto seriam desvantajosas para o país andino. Destacam sem a menor sutileza as vantagens perdidas pela Bolívia que, devido aos conflitos com o Chile e a mobilização do seu povo, teria deixado de exportar gás para os Estados Unidos. Leia mais em www.tie-brasil.org/noticias.php

(Por Sérgio Bertoni)



De Olho Na Vida


Trabalhadores rurais vivem clima de tensão em Campos, no interior do Rio

Trabalhadores sem-terra de Campos dos Goytacazes, no norte do Estado do Rio de Janeiro, sofrem com perseguições, ameaças de seqüestros e até assassinatos. Polícias Militar e Federal, fazendeiros, empresas de agronegócios, o Judiciário e a omissão por parte do Executivo municipal e estadual transformam a vida de dezenas de famílias humildes e organizadas em um pesadelo. Enquanto a polícia e a Justiça Federal agem com rigor excessivo contra ocupações produtivas de sem-terra, fazendeiros donos de empresas repletas de irregularidades contam com a boa vontade das autoridades locais e a morosidade da Justiça.

(...) Aqueles não eram dias normais, mas mesmo assim o agricultor Antônio Carlos Duarte Floriano, de 40 anos, casado e pai de cinco filhos, acordou às cinco da manhã, como faz todas as manhãs, e se dirigiu ao piquete (pequeno potreiro, onde descansam os cavalos ou vacas). A intenção de Antonio era pegar o cavalo e ir apanhar o leite para sua família. Foi aí que tudo mudou. Como havia sido pré-anunciado por criminosos ainda não identificados, Antonio desapareceria no dia 25 de janeiro e, até o fechamento desta matéria, dia 13 de fevereiro, não havia sido achado.

(...) Um dia antes, havia acontecido um despejo brutal (segundo os trabalhadores) de 44 famílias do Acampamento Oziel Alves, no Complexo Cambahyba, em Campos, coordenado pela Polícia Militar, Polícia Federal e pelos próprios fazendeiros e ex-proprietários interessados no despejo. Segundo testemunhas, 200 policiais (entre federais e militares) estavam envolvidos na ação.

INCRA diz que área é improdutiva

A superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) confirmou ainda no ano passado, por meio de nota pública datada de julho de 2005, que as fazendas “Caeta e Cedro” e “Complexo Cambahyba”, pertencentes ao conjunto de áreas que compõem a Usina Cambahyba, foram penhoradas pela União Federal, em garantia à elevada dívida tributária contraída junto ao Governo Federal.

“Considerando o descumprimento da função social das terras, a União Federal publicou em 1998 Decretos Federais de Interesse Social para Fins de Reforma Agrária, pelo que o INCRA desde então tenta ultimar a arrecadação das mesmas, visando beneficiar centenas de famílias que pretendem se reintegrar ao processo produtivo, através dessa importante política pública prevista no Estatuto da Terra – Leis Federais nº 4.505/.64 e nº 8.629/.93”, informou o comunicado assinado pelo Superintendente Regional do INCRA/RJ, Mário Lúcio Machado Melo Júnior.

Como explicou Mario, o decreto de desapropriação dos 3.400 hectares das terras data de 1998, quando o Incra constatou sua improdutividade. Além de improdutiva, há denúncias comprovadas por laudos técnicos e judiciais de crimes ambientais e o proprietário arrenda parte da área para a Usina Santa Cruz, contra a qual pesam denúncias de trabalho escravo. O Complexo está penhorado à Receita Pública federal por dívidas de mais de R$100 milhões com a União. Isso caracteriza a fazenda como passível de desapropriação para Reforma Agrária, de acordo com a própria Constituição Federal.

A desapropriação, no entanto, sofreu uma paralisia na Justiça local. Mais especificamente um ajuizamento da Ação de Rito Ordinário, processo nº 98.0304000-6, proposta pela Usina Cambahyba, junto à 2ª Vara Federal de Campos, até o momento pendente. Apesar da ação ser pela desapropriação, os juízes André Luiz, Marcelo Luzzio e Fabíola Utzig Haselof inverteram os rumos do processo e continuam a ordenar ações de despejo.

Os trabalhadores rurais residentes no local, que seriam beneficiados pelo andamento do processo a favor da reforma agrária, são contraditoriamente expulsos, perseguidos e até mesmo assassinados, como é o caso não só de Antonio Carlos, mas também Manuel dos Santos, pai de quatro filhos, assassinado brutalmente em julho de 2005. Outro ex-morador do acampamento Oziel Alves, Manuel foi assassinado no dia 4 de julho de 2005, por volta do meio dia, com um tiro a queima-roupa na cabeça. O crime gerou a nota do INCRA há pouco citada e uma maior mobilização dos órgãos federais.

___________________________________
Trecho de reportagem de Gustavo Barreto, enviado a Campos dos Goytacazes, para a Rede Nacional de Jornalistas Populares (Renajorp), em fevereiro de 2006.



De Olho No Mundo


Venezuela entregará 63 novos equipamentos a meios comunitários

O ministro das Comunicações da Venezuela, Yuri Pimentel, anunciou a entrega de 63 novos equipamentos a meios de comunicação comunitários ainda no primeiro semestre do ano. No ano passado, o governo Hugo Chávez entregou 65 equipamentos.



Arrogância e truculência

“O senador Connie Mack, do Comitê de Relações Internacionais do Congresso, além de fazer duras críticas ao governo venezuelano, mostrou-se indignado pelo acordo operacional entre a Telesul e a TV árabe al-Jazira. E foi mais adiante, chegando a considerar que a emissora interestatal latino-americana fez um acordo de "televisão global para os terroristas e outros inimigos da liberdade". O parlamentar [pregou] a criação pelo governo dos Estados Unidos de rádios e televisões para transmitir propaganda contrária ao regime democrático da Venezuela. Se a medida for aprovada, (...) significará uma repetição do que acontece na Flórida, onde antenas de rádio e TV estão voltadas para Cuba, destinadas à transmissão diária de propaganda contra o regime vigente na ilha caribenha. Tal fato entra em choque com a legislação internacional que regula a matéria de radiodifusão.”

(Texto de Mário Augusto Jakobskind, 7/2/2006, no Observatório da Imprensa)


Rádio diminui violência nas escolas
  • Ismar de Oliveira Soares, por Ana Manuella Soares

Um curso inovador que junta Comunicação e Educação ensina alunos das séries do ensino fundamental a  produzirem programas de rádio nas escolas. O "Educomunicação pelas ondas do rádio" nasceu em 2001, financiado pela Prefeitura de São Paulo e coordenado pelo professor da USP Ismar de Oliveira Soares. O curso é uma das atividades de um projeto de pesquisa do Núcleo de Comunicação e Educação da USP (Educom) e atende a 12 mil professores, alunos e membros de comunidades educativas em 455 escolas do município de São Paulo. 

A produção dos programas realizados pelas rádios instaladas nas escolas é feita pelos próprios professores e alunos da rede. Da elaboração das pautas, reportagens até inserção no ‘ar’, todas as atividades do Educom.rádio são integradas às práticas curriculares dos estudantes. O projeto conta com uma equipe de formadores composta por 200 especialistas formados pelo próprio NCE. 

O objetivo do Educom.rádio, segundo seus idealizadores, é resolver um problema específico: a violência nas escolas.  O programa conta com a instalação de um laboratório de rádio em cada escola. No curso, os alunos aprendem técnicas de operação de som, locução, pauta de programação, técnicas de entrevistas e interpretação. Segundo Ismar Soares, os dados da Secretaria de Educação indicam que, em uma ano e meio de atividades com as rádios, os índices de violência nas escolas municipais reduziram em 50%. Entrevista a Ana Manuella Soares, fevereiro de 2006, para o Boletim NPC.

BoletimNPCComo surgiu a idéia de uma rádio feita por alunos das séries do ensino fundamental?
IsmarO Programa "Educomunicação pelas Ondas do Rádio" (Educom.rádio) surgiu em 2001, quando a professora Dirce Gomes, coordenadora do Projeto Vida, da Prefeitura de São Paulo, convidou o Núcleo de Comunicação e Educação (www.usp.br/nce) para colaborar na redução da violência nas escolas do ensino fundamental. Foi, então, que nos lembramos de experiências internacionais, nos Estados Unidos e na África do Sul, que faziam uso dos recursos da comunicação, tais como ao vídeo-arte e o rádio, para solucionar conflitos.

No caso de São Paulo, propusemos introduzir nas escolas o conceito da educomunicação, um novo campo de intervenção sócio-pedagógica voltado para a ampliação da capacidade de expressão de todos os membros da comunidade escolar. É o que chamamos de "ecossistema comunicativo" em espaços educativos. Nossa proposta foi a de trabalhar conjuntamente com professores, alunos e representantes da comunidade, num curso semestral, no sentido de colaborar com as escolas para introduzir a comunicação como um eixo transversal nas práticas educativas.

No caso, estamos falando de uma comunicação dialógica e participativa, vencendo o verticalismo que predomina nas relações de comunicação entre professores e alunos. Para tanto, escolhemos a linguagem radiofônica como um recurso eficaz para aproximar toda a comunidade educativa. Através do diálogo propiciado pelo uso do rádio, esperávamos superar a violência.




Democratização da Comunicação


Adiada decisão sobre TV digital

O governo brasileiro adiou a decisão, prevista para este mês, sobre o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTV). O governo não admite, mas divergências entre os ministros da Comunicação, Helio Costa; da Casa Civil, Dilma Rousseff; e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan adiaram a decisão sobre a definição sobre o padrão a ser adotado no País, que ainda tem que passar pelo Congresso. As divergências estão nos dois aspectos básicos da TV digital: a tecnologia e o modelo de negócios.

Os ministros não concordam sobre quais desses dois pontos deve ser o carro-chefe de toda a operação e seus complexos sub-ítens. Se a tecnologia deve puxar o modelo de negócios a ser aplicado. Ou se define-se primeiro o modelo de negócios a ser aplicado e depois escolhe-se a tecnologia que melhor se encaixar. Ainda que por vias indiretas, quem realmente sai ganhando é o movimento popular. Que pede o cancelamento da decisão até que toda a sociedade tenha acesso ao debate e a tomada de decisão.

(Por Rodrigo Otávio)


Intervozes divulga abaixo-assinado sobre Sistema Brasileiro de TV digital

O Coletivo Intervozes está divulgando um abaixo-assinado pela interrupção imediata das definições acerca do Sistema Brasileiro de TV Digital, pelo amplo debate sobre o tema com a sociedade e a favor de uma TV e rádio digitais a serviço do interesse público. A idéia é reunir um grande número de assinaturas de entidades da sociedade civil para pressionar o Governo a inserir este segmento organizado da população no debate.

Para o Intervozes, “os rumos da TV digital não dizem respeito apenas a especialistas, a empresários de comunicação ou a tecnocratas. As escolhas sobre o Sistema Brasileiro de TV Digital dizem respeito, principalmente, aos movimentos sociais e organizações que sofrem com o desequilíbrio da posse dos meios de informação nas mãos de poucos grupos empresariais ligados às elites históricas do país.”

As assinaturas ao documento devem ser enviadas para abaixo-assinado@intervozes.org.br

Além do abaixo-assinado das entidades, o Intervozes está divulgando também um abaixo-assinado na internet. Para ler o abaixo-assinado e assinar deve-se acessar: www.petitiononline.com/stvd2006/petition.html ; Leia mais em www.intervozes.org.br

Para saber mais sobre TV digital:



Jandira Feghali pede que Sindicato dos Jornalistas entre no debate sobre TV Digital

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB - RJ), em visita ao Bar Aparelho do Sindicato dos Jornalistas do Rio, pediu que a categoria se envolva oficialmente nas discussões sobre a implantação da TV Digital no Brasil. Segundo Jandira é importante a categoria participar não só profissionalmente, informando aos cidadãos da melhor maneira possível tudo o que está envolvido no debate, como também politicamente, assumindo uma posição. Isso, por se tratar de Comunicação, área que engloba o jornalismo e os mais diversos profissionais, quer queiram ou não, serão afetados.

Para Jandira os jornalistas "devem assumir essa bandeira, pois é muito mais do que uma simples questão tecnológica. É uma questão política, de soberania nacional". Ela disse ainda que uma boa maneira de se pautar o debate é estar atento às resoluções das diversas reuniões que começaram na semana passada no Congresso.

(Por Rodrigo Otávio)


ALERJ realiza audiência pública sobre rádio digital dia 22

Acontecerá na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) uma Audiência Pública sobre rádio digital, dia 22 de fevereiro, às 14h. Estarão presentes na mesa um representante do Ministério das Comunicações; André Barbosa, da Casa Civil; Gustavo Gindre, do Intervozes; Cláudia de Abreu, dos ComunicAtivistas; Takashi Tome, engenheiro eletrônico; Cláudio Barbedo, técnico de radiodifusão; e Tião Santos, representante das rádios comunitárias. Na última quinta (2/2), foi realizada uma reunião para discutir passos necessários para a democratização da radiodifusão. Gustavo Gindre (Indecs/Intervozes), membro do Conselho Consultivo da TV Digital, respondeu questões propostas pelos participantes da reunião, representantes de diversos movimentos sociais.

Foram feitas algumas propostas para a audiência, tal como a criação de uma frente parlamentar estadual por uma radiodifusão digital democrática; realização de testes com outros padrões de rádio digital, diferentes do IBOC; desenvolvimento de pesquisas para criação de um sistema brasileiro de rádio digital. Após a audiência, o bloco “Tire o Dedo do Meu Digital” sairá da Praça XV com destino à Cinelândia. O samba está sendo criado por Darcy da Mangueira. Informações adicionais no (21) 3852-0148, ramal 207 (Bruno ou Cláudia).

(Por Gustavo Barreto)


Deputados aprovam fundo para rádios comunitárias

No dia 7 de janeiro, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 6348/02, do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), que destina 2% dos recursos do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) para financiamento de emissoras de rádio comunitárias, educativas e de emissoras de televisão educativas. A proposta prevê a constituição de um novo fundo que será destinado à aquisição de equipamentos, programas de bolsas para formação de profissionais, projetos de divulgação de emissoras comunitárias, apoio à atuação dos conselhos comunitários e produção de programas de caráter educativo-cultural e a projetos semelhantes. A Comissão também aprovou projeto que muda a composição do Conselho de Comunicação Social, que passaria a contar com representantes das emissoras de radiodifusão educativa, de radiodifusão comunitária e das entidades usuárias dos canais comunitários constantes na Lei 8977/95 - a Lei do Cabo.

(Boletim da Fenaj)


Errata NPC

A nota “A estratégia do ministro das Comunicações para a TV digital” (Boletim NPC 81), que saiu sem assinatura, foi escrita por Gustavo Gindre no Boletim Prometheus.




História das Lutas dos Trabalhadores


Osvaldo Pacheco: gente que luta

O Porto de Santos está em festa, seja pelo dia do portuário, comemorado sábado, 28 de janeiro; seja pelos 114 anos completados no dia 2 de fevereiro. Como celebrar, e bem, datas tão importantes? Não vejo de outra forma senão lembrando quem fez e faz a boa história, quem dedicou sua vida pelas vidas de muitos homens e mulheres. A afirmação é da jornalista Rosângela Ribeiro Gil em sua coluna no Portal Porto Gente. Para comemorar a data, a piratininguense (que faz parte do Núcleo Piratininga) escolheu Osvaldo Pacheco da Silva, que foi presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, da Federação Nacional dos Estivadores, do PUA (Pacto de Unidade e Ação), do Fórum Sindical de Debates, deputado constituinte de 1946 e militante comunista. Leia clicando aqui.




Imagens da Vida



Iléa Ferraz, da Companhia de Teatro em Black e Preto
Atriz Iléa Ferraz, da Companhia de Teatro em Black e Preto, em cartaz no Rio com a peça “O Cheiro da Feijoada”. Foto: Divulgação.




Notícias do NPC


Nova edição do Caderno com a história do 8 de março já está à venda no NPC
Caderno O Dia da Mulher nasceu das Mulheres Socialistas, do NPCO Núcleo Piratininga de Comunicação fez nova edição do Caderno O Dia da Mulher nasceu das Mulheres Socialistas, lançado, em primeira edição, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, em 2004. Com texto de Vito Giannotti e ilustrações de Latuff, esta cartilha conta a origem deste dia. Quais os acontecimentos que levaram a marcar o 8 de março como dia de luta mundial das mulheres? Como surgiu a história das 129 mulheres queimadas vivas, em Nova Iorque, no ano de 1857, numa fábrica que nunca existiu, numa data inventada? E quais os interesses de se criar este mito?

O caderno, atualizado e revisto, mostra a origem histórica deste dia, no começo do século XX: a luta de milhões de mulheres socialistas com a contribuição de outras mulheres que limitavam suas lutas à conquista do direito de voto. O dia 8 de Março foi consagrado por uma greve de operárias russas em 1917 que, sem querer, foi o estopim da grande Revolução Russa. Logo em seguida, em 1919, a 3ª Internacional declarou este dia como o dia mundial da luta das mulheres.

Esta origem do dia não agradava a muitos... social-democratas, burgueses e anticomunistas em geral. Precisava criar outra história. E foi criada. O texto, se apoiando em muitas fontes bibliográficas, desmistifica a história que todos nós já ouvimos, ou até escrevemos. O caderno gera debates e é útil para fazer avançar a consciência e a luta de mulheres e homens contra a exploração da mulher.

Os interessados em adquirir esta publicação devem entrar em contato com o NPC. Tel. (21) 2220-56 18 ou npiratininga@uol.com.br ; Palestras devem ser agendadas com bastante antecedência.



Rogério Almeida lança livro sobre posse da terra no Araguaia-Tocantins

O jornalista e pesquisador Rogério Almeida acaba de lançar, em Belém, o livro “Araguaia-Tocantins: fios de uma história camponesa”. A obra apresenta uma fotografia da luta pela posse da terra na região captada através da história de alguns de seus principais personagens para o bem e para o mal. Assim como tem seu primeiro capítulo dedicado a Manoel da Conceição, lutador violentamente perseguido pela ditadura militar, e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, nos conta causos nada bonitos de figuras famosas na região, como o major Curió. Sem se esquecer dos combatentes que tombaram: Fonteneles, Dezinho, Oziel, Zé Goiano, entre tantos outros.

Rogério fala da história recente do campesinato no sudeste do Pará. E conclui sua obra com um sobrevôo sobre a comunicação popular em Marabá. Imperdível. Professores de história e geografia deveriam adotá-lo nas escolas. É uma ótima maneira de ajudar nossos jovens a conhecer a história do Brasil. O autor nasceu em São Luís, no Maranhão. Desde 1999 vive no Pará onde cursa o mestrado em Planejamento no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA. No ano passado, Rogério passou a engrossar a lista dos valorosos colaboradores do Núcleo Piratininga de Comunicação.



NPC estende prazo para envio de vídeos populares

O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) estendeu até o dia 15 de abril o prazo para recebimento de trabalho em VHS ou DVS para análise e possível publicação de sinopse em catálogo que está sendo elaborado pela entidade com financiamento parcial da ELETROBRÁS, através da lei Rouanet.

O critério de participação é que o trabalho seja produzido por sindicatos, ONGs ou movimentos sociais com a ajuda de profissionais qualificados. As temáticas que interessam para este catálogo são: lutas populares, manifestações artísticas, recuperação da memória e expressões culturais do povo.

Os interessados devem enviar uma cópia do material acompanhada de apresentação, contendo o endereço para contato (endereço postal, fone, e-mail, página na Internet). Os trabalhos serão recebidos até o dia 15 de abril de 2006.

O NPC esclarece que não vai reproduzir ou comercializar as produções. A ação se limita à divulgação para a seleção dos contatos que possui (universidades, pesquisadores, ONG´s, movimento social, etc).

CONTATO PARA ENVIO DOS TRABALHOS
Augusto César
Rua Alcindo Guanabara, 17 sl. 912
Cinelândia
CEP: 20.031-130
Rio de Janeiro-RJ
e-mail: npiratininga@uol.com.br
www.piratininga.org.br

CONTATO PARA ENVIO DOS TRABALHOS DA REGIÃO NORTE
Rogério Almeida
Res. Natália Lins
Bl- C-03, Aptº 406
CEP: 66.623-590
Belém-PA
e-mail: 38marabala@globo.com
www.piratininga.org.br




NPC Informa


Fórum dos Professores de Jornalismo renova diretoria
  • Jornalismo

O Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo deu início ao processo de renovação da diretoria. A eleição ocorrerá no dia 29 de abril, durante o 9º Encontro Nacional do FNPJ. O edital de convocação da eleição foi publicado ontem. A comissão eleitoral é formada pelos jornalistas/professores Francisco Karam, César Augusto Azevedo dos Santos e Sérgio Murillo de Andrade. O registro de chapas ocorre entre 6 de fevereiro e 24 de março. As inscrições para participar do Encontro já estão abertas. O prazo de inscrição de trabalhos foi prorrogado até o dia 16 de fevereiro.

(Boletim do SJSC)


Prêmios de jornalismo em Sergipe

Nos próximos dias devem ser divulgados regulamentos para cerca de quatro prêmios de Jornalismo em Sergipe. O Sindijor/SE já apresentou à Petrobrás a segunda versão do Prêmio Direitos Humanos Petrobrás de Jornalismo.



Portal da Capes disponibiliza periódicos na Internet
  • Internet

O portal de acesso livre da CAPES disponibiliza periódicos com textos completos, bases de dados referenciais com resumos, patentes, teses e dissertações, estatísticas e outras publicações de acesso gratuito na Internet selecionados pelo nível acadêmico. Visite: http://acessolivre.capes.gov.br



Material sobre racismo à disposição no MEC

O Ministério da Educação disponibiliza gratuitamente material de apoio sobre a questão do Racismo. Basta enviar um e-mail solicitando o conteúdo desejado e o endereço para receber o material. Escreva para: luciabraga@mec.gov.br



Paradise Now no projeto Professor vai de graça ao Cinema
  • Cinema

A Oficina Cine-Escola do Grupo Estação promove no dia 18 de fevereiro, às 9h30, a exibição do filme Paradise Now. É uma boa oportunidade para se compreender os sentimentos que levam jovens a doar suas vidas em função da causa palestina. Informações: oce@estacaovirtual.com. Após a sessão haverá debate com o professor de História Wanderley Quêdo.



28 de fevereiro: Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos
  • Rádio

Em função do Dia Internacional de Prevenção às LER / DORT  ( Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde de São Paulo distribuiu aos seus Centros de Referência um CD contendo quatro spots de um minuto cada, abordando os seguintes aspectos: 1) O que são as LER / DORT; 2) Sintomas; 3) Prevenção; 4) Direitos. Segunda a Oboré, que produziu o matéria, “o objetivo é que os spots cheguem às rádios locais, que podem usá-los livremente ao longo da programação, e sejam ponto de partida para o desenvolvimento de entrevistas ou reportagens que apresentem a dimensão desse problema em cada uma das localidades.”



Introdução à África
  • Formação

Começa no dia 6 de março, no Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, o curso Introdução à África, ministrado por Bolívar Gomes de Almeida. Das 9 às 22h.



Adísia Sá, uma biografia
  • Biografia

Em novembro de 2005, foi lançado em Fortaleza o livro-reportagem “Adísia Sá - uma biografia”. A obra, de autoria da jornalista Luiza Helena Amorim, recupera a trajetória de uma profissional exemplar, que se constituí num dos ícones do jornalismo no Brasil, e homenageia seus cinqüenta anos de atuação. Os interessados em adquirir exemplares da publicação podem solicitá-la através do site www.omnieditora.com.br

(Boletim da Fenaj)



Opinião: Novos artigos em nossa página


Direito à informação está ameaçado em Minas.

Do Sindieletro-MG
Durante os dois últimos anos o Sindieletro buscou informar a sociedade sobre fatos relevantes para a população, mas a imprensa mineira preferiu sempre outros temas. Foram divulgados todos os acidentes de trabalho que levaram a dez vítimas fatais. A subseção do DIEESE desenvolveu um amplo estudo sobre as graves conseqüências da nova política de dividendos que pode, inclusive, comprometer a empresa. (fev/2006)



Mulheres negras protestam contra minisérie JK.

Da Casa de Cultura da Mulher Negra

Lideranças do movimento de Mulheres Negras estiveram, esta semana, em Brasília para entregar às Ministras da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, o Manifesto de Protesto contra a Rede Globo de Televisão, repudiando imagens veiculadas na minisérie JK, em que mulheres negras são estupradas e espancadas. (fev/2006)



Por um Sistema Brasileiro de TV Digital de Interesse Público.

Abaixo-assinado

Pela interrupção imediata das definições acerca do sistema brasileiro de TV digital, pelo amplo debate sobre o tema com a sociedade e a favor de uma TV e Rádio digitais a serviço do interesse público. Da Sociedade Civil Organizada; Para o Governo Federal Brasileiro. (fev/2006)



“A Batalha do Chile”

Portal No Mínimo

Há documentários que se destacam pela reconstituição histórica. Outros, pelas inovações de linguagem. Alguns, ainda, pela associação com gêneros de ficção. Mas a essência do cinema documental pode ser mais facilmente encontrada naqueles filmes que funcionam como testemunhas privilegiadas de seu tempo. Entre estes, poucos são tão memoráveis e fundamentais quanto "A Batalha do Chile", de Patrício Guzmán, sobre a ascensão e queda de Salvador Allende. (fev/2006)



Carta da Embaixada da Venezuela à Revista Veja

Senhor Civita, permita-me iniciar esta carta com o reconhecimento à tenacidade com que seus colunistas se dedicam à tarefa de impor a verdade da mídia. Nisto, tenho certeza, seriam a inveja do mesmo Joseph Goebbels. Não obstante, permita-me também lhe aconselhar que diminua o esforço para o bem da saúde mental de seus escreventes (...) (fev/2006)



Mulheres consomem cada vez mais cultura que os homens.

Do International Herald Tribune

Elas lêem mais, vão mais a teatro, cinema, museus e exposições, são maioria nos cursos de humanidades e têm gosto mais refinado. Por Alan Riding, em Paris, Do International Herald Tribune, 16/2/2006.




Pérolas da edição


Pérola da edição

“Os grandes meios de comunicação dedicam todas as tardes de sábados e domingos a espetáculos de alienação, e quando tem que passar algo construtivo, instrutivo, tem que ser espremido em 30 minutos, às seis e meia da matina”.

Gas-PA, militante do movimento hip-hop, mais especificamente do grupo LUTARMADA, em entrevista a Fernando Coutinho, em www.fazendomedia.com



Proposta de Pauta


Imprensa reforça lógica da criminalização
  • Imprensa e criminalização - Entrevista com Marcelo Freixo. Parte 1

Marcelo Freixo; Imagem: Outras Palavras“Eu trabalho com a grande imprensa o tempo inteiro. Tem bons jornalistas comprometidos dentro de todos os jornais. Não tenho dúvida nenhuma disso. Lido com jornalistas que têm compromisso. Conseguimos produzir boas matérias. Já tivemos grandes efeitos e conquistas. Agora, não posso ter esses veículos como meios de transformação porque eles não são para isso”.

Em entrevista ao BoletimNPC, Marcelo Freixo explica como a acentuação do neoliberalismo nos anos 90 agravou a exclusão e criminalização de um segmento específico da sociedade: jovens, negros e favelados. E aponta como a imprensa comprou essa lógica e reforçou a mensagem.

“Eles é que botavam a lei por aqui, mas sempre achamos que só matavam vagabundos. Meu irmão dizia que só morriam os que deviam, mas ele era um trabalhador e agora está morto”. O depoimento, um entre muitos presentes no último relatório da Anistia Internacional sobre policiamento de comunidades socialmente excluídas no Brasil, abre o capítulo reservado ao pior massacre da história do Rio: no dia 31 de março de 2005, na Baixada Fluminense, 29 foram mortos a tiros. Entre eles, Douglas Brasil de Paula, de 14 anos, morto enquanto jogava fliperama em um bar. Elizabeth de Oliveira, que trabalhava no bar do marido e Rafael da Silva Couto, 17 anos, que andava de bicicleta.

“Eles entram atirando” é a frase mais repetida aos delegados da Anistia, que dá título ao relatório. Segundo o documento, sucessivos governos permitiram a institucionalização de um policiamento baseado em violações de direitos humanos e corrupção, situação que intensifica a violência e a criminalidade.

O professor de História, ex-coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro Marcelo Freixo contribuiu para a elaboração do relatório. Ele é membro do Centro de Justiça Global, organização que investiga, documenta e denuncia violações aos direitos humanos.

Para Freixo, a Rede Nacional de Jornalistas Populares, a Renajorp, criada por jornalistas cariocas no final do ano passado, tem o papel da quebra da invisibilidade. “Dialogar com os diferentes e com os indiferentes, e de estar fazendo atividades na favela, campanhas, levar os vídeos às favelas, ampliar este setor das redes. Os jornais de sindicatos precisam ter uma responsabilidade social mais ampla e tentar discutir as questões da categoria dentro de problemas que seriam mais profundos no Rio de Janeiro. Todo jornal de sindicato poderia ter uma página ou matérias permanentes debatendo a questão da segurança pública e da violência, porque esta é uma questão central. Não é preciso esperar que algum de nós seja vítima para pautar o assunto no nosso sindicato, porque está batendo na porta de todo mundo. Eu acho que o papel da Rede de Jornalistas é fundamental.”



Expediente



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti.
Edição e redação: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Web-designer: Gustavo Barreto e Cris Fernandes.
Colaboraram nesta edição: Ana Manuella Soares (RJ), Beto Almeida (DF), Gustavo Barreto (RJ), Leonor Costa (DF), Regina Rocha (RJ), Rodrigo Otávio (RJ), Rosângela Ribeiro Gil (SP), Sérgio Bertoni (PR) e Sérgio Domingues (SP).



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ÍNDICE
Clique nos ítens abaixo para ler os textos.

Notícias do NPC
Nova edição do Caderno com a história do 8 de março já está à venda no NPC
Rogério Almeida lança livro sobre posse da terra no Araguaia-Tocantins
NPC estende prazo para envio de vídeos populares

A Comunicação que queremos
Brasil de Fato lança agência de notícias
Trabalhadores precisam ter a sua comunicação, diz Stédile
Abaixo-assinado em favor da informação responsável
Curso de atuação em rádios comunitárias

De Olho Na Mídia
Submarinos amarelos
Cuidado com as manchetes!
Imprensa dos EUA ridiculariza iniciativa de integração latino-americana

Democratização da Comunicação
Adiada decisão sobre TV digital
Intervozes divulga abaixo-assinado sobre Sistema Brasileiro de TV digital
Jandira Feghali pede que Sindicato dos Jornalistas entre no debate sobre TV Digital
ALERJ realiza audiência pública sobre rádio digital dia 22
Deputados aprovam fundo para rádios comunitárias
Errata NPC

NPC Informa
Fórum dos Professores de Jornalismo renova diretoria
Prêmios de jornalismo em Sergipe
Portal da Capes disponibiliza periódicos na Internet
Material sobre racismo à disposição no MEC
Paradise Now no projeto Professor vai de graça ao Cinema
28 de fevereiro: Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos
Introdução à África
Adísia Sá, uma biografia

História das Lutas dos Trabalhadores
Osvaldo Pacheco: gente que luta

Proposta de Pauta
Imprensa reforça lógica da criminalização

De Olho Na Vida
Trabalhadores rurais vivem clima de tensão em Campos, no interior do Rio

Cartas
Cartas ao Boletim do NPC

Imagens da Vida


Pérolas da edição
Pérola da edição

De Olho No Mundo
Venezuela entregará 63 novos equipamentos a meios comunitários
Arrogância e truculência
Rádio diminui violência nas escolas

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Direito à informação está ameaçado em Minas.
Mulheres negras protestam contra minisérie JK.
Por um Sistema Brasileiro de TV Digital de Interesse Público.
“A Batalha do Chile”
Carta da Embaixada da Venezuela à Revista Veja
Mulheres consomem cada vez mais cultura que os homens.

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Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge