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Boletim do
NPC —
Nº 76
— De 1 a 15/10/2005
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
ESPECIAL:
Esta edição é dedicada a Apolônio de Carvalho “(...) Nesses combates, vencemos às vezes – o mais das vezes fomos derrotados. Mas todos os avanços civilizatórios arrancados ao capitalismo nesse século, no terreno das liberdades democráticas e no campo das condições de vida da população, foram resultados das lutas do movimento social, com a presença ou sob a direção dos que lutavam pelo socialismo.” (Apolônio de Carvalho) |
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ESPECIAL: Jornalista da Renajorp fez a última entrevista com Apolônio PT: entre o sonho e o poder. Por Roberta Araujo e Rodrigo Otávio Apolônio de Carvalho, carterinha nº 01 do PT, aponta erros mas não perde a esperança Rua Dias Ferreira, Leblon, um dos "points" da dupla gastronomia-badalação carioca. Ali, no sexto andar de um singelo edifício, a História faz ninho. Acompanhado da mulher há 61 anos, Sra. Renée, Apolônio de Carvalho, 93 anos, sorriso estampado no rosto, recebe as visitas já no hall do elevador. A boa disposição confirma o título de sua autobiografia "Vale a pena sonhar", agora transformada em DVD, onde é possível conhecer seus ideais e sua participação em prol de uma sociedade mais igualitária, contra o golpe do general Franco na Espanha, na resistência francesa contra Adolph Hitler na Segunda Guerra Mundial e nos duros períodos de clandestinidade ou exílio da sua terra natal: Brasil. (...) Rodrigo Otávio é membro fundador da Rede Nacional de Jornalistas Populares - Renajorp.
Notícias do NPC
Em dezembro 11º Curso Anual do NPC Estão abertas as inscrições para o grande curso anual do Núcleo Piratininga de Comunicação. Neste ano pretendemos tratar de assuntos não simplesmente úteis, mas necessários e urgentes. Estamos numa conjuntura difícil para toda a esquerda. Como vai ser a comunicação dos trabalhadores e das forças populares de esquerda daqui para frente? Quais os velhos desafios não enfrentados e os novos a enfrentar com coragem? Este curso não pretende dar receitas prontas. Até porque não as temos. Queremos dar pistas, dicas, subsídios para os participantes terem mais condições de coordenar, estimular e fazer acontecer uma comunicação contra-hegemônica, HOJE. Enfatizamos o hoje. Para isto convidamos alguns entre os melhores especialistas em comunicação alternativa do País. Virão palestrantes de vários estados: 12 do Rio, 11 de São Paulo, 2 do Paraná, 2 do Rio Grande do Sul, 3 de Brasília e um do Ceará. São professores de Comunicação, de História, de Sociologia, de Economia; jornalistas, fotógrafos, artistas gráficos, radialistas e cineastas; escritores, ativistas sociais e dirigentes políticos. Enfim, pessoas que podem ajudar a destrinchar a situação atual e dar pistas para superá-las. Observação: O horário de trabalho dos três dias é estafante. Muitas horas para aproveitar ao máximo essa oportunidade de dialogar com esses monitores. No domingo quem quiser poderá relaxar em belíssimas praias da cidade ou em um passeio organizado pelo NPC ao Pico da Floresta da Tijuca a 1.041m de altura. A hospedagem está garantida até o domingo ao meio dia. Até já Equipe do NPC
NPC tem comunidade no Orkut criada por participante do curso de 2004 Vejam a mensagem que o NPC recebeu do Bruno, de Lavras Olá, pessoal! Meu nome é Bruno Barbosa, e sou jornalista da Adufla - Seção Sindical. Participei do Curso Anual de vocês e gostei muito, por isso, criei uma comunidade no orkut sobre o Núcleo. O endereço, no orkut, é www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5022016 ; Gostaria que, se possível, vocês divulgassem ela de alguma forma. Pois, através dela, o pessoal que fez ou quer fazer algum curso pode trocar informações. Obrigado. Bruno Barbosa
A Comunicação que queremos
Sindicato dos Bancários de Brasília mantém jornal diário por 5 anos Por cinco anos consecutivos (1993-1998) o Sindicato dos Bancários de Brasília colocou nas ruas da capital federal o Diário Bancário, informativo distribuído gratuitamente para a população do Distrito Federal com tiragem de 14 mil exemplares. A publicação foi a sétima diária do movimento sindical. Inédito na região Centro-Oeste, o Diário Bancário fez história. Além de informar os bancários sobre negociações com os banqueiros e reivindicações da categoria, o jornal acompanhou um dos momentos mais importantes para a história do Brasil: o impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Melo, e a crise que assolava o Congresso Nacional. Ousado, o projeto saiu do papel durante a gestão da então bancária Erika Kokay (Caixa Econômica). Ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Central Única dos Trabalhados (CUT) do DF, Erika Kokay atualmente é deputada distrital (equivalente a deputado estadual) pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Hoje, após 12 anos da publicação do primeiro exemplar do Diário Bancário, o Sindicato diversificou seus jornais. No total, são produzidas quatro publicações específicas (Espelho DF – dirigido aos funcionários do Banco do Brasil, Informativo Bancário Especial Caixa, Informativo Bancário Especial BRB e Informativo Bancário Especial Bancos Privados). Com o objetivo de tornar a comunicação mais dinâmica e ágil, foram lançados boletins eletrônicos similares a esses jornais. Além dessas publicações, o Sindicato também produz o Informativo Bancário em dois formatos (jornal e revista). E quando o assunto é relevante não somente para a categoria, como o aumento das tarifas bancárias, o Sindicato coloca nas ruas o Bancário Cidadão. Por Rodrigo F. Couto Nota da edição: Rodrigo Couto foi o segundo inscrito na 11º edição do Curso Anual do NPC. A primeira inscrita é Verônica Castanheira Machado, do Rio de Janeiro. E o terceiro, Caio Teixeira, jornalista de Santa Catarina. O quarto, Rogério Tomaz, do Intervozes – Coletivo Brasil Comunicação Social. E a quinta é Lúcia Reis, primeira secretária nacional da CUT. Os cinco receberão um brinde do NPC.
Banqueiro não é flor que se cheire O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região fez ato público no início da semana em protesto contra a censura imposta pela Febraban à propaganda da campanha salarial. A entidade patronal obteve liminar obrigando a retirada de todo o material de mídia por considerar o lema “banqueiro não é flor que se cheire” ofensivo aos patrões.
NPC indica: visite o site Práxis-poiesis
O Práxis-poiesis é resultado da preocupação e do interesse de um grupo de pessoas que se dispõe a produzir e discutir sobre as diversas linguagens artísticas: música, cinema, teatro, literatura, artes plásticas, etc., no universo Internet. Visite: www.praxispoiesis.net
Educadores debatem a comunicação em congresso no Sergipe
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Sergipe realiza, de 13 a 15 de outubro, a VII Conferência Estadual de Educação. A previsão é que 2.500 professoras e professores participem dos debates e das decisões. O tema é ‘A Educação e a Comunicação para a Transformação Social’. Os palestrantes são amigos e colaboradores do Núcleo Piratininga de Comunicação: José Arbex Jr., Carla Luciana Sousa, historiadora; Pedrinho Guareschi, teórico da comunicação, e Maria Ciavatta, professora do Dep. de Educação da UFF. O Núcleo Piratininga está assessorando o Síntese na implantação de uma Rede de Comunicadores Populares da Educação, no estado.
Vale a pena Sonhar. Solicite a www.mst.org.br
Os diretores do filme “Vale A Pena Sonhar: vida de Apolônio de Carvalho” produziram um amplo material sobre a vida de Apolônio. O filme e a produção do filme são dignos de leitura atenta. O longa-metragem dirigido por Stella Grisotti e Rudi Böhm e produzido pela Superfilmes aborda a vida de Apolônio de Carvalho. Conta a trajetória do revolucionário percorrendo episódios históricos - como a Insurreição de 1935, a luta pela anistia e a fundação do Partido dos Trabalhadores, além da Guerra Civil espanhola e a Resistência francesa contra a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial – e revelando motivações pessoais e dramas familiares. Atendimento à Imprensa sobre o filme: Francisco Cesar Filho - tels (11) 3032.3057 e 9157.7433 ou xikino2@uol.com.br |
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De Olho Na Mídia
Documentários políticos são coisa rara no Brasil, diz diretor do triste e bonito Ônibus 174
Há poucos documentários políticos no nosso País. Ao mesmo tempo que somos quse os campeões mundiais em número de assassinatos, só conheço dois bons documentários a respeito da violência: Ônibus 174 e Entre Muros e Favelas. O documentarista José Padilha, diretor do elogiável Ônibus 174, afirmou em debate no Rio de Janeiro, na primeira semana de outubro, que o Brasil não tem documentaristas políticos. A única exceção, segundo Padilha, é Tetê Moraes, que fez Terra para Rose e Sonho de Rose, sobre a luta dos Sem-terra no Sul do País. Um dos motivos seria a Lei do Áudio-visual e a Lei Rouanet, que deixam nas mãos das empresas a decisão do que vai ou não ser produzido. “Fiquei três anos buscando patrocínio para fazer um documentário sobre a fome. Não consegui nada. Só consegui após a eleição do Lula.” De acordo com Padilha, o documentário está ressurgindo com força em todo o mundo. “Eles têm um potencial de influência política maior do que os filmes de ficção”. Para ele, o documentarista pretende que seus filmes reflitam a realidade e que a sua versão da história seja verdadeira. Conta que quando fez 174 não pensava em fazer um filme político mas sim uma obra que contasse a vida de uma pessoa, no caso do jovem Sandro Nascimento. Padilha contou que descobriu que era um filme político quando foi pressionado pelo secretário das Culturas da Prefeitura do Rio de Janeiro, Ricardo Macieira, a retirar do filme o depoimento do sociólogo Luís Eduardo Soares. A Rio Filmes, da prefeitura, é uma das distribuidoras do filme. Em entrevista a Neusa Barbosa do portal Cineweb em 8 de janeiro de 2003, Padilha assim definiu o seu personagem Sandro: “Das grandes tragédias do Rio de Janeiro - Candelária, Vigário Geral e Ônibus 174 -, ele esteve nas três. O Sandro representa um tipo, o menino de rua, que é importante na vida de todo mundo.” Por Claudia Santiago
Jornal carioca age como partido e faz campanha pela remoção de favelas O jornal carioca O Globo está em campanha aberta pela remoção de favelas da Zona Sul do Rio de Janeiro. Encontra eco em alguns de seus leitores. Na seção cartas do dia 4 de outubro, um senhor, provavelmente da “raça” do senador Bonhausen propõe ao prefeito César Maia que “lance um programa efetivo de remoção de favelas e controle da natalidade para população de baixa renda”. Para este não basta remover os pobres, tem também que impedir que nasçam. Na edição do dia seguinte, 5 de outubro, no meio do noticiário é colocada, em destaque, a opinião do jornal: “Opinião. Chance. De imagem historicamente desgastada, conhecida como Gaiola de Ouro, a Câmara dos Vereadores tem a rara oportunidade de ser útil a todos os cariocas. Ao deliberar sobre o problema da favelização para ajudar a resolvê-lo os vereadores podem reparar em parte essa imagem construída à base de muita mordomia, debates dispensáveis e projetos de leis desprezíveis.” Desfavelização é um eufemismo para dizer: jogar os moradores das favelas para qualquer destino, não importa qual, desde que não atrapalhem a visão paradisíaca, e em segurança, dos que moram no asfalto da Cidade Maravilhosa. Um belo exemplo do que ensinou Antônio Gramsci sobre a atuação do jornal como partido. O que O Globo vem fazendo no caso da remoção de favelas é atuação partidária. De direita, é claro. Nota de edição. Se você, leitor do Boletim do NPC, mora em favela, escreva para nós e diga qual a sua opinião sobre o assunto. Por Claudia Santiago
Veja utiliza retórica conservadora em campanha contra o desarmamento
A Veja desta semana tomou uma decisão corajosa. Deixou de fingir que faz jornalismo isento. A maior revista de circulação nacional transformou sua capa em um verdadeiro panfleto de propaganda contra o desarmamento. Os argumentos utilizados nada têm de jornalístico. Tão pouco de original. Menos ainda de congruentes. Alberto Hirschman, em um criterioso estudo sobre o pensamento conservador da Revolução Francesa até nossos dias, afirma que toda investida é seguida por contra-investidas ideológicas extraordinárias. No livro "A retórica da intransigência", publicado no Brasil em 1992, ele mostra que os principais meios de criticar, atacar e ridicularizar as iniciativas progressistas reduzem-se, de fato, a três grupos de argumentos principais: as teses da Perversidade, da Futilidade e da Ameaça. A Tese da Perversidade versa que "qualquer ação proposital para melhorar um aspecto da ordem econômica, social ou política só serve para exacerbar a situação que se deseja remediar". É fácil observá-la na capa da Veja, por exemplo: "A proibição vai desarmar a população e fortalecer o arsenal dos bandidos". Já a Tese da Futilidade defende que "as tentativas de transformação social são, necessariamente, infrutíferas; não conseguem deixar marcas na história". É precisamente o que a Veja alega na sua razão de nº 2, quando diz que a vitória do "sim" no referendo não vai tirar as armas de circulação no Brasil. A Tese da Ameaça, por sua vez, argumenta que "o custo da reforma ou mudança é alto demais, pois coloca em perigo outras preciosas realizações anteriores". Está explícita na razão nº 3: "o desarmamento da população é um dos pilares históricos do totalitarismo". Para Veja, por incrível que pareça, apoiar o desarmamento é, ao mesmo tempo, fortalecer os bandidos, não chegar a lugar algum e, também, investir contra a democracia. As demais razões apresentadas pela revista podem ser analisadas conforme os mesmos critérios. Mas o que importa, de fato, é o que Hirschman nos ajuda a esclarecer com seu estudo. Mesmo repetitivas e incongruentes, as três teses conservadoras conseguem tocar a fundo o emocional da maioria da população. E, por isso, costumam encontrar bastante ressonância. É preciso ter isso em mente antes de tomar uma posição. Sempre. Seja qual for o tema em debate. Por Najla Passos
2º Dia Nacional contra a Baixaria na TV Campanha realiza programa em rede nacional A campanha ‘Quem financia a baixaria é contra a cidadania’ realiza neste domingo, dia 9, o programa ‘Sintonize Ética na TV’, entre 12h e 13h, a ser transmitido pelas TVs Nacional, Câmara, Senado, NBR, Justiça, filiadas à ABEPEC (como TV Cultura e as TVs Educativas), Legislativas, Universitárias, Telesur, TV Escola, Rede Vida e Canção Nova. A Radiobrás será a cabeça de rede. Este será o 2º Dia Nacional contra a Baixaria na TV, com a proposta de questionar e buscar alternativas sustentáveis para conteúdos televisivos de qualidade. Serão três blocos com o formato de debate. O programa ‘Sintonize Ética na TV’ será ancorado por Heródoto Barbeiro, e terá a participação de Laurindo Lalo Leal Filho, professor da pós-graduação da ECA/USP, de Jorge Cunha Lima, presidente da ABEPEC, e do deputado federal Orlando Fantazzini, coordenador nacional da campanha. Informações com Elisabete Santana (11) 9971-1150 ou soma.cp@uol.com.br / forum_eticanatv@yahoo.com.br
Revista Fórum quer fim do consenso midiático
"Não se pode imaginar que um país possa ser de fato democrático com meia dúzia de famílias tendo o controle da quase totalidade dos meios que garantem a mediação do processo de informação e formação da opinião pública". Leia mais em www.novae.inf.br
Sindicato dos Jornalistas do DF repudia declaração de Diogo Mainardi A Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal repudia o comportamento do jornalista Diogo Mainardi, colunista da Veja, que, no programa "Manhattan Conecttion", exibido no dia 19 de setembro último, pelo canal a cabo GNT, declarou: "Se o pastor protestante (estadunidense) Pat Robertson quiser realmente matar o presidente Hugo Chávez, eu ajudo". Diz nota da entidade: “Trata-se de incitação ao crime, ameaça pública de morte à autoridade de país com o qual o Brasil mantém relações normais de cooperação. O uso de meios de comunicação de massa para pregar o assassinato de outro ser humano é crime, e como tal deve ser punido rigorosamente pelas autoridades brasileiras. É imperativo que os executivos da empresa de comunicação GNT impeçam imediatamente a propaganda da criminalidade nas telas, pois não reúne as condições de respeito às leis e das mais elementares noções de direitos humanos, sob pena de a empresa ser conivente.”
"É preciso reinventar os meios públicos de comunicação", diz diretor argentino Usar os meios de comunicação como ferramenta para a integração cultural da América do Sul é o desafio discutido esta semana, em Brasília, no Seminário Televisão e Integração Sul-Americana. As televisões públicas de toda a América do Sul querem criar um sistema de trocas de programas e conteúdos jornalísticos que facilite a integração. Os especialistas apontaram as dificuldades apresentadas hoje para a comunicação pública em vista das características das mídias em cada país sul-americano. "Os meios de comunicação atravessam uma dualidade. De um lado, uma enorme concentração dos poderes econômicos que formam oligopólios e de outro, uma enorme segmentação dos conteúdos", disse o diretor de conteúdo do Canal 7 – a TV estatal da Argentina, Gustavo Souto. Para o diretor argentino, "é preciso reinventar os meios públicos de comunicação porque não se pode pensar em competir com as grandes cadeias internacionais, nem falar somente para um segmento da população. A televisão pública tem que pensar na universalidade do conteúdo". A mesma avaliação foi feita por um dos integrantes do Comitê Gestor da TV Brasil - Canal Integración, Delorgel Kaiser. "A idéia da TV Brasil surge quando se diagnostica a falta de um sistema de informações na América do Sul. Hoje não temos, por exemplo, um noticiário especializado em América do Sul [dentro do Brasil]", explicou. De acordo com Kaiser, o objetivo da TV Brasil - Canal Integración, parceria entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, é estimular a produção latino-americana e funcionar como uma janela para essa produção. "Buscamos uma integração audiovisual do continente. Temos uma produção muito rica, mas são conteúdos que hoje não circulam nos países da América do Sul". Da Agência Brasil
Democratização da Comunicação
Rádio Pop Goiaba, no Rio de Janeiro, é fechada por Anatel e Polícia Federal Fiscais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Polícia Federal arrombaram na manhã desta terça-feira, dia 4, os estúdios da rádio comunitária Pop Goiaba (FM 104,1), da Universidade Federal Fluminense, em Niterói. A ação aconteceu por volta das 10h30 e não havia ninguém na rádio, apenas equipamentos, que foram apreendidos. Os fiscais deixaram no local duas cópias de um mandato de busca e apreensão. Os agentes levaram transmissores, mesa de som, processador, compressor e o computador da rádio, além de 160 gigabytes de música em MDs (Mini Disks). Um agente que se identificou como Fitipaldi telefonou para um dos programadores da rádio, Cláudio Salles, e disse que ele deveria comparecer hoje mesmo, às 14h30, na Polícia Federal de Niterói. "O fechamento da rádio não se deu por questões técnicas, mas políticas. Nossa rádio já havia sido autorizada pelo Ministério das Comunicações, publicada em Diário Oficial, faltava apenas a outorga, que depende da assinatura do presidente Lula", diz Cláudio. O diretor da rádio e da Federação dos Bancários RJ-ES, Paulo de Tarso informou que, poucas horas depois, a freqüência da Pop Goiaba já estava ocupada por uma emissora evangélica comunitária – outra ilegalidade já que emissoras comunitárias não podem ser de caráter religioso. A Pop Goiaba foi montada dentro da Universidade Federal Fluminense, por iniciativa de alunos da pós Graduação do Departamento de Antropologia, onde funcionou por alguns meses. Há um ano a rádio saiu das dependências da universidade e foi instituída uma parceria entre a UFF e a Associação Niteroiense de Arte, Comunicação e Cidadania – AnarcoPop. Na última sexta-feira, a Pop Goiaba comemorou um ano de funcionamento fora da UFF com uma grande festa, na qual tocaram 12 bandas independentes e três DJs. A rádio Pop Goiaba cumpre importante papel de divulgação cultural, uma vez que é a única a promover os artistas independentes de Niterói, e também divulgação científica, pois trata-se de um projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense. (Com Bruno Zornitta e Feeb RJ-ES)
Abraço promove videoconferência sobre rádios comunitárias A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) promove vídeoconferência sobre o futuro das rádios comunitárias, nesta sexta-feira, dia 7. Durante todo o dia, através do Sistema Interlegis (espaço nas Assembléias Legislativas dos estados) os participantes debaterão a situação dos veículos comunitários em cada estado. A transmissão da reunião será através do site www.interlegis.gov.br, das 9 às 18h. Para se informar procure a sala de videoconferência da Assembléia Legislativa de seu estado.
Reunião que debateu descentralização da internet termina sem acordo Terminou sem acordo a negociação sobre o futuro do controle da internet. Depois de duas semanas de intensos debates na ONU entre os 191 países que formam a entidade, o governo dos Estados Unidos não cedeu: a gestão da rede mundial de computadores, hoje nas mãos americanas, não é negociável. O Brasil e outros países emergentes insistem na democratização e internacionalização da administração da internet, o que envolveria a criação de um fórum para gerir a rede. O fato mais relevante, porém, foi a decisão da União Européia (UE) de se aliar aos países emergentes e também pedir o fim do controle americano sobre a internet. Com o fracasso das negociações, uma nova fase de debates ocorrerá em novembro, às vésperas da Cúpula da Sociedade da Informação, que ocorre na Tunísia para tentar fechar um acordo mundial sobre a questão da internet. Por enquanto, 40 chefes de Estado confirmaram participação. O Itamaraty sugeriu ao Palácio do Planalto a ida do presidente Lula ao encontro, mas o gabinete ainda não se manifestou. No que todos os países emergentes concordam é que pelo atual sistema, quem comanda a Web e seus endereços são os americanos, por meio da Icann, sediada na Califórnia, e que registra todos os sites. A empresa ainda possui um contrato com o Departamento de Comércio dos EUA, que foi quem primeiro desenvolveu o sistema, ao lado do Pentágono. Os americanos alegam que a internet já é descentralizada e que existem 9 mil provedores da rede espalhados pelo mundo, e que há 13 servidores-raízes. Para o Brasil, o que a Casa Branca não diz é que desses 13, 10 estão nos EUA. Os demais estão na Inglaterra, Suécia e Japão. Além disso, o servidor que está em Maryland armazena as informações dos demais. OESP, em 4.10.05
NPC Informa
Che Guevara e Stédile na Maré Em lembrança de mais um ano da morte de Che Guevara, o Pré-vestibular do bairro popular da Maré, onde vive uma grande concentração de operários, na Zona Norte do Rio de Janeiro, exibe o filme Diários da Motocicleta, de Walter Moreira Salles, no dia 8 de outubro. O debatedor será o dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile. É a união campo-cidade e... Lembrem-se, a revolução não será televisionada.
I Congresso Brasileiro de Jornalismo Investigativo O I Congresso Brasileiro de Jornalismo Investigativo vai ocorrer entre os dias 27 e 29 de outubro, na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio de Janeiro). O Congresso promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) contará com as presenças de Brant Houston (Investigative Reporters and Editors), Chuck Lewis (International Consortium of Investigative Journalism) e Rosental Calmon Alves (Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas em Austin). Informações em www.abraji.org.br
Congresso debate rumos da cobertura ambiental nas redações Como está e para onde vai a cobertura ambiental no Brasil e no mundo? Por que o meio ambiente ganha mais destaque quando está relacionado a tragédias? De que forma a cobertura ambiental é tratada nas redações desde a Rio-92? Quais os desafios para os estudantes de jornalismo que vêem na cobertura ambiental os seus projetos profissionais? Estes e outros questionamentos serão discutidos no 1º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, que será realizado entre os dias 12 e 14 de outubro deste ano, no SESC Santos, no litoral sul do Estado de São Paulo.
De Olho Na Vida
III Mostra da Cultura Árabe Com o objetivo de divulgar a cultura árabe para a população campineira em geral para que a convivência entre brasileiros e árabes tenha uma maior interação e fortaleça suas relações de cooperação e amizade. A III Mostra da Cultura Árabe reunirá no Centro de Convivência Cultural objetos e artefatos expostos em ambientes caracterizados, e contará com apresentações de dança, além de uma tenda com produtos gastronômicos típicos, como kibe, esfiha, falafel palestino, homus, coalhada seca e doces. Uma grade quantidade de artefatos está sendo trazida diretamente dos países árabes para serem expostos, como tapetes, roupas femininas - algumas centenárias -, bolsas, objetos em porcelana, marchetaria, bronze, prata, ouro, móveis em madeira de oliveira, toalhas de mesa, entre outros. Quando: de 7 a 9/10, das 14h às 21h. Onde: Praça Imprensa Fluminense, s/n°, Cambuí, Campinas. Grátis. Campinas, SP.
Imagens da Vida
Imagens da Vida A exposição “História Social da Borracha – Seringueiros do Acre”, de Carlos Carvalho, está aberta nas Galerias Píccola I e II do Conjunto Cultural da CAIXA, em Brasília, a partir do dia 6 de outubro. SBS, Quadra 4 lotes 3 /4 anexo do prédio Matriz da CAIXA.
Pérolas da edição
Pérolas da Edição “O primeiro socialista foi Jesus Cristo, o primeiro capitalista foi Judas que vendeu cristo por 4 moedas” Hugo Chavez, presidente da Venezuela
Proposta de Pauta
Sindicalista assassinado pela PM no Rio Grande do Sul No dia 30 de setembro o sindicalista gaúcho Jair Antônio da Costa, 31 anos, quando participava de uma manifestação contra o desemprego na indústria calçadista. Segundo a declaração de óbito, o representante do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha foi vítima de uma asfixia mecânica provocada por contusão hemorrágica de laringe e traumatismo cervical. Isso aconteceu na sexta-feira, 30 de setembro, após cerca de 3.000 sapateiros bloquearem um trecho da RS-239 para reivindicar contra o desemprego na indústria calçadista do Vale do Sinos. Coronel
Coronel de Eldorado de Carajás está livre O ministro Cezar Peluzo, do Superior Tribunal Federal, concedeu habeas corpus ao coronel Mário Pantoja, condenado a 228 anos de prisão por envolvimento no episódio conhecido como "Confronto de Eldorado do Carajás". A decisão foi dada no início da noite desta sexta-feira (23). A justiça entendeu que, por ser réu primário e ter bons antecedentes, o Coronel, condenado em júri popular no Tribunal de Justiça do Pará, tem o direito de responder às acusações em liberdade. No dia 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram mortos em confronto com a Polícia Militar no local conhecido como "Curva do S", em Eldorado do Carajás. Perguntas: 1. Você acha que o coronel Pantoja será promovido após sair da prisão? 2. Sabe como foi o caso do coronel que comandou a ação que resultou no assassinato de Valmir, William e Barroso, em 9 de novembro de 1988, na cidade de Volta Redonda no Rio de Janeiro? Qual era a patente na época? E hoje? 3. E da Chacina do Carandiru, do que você lembra?
Cartas
Advogados também lêem o Boletim do NPC Caros companheiros do NPC, gostaria de parabenizar a existência do Boletim do NPC, cuja produção deve demandar um grande esforço e sacrifício deste aguerrido Núcleo. Agradeço também por sempre recebê-lo, sendo sempre muito, muito útil. Um abraço e sucesso. Aderson Bussinger, Advogado sindical.
O Boletim no NPC no México Hola, eu vivo no México e não sei como vocês sabem de mim. Me encanta receber este material que reenvio a muitas pessoas. Saludos.
Polícia Federal fecha Rádio Comunitária no Rio Grande do Norte Em Pau dos Ferros, a 400 Km de Natal, agentes da Polícia Federal invadiram e apreenderam equipamentos da Rádio Comunitária Alternativa, no dia 26 de setembro. No momento do ocorrido estava no ar o programa a Voz do Povo, apresentado diariamente por Jean Carlos e Benaldo Medeiros. Estavam sendo entrevistados na ocasião quatro vereadores que fazem oposição ao atual prefeito do município. Suspeita-se que esta ação da polícia federal tenha sido organizada a partir de denúncias feitas por pessoas próximas ao prefeito do município, Leonardo Rêgo (PFL), afilhado político do Senador José Agripino Maia (líder do PFL no Senado). Suspeita-se também que a denúncia de funcionamento desta rádio comunitária possa ter partido da direção da Rádio Cultura do Oeste, a única legalizada no município. A rádio Cultura do Oeste é de propriedade do senador José Agripino e fornece apoio incondicional ao prefeito local. As denúncias ocorreram pelo fato de a Rádio Comunitária Alternativa está tendo uma postura crítica e vigilante à atual administração, abrindo espaço para que a população se manifeste democraticamente a respeito da situação do município. É lamentável o acontecido. Quando este abuso acabará? Pedimos circular esta informação. Agradece, Flaubert Lopes - Professor/Pau dos Ferros-RN
ESPECIAL:
Esta edição é dedicada a Apolônio de Carvalho “(...) Nesses combates, vencemos às vezes – o mais das vezes fomos derrotados. Mas todos os avanços civilizatórios arrancados ao capitalismo nesse século, no terreno das liberdades democráticas e no campo das condições de vida da população, foram resultados das lutas do movimento social, com a presença ou sob a direção dos que lutavam pelo socialismo.” (Apolônio de Carvalho) |
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ESPECIAL: Jornalista da Renajorp fez a última entrevista com Apolônio PT: entre o sonho e o poder. Por Roberta Araujo e Rodrigo Otávio Apolônio de Carvalho, carterinha nº 01 do PT, aponta erros mas não perde a esperança Rua Dias Ferreira, Leblon, um dos "points" da dupla gastronomia-badalação carioca. Ali, no sexto andar de um singelo edifício, a História faz ninho. Acompanhado da mulher há 61 anos, Sra. Renée, Apolônio de Carvalho, 93 anos, sorriso estampado no rosto, recebe as visitas já no hall do elevador. A boa disposição confirma o título de sua autobiografia "Vale a pena sonhar", agora transformada em DVD, onde é possível conhecer seus ideais e sua participação em prol de uma sociedade mais igualitária, contra o golpe do general Franco na Espanha, na resistência francesa contra Adolph Hitler na Segunda Guerra Mundial e nos duros períodos de clandestinidade ou exílio da sua terra natal: Brasil. (...) Rodrigo Otávio é membro fundador da Rede Nacional de Jornalistas Populares - Renajorp.
Novos artigos em nossa página
“Vale A Pena Sonhar” A trajetória de uma das mais ricas personalidades da vida social e política do país, percorrendo episódios históricos - como a Insurreição de 1935, a luta pela anistia e a fundação do Partido dos Trabalhadores, além da Guerra Civil espanhola e a Resistência francesa contra a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial – e revelando motivações pessoais e dramas familiares. Assim é o longa-metragem “Vale A Pena Sonhar”, dirigido por Stella Grisotti e Rudi Böhm e produzido pela Superfilmes, que aborda a vida de Apolônio de Carvalho. (out/2005)
O jornalismo covarde de Veja e o silêncio profissional Por Renato Rovai Há algum tempo a revista Veja vem se esmerando em publicar pseudo-reportagens que desancam personalidades públicas, movimentos sociais e partidos políticos que tenham qualquer viés progressista e de esquerda. Para isso, vale tudo. Porque isso é liberdade de imprensa, sustentam seus editores. (out/2005)
Enecom: Qualidade de Formação Frente ao Coronelismo Midiático Por Júlia Gaspar O XXVII Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecom) aconteceu de 04 a 10 de Setembro, na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, capital alagoana, sob o tema: “Qualidade de formação frente ao coronelismo midiático”. (set/2005)
TV digital: um debate que precisa de audiência A TV está passando por uma grande transformação. Há grandes investimentos em pesquisas para promover a migração do padrão analógico para o digital. Isso implicará mudanças profundas neste que já se consolidou como o meio de comunicação mais influente das nossas sociedades. Por CRIS Brasil, FNDC, Congresso Brasileiro de Cinema, Campanha quem financia Baixaria é Contra a Cidadania e Associação Brasileira de Canais Comunitários - 23 de setembro de 2005.
Direitos Humanos à Comunicação: o papel das redes Por Prof. Adilson Cabral, do Informativo SetePontos A interface entre os movimentos de comunicação e os de direitos humanos, que passam a ser vislumbrados pela dimensão econômica, social e cultural, se torna um ganho do movimento de direitos humanos, que se expande e assume a comunicação como componente de suas lutas, não apenas como ferramenta, atividade-meio de suas ações. Por Prof. Adilson Cabral, do Informativo SetePontos, out/2005
Municipalização das rádios comunitárias: luz no fim do túnel (?) Por Profª Eula Cabral As rádios comunitárias começam a se organizar em busca da municipalização. Porém, ao mesmo tempo que podem se beneficiar, pois, não ficarão sob as penas do governo federal, não se pode ignorar o fato que quem concede serviços de radiodifusão é a União e esse caminho pode tirar o foco na transformação da legislação nacional. Por Profª Eula Cabral, do Informativo SetePontos, out/2005
TVs públicas abrem espaço para a diversidade e realidade das Américas Por Sheila Morello “Democratização da informação” é um termo que pode ser usado para definir iniciativas como a das emissoras de televisão TV Brasil e TeleSur, vinculadas aos governos do Brasil e da Venezuela, cujo propósito principal é o de produzir e veicular notícias relacionadas aos interesses do país e da América do Sul. Por Sheila Morello, do Informativo SetePontos, out/2005
Mobilização pela democratização da Comunicação no Brasil Por Naira Rosana Coletivo de organizações, redes e fóruns espalhados pelas diversas regiões brasileiras estão organizando a 3ª Semana Nacional de Democratização da Comunicação que acontecerá em outubro. Várias ações serão realizadas para analisar os meios e os processos de comunicação no país. Por Naira Rosana, do Informativo SetePontos, out/2005
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenador: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915) Web-designer: Gustavo Barreto e Cris Fernandes. Colaboraram nesta edição: Bruno Zornitta (RJ), Gustavo Barreto (RJ), Júlia Gaspar (RJ), Kátia Marko (RS), León Diniz (RJ), Najla Passos (RJ), Nascimento (vereador Araraquara-PT/SP), Rodrigo F. Couto (DF), Rogério Almeida (PA), Sérgio Domingues (SP) e Virgínia Fontes (RJ).
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