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Boletim do NPC Nº 75De 16 a 30/9/2005
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



Notícias do NPC


11º curso de atualização do NPC. Inscrições abertas. Confira a programação

Dia opcional – Quarta dia 30/11
Oficinas de Comunicação Sindical

1 – A pauta necessária para disputar a hegemonia - 13h às 15h
Claudia Santiago - Jornalista

2 – Uma linguagem que comunique: palavras e frases– 15h às 17h
Vito Giannotti - Coordenador do NPC
Mario Camargo - Jornalista

3 – A diagramação indispensável para cativar o leitor – 17h às 18h30
Marcelo Souza – Produtor gráfico
Claudia Santiago - Jornalista

4 – A Diagramação visual do século XXI: infográficos – 18h30 às 20h
Vito Giannotti – Coordenador do NPC
Luiz Henrique Nascimento – Artista gráfico

1º dia – Quinta, dia 1/12

Neoliberalimo e pós-neoliberalismo:
Do Consenso de Washington ao Consenso de Pequim - 9h às 11h
Reginaldo Moraes – Prof. de Ciências Política da Unicamp
Teotônio dos Santos - Prof. da UFF

A centralidade da comunicação no marxismo - 11h às 13h
Carlos Nelson Coutinho - 
Virgínia Fontes Profª de História da UFF 

Os meios de comunicação no Brasil hoje – 14h às 16h
José Arbex Jr. - Jornalista e prof. da PUC/SP
Venício Lima – Jornalista e prof. da UNB

Profissão: Repórter -  16h às 18h
Caco Barcellos – Jornalista e repórter da TV Globo  (A confirmar)
Cláudio Júlio Tognolli – Jornalista e professor da USP
Raimundo Pereira – Jornalista e editor da revista  Reportagem

O Brasil que a imprensa sindical precisa mostrar -  18h às 20h
Márcio Pochmann – Economista – Professor da Unicamp  (A confirmar)

2º dia – Sexta, dia 2/12

Como a imprensa tratou a crise política de 2005 - 9h às 13h30
Carla Silva – Profª de História da UNIOESTE/PR
Joaquim Palhares – Idealizador da Carta Maior 
João Machado – Economista 
Ricardo Kotscho – Jornalista e escritor (A confirmar)

As concessões públicas de TV (Globo, etc.) são intocáveis? - 14h30 às 16h30
Gabriel Priolli  - Jornalista e diretor de televisão 
Jandira Feghalli – deputada federal PCdoB-RJ (A confirmar)
Pedrinho Guareschi – Escritor e prof. Da PUC-RS 
Marcos Dantas – Jornalista e prof. da PUC-RJ

Democratização da Comunicação e Rádios Comunitárias – Das 17 às 19h
Adilson Cabral - Professor de comunicação e coordenador do Informativo Sete Pontos
Joaquim Carvalho – Diretor jurídico do Abraço
Henrique Acker – Jornalista e radialista

3º dia – sábado dia 3/12

Comunicação na América Latina, Governo Hugo Chavez e TV Sul – 10h às 13h
Beto Almeida – Jornalista e diretor da TV SUL
Gustavo Codas – Jornalista e Assessor sindical
João Pedro Stédile – Dirigente do MST
Maringoni – Jornalista autor de A Venezuela que se inventa

Comunicação e cultura dos trabalhadores - 14h às 16h
Adelaide Gonçalves – Prof.a de História da UFCE
Hamilton Pereira – Escritor e diretor da Fundação Perseu Abramo

O NPC, a Comunicação Sindical e a Disputa de Hegemonia – Das 16 às 19h
Claudia Santiago –  Jornalista e Coordenadora do NPC
Guilherme Marques – Conselheiro do NPC e Mestre pela UFRJ/Ippur
Sergio Domingues – Sociólogo e do Conselho do NPC
Vito Giannotti – Escritor e Coordenador do NPC
 

Inscrições e informações
por meio do e-mail npiratininga@uol.com.br
(21) 2220 5616 ou 9628-5022, com Augusto.


Guilherme Marques defende tese sobre o papel da cidade na imprensa sindical
Soninho (frente) e Marcelo Badaró..
Na quarta-feira, dia 21, o historiador Guilherme Marques Soninho, da equipe do NPC defendeu tese de mestrado no Instituto de Políticas e Planejamento Urbano da UFRJ (IPPUR). Seu tema é o papel da cidade na imprensa sindical. Ou melhor, como a imprensa sindical trata de assuntos relativos à cidades. Já está sendo preparada pelo autor a publicação de um livro sobre este tema. A tese coloca a questão de qual deve ser a pauta de nossos jornais sindicais e populares. Já a escolha do tema por Soninho deixa claro que a imprensa sindical deve ir além do imediato. Ela precisa tocar todos os aspectos que atingem a vida do trabalhador: saúde, educação, transporte, moradia, violência, meio-ambiente, etc.

A tese abrange o período de 1895 a 2002. Avalia seis entidades cariocas que mais produziram jornais neste período: a CUT/RJ, o sindicato dos telefônicos, dos petroleiros, dos engenheiros, dos servidores públicos e dos trabalhadores da universidade Federal do Rio de Janeiro. A tiragem mensal destes jornais chega a 100 mil. Soninho coloca várias questões. O que falam estes jornais? Como tratam da relação dos trabalhadores com a vida na cidade? São apresentadas varias conclusões. Uma delas é que o movimento sindical como um todo discute quase todos os temas da cidade, sim. Mas cada um de forma fragmentada. Cada um toca em um ou dois temas mais ligados diretamente à sua categoria. Falta uma visão mais geral sobre a cidade. Falta a relação entre a vida do trabalhador no seu local de trabalho e no local de moradia.




A Comunicação que queremos


A comunicação nas Assembléias Populares
O Rio de Janeiro está inovando na preparação das Assembléias Populares. No dia 1º de outubro, será realizada, no DCE da UFF, no Centro de Niterói, a Plenária de Organizações Sociais em Comunicação. Na parte da manhã, será feita a apresentação dos trabalhos das organizações e uma apresentação da conjuntura sobre Assembléias Populares e temas relativos à Comunicação. Entre eles, a Semana pela Democratização da Comunicação, a oposição ao Ministro Hélio Costa: radcom, software livre, TV Digital, Lei Geral de Comunicação, CRIS Brasil. Na parte da tarde, grupos de trabalho e Encaminhamentos para a Assembléia Popular.

Filme que mostra saque perpetrado contra a Argentina é aula sobre o neoliberalismo
Há vários filmes europeus que mostram o resultado da destruição neoliberal nos países capitalistas tradicionais. Agora, o mundo recebe Memorias del saqueo, um filme sobre a América Latina que é a maior aula dada nos últimos tempos sobre o que significou e significa a implantação do projeto neoliberal em paises com Argentina, Brasil e México. É um filme argentino-francês, de Fernando Solanas. Nele, são mostrados, de maneira extremamente didática, os mecanismos que levaram a Argentina a mergulhar em uma crise sem precedentes na sua história. O cineasta argentino investiga as razões da derrocada de seu país e aponta os principais responsáveis por ela. A principal causa é a divida externa, o mecanismo que saqueia qualquer país vítima do FMI e dos grandes bancos estrangeiros.

O filme mostra que a situação da Argentina é o resultado da aplicação do projeto neoliberal a partir do Governo de Menem. Corrupção, privatizações e retirada de direitos dos trabalhadores são ingredientes naturais desta política que deixou mais da metade da população argentina na miséria. O ponto alto do filme-documentário é a reação popular e este saque contra o povo e em especial os trabalhadores. Cenas e mais cenas de manifestações e confrontos com as forças repressivas mostram que o jogo não acabou. A história continua. A luta dos explorados e oprimidos também. Imperdível, companheiros!

(Por Vito Giannotti)

P.S: O NPC está tentando trazer Fernando Solanas para uma apresentação com debate no 11º Curso Anual.


Carteiros estão em greve. Brasil de Fato pode atrasar
O jornal Brasil de Fato comunica que em função da forte greve dos trabalhadores dos Correios, que já tem a adesão de 70% da categoria, estão sendo verificadas outras formas de entrega do jornal. A equipe do jornal informa que quem indicar um amigo para fazer assinatura, ganha um CD do violeiro Victor Batista. Informações: assinaturas@brasildefato.com.br


De Olho Na Mídia


JN falsifica a verdade ao omitir dados sobre Gegê, na eleição interna do PT
O Jornal Nacional deste sábado (17/9) promoveu uma bela e sutil criminalização do PT, após relatar sobre o Processo de Eleições Diretas (PED), que ocorre neste domingo. Ao final da matéria, é dito:
(...) O sétimo candidato à presidência do PT, Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, está foragido porque há um mandado de prisão contra ele por homicídio. Os advogados de Gegê dizem que estão recorrendo na Justiça. (JN, 17/9/2005)
Não diz o motivo, não relata o caso, não dá direito à defesa. Simplesmente solta a palavra "foragido" juntamente com "presidência do PT".

Pensam muitos: "Mais um criminoso dessa gangue que é o PT!". A manipulação ocasionou a reação imediata de duas pessoas na minha casa. Uma delas disse: "O que? Um candidato do PT foragido da polícia?"

A reportagem sobre o PED foi boa, mas acabou desconstruindo os argumentos dos candidatos com a citação final. Uma forma sutil de dizer para as pessoas mais questionadoras, interessadas no conteúdo, que foi feita uma boa reportagem, e ao mesmo tempo influenciar os desavisados. Brilhante.

(Por Gustavo Barreto)


Raimundo Pereira compara corrupção no governo Lula, FHC e Collor em Carta Capital
Na edição de 14 de setembro da Carta Capital o editor da revista Reportagem faz uma longa analise da atual crise. Não vamos repetir o que o criador de Opinião, Movimento e do jornal diário Retratos do Brasil escreveu no seu artigo. Só vamos pegar uma frase que sintetize sua análise sobre o tamanho dos escândalos da corrupção no Governo Lula. “Em termos quantitativos, é um escândalo irrisório”. E aqui o autor fala da famosa CPI do Banestado, iniciada no período FHC e concluída em pleno governo Lula. A conclusão desta CPI que não deu em nada, com a cumplicidade dos dois governos, levaria a números astronômicos. Diz  Raimundo: “Resultado: RS 224,2 bilhões de multas, para centenas de empresas e alguns milhares de pessoas. Perto desse montante, os 56 milhões do esquema Delúbio-Valério são uma migalha: 0,02%.”

Concordando ou não com estes argumentos e estes números surge uma questão chave. Já imaginamos se existisse um jornal diário de esquerda? Estes dados já não teriam sido escancarados antes? Mas, nestes 25 anos, nem o PT e nem nenhum outro agrupamento de esquerda criou um único jornal diário. E aí só sobra mendigar alguma migalha de espaço na imprensa burguesa, FSP, Veja, O Globo e companhia. A disputa de hegemonia na sociedade está em curso todo dia, e toda hora, com todos os meios. A comunicação é o grande meio para disputar corações e mentes. Cadê os nossos veículos?

(Por Vito Giannotti)

P.S: Raimundo Rodrigues Pereira estará no 11º Curso do NPC.



Democratização da Comunicação


XII Plenária do FNDC: inscrições até 14 de outubro
14 de outubro é a data limite para a solicitação de inscrição dos delegados e observadores à XII Plenária do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, que este ano será em Belo Horizonte. O cadastramento das teses e propostas encaminhadas para o encontro devem ser entregues até o dia 20/10, quinta-feira. A Plenária do FNDC ocorre entre os dias 28 e 30 de outubro. Informações: secretaria@fndc.org.br, ou pelo fone/fax: (51) 3328-1922.

Rio faz ato pela democratização da comunicação
No próximo dia 20 de outubro, será realizado um ato público em repúdio à política do atual ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), a partir das 16h, na Praça XV (Centro do Rio). A manifestação, batizada como "De Costas para Hélio Costa", foi incorporada à programação da III Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, uma iniciativa da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos). No Rio, a Semana acontece entre os dias 17 e 20, com oficinas e debates, em locais a serem definidos. A data foi escolhida em função do Dia Mundial pela Democratização da Mídia, 18 de outubro. Mais informações sobre a construção da Semana com Paula Almada, coordenadora regional da Enecos: paula_almada@yahoo.com.br
(Por Bruno Zornitta)



NPC Informa


Vale a pena sonhar: um DVD sobre Apolônio de Carvalho
A história de luta do militante Apolônio de Carvalho, 93 anos, está no DVD Vale a pena sonhar, de Stela Grisitti e Rudi Bohm. Apolônio combateu junto com os republicanos na Guerra Civil Espanhola e participou da Resistência Francesa contra o nazismo. No Brasil, além de outras coisas, lutou contra a ditadura militar e foi o primeiro filiado ao PT, em 1980. Para obter o documentário, envie um correio eletrônico para assinaturas@mst.org.br. Custo: R$ 30,00.

Unesco lança Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa
A Unesco convida os Estados-Membros e as organizações profissionais regionais e internacionais, assim como organizações não-governamentais que atuam no campo do jornalismo e da liberdade de expressão, para indicarem candidatos ao Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO/Guillermo Cano. Conferido anualmente, o Prêmio consiste num objeto simbólico e na soma de US$ 25.000 que serão entregues no dia 3 de maio de 2006, Dia Mundial da Liberdade de Expressão. O nome do Prêmio é uma homenagem ao jornalista colombiano morto no exercício da profissão. Indicações ao prêmio devem ser enviadas por meio de um formulário devidamente preenchido em inglês ou francês até o dia 31 de outubro de 2005. http://osi.unesco.org.br/arquivos/documentos/guillermo_cano_2006.html


Por Dentro da Universidade


Giovandro Ferreira é o novo diretor da Faculdade de Comunicação da UFBA
O professor de comunicação Giovandro Marcus Ferreira é o novo diretor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Receba o abraço do Boletim do NPC.


De Olho Na Vida


Projeto de Lei legitima a homofobia, diz Centro de Educação Sexual
O Centro de Educação Sexual (Cedus), sediado no Rio de Janeiro, está propondo um movimento de repúdio ao Projeto de Lei-5916/2005 de autoria do deputado federal Elimar Damasceno (PRONA) que apresenta um programa de "cura da homossexualidade".

De acordo com o psicólogo Roberto Pereira, coordenador do Cedus, “o PL utiliza o já legitimado discurso de respeito às diversidades para legitimar a homofobia e impedir que exatamente a diversidade sexual seja respeitada. O projeto, que contraria a medida do Conselho Federal de Psicologia é uma afronta à conquista dos Direitos Humanos, indo de choque contra tudo aquilo que o Conselho Federal de Psicologia tem defendido até hoje e que, sob o falacioso argumento de controvérsias no campo da sexualidade humana, o deputado Damasceno pretende reverter. Isso implicará um retrocesso nas conquistas relativas aos direitos sexuais que não se pode admitir.”

Veja trecho do projeto: "§ 3º O auxílio e suporte psicológicos às pessoa que voluntariamente deixarem o homossexualismo se inserem no âmbito de competência dos psicólogos devidamente habilitados junto aos respectivos conselho profissionais."




Pérolas da edição



“A grande imprensa em países em desenvolvimento é a grande porca das instituições”
Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político



“Nós temos uma regra dentro do movimento: só pode se dizer militante do MST se estiver estudando. Então, quando o cara diz "eu sou militante do MST", nós dizemos "em qual curso tu estás estudando?" É um esforço permanente, também realizado no âmbito da nossa Escola Nacional de Guararema, que nós apelidamos de Universidade Popular. Temos convênios hoje com 42 universidades do Brasil”
João Pedro Stédile, coordenador do MST



Proposta de Pauta


Síntese do pensamento da direita brasileira...
por Luiz Fernando Veríssimo
“Eric Hobsbawm escreveu sobre o “pequeno século XX” (...) Concentrando-se no Brasil, Hobsbawm poderia adotar uma visão mais vagarosa da História e montar um argumento contrário, sobre um “longo século XVIII” em que as coisas não mudam. (...) O entusiasmo com que a direita brasileira aproveita o vexame petista para pregar e promover o fim da raça da esquerda deve-se à nostalgia, entre alguns, dessa delícia perdida: uma sociedade com os pobres resignados e uma aristocracia segura do seu direito divino e exclusivo ao poder. Um eterno século XVIII.” (Veríssimo n" Globo de 18-09-2005)



Cartas


Boletim do NPC em sala de aula
Adoro receber o Boletim do NPC. Sempre comento na escola, levo textos pros meus alunos, enfim, é de grande valia, ajuda a gente a ficar ligado numa outra comunicação. Gostaria de sugerir que o NPC enviasse notícias do próximo curso para o Bloco de Esquerda em Portugal e para o PCP. Percebo em Portugal uma tremenda falta de criatividade na comunicação da esquerda com a população. Os outdoors são de péssimo gosto, os jornais deixam muito a desejar. Quem sabe o NPC poderia levar o curso a Portugal?

Boletim do NPC em Mato Grosso do Sul
Obrigado por enviar o Boletim - Gosto muito do trabalho desenvolvido pelo Núcleo - Estou a disposição para enviar informações para vocês sobre Mato Grosso do Sul.
(Gerson Jará. Jornalista, assessor
dep. fed. Antonio Carlos Biffi PT-MS)



ESPECIAL:


Entrevista com Diogo Moysés, do Intervozes
Informação: mercadoria mais valiosa do capitalismo
O Brasil ainda está muito distante de garantir a realização plena de mais um direito humano, o direito à comunicação. Esta é uma das revelações da pesquisa "O Direito à Comunicação no Brasil", realizada pelo Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, que faz parte do Projeto de Governança Global da Campanha CRIS - Communication Rights in the Information Society.

A pesquisa foi lançada oficialmente em Santos (SP), no dia 5 de setembro, numa promoção do Centro de Imprensa Alternativa (CIA). O evento, como informa Carlos Gustavo Yoda, do CIA, foi uma atividade preparatória à Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que acontece em Santos, de 17 a 22 de outubro. "Queremos sensibilizar os estudantes de comunicação, acostumados nas escolas para a lógica do mercado, a pensar a comunicação como um direito fundamental de uma sociedade democrática", informa Yoda.

O Boletim NPC entrevistou um dos coordenadores da pesquisa, Diogo Moysés, do Intervozes, que esteve em Santos, no lançamento que reuniu mais de 130 pessoas, principalmente estudantes de comunicação, numa universidade local. A pesquisa está na página do Coletivo Brasil de Comunicação Social (www.intervozes.org.br).

Boletim NPC - Quais os principais dados levantados pela pesquisa O Direito à Comunicação no Brasil?

Diogo Moysés - A pesquisa pretende revelar a situação atual, no Brasil, dos diversos elementos que formam, em conjunto, o direito à comunicação. Apontar quais os "principais dados" é bastante complicado, porque a pesquisa passa por campos bastante diversos, como liberdade de expressão, pluralidade dos meios, respeito à diversidade, propriedade intelectual, acesso às TICs, etc. Entretanto, é possível dizer que o estudo revela que, no Brasil, estamos muito distantes de garantirmos a realização plena desse direito humano, que é o direito à comunicação. Em todos os temas (pilares) pesquisados, não há uma legislação que aponte para a efetivação deste direito. De fato, a comunicação é tratada como um serviço, não como um direito. Mais do que isso, podemos dizer que hoje a informação é a mercadoria mais valiosa do capitalismo, e que para que continue sendo assim, é preciso que ela possa circular sob a perspectiva exclusiva da geração de lucro. O interesse público, quando se fala em comunicação no país, é algo bastante secundário.

Boletim NPC - Como o Intervozes define a comunicação que se faz hoje no País?

Diogo Moysés - Aqui corro risco de cometer impropriedades, porque a pergunta é um tanto genérica. Mas diria que hoje a comunicação está a serviço de poucos, que a usam como um instrumento de poder, mais precisamente para a manutenção do poder das elites. Há resistências localizadas, assim como tentativas pontuais de democratização dos meios e conteúdos, mas, de fato, há uma hegemonia dos meios privados, comerciais, regidos exclusivamente pela lógica do lucro. E lucro e interesse público, do meu ponto de vista, são inconciliáveis.
Dessa forma, temos um quadro completamente desigual, onde poucos podem exercer sua liberdade de expressão enquanto a maioria é obrigada a ficar calada, como se meia dúzia representasse a maioria. Assim, além de reproduzir o pensamento político dominante, os principais meios de comunicação também não expressam as diversidades presentes na sociedade.

Boletim NPC - Por que a comunicação é um direito humano?

Diogo Moysés - Aqui reproduzo um texto que escrevi no começo do ano e que está no folder de nossa entidade: "O direito à comunicação é um dos pilares centrais de uma sociedade democrática. Assumir a comunicação como um direito humano significa reconhecer o direito de todas as pessoas de ter voz, de se expressar. Significa reconhecer a comunicação como um direito universal e indissociável de todos os outros direitos fundamentais”.
O direito à comunicação é mais do que a liberdade de expressão e o direito à informação: é o direito de todas as pessoas de ter acesso aos meios de produção e veiculação de informação, de possuir condições técnicas e materiais para ouvir e ser ouvida, de ter o conhecimento necessário para estabelecer uma relação autônoma e independente frente aos meios de comunicação. Se comunicação é um direito, é preciso que haja a permanente busca por garanti-lo. Portanto, enquanto há impeditivos (sejam eles sociais, políticos, econômicos ou técnicos) para a realização plena desse direito, é preciso uma postura ativa do Estado de promoção da pluralidade, da diversidade e da luta constante pela superação dessas desigualdades.
Mas o direito à comunicação não se realiza apenas nos espaços da mídia tradicional. Garantir o acesso direto de todos os cidadãos às Tecnologias de Comunicação e Informação, como a Internet, é outra condição para a efetivação do direito à comunicação. Sem acesso à tecnologia e à educação para sua utilização, aumenta o abismo entre os que têm e os que não têm".

Boletim NPC - O que deveria ser mudado na legislação brasileira para tornar a comunicação mais democrática no País?

Diogo Moysés - Precisamos de uma legislação que coloque as coisas em seu devido lugar: que limite à propriedade dos meios, que garanta a diversidade cultural, que propicie o controle público da comunicação e que possibilite o acesso, por todos, aos meios para produzir e veicular. A legislação, certamente, precisa garantir que o Estado seja o responsável pela promoção do direito e não um simples espectador do mercado.

(Rosângela Ribeiro Gil - NPC – Santos)



Novos artigos em nossa página


A tradição remixada
 Por Hermano Vianna e Ronaldo Lemos
Assim como sistemas de cotas reinventam a idéia e a percepção de raça em sociedades mestiças, há uma discussão na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) para reinventar o conceito de propriedade intelectual, tornando-o aplicável a conhecimentos e expressões culturais tradicionais. Trata-se da discussão para a elaboração de um tratado internacional para regular globalmente o regime de "propriedade" a ser aplicado sobre os conhecimentos tradicionais.
Essa discussão é vista por uma série de países em desenvolvimento como uma possibilidade de contrabalançar os pesados efeitos uniformizadores impostos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) a partir de 1995, com a adoção do chamado Acordo Trips.
Pelo Trips, todos os membros da OMC ficaram obrigados a estabelecer padrões mínimos de proteção à propriedade intelectual, a partir de um modelo único. Países sem qualquer tradição na área, sobretudo na Ásia e na África, viram-se obrigados a adotar repentinamente um sistema com o qual não tinham nenhuma familiaridade anterior. (Folha de S. Paulo, 4/9/2005)


Desafios do jornalismo na luta pela democratização
Por  Vito Giannotti
Ao falar de desafios do jornalismo é preciso deixar claro que há dois tipos de jornalismo: o dos trabalhadores e o das classes dominantes. Quando falamos sobre a luta pela democratização da informação, a distância entre estes dois jornalismo aumenta infinitamente.
O jornalismo patronal, de grupos empresariais, de conglomerados de mídia não tem nenhuma preocupação com a democratização. Seu objetivo é único: defender a sociedade estabelecida e obedecer, sem contestação, aos seus donos. Individualmente, cada jornalista pode tentar fazer pequenos furos na muralha blindada de cimento e aço que garante a inviolabilidade do castelo dos proprietários dos meios de comunicação. Mas a atitude final que expressa a contestação dos jornalistas não conformistas só pode ser uma: pedir demissão. Não há outra saída.
No célebre livro de Chatô, de Fernando Moraes, há um dialogo entre um jornalista que se sente castrado em determinada ocasião, pelo dono dos Diários Associados, Assis Chateaubriand. Com a maior clareza do mundo o poderoso Chatô diz tranqüilamente para o inquieto subordinado: “Quer ter opinião, monte seu próprio jornal”. Está é a clareza, sem traumas éticos ou psicológicos, de uma burguesia que tem consciência da classe.


Expediente



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Web-designer: Gustavo Barreto e Cris Fernandes.
Colaboraram nesta edição: Adilson Cabral, Bruno Zornitta, Rosângela Ribeiro Gil.


Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.

 

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Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge