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Boletim do NPC Nº 5De 4 a 15/6/2002
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



A Comunicação que queremos


Mostra de Imprensa Sindical Brasileira continua, com diversas atividades e muitas visitas
A 1ª Mostra de Imprensa Sindical Brasileira 1988-2002, organizada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação, continua a atrair visitantes. Junto com a exposição está funcionando uma espécie de cinefórum, ou seja a apresentação de vídeos sobre temas relativos à Mostra de Comunicação Sindical e Popular. O público varia de estudantes universitários de várias faculdades a sindicalistas de vários estados e categorias de passagem pela Cidade Maravilhosa.

Mas o que tem dado um colorido diferente tem sido alunos de escolas o de cursos de pré vestibular comunitário convidados por professores que estão no campo da libertação do povo. Assim tivemos vários grupos numerosos de alunos das Comunidades da Maré, da Mangueira, de Vila Isabel e de colégios como o CEAT.

Com estes grupos temos tido apresentações de vídeos tipo: Muito além do Cidadão Kane, ou séries de vídeos sobre o MST, como O Arquiteto da Violência, e Pés na Estrada, de Anderson do Cefuria de Curitiba. Ou ainda sobre a realidade brasileira como Boca de Lixo, de Claudio Coutinho, ou Trabalho Infantil de Beto Novaes. Muito interessante foi o debate com Ivan, presidente do Sindifisco do Sergipe e participante do Movimento Negro, sobre a realidade do Negro no Brasil, a partir da apresentação do vídeo Retrato em Preto   Branco.

Uma das programações mais concorridas foi a palestra e apresentação de vídeos sobre Propaganda e cinema a serviço do Golpe de 64, feita pela jornalista Denise Assis. Mais de 100 alunos de cursos de vestibular, de várias Comunidades da periferia do Rio, coordenados pelo animador Leão, assistiram projeções, ouviram a exposição da Denise, debateram e visitaram a Mostra.

Diariamente grupos de visitantes da Mostra realizam debates sobre os filmes que Guilherme, o Soninho, projeta até o dia 14 deste mês.



A política de comunicação da administração popular de Campinas
Todos os dias o Diário Oficial do de Campinas traz notícias do governo. Em breve ele terá uma tiragem de 30 mil exemplares e será distribuído gratuitamente nas bancas da cidade. A cada mês um jornal é editado com as ações da Prefeitura com uma tiragem de 100 mil exemplares.

O portal na internet da prefeitura de Campinas tem mais de 4 mil páginas de serviços e informações, é gerenciado por Software Livre. Uma lista de mais de 6 mil endereços eletrônicos recebe boletins diariamente.

Para quem não tem acesso à Internet temos uma Rádio Educativa que traz entretenimento e notícias o dia todo. Ela tem sido alvo de reportagens pela qualidade da programação e pela inovação. Leia mais em nossa página, no artigo de Mário Camargo, que é diretor do Departamento de Comunicação Social de Campinas. www.piratininga.org.br.



Conselho de Comunicação finalmente sai do papel ... Será?

O Conselho de Comunicação Social está, desde o dia 22, mais perto de sair do papel e se tornar realidade, 14 anos depois de ter sido criado pela Constituição de 1988. Os líderes partidários no Congresso chegaram a um consenso para a indicação dos membros do conselho, cuja composição foi encaminhada ao Senado ainda ontem.

Entre as atribuições do conselho, que será um órgão consultivo do Congresso Nacional, estão a emissão de pareceres sobre a renovação de concessões de rádio e TV e pareceres sobre a política de comunicação no país.

Foram indicados conselheiros titulares Paulo Machado de Carvalho Neto (representando empresas de rádio), Roberto Wagner Monteiro (empresas de TV), Paulo Cabral (empresas de imprensa escrita), Fernando Bitencourt (engenheiro da área de comunicação social), Daniel Hertz (jornalistas), Chico Pereira (radialistas), Berenice Isabel Mendes Bezerra (artistas), Geraldo Pereira dos Santos (cinema e vídeo) e, representando a sociedade civil, José Paulo Cavalcanti, Alberto Dines, Carlos Chagas e Ricardo Moretzon.




O Avesso da Mídia


Televisão: nossa inimiga ideológica nº 1

Já passou a hora da esquerda fazer uma grande campanha contra a TV. Mais que o rádio, os jornalões, as revistas, a TV é a que faz mais estragos contra a luta dos trabalhadores. Ela está em todo o canto, é quase totalmente controlada pelas classes dominantes, utiliza poderosos recursos visuais, distorce, falseia, inventa fatos e atitudes. O que fazer? Pra começar, tem que assistir. Fechar o nariz e ver todo o tipo de lixo que a maioria do povo vê. Só assim dá pra criticar, denunciar e desmascarar. Mas tudo isso é pouco. O mais importante é encontrar formas de quebrar seu monopólio. Seja o monopólio da audiência, seja o da propriedade. Leia mais sobre o assunto no artigo O Povo não é bobo...nem a Rede Globo, de Sérgio Domingues: www.piratininga.org.br.



Garotinho censura CartaCapital

 O ex-governador conseguiu impedir na Justiça que a revista CartaCapital publicasse reportagem a seu respeito. Em entrevista, o empresário Guilherme Freire declarou à CartaCapital ter sido freqüente doador de campanhas políticas e intermediário de negócios de Antony Garotinho. Freire relatou negócios feitos em nome de Garotinho e disse ter resolvido falar como forma de proteger sua vida e a dos seus familiares.

A revista vai buscar na Justiça o direito de publicar a matéria. Enquanto isso, leia na página de CartaCapital os detalhes sobre a produção da entrevista, a reação de Garotinho e seus assessores, a primeira notificação judicial, o segundo despacho do juiz Silva, o valor da multa e a petição dos advogados de Garotinho. www.cartacapital.com.br.



Neutralidade da Mídia é papo furado: veja O Estado de Minas

Tanto faz tratar-se da Folha de São Paulo, do Estado do Maranhão, da Zero Hora, do Diário Catarinense ou do Estado de Minas. A realidade é sempre a mesma: estes veículos de mídia são veículos de uma visão de mundo, de valores e projetos de uma mesma classe.

 

No dia 25 de maio, o Estado de Minas, como a maioria dos outros jornais do País, noticiou a decretação da prisão de José Rainha, por obra de um juiz qualquer deste nosso imenso País.

A manchete, devidamente editada, traz uma informação simples, objetiva, quase neutra poderíamos dizer: Lideres do MST estão foragidos. Logo, no chapéu encontramos a posição do vetusto jornal: Juiz diz que Movimento atenta contra a ordem. 

Taí o que o Estado de Minas quer reafirmar na cabeça dos seus leitores.

 

Mas a aula sobre a neutralidade da mídia burguesa está por vir. No corpo do artigo vai uma frase que é uma aula sobre esta imparcialidade. Vejamos:"Rainha que saiu há uma semana da prisão depois de ter sido detido com uma escopeta calibre 12, não foi encontrado em sua casa." E por aí vai!  

 

À primeira vista tá tudo certo. Só que o Estado de Minas esqueceu-se de dizer que Zé Rainha negou o tempo todo que esta arma fosse sua. O glorioso jornal não disse que o primeiro Boletim de Ocorrência, feito na noite na qual Zé Rainha foi preso, dizia que o motorista assumiu que a tal escopeta era dele.  E esqueceu de dizer que a prisão do líder do MST foi totalmente baseada num segundo Boletim completamente diferente do primeiro. Esqueceu que o delegado, que na noite não estava no plantão, disse não ter conhecimento do primeiro boletim. Esqueceu-se de várias outras coisas. Afinal, um artigo não precisa dizer tudo, não é mesmo?

 

Não dizer determinadas coisas, calar sobre determinadas informações é distorcer totalmente a verdade. E a tal neutralidade da imprensa burguesa falada nas escolas de jornalismo, como é que fica? Não passa de uma piada de papagaio. 

( por Vito Giannotti)



Comunicando para milhões


CUT e DIEESE criam fórum sobre redução da jornada de trabalho
"A limitação da jornada de trabalho é a condição prévia sem a qual todas as demais aspirações de emancipação sofrerão inevitavelmente um fracasso". Estas palavras de Karl Marx foram ditas na Conferência da Internacional dos Trabalhadores de Genebra, em 1866. Continuam mais do que atuais. 

É por isso que a CUT e o DIEESE estão lançando o Fórum sobre redução da jornada de trabalho. Segundo as informações presentes na página www.tempolivre.org.br, o Fórum tem como objetivos:

1- Propiciar um amplo debate e aprofundar o conhecimento sobre o tema; 

2- Criar uma biblioteca reunindo textos (principalmente em português) enfocando a questão da jornada sob diferentes ângulos;

3- Colaborar para a elaboração de propostas e políticas relativas à jornada de trabalho e ao emprego, visando ainda auxiliar e influir no debate da política nacional;

4- Contribuir para o lançamento e implementação de uma campanha nacional pela redução da jornada de trabalho.

O Fórum sobre redução da jornada de trabalho é aberto a todo e qualquer interessado. Todavia, as lideranças do movimento sindical e popular e os estudiosos do tema são seu público alvo preferencial.

O espaço do Fórum sobre redução da jornada de trabalho conta com seções dedicadas à informação sobre o tema, a serviços como correio, links e, ainda, à pesquisa e a debates. Completa este quadro um boletim informativo sobre o conteúdo, objetivos e as iniciativas do fórum. Além disso, serão divulgadas as atividades relacionadas ao tema, como a Campanha para a Redução da Jornada de Trabalho.

O Fórum pretende abordar o tema da jornada de trabalho de forma abrangente, abrindo espaço para aspectos econômicos, sociais, qualidade de vida, educação, gênero e saúde do trabalhador, entre vários outros



Livro reúne denúncias sobre era FHC
Foi lançado dia 28 o livro "O mapa da corrupção no governo FHC", de Larissa Bortoni e Ronaldo Moura. Editado pela Perseu Abramo, a publicação fornece informações detalhadas sobre as dez mais rumorosas denúncias de corrupção contra o governo Fernando Henrique Cardoso, desde o início do primeiro mandato, em 1995, até março de 2002. O lançamento será no Espaço Cultural da Câmara, às 18h30.

"Nossa proposta é mostrar que a corrupção não é episódica e localizada, é endêmica", afirma Ronaldo de Moura, assessor de imprensa do senador José Eduardo Dutra (PT-SE). Segundo Larissa Bortoni, editora da Rádio Senado, o objetivo é "contribuir para a preservação da memória e para o fomento da indignação dos cidadãos diante das chagas da corrupção".

São detalhados no livro os casos Sivam, Proer, Pasta Rosa, compra de votos para aprovar a reeleição, DNER, grampo no BNDES, Marka-FonteCindam, TRT de São Paulo, Sudam/Banpará e EJ Caldas.

Os autores chamam atenção para as "operações abafa" desencadeadas pelo governo federal para impedir qualquer possibilidade de investigação das denúncias.

Fonte: INFORMES da Liderança do PT - Brasília




De Olho No Mundo


A máfia sindical venezuelana e a tentativa de golpe contra Chávez
Muitos de nós, costumeiramente mal-informados sobre os países latino-americanos, nos espantamos ao tomar conhecimento do papel representando por lideranças sindicais na golpe frustrado contra Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Afinal, foi um golpe orquestrado por poderosos empresários, pela mídia e abertamente apoiado pelo governo dos EUA.

Mas quem conhece a principal central sindical do país sabe, a CTV, sabe que esse tipo de atuação não é nenhuma surpresa. A CTV é uma espécie de Força Sindical venezuelana, com o agravante de não existir uma CUT para se opor ao peleguismo e corrupção que representa. Seu presidente é Carlos Ortega, eleito em outubro passado em processo considerado viciado pelo próprio Tribunal Supremo Eleitoral venezuelano: Ortega se proclamou presidente com apenas 51% das atas eleitorais apuradas.

Uma vez empossado, Ortega começou a articular a greve nacional de 10 de dezembro, contra os 49 projetos de lei apresentados por Chávez. Entre eles, o que pretendia acabar com o latifúndio improdutivo. A greve de dezembro foi o primeiro lockout empresarial da história da Venezuela Esta e todo o movimento golpista posterior contaram com o apoio de toda a mídia, da alta hierarquia católica venezuelana, do empresariado da Federcamaras, sob a inspiração e coordenação dos EUA, seja através de instrumentos diretamente político-militares, seja através de organizações sindicais.

Estas e outras informações podem ser encontradas no artigo de Altamiro Borges, no site www.oficinainforma.com.br. Altamiro Borges é editor da revista Debate Sindical.

 




Veja em nossa página



  • Comunicação popular e governos municipais - Mário Camargo

  • O povo não é bobo...Nem a Rede Globo! - Sérgio Domingues

  • Dicas: Livros, Vídeos e verbetes do Manual de Linguagem Sindical

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Expediente



Boletim NPC

Coordenação: Vito Gianotti e Sérgio Domingues
Edição: Cláudia Santiago - Mtb.RJ-14.915
Diagramação: Edson Dias Neves

Colaboraram nesta edição: Najla Passos, Katia Marko, Rosangela Ribeiro Gil, Antônio Carlos Queiroz, Pe. Bernardo e Reginaldo Moraes
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ÍNDICE
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Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge