http://www.piratininga.org.br
Boletim do
NPC —
Nº 4
— De 17 a 27/5/2002
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
A Comunicação que queremos
Mostra de Imprensa Sindical Brasileira fica no Rio de Janeiro a té 14 de junho A
1ª Mostra de Imprensa Sindical Brasileira 1988-2002, patrocinada pelo Núcleo
Piratininga de Comunicação, Sindipetro/RJ e CUT/RJ, reúne cinco mil jornais
produzidos por 600 profissionais de comunicação. A sala principal trata da
história das lutas dos trabalhadores nos últimos 15 anos. Vida é o que se
respira nas salas da antiga sede do Sindipetro/RJ, no 20º andar do prédio da
CUT/RJ, no centro do Rio, das 14h às 21h. Durante a mostra o Núcleo
Piratininga promove também a exibição de filmes, de segunda a sexta, às
18h30. Cinema e bate-papo, tudo grátis. O objetivo da mostra, que no Rio fica
até 15 de junho, é que ela seja itinerante. Assim como os jornais vieram do
Iapoque ao Chuí, que ela percorra todos os cantos do Brasil.
Não
deixe de visitar!
Local:
sede antiga do Sindipetro/RJ. Av. Presidente Vargas, nº 502/ 20º andar.
Leia mais em nossa página: www.piratininga.org.br
Revista Reportagem: não deixe de ler! Se
você ainda não leu a revista Reportagem de abril, não sabe o que está
perdendo. Confira em www.oficinainforma.com.br.
Além da bonitíssima reportagem de Tânia Caliari sobre a Argentina, fique
atento aos textos das páginas 6 e 7: "Democracia dos espectadores" e
"Quem paga a orquestra".
ADITAL: Uma agência de informações voltada para a América Latina Parece
incrível, mas é mais comum nos interessarmos pelo que acontece na Europa do
que com a América Latina. É por isso que a Agência de Informação frei Tito para América Latina
(ADITAL) é uma iniciativa importante. Ela é tocada por pessoas e
grupos ligados à Igreja Católica no Brasil
"que têm como eixo de ação a prática libertadora de movimentos
populares e de direitos humanos; de todos que, com sua reflexão e
prática, querem construir uma sociedade baseada no bem
comum".
Um dos responsáveis pela criação da ADITAL é Frei Betto. A
agência começou a funcionar março de 2001. Seu endereço é http://www.adital.org.br.
Não deixe de visitar e colher informações importantes.
Jornalistas querem reinstalar o Comitê pela Democratização da Comunicação de Porto Alegre
Os
jornalistas do Rio Grande do Sul, reunidos em seu 30º Congresso Estadual, nos
dias 10 e 11 de maio, decidiram reinstalar o Comitê pela Democratização da
Comunicação de Porto Alegre, que teve grande atuação nos anos 90. Para
debater a sua reinstalação, foi marcada uma reunião para esta terça-feira,
dia 14 de maio, às 15h, no Sindicato dos Jornalistas do RS (Rua dos Andradas,
1270, conj. 133, 13º andar, fone 3228.8146). Todas as entidades interessadas
podem participar.
Os
Comitês funcionam em conjunto com o Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação. Criado em 1991 como movimento e passando a ser pessoa jurídica
constituída desde 1996, o Fórum congrega entidades da sociedade civil para
enfrentar os problemas da área das comunicações no país. Na sua VIII Plenária,
realizada de 30/11 a 2/12 de 2001, em Brasília - DF, o Fórum reafirmou sua
determinação de apresentar um programa para a área das comunicações voltado
para a construção da democracia, da cidadania e da nacionalidade no Brasil. Em
junho, acontece a próxima Plenária do Fórum, no Rio de Janeiro.
Mais
informações sobre o Fórum e as suas propostas para a Comunicação no Brasil,
confira em www.fndc.com.br
O Avesso da Mídia
Censo do IBGE: Jornalões mostram só os números que interessam ao governo Divulgados
os números do Censo do IBGE 2000, a maioria das manchetes em papel, som e vídeo
não perderam tempo. Saíram a falar de queda da mortalidade infantil,
crescimento da escolaridade e de melhoras na saúde. Só não explicaram que a
queda da mortalidade só fez acompanhar a queda do número de filhos. Que a
diminuição no número de analfabetos foi de pouco mais de 30%, quando a meta
era de pelo menos 50%. E ao elogiar o atendimento à saúde, esqueceram o
estouro da dengue em todo o país presente em suas próprias manchetes, há
poucos meses.
Por
outro lado, poucos deram destaque ao fato de que mais da metade da população
economicamente ativa ganham até de dois salários mínimos. Uma verdadeira aula sobre como distorcer fatos. Mas se você também quiser aprender sobre como desmascarar esse expediente de baixo jornalismo, leia o excelente artigo de Bernardo Kucinski na Agência Carta-Maior: www.agenciacartamaior.com.br
Lucro da livraria Fnac mostra um País tremendamente injusto A notícia
é simples. A Fnac, rede de livrarias francesa, recém-chegada ao Brasil, tem três
lojas em funcionamento (Rio, São Paulo, Campinas) no país. No mundo ela tem 90
lojas. Pois as três lojas do Brasil. Sozinhas, representam 10% do faturamento
faz lojas da rede fora da França. Êta país bom: deus é mesmo brasileiro. O
pequeno artigo do jornal O Globo, do dia 2 de maio, conclui que a Fenac está
estudando a abertura de mais lojas no rio, São Paulo, Salvador, Brasília,
entre outras cidades. Aqui acaba O Globo. E gostaria que o pensamento morresse aí.
Mas, como não é proibido pensar, vejamos:
Estes simples dados escancaram toda a estrutura injusta do
nosso país. Um país que tem 5.600 municípios, dos quais somente 900 possuem
alguma livraria. Em 4.600 municípios não há sequer uma livraria. Um país
que, entre os 194 países da ONU, está em 102º em leitura de jornais.
Pois nesse mesmo país, uma pequeníssima
parcela da população que mora nos paraísos da Barra da Tijuca, no Rio ou em
Pinheiros, em São Paulo, tem condições de comprar a rede de livraria Fenac
inteira. Inteira não, somente 10%.Este é o escândalo: 87 lojas dão à Fnac
90% do seu faturamento. Somente três, no nosso país abençoadíssimo por Deus,
dão 10%. E quantos compram livros no Brasil? O suficiente para três lojas dar
10% do faturamento das 90 lojas da Fnac mundo afora.
Este é o Brasil. O País que é o penúltimo
em justiça social, ou melhor, em injustiça social. Ou dito de forma mais acadêmica
e menos chocante: o penúltimo em distribuição de renda. Ou um pouquinho mais
cruel: o segundo em pior distribuição de renda. (Vito
Giannotti)
Comunicando para milhões
Sociedade precisa se organizar contra o flagelo do desemprego
"O trabalho é importante na identidade e dignidade da pessoa humana e na harmonia do conjunto social". É assim que Frei José Alamiro Andrade Silva, do Santuário do Valongo de Santos (SP), fala da manifestação que organizou: o Dia dos Sem Trabalho.
O ato público em solidariedade a milhões de brasileiros e brasileiras que foram excluídos do mundo do trabalho, aconteceu um dia após 1º de Maio, o Dia Internacional do Trabalhador, em Santos (litoral do Estado de São Paulo).
Com voz pausada, marcando bem as palavras, Frei Alamiro explica a razão do ato: "Queremos estimular a sociedade a se organizar e cobrar ações efetivas das autoridades contra esse flagelo que atinge milhões de pessoas em nosso País".
Frei Alamiro revela que as pessoas que não conseguem emprego e vão para as ruas perdem a auto-estima e se desestruturam completamente. "Trabalhamos na nossa Igreja com essas pessoas. É muito difícil recuperar o sentido da vida e a esperança para quem está nas ruas. E a sociedade não pode ficar indiferente a esse grave problema social".
Acordar o povo
Já Irmã Maria Dolores Muniz Junqueira, que recebeu o prêmio Santo Dias de Direitos Humanos 2000 da Assembléia Legislativa de São Paulo e que desenvolve trabalho social numa das regiões mais pobres de São Vicente (SP), o Quarentenário, considera fundamental "acordar o povo" para que perceba que são necessárias mudanças urgentes no Brasil.
A religiosa, de 73 anos de idade, critica o governo Fernando Henrique Cardoso, para quem os seres humanos não valem nada. "O presidente está de mãos dadas com o FMI. Para ele o povo não interessa e a morte de pessoas é apenas um risco calculado".
Irmã Dolores, que nasceu na Espanha, diz se angustiar com a acomodação do povo brasileiro com a própria situação. Para a religiosa, o povo precisa exigir os seus direitos e não ficar esperando que as autoridades tomem providências.
(Rosângela Gil - Santos).
Governo Federal ameaça punir professores que denunciaram seguro-apagão O ministro da Casa Civil e presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica, Pedro Parente, ameaça punir os professores universitários que denunciaram à imprensa e ao Ministério Público as irregularidades cometidas pelo Governo Federal ao cobrar do contribuinte o “seguro-apagão” e, ainda, comprar energia superfaturada, durante a crise energética de 2001, popularmente conhecida como “apagão”. (por Najla Passos e Marcia Andrela de Cuiabá). Leia mais em www.piratininga.org.br
Grito da Terra 2002 rejeita transgênicos
O
Grito da Terra é uma espécie de “data-base” dos trabalhadores rurais.
Durante o evento, os trabalhadores apresentam suas reivindicações para o
ano-safra em curso e para a melhoria das condições de vida no campo. A pauta
inclui políticas agrícolas, agrárias, sociais, trabalhistas, meio ambiente e
combate à violência e à impunidade no campo.
A
edição 2002 do Grito da Terra Brasil será realizada entre 21 e 23 de maio. A
expectativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
é reunir em atos e manifestações mais de 100 mil trabalhadores em todo o país.
Entre as reivindicações estão a moratória do cultivo comercial de organismos
geneticamente modificados, a rejeição de projetos de lei que liberem sua produção
e comercialização e a rotulagem dos transgênicos que já estejam no mercado.
Lideranças
sindicais da Contag e das Federações de Trabalhadores na Agricultura já
entregaram a pauta de reivindicações do Grito da Terra Brasil 2002 a Fernando
Henrique Cardoso.
Fonte:
Informes PT - Câmara de Deputados - Brasília
De Olho No Mundo
Zapatistas em silêncio contra ataques de baixa intensidade Leia abaixo alguns trechos do artigo Chiapas, a Paz Distante de Luiz Hernández Navarro, publicado no La Jornada de 30/04. Leia o artigo na íntegra em nossa página.
"Já faz um ano que o EZLN se mantém em silêncio. Vive-se uma situação que se parece a de um caldeirão cheio d’água no qual centenas de bolhas estouram anunciando que o líquido está prestes a ferver. As dezenas de enfrentamentos que brotaram em Chiapas nas últimas semanas advertem que a tempestade se aproxima. (...)
"Aparentemente, a natureza destes conflitos varia de caso a caso, mas os fatos partilham da mesma matriz: de um lado, ainda que em Chiapas o governo tenha mudado, o poder continua nas mãos daqueles que sempre o detiveram; do outro, este mesmo poder não pôde derrotar a rebelião que, ao contrário, continua se ampliando e consolidando. Os enfrentamentos vêm da disputa dentro de um mesmo território entre as forças da rebelião e os agentes da contra-insurreição.(...)
"Mesmo que o PRI não tenha o controle do governo do estado, as velhas agremiações que se escondiam sob o manto de suas siglas mantêm posições de poder muito importantes e são um fator recorrente de violência. (...) ."
Fonte Emílio Gennari - emge@terra.com.br
Madri: 2ª cúpula entre a União Européia, a América Latina e o Caribe
(Resumo de um artigo mais longo) Nos dias 16 e 17 de maio
reuniram-se em Madri os chefes de Estado ou de governo dos paises da América
Latina, do Caribe e da União Européia. Foi a segunda cimeira dessa
envergadura; a primeira aconteceu no Rio de Janeiro em junho de 1999. O objetivo
principal desses encontros de cúpula é de promover a cooperação política
mas sobretudo
econômica entre as duas regiões.
A UE prefere tratar com entidades regionais; está negociando acordos com a América
Central, o pacto andino e o Mercosul; tem acordos com Chile e México. A UE está
lutando para não perder a sua influência não só econômica mas também política
e cultural na AL e deixar a região sob uma maior hegemonia dos EUA. A cúpula
de Rio em 1999 devia acelerar a negociação para chegar a um eventual acordo já
em 2002. Mas 1999 foi o ano da desvalorização do Real; o Mercosul se retraiu e
a Argentina entrou em recessão, com ataques contra o peso. Sem definição
comercial clara de parte do Mercosul, as negociações emperraram.
O desmoronamento da Argentina,
a indefinição da rodada comercial mundial do Milênio, e até o contexto
eleitoral no Brasil não permitem avanços nas negociações UE-Mercosul. Dos
dois lados existe uma certa desilusão. Desde os anos de ditadura os EUA vão
aumentando sua hegemonia política, militar, cultural e comercial. O projeto da
ALCA representa uma etapa decisiva e definitiva nesse processo de dominação e
anexação da região. O acordo EU-Mercosul representa uma possibilidade de
equilibrar a influência dos EUA. O Mercosul tem mais condições de negociar um
comércio mais justo e não só mais comércio livre com a EU que com os EUA. Um
próximo encontro interministerial no Brasil no final do ano deveria relançar o
processo. Já é tempo! O Brasil pode e deve assumir uma maior liderança.
Pe. Bernardo - Brasília
Veja em nossa página
-
Mostra
de Imprensa sindical conta história da luta operária
- Lili Amaral
-
Primeiros
de maio de ontem, lições para hoje -
Vito Giannotti e Réginaldo Moraes
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O
macaco não olha o próprio rabo - Antônio Carlos Queiróz (Oficina de
Informação)
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Governo
Federal ameaça punir professores que denunciaram seguro-apagão -
Najla Passos e Márcia
Andrela
-
Dicas: Livros, Vídeos e verbetes do Manual de
Linguagem Sindical
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Expediente
Coordenação:
Vito Gianotti e Sérgio Domingues
Jornalista Responsável: Cláudia Santiago
Diagramacao: Edson Dias Neves
Colaboraram
nesta edição: Najla
Passos, Katia Marko, Rosangela Ribeiro Gil, Antônio Carlos Queiroz, Pe.
Bernardo e
Reginaldo Moraes
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