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Boletim do
NPC —
Nº 32
— De 15 a 31/1/2003
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Cartas ao NPC
Temos recebido inúmeras mensagens alusivas ao Boletim do NPC. Decidimos não publicá-las pois teríamos de selecionar algumas e esta idéia não nos agradou. Preferimos agradecer imensamente a todos os que nos acompanham e incentivam o nosso trabalho. Grande abraço, Claudia Santiago
Páginas – Sítios – Portais: como você pediu
No final do 9º Curso Anual de Comunicação nos comprometemos a divulgar os endereços eletrônicos dos participantes e dos palestrantes. Isso já foi feito. Ficamos também de mandar para todos os participantes daquele curso e para os leitores do boletim do NPC, uma lista de endereços de sítios, existentes na internet, que podem ser muito úteis. Úteis para. 1 – a formação/informação de cada um 2 – usar nos boletins eletrônicos e jornais impressos que produzimos. Vamos começar. Ajude-nos. Escreva para nós e dê a sua dica.
Comunicação - www.porem.com.br: nova revista voltada à comunicação – Porto Alegre – Participante - Pedrinho Guareschi - www.intervozes.org.br: Coletivo Brasil da Comunicação Social – São Paulo. Notícias Alternativas (voltar) - www.carosamigos.com.br: (Revista Caros Amigos) - www.brasildefato.com.br (Jornal Brasil de Fato) - www.revistaforum.com.br (Revista Fórum) - www.observatoriodaimprensa.com.br (Fórum de acompanhamento da mídia brasileira) - www.brasil.indymedia.org (Centro de Mídia Independente) - www.agenciacartamaior.com.br (Agência de notícias alternativa) - www.adital.org.br (Agência de Informação para a Amércia Latina) - www.anote.org.br (Agência de Notícias Esperança) - www.reportersocial.com.br (Notícias e pautas de temas sociais - www.acessocom: fórum pela democratização da comunicação - www.midiavigiada.kit.net: Acompanhamento e analise da mídia, com artigos de fôlego – Coordenador- Sergio Domingues, do conselho do NPC. - www.ciranda.net. Ciranda Internacional de Informação Independente criada durante o I Fórum Social Mundial. Tem como um de seus idealizadores, Antônio Martins. Outros assuntos - www.agenciacut: Agência da Central Única dos Trabalhadores com notícias, artigos e opiniões da Central. - www.desemprego.org.br: do Coletivo Coordenação dos Movimentos Sociais – Rio/São Paulo. Animador – José Carlos de Assis - www.patriagrande.net: Agência de informações sócio/políticas da A.Latina – Colaborador: Eduardo Galeano - www.clubemundo.com.br: Boletim sobre geografia e política internacional – Animador – José Arbex - www.ilatina: Riquíssima agência de fotos da vida e luta dos povos latino-americanos. Animador – Jesus Carlos - www.vermelho: Agência de atualização diária sobre política nacional e internacional, numa visão nitidamente comunista – Animador: Bernardo Joffily - www.portalpopular.org: Riquíssima agência de notícias nacional e internacional da ADIA Coordenador – Achille Lollo. www.etm.com.br: Editora do Caderno terceiro Mundo – Publicação com informação e analise da realidade dos paises emergentes. www.oficinainforma.com.br: Notícias políticas-econômico-sociais do Brasil e do mundo – Dirigente - Raimundo Pereira. www.consciencia.net: Revista quinzenal fundada em 13 de maio de 2000. Idealizada por Renato Kress e Gustavo Barreto inspirados por “uma vontade grande de divulgarem seus ideais e sua indignação em relação à situação política, social, cultural e econômica pela qual passava o País”. http://br.groups.yahoo.com/group/nosdaeconomia: Grupo de debate sobre Economia e Política econômica no Brasil e no mundo.Pretende discutir e formular formas de contenção do capital especulativo e planos alternativos à política econômica ortodoxa a que estamos submetidos.
NPC participa do Fórum Municipal de Pelotas
O coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) Vito Giannotti participou no domingo, dia 18, do painel Midia, Informação e Educação, durante o Fórum Social Municipal de Pelotas. Compuseram a mesa os jornalistas Jairo Sanguinett e Luiz Gustavo Weile, Clomar Porto e José Fiveri. O debate teve a mediação o secretário de Educação do Município e organizador do Fórum Municipal, o professor Mauro del Pino.
NPC em lançamento de livro na CUT/RJ
O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) promoveu juntamente com a CUT/RJ e o Sindicato dos Correios do Rio de Janeiro o lançamento do livro de Giovanni Alves, Limites do Sindicalismo: Marx, Engels e a Crítica da Economia Política. Na foto, ao lado do presidente da CUT/RJ Jayme Ramos (no centro) e do autor, Vito Giannotti apresenta a obra.
NPC Informa
Prêmio FIJ pela Tolerância
A Federação Internacional de Jornalismo (FIJ) abre inscrições para o concurso anual promovido pela União Européia para jornalistas de todos os setores da mídia com o objetivo de promover a importância da tolerância e defesa dos direitos humanos, especialmente quando retratam as minorias. Podem participar jornalistas da América Latina, África (Central, Oriental, Ocidental e Sul) e Ásia (Sul e Sudeste) que tenham trabalhos veiculados / publicados no período entre 1° de janeiro a 31 de dezembro de 2003. As matérias podem ser inscritas nas categorias impresso, on-line, radio, TV e fotografia. Premiação: 3 mil euros. Inscrições: até 27 de fevereiro de 2004. Informações: fip@eldish.net / stnp@reacciun.ve, christina.hansen@ifj.org www.ifj.org (Boletim do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina)
TV comunitária protesta contra mudança de canal no RS
Porto Alegre - A Coordenação Executiva do Canal Comunitário de Porto Alegre está protestando contra a mudança sem aviso prévio, por parte da operadora de TV a cabo (a NET), do número do canal no qual exibia sua programação. A mudança, do canal 14 para o 6, ocorreu no final de 2003 sem qualquer tipo de aviso. No canal onde era exibida a programação da tv comunitária, passou a ser exibida a programação de um canal de turismo. Diante das reclamações de telespectadores, a direção do canal comunitário buscou informações junto à direção da NET em Porto Alegre. No dia 7 de janeiro, os coordenadores do canal comunitário foram informados pela empresa que a mudança era resultado de uma adequação efetuada pela NET Brasil com o objetivo de padronizar em todo o país a sintonização dos canais comunitários no Canal 6. A direção da empresa alegou que houve um "mal entendido" de quem fez as tratativas com os canais comunitários, acarretando a mudança repentina sem informação prévia. O problema, reclamaram os representantes da tv comunitária gaúcha, é que a mudança foi feita sem qualquer tipo de consulta ou aviso. A Coordenação Executiva do Canal Comunitário protestou contra o que classificou de falta de respeito da NET com milhares de telespectadores do Canal Comunitário, bem como com suas associadas, e exigiu o retorno do sinal do Canal Comunitário ao Canal 14. A reivindicação foi rejeitada pela direção da empresa, que alegou ser a mudança uma orientação nacional. A Coordenação solicitou, então, que a NET se posicionasse oficialmente e por escrito sobre a mudança, recebendo a resposta de que isso seria feito até o dia 9 de janeiro, o que acabou não ocorrendo. Os dirigentes do canal comunitário estudam agora medidas jurídicas contra a empresa. Enquanto isso, informam às TVs associadas que o sinal do Canal Comunitário de Porto Alegre está sendo sintonizado no canal 6 da NET. (Por Marco Aurélio Weissheimer - Agência Carta Maior)
A Comunicação que queremos
Exposição mostra o Fórum das ruas
O Centro de Educação Popular (Camp) promove de 16 a 31 de janeiro, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, a exposição de fotos "O Espírito das Ruas", do jornalista Ayrton Centeno, mostrando imagens do III Fórum Social Mundial, realizado na cidade, no ano passado. O Camp - Centro de Educação Popular promove a mostra, uma das atividades que marca os 21 anos da entidade. Documentarista da questão agrária, Centeno é um dos autores dos filmes (S-8) "Fazenda Sarandi" e "Encruzilhada Natalino". O Camp documentou em vídeo as três edições do Fórum, e também o I Fórum Social Brasileiro, realizado em novembro, em Minas Gerais. As fitas pode ser adquiridas através do site www.camp.org.br.
“Outro lado é uma mentira”
Sérgio Kalili não foi ao Iraque só para trabalhar. “Eu escolhi o povo iraquiano”, diz o repórter que questiona um preceito basilar do jornalismo contemporâneo: ouvir o outro lado. Heresia, dirão alguns; hipocrisia, responderá. “Sou antiadministração Bush e a política de desinformação da administração Bush. Sou contra a política externa americana, que fica brincando no mundo como se fosse um jogo de xadrez. Sou antiimperialista, antiglobalização, que faz a gente ter desigualdade”. Kalili passou cerca de setenta dias no Oriente Médio, como correspondente do site AOL, no Iraque e no Irã, e da revista Reportagem (de Raimundo Pereira, ex-diretor dos jornais Opinião e Movimento), no Irã. Escreveu também para a revista Caros Amigos. O único correspondente brasileiro a demorar-se no Iraque, em meio à ocupação americana, percorreu as localidades de Bagdá, Tikrit, Falluja, Samarra e Najaf, entre outras. A foto ao lado, de sua autoria, mostra uma pausa “turística” dos soldados americanos no esconderijo de Saddam Husseim. Cobriu também o terremoto na cidade iraniana de Bam. Aproveita a entrevista para fazer um reparo: “A gente tem que acabar com essa história de que o iraniano é fundamentalista, fanático. Isso é uma outra mentira. Tem iraniano que é menos religioso do que muita gente aqui. Tem gente que nem vai à mesquita. É como qualquer outro país. Só que eles são um país islâmico, nós somos um país católico”. Entrevistou guerrilheiro no Iraque; no Irã, fingiu que era casado para poder ficar no hotel, onde dividiu a cama de casal com uma repórter-fotográfica americana. Voltou ao Brasil no domingo. Hoje (08/01) faz 35 anos. Kalili considera-se um “jornalista de direitos humanos, de casos sociais”. Por quê?, pergunto eu. “Por causa dos temas humanos que escolho. Violência urbana no país, fome no mundo, miséria no Vale do Ribeira, a juíza ameaçada em Patos de Minas porque estava tentando buscar justiça para os trabalhadores rurais, o médico que era chamado de Dr. Quixote porque lutou contra toda a categoria dele, contra uma coisa chamada Máfia de Branco”. Mas jornalista não deveria mesmo se ocupar dessas coisas? “Seria legal se todos os jornalistas tivessem um perfil mais humano, mas a gente também precisa de jornalista em outras áreas, senão ia ficar muito chato”. Ele é filho de Narciso Kalili, grande repórter da revista Realidade, na década de 60, um dos melhores textos do jornalismo brasileiro. O pai se foi em 1992. O filho tem-no como exemplo moral, como você verá logo mais. (Por José Paulo Lanyi. Não deixe de ler a entrevista com Sérgio Kalili em nossa página: www.piratininga.org.br ).
De Olho Na Mídia
A mídia brasileira e o complexo de inferioridade Deu nos jornais e nos noticiários de TV. E não foi no Zorra Total nem na TV Pirata. George Bush e sua tropa querem que a tal Cúpula das Américas, em Monterey, 2004, focalize sua atenção em duas liçõezinhas, nas quais, na sua opinião, os latino-americanos são alunos muito fracos: corrupção e eleições "transparentes”. Devo estar distraído, mas não me lembro dessa mídia ter notado uma coisinha engraçada. Imaginem o seguinte. Para o primeiro tema, corrupção, poderiam convidar o vice ianque, Dick Cheney: ele poderia expor como os executivos de corporações do petróleo e da energia utilizam cargos políticos para enriquecer. Nem precisaria fazer esforço: basta que ele se lembrasse de sua própria biografia. Melhor, impossível.
Para o caso das "eleições transparentes" eles poderiam promover um debate instrutivo sobre o modelo norte-americano de fraudar contagens. O próprio Bush poderia ser responsável por essa aulinha. Mas, essa estória não é nova. Democratas ou republicanos, as autoridades ianques sempre difundiram essa imagem dos latino-americanos. No começo do Século Wodrow Wilson, humanista e caridoso, dizia que pretendia "melhorar" os "irmãos" latinos e "ensiná-los a votar". Agora vem o Bush, não tão humanista nem tão caridoso, com a mesma lenga lenga. É a cabeça deles, o modo como eles vêem o mundo. O problema é que a "nossa" imprensa (nossa?) não tem cabeça para tocar nisso. Ou melhor, talvez tenha cabeça... uma que também pensa assim, como os nossos grandes irmãos do norte. (por Régis Moraes, de São Paulo)
Recortes muito úteis de jornais estrangeiros...
1. A notícia abaixo saiu no jornal espanhol El Pais, em 13/01/2004. Mas, na imprensa brasileira.. você continua lendo e ouvindo que o livre comércio a todos beneficia e que proteção ao produto nacional é coisa de dinossauro.
Subsídios agrícolas dos EUA custam US$ 5,4 bilhões à América Latina Se existe alguma coisa em comum entre um produtor de trigo de Santa Fé (Argentina), o dono de uma plantação de soja do Mato Grosso, no Brasil, e um cultivador de cítricos de Salto (Uruguai) é a dificuldade para colocar seus produtos no mercado americano. As ajudas agrícolas com que Washington subvenciona seus agricultores possibilita que os produtos destes sejam vendidos a preços muito baixos nos mercados internacionais. Abaixo inclusive de seu preço de produção (prática conhecida como "dumping"). De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os Estados Unidos vendem seu trigo 40% mais barato que o custo de produção, o milho entre 25% e 30% e a soja também cerca de 30%. As ajudas para a produção e comercialização do algodão são as mais altas, atingindo 57% do custo de produção. Com esses preços os agricultores latino-americanos não podem competir, o que representa prejuízos no valor de US$ 5,4 bilhões por ano (sem levar em conta as ajudas ao algodão), segundo cálculos do Instituto Internacional de Pesquisas em Políticas Alimentares (IFPRI), de Washington. 2. Esta noticia saiu no jornal Hearst Newspapers, em 22/12/2003. Você pode ver o que o governo norte-americano entende por imprensa livre. Vice de Bush não quer que mídia revele os negócios dele na reconstrução do Iraque O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney acusa a imprensa de fazer "jornalismo sensacionalista barato" na cobertura do governo Bush. Cheney está irritado com uma série de matérias que mostram que ele foi, durante cinco anos, o diretor-executivo da Halliburton, empresa que recebeu US$ 5 bilhões em contratos federais - muitos deles sem licitação - para a reconstrução do Iraque. Cheney ainda possui vínculos comerciais com a Halliburton, apesar de suas negações. Ele continua a receber compensações atrasadas da companhia, incluindo pagamentos no total de US$ 150 mil em 2001, e US$ 160 mil em 2002. E pagamentos adicionais estão por vir. Além disso, o vice-presidente possui cerca de 433 mil ações da empresa. Essa empresa é a mesma que foi acusada por uma auditoria do Pentágono de superfaturar em US$ 61 milhões a gasolina vendida às forças armadas dos Estados Unidos no Iraque. "Tem muita gente na imprensa que não entende a comunidade de negócios", criticou Cheney. "Não há evidências que comprovem algo dessa natureza", afirmou Cheney. "Mas, se isso for repetido um número suficiente de vezes, vai se tornar uma espécie de dogma". Com esse argumento, Cheney poderia estar explicando a sua própria arenga repetitiva ao povo norte-americano sobre as armas de destruição em massa iraquianas. Afinal, se algo for suficientemente repetido, torna-se uma verdade aceita. Em agosto de 2002, Cheney disse em um discurso à organização Veteranos de Guerras Estrangeiras: "colocando os fatos de forma simples, não há dúvida de que, neste momento, Saddam Hussein possui armas de destruição em massa, e tampouco de que ele as está acumulando para usá-las contra nossos amigos, contra nossos aliados e contra nós". No mesmo discurso, ele advertiu que Saddam, "armado com um arsenal de armas de terror, e sentado sobre 10% das reservas mundiais de petróleo... poderia submeter os Estados Unidos ou qualquer outra nação a uma chantagem nuclear". Em 16 de março deste ano, o vice-presidente disse no programa "Meet the Press" (Encontro com a Imprensa), da rede de televisão NBC: "nós acreditamos que Saddam, de fato, restaurou as suas armas nucleares". (por Régis Moraes, de São Paulo)
Democratização da Comunicação
ANATEL muda mais do que o seu presidente
As mudanças da ANATEL vão muito além da substituição de Luiz Guilherme Schymura por Pedro Jaime Ziller na presidência do seu Conselho Diretor. Com a saída de Schymura do próprio Conselho, Lula terá a oportunidade de nomear mais um diretor. Em novembro, outro conselheiro, Antonio Carlos Valente, termina seu mandato. Lula terá, então, nomeado três dos cinco integrantes do Conselho Diretor.
A Medida Provisória 155, de 24 de dezembro de 2003, cria carreiras e organiza os cargos efetivos de todas as agências reguladoras, que ficam autorizadas a realizar concursos públicos e contratar funcionários através do Regime Jurídico Único (RJU) do funcionalismo público. Seus cargos comissionados só poderão ser ocupados por funcionários concursados.
Na posse de Pedro Jaime Ziller, o ministro José Dirceu informou que a redação final do Projeto de Lei que unifica o funcionamento de todas as agências reguladoras (alvo de reportagem do Boletim Prometheus) já está pronta e será encaminhada ao Congresso Nacional logo após o seu recesso.
Por último, no dia 16 de fevereiro, os membros do Conselho Consultivo da ANATEL José Expedicto Prata (diretor da Telefonica de España) e Carlos de Paiva Lopes (presidente da filial brasileira da Ericsson) terão seus mandatos encerrados, cabendo ao governo indicar dois novos conselheiros.
Todas estas mudanças permitem antever uma ANATEL funcionando a partir de um novo marco jurídico (proposto pelo atual governo) e com boa parte de seus dirigentes indicados pelo presidente Lula. O que se espera é uma valorização do seu quadro funcional (dotado de profissionais com rara competência técnica) e, ao mesmo tempo, o fim das suspeitas de promiscuidade com as operadoras de telecomunicações.
Cabe lembrar que a ANATEL não é composta, apenas, pelos integrantes do Conselho Diretor. Os estudos sobre TV digital, feitos com a assessoria técnica da Fundação CPqD, por exemplo, são referências em todo o mundo. (Boletim Prometheus)
ANATEL e as rádios comunitárias
As mudanças na ANATEL fazem as rádios comunitárias sonhar com novos ares. Por diversas vezes o ministro Miro Teixeira e seus assessores declararam que a continuidade da perseguição a estas emissoras (usando, inclusive, policiais armados) era de responsabilidade da direção da ANATEL nomeada no governo anterior e que não seria esta a política do governo Lula. Agora, com Pedro Ziller na presidência da ANATEL é justo acreditar que as repressões sejam interrompidas e que, principalmente, cesse a brutalidade policial. As emissoras comunitárias esperam não ter mais que presenciar cenas como a invasão da Arcos FM (de Retirolândia – BA) por três policiais federais armados, no último dia 26 de dezembro, que arrombaram a porta do estúdio e levaram o transmissor, a mesa de áudio de 16 canais, gerador de estéreo, microfones, 2 CD-players e os CDs da emissora da região sisaleira, que já foi reconhecida pelo UNICEF por conta de seu trabalho com o tema da infância. (Boletim Prometheus)
Entrevista
A imprensa não é inocente
Rosangela Ribeiro Gil conversa com Carlos Dornelles O repórter especial da Rede Globo, Carlos Dorneles, em seu livro "Deus é inocente, a imprensa, não", mostra a subserviência da Imprensa mundial aos interesses do império dos Estados Unidos. O jornalista analisa com riqueza de detalhes a cobertura da mídia sobre a queda das torres gêmeas, no dia 11 de setembro de 2001, e o ataque ao Afeganistão. É impressionante como fomos "desinformados". Como a imprensa se curvou ao poderio político e econômico da grande potência do Tio Sam. Fatos foram "arrancados" de contextos culturais e históricos, outros "eliminados" e tantos outros manipulados. A leitura de "Deus é inocente" é obrigatória. Num primeiro momento nos deixa sufocados, com vontade de fechar os jornais e nunca mais abri-los. Mas é uma sensação que logo passa para ser subtituída por uma atitude: a de ler, ouvir e ver com mais cuidado, com o senso crítico aguçado e dialogar, sempre, com as notícias. Precisamos, também, fazermos as nossas perguntas: quem, quando, onde e, principalmente, como e porque. Carlos Dorneles, que participou do 9º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, no final do ano passado, no Rio de Janeiro, deu essa rápida entrevista ao Boletim NPC e diz que onde existe o interesse econômico não existe jornalismo. Boletim NPC - Por que a imprensa não é inocente? Carlos Dorneles - Olha, eu acho que não é inocente, bem resumidamente e indo direto ao ponto, porque ela não cumpre aquela função que é básica, primordial, que você aprende na faculdade, que é ser independente, que é você dar voz para todos os lados, ouvir todos os envolvidos. E não acreditar na versão de um lado só, não se submeter ao lado mais forte. Tudo isso é básico. Qualquer aluno de jornalismo aprende isso na faculdade. Você precisa dar visão de uma sociedade sob todos os ângulos, com todas as suas facetas. A imprensa está extremamente determinada a mostrar só um lado da questão, que é o lado do poder. É a visão de quem tem poder sob o resto da sociedade. Ela (a imprensa) faz isso, às vezes, de uma maneira inocente; mas geralmente sem inocência e com cumplicidade. Boletim NPC - Um exemplo recente dessa falta de inocência da imprensa. Carlos Dorneles - Eu acho que todos os episódios da guerra do Iraque e do Afeganistão são exemplos da falta de inocência da Imprensa. Quem tinha poder usou a imprensa para mostrar um conflito que envolvia aqueles que defendiam uma pretensa civilização superior contra uma civilização bárbara, com uma religião esquisita de pessoas que não têm amor à vida. Essa foi a visão difundida pela imprensa que é absolutamente errada, equivocada e preconceituosa. E que "cola". As pessoas começam a aceitar isso de alguma maneira. É a visão do vencedor apenas. Eu não acho que a imprensa foi criada para isso. Boletim NPC - Há jornalismo onde há interesse econômico? Carlos Dorneles - É muito difícil, muito difícil, muito difícil. Quando há interesse, e não apenas econômico, mas político e comercial, não existe jornalismo. Você tem de fazer jornalismo desvinculado de tudo isso. (Por Rosângela Gil, de Santos)
Dicas
Coletivo de Mídia Independente disponibiliza vídeo sobre Rede Globo
O website brasileiro do Coletivo de Mídia Independente (CMI) está disponibilizando, para download, o vídeo “Muito Além do Cidadão Kane”, produção do cineasta inglês Simon Hartog, de 1993, que foi exibida no Channel Four (http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2003/08/260618.shtml). Trata-se de um documentário sobre o surgimento e a consolidação da Rede Globo e suas ligações com o poder político. O filme cobre o período de 1965 (estréia da Globo) a 1992 (impeachment de Fernando Collor). Nele podemos assistir depoimentos de Chico Buarque, Leonel Brizola, René Dreifuss, entre outros. O documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro, foi proibida pelo presidente da República, Itamar Franco. Desde então circulam fitas de qualidade precária que são exibidas em sindicatos, associações de moradores e diversos eventos sobre o tema da democratização da comunicação. Segundo os organizadores do website, a qualidade do arquivo é boa e o formato é AVI. O tamanho, contudo, é um problema: são 423Mb. (Gustavo Gindre)
Elas são de morte
A jornalista Denise Assis, que já participou como palestrante de cursos do NPC, lançou, no dia 26 de novembro do ano passado, pela editora Rocco, a coleção Elas São de Morte, uma série de 20 romances policiais escrita por 15 mulheres. A maior parte dela são jornalistas: Ana Arruda Callado Aula de Matar; Atenéia Feijó, O jantar da Lagartixa - esses já nas livrarias. O de Denise sai em março e se chama: Vende-se Vestido de Noiva. E, já em fase de acabamento, os livros de: Márcia Cezimbra, Heloisa Marra, Regina Zappa e Fátima Valença. Denise acredita que no Brasil ainda há uma resistência a mulheres escrevendo policiais, mas diz que já é hora de mudar este quadro: “O nome Agatha Christie é sinônimo de romance policial em todo o mundo. Requintada, perspicaz, e acima de tudo eficiente na arte de manter o mistério até o último minuto, ou melhor, até a última página, a dama inglesa do gênero é referência. No Brasil, no entanto, pouco se vê mulheres que escrevem se arriscando ao exercício de imiscuir-se com sangue, investigações e peripécias policiais. Chegou a hora de mudar isso. Afinal, é impossível desconhecer a criatividade feminina e o poder de sermos fantasiosas. Do ponto de vista dos autores policiais, o crime compensa.”
A Era do Escândalo
Como a TAM superou o maior acidente aéreo brasileiro? O que fez um banqueiro famoso tentar sobreviver aos terremotos do núcleo do poder? Qual a linha de ação definida por um dos médicos mais respeitados do país durante a longa agonia pública do ex-governador Mário Covas? E quando a maior plataforma de petróleo do mundo afunda e 11 pessoas morrem na P-36? Qual foi a estratégia de corporações durante crises devastadoras? Como a indústria da fofoca pode ferir uma atriz famosa? Este livro reúne 10 casos de grande repercussão, esclarecendo essas e muitas outras questões, a partir do testemunho inédito dos protagonistas. É um autêntico manual de como preservar a imagem e a reputação em plena Era do Escândalo. Faz também uma análise pioneira do escândalo no Brasil, comparando-o com outras manifestações desse fenômeno tão atual ao redor do mundo. Tudo isto está no livro “A Era do escândalo’, de Mario Rosa, editora é Geração. (Resenha produzida pela editora)
Novos artigos em nossa página
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar y una hermana muy hermosa que se llama libertad”.
Entrevista concedida pelo consultor em Comunicação Paulo de Tarso Riccordi (53) a Mariana de Oliveira Silvério, estudante de Relações Públicas da UNESP de Bauru sobre comunicação intercultural. Paulo já participou como palestrante de dois cursos anuais do NPC. É bacharel em Comunicação Social (PUC-RS) e pós graduado em Ciência Política pela UFRGS-RS.
A ética na TV e o controle social da mídia. Por Beto Almeida.
Exposição apresentada em seminário promovido pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal. Ajudar as empresas de comunicação endividadas ou construir outro modelo de comunicação?, em Brasília, no dia 16 de dezembro de 2003.
A qualidade da acusação. Por Boaventura Santos
Os processos judiciais midiáticos confrontam-nos com um dilema: todos os comentadores, analistas e políticos responsáveis estão de acordo em que a Justiça deve ser feita nos tribunais e não nos meios de comunicação, mas todos usam estes últimos para o afirmar.
Quantas ruas há no mundo?. Por Gustavo Barreto
Um dos grandes problemas do jornalismo se dá na relação entre o título e o texto da matéria. É incrivelmente irracional e absolutamente ilógico para o leitor que o produtor de informação não traduza na notícia a idéia do título. Perigosa é a relação do leitor com o campo da informação, já que submerso em um número exaustivo de textos pouco pode pensar, como já demonstraram inúmeros estudos. Mais perigosa, no entanto, é a relação do jornalista com as notícias.
Porto Alegre inova e fortalece a comunicação comunitária. Fonte:Abraço/RS
Incubadoras de comunicação comunitária, linhas de crédito e de incentivo aos veículos de comunicação comunitária, além da inclusão da temática no OP, são algumas das propostas aprovadas durante o 4º Congresso da Cidade, realizado pela Prefeitura nos dias 17, 18 e 19 de outubro no Auditório Araújo Vianna.
Documentário contra a Rede Globo completa dez anos. Por Antônio Brasil “Muito além do cidadão Kane”, documentário de Simon Hartog sobre a Rede Globo, continua proibido para aqueles que seriam os principais interessados: os telespectadores brasileiros. A justiça se tornou desculpa para censura.
Muito além da Tevê Globo. Por Antonio Hohlfeldt, em 10/08/2003. No dia 10 de março de 1993, em Londres, divulgava-se pela primeira vez no exterior, as imagens de um documentário produzido por Simon Hartog intitulado Brasil: Beyond Citizen Kane. Poucos dias depois, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, graças a uma cópia pirata obtida diretamente em Londres por uma telespectadora, fazia uma dupla apresentação do documentário, programando-se novas projeções para os dias 3 e 4 de junho.
Maldição Haiti. Por Ignácio Ramonet, em 8/1/2004, em La Voz de Galícia.
Celebra-se nestes dias o bicentenário da independência de Haiti, «primeira república negra do mundo» e segundo país da América que conquistou sua plena soberania -depois dos Estados Unidos-. Este aniversário nos convida a uma reflexão sobre o destino de uma nação surgida da luta contra a escravidão, e de uma revolução que tanta influência teve na independência da América do Sul.
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Av. Rio Branco, nº 277 sala 1706 CEP. 22245-120 Tel. (21) 2220-56-18 / 9628-5022 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenador: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915) Projeto Gráfico: Edson Dias Colaboraram nesta edição: Gustavo Barreto (Rio de janeiro), Flávia Braga (Rio de janeiro), Guilherme Marques (Rio de janeiro), Kátia Marko (Porto Alegre), Leon Diniz (Rio de Janeiro), Mário Camargo (Maringá), Marcelo Souza (Porto Alegre), Régis Moraes (São Paulo), Rosangela Gil (Santos), Sérgio Domingues (São Paulo), Virgínia Fontes (Rio de Janeiro) e Vito Giannotti. Em breve teremos também a contribuição de Rodrigo Otávio (Rio de Janeiro)
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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