http://www.piratininga.org.br
Boletim do
NPC —
Nº 25
— De 15 a 30/6/2003
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
NPC Informa
Vem aí o 9º Curso anual do NPC
De 20 a 23 de novembro, no Rio de Janeiro, vamos conversar sobre a ‘Nossa Comunicação no Brasil de hoje’. Se você quiser participar na definição de temas e palestrantes, envie sua sugestão para npiratininga@uol.com.br ou escreva para nós. Av. Rio Branco, nº 277 sala 1706. CEP. 20.040-009. Centro Rio de Janeiro.
Arquivos do NPC
Os participantes do curso que tiverem interesse terão a oportunidade de conhecer o arquivo de memória sindical do NPC. Solicitamos que não deixem de enviar exemplares de suas publicações para Av. Rio Branco, nº 277 sala 1706. CEP. 20.040-009. Centro, Rio de Janeiro. Os boletins eletrônicos deverão sem enviados para npiratininga.org.Br.
Lançamento: livros
O procurador Luiz Franco de Souza, que provavelmente estará entre os palestrantes do 9º Curso do NPC, lançará nos próximos meses o livro “Socialismo, o sonho do cristianismo”. Vindo de quem vem, é coisa boa. O professor de história da UFF e membro do Conselho do NPC, Marcelo Badaró, lançou no Rio de Janeiro, na semana passada o livro “Sindicalismo brasileiro após 1930”, pela editora Zahar. A obra aborda com destaque as grandes mobilizações dos trabalhadores nas lutas pelas reformas de base, na década de 60 e no processo de redemocratização, a partir de 1978.
Debates na UFF
Segue para nossos leitores que moram no Rio de Janeiro, a programação de julho do Laboratório Dimensões da História (LDH), vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), que reúne entre seus membros os conselheiros do NPC, Marcelo Badaró Mattos e Virgínia Fontes . Dia 03/07/03, quinta-feira, 18h30. Auditório 2º. andar Bl. O, Gramsci, Thompson e o Brasil. Com Virgínia Fontes, Marcelo Badaró, Eurelino Coelho e Lúcia Neves . . Dia 09/07/03, quarta-feira, 18:30h. Auditório 2º andar Bl. O, Cultura e Sociedade. Magali Engel, Mário Jorge Bastos, Adriana Facina.
Informações sobre o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) está a divulgar um trabalho com as sete perguntas mais freqüentes a respeito da entidade. Os interessados a sua X Plenária será nos dias 19 a 21 de setembro de 2003, em São Paulo. Maiores informações sobre o calendário, o programa e as formas de associação ao FNDC visite www.fndc.org.br. Para receber o Clipping diário sobre a área das comunicações envie um e-mail em branco para: fndc-brasil-subscribe@yahoogrupos.com.br.
Taís Ladeira é a nova diretora da Rádio Nacional da Amazônia
A coordenadora e fundadora do INDECS e representante no Brasil da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC – www.amarc.org), Taís Ladeira, assume, a partir de 1º de julho, a coordenação da Rádio Nacional da Amazônia, emissora da Radiobrás. A rádio tem sede em Brasília, cobre quase metade do território brasileiro e transmite em ondas curtas (6.180 KHz e 11.780 KHz), mas também pode ser ouvida em http://radios.radiobras.gov.br/nacionaloc.asx.
A Comunicação que queremos
Jornal intersindical em Nova Friburgo
Foi lançado na quarta, dia 2, em Nova Friburgo, com uma tiragem de 5 mil exemplares, o jornal intersindical “A Voz do Trabalhador”. Participam do projeto os sindicatos dos metalúrgicos, professores, trabalhadores da indústria do Vestuário e SinsPrev. Todos são filiados à CUT. Esta é a primeira vez que o movimento sindical do município se reúne no projeto de produção de um jornal.
De Olho Na Mídia
Nem um palmo cabe a ti, sem-terra, neste latifúndio
Foi assim que reagiu a burguesia e seus aliados, os meios de comunicação, com a cena do boné do MST na cabeça do presidente: nem um palmo cabe a ti, trabalhador sem-terra, neste latifúndio! Gritaram em coro. Óbvio que eles gostariam que Lula usasse para sempre o boné dos banqueiros. Não sendo possível, admite-se que vez por outra o símbolo da Contag cubra a cabeça presidencial. Mas o do MST, ah!, isso não! “Temeridade”, alardeou o presidente nacional do PFL Jorge Bornhausen (SC). A Folha de São Paulo, aliás, perece que tem urticária a qualquer menção do MST. Na edição de quinta, dia 3, quatro páginas foram dedicadas ao assunto. Lembra-te sempre do cifrão da sigla criado por Josias de Souza ao falar da contribuição dos assentados ao Movimento. Vem da sucursal de Brasília, no mesmo dia, ao tratar do assunto, a seguinte pérola: ‘O governo não obteve, porém, um compromisso de trégua na violência que vem ocorrendo no campo nas últimas semanas”. Como se os trabalhadores fossem os responsáveis pela violência! Justiça seja feita. Na mesma Folha, no dia seguinte, Clóvis lembra que “qualquer estatística básica dos conflitos no campo vai mostrar que o maior número de vítimas é, de longe, de muito longe, composto por sem-terra, na guerra de Canudos como agora.” E para quem tinha dúvidas sobre o que pensa do mundo a colunista Eliane Catanhêde, o seu texto na edição de sexta, dia 4, sob o título “O boné do Rosseto” é esclarecedor. Ela diz que Bornhausen fez cobranças justas, embora “excessivamente marcado pelo traço de oposição e pelo viés ideológico”. Mas a frase reveladora é outra: “Mais sério e mais preocupante do que o símbolo do boné é o fato de Lula ter nomeado Rosseto para a Reforma Agrária”. Precisa mais? Se precisa, quem responde é Antônio Canuto, jornalista e secretário nacional da Comissão Pastoral da Terra, ao comentar a reação da elite. “A indignação foi tão grande que o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio, em poucas horas conseguiu as assinaturas necessárias para abrir uma CPI sobre o MST e, em tempo Record, ela foi aberta. Com isto parece que o PSDB quer apagar de sua história o que o governo Fernando Henrique Cardoso, impelido pelas ações dos movimentos do campo, foi obrigado a fazer: o maior número de assentamentos de famílias sem terra da história do Brasil. Ainda bem que ao final de seu mandato ele se redimiu baixando Medidas Provisórias punindo e criminalizando as ações destes movimentos e freando assim o ritmo da Reforma Agrária”.. (Por Claudia Santiago)
Direita recorre à revista Exame para criticar mudanças na Petrobrás
Na edição da semana passada (nº 795), a revista Exame tratou como “contratos de risco” a participação de ex-dirigentes sindicais na administração da Petrobrás. Uma reportagem repleta de informações distorcidas e preconceituosas, plantada por gerentes e ex-dirigentes da estatal, que há anos concentravam o poder de forma perniciosa na maior empresa do país. Os mesmos que renegaram o papel da Petrobrás de empresa pública. Não é à toa que estão incomodados com os novos rumos que a atual gestão (comandada por um ex-sindicalista) vem dando à empresa. (Por Alessandra Murteira)
Rádio comunitárias vão retransmitir a Rede Globo?
A ONG VivaRio, que tem um projeto belíssimo e extremamente atuante chamado VivaFavela, decidiu reproduzir os programas da Rede Globo nas rádios comunitários do projeto citado, como eu havia noticiado antes, com informações do Centro de Mídia Independente e do próprio VivaRio. Sou eu que estou maluco, ou o sentido da rádio comunitária se perdeu completamente? Na minha visão, rádios comunitárias têm duas funções muito importantes (não apenas, é claro, mas também): 1. Ampliar a diversidade da mídia. 2. Fortalecer uma comunidade com programas locais, feitos por e dirigidos para a própria comunidade. A própria Anatel, que possui diversos erros e persegue muitas rádios comunitárias, fala neste conceito do local. Estamos falando, no entanto, da reprodução de programas da maior empresa de comunicação do país (que no RJ é maior ainda) nas citadas rádios. E tem mais: não estamos falando de programas como Globo Ecologia ou os da TV Futura (que pertence à Fundação Roberto Marinho e que permite, como se sabe, que o IR da empresa seja menor do que o IR pago por um único contribuinte), e sim daqueles que tem grande audiência, como Zorra Total, Vídeo Show e Xuxa no Mundo da Imaginação. De que forma isso ajuda para a diversidade cultural? Qual será o benefício de se ter nas rádios locais, que destacadamente possuem muito alcance dentro das respectivas comunidades, de se ter curiosidades sobre as novelas e programas da Globo no VideoShow, ou as vinculações do programa da Xuxa. Aliás, o programa Zorra Total é, juntamente com a Xuxa, um dos programas citadas no relatório federal Ética na TV [link no final], pelas reclamações que foram recebidas por meio do 0800. Respeito e prezo muito esta belíssima resistência que é o VivaFavela, porém ainda não entendi qual o conteúdo positivo desta parceria. Trata-se, ao meu ver, de uma belíssima vitória do senhor Roberto Marinho e de seus filhos para perpetuar a influência já assustadora da rede no Rio de Janeiro. (Por Gustavo Barreto)
Cartas
De Ademar PossebomOlá, Eu não pedi pra ser cadastrado e receber os boletins, mas achei muito bom. Por favor, continuem enviando. Obrigado,
Ademar Possebom - estudante de comunicação da UFES De João José Coelho Notável o trabalho de vocês. Parabéns,um dia chegaremos lá. Obrigado João José Coelho, professor de filosofia/RJ De Isaías Dalle Gostaria de receber informações periódicas sobre as atividades de vocês. Quero saber também se há interesse do Núcleo em receber nosso jornal Abraços,
Isaías Dalle - assessor de imprensa do Sindsaúde-SP/CUT
Novos artigos em nossa página
Debate sobre o BNPC e o governo Lula. Por Reginaldo Régis Moraes Vi o debate do último Boletim do NPC, sobre o governo Lula. Seguem abaixo algumas reflexões. Acho que não são muito claras - também não sei se tem gente com muita clareza, no momento. Precisamos de clareza de verdade, não de fórmulas claras. Chavões são mais fáceis e aparentemente óbvios. Como não tenho tantas certezas, compartilho minhas confusões e impressões - e as poucas e eventuais idéias claras.
Carta Capital e a mulher de César. Por Gustavo Gindre
Carta Capital, assim como eu (seu assinante), apoiou explicitamente Lula, no que eu creio que foi um dos gestos mais coerentes e corretos da imprensa brasileira nos últimos tempos. Contudo, deveria saber que esta situação lhe colocou como alvo preferencial de futuras críticas e isso lhe obrigaria a ser mais cuidadosa. Não sou o primeiro leitor a apontar que o noticiário ficou mais dócil desde a posse de Lula (vide a seção de cartas).
Projeto quer regionalizar a produção de rádios e televisões.Por Marco Aurélio Weissheimer para a Agência Carta Maior
Temos que voltar a acreditar.
Entrevista do diretor do ótimo filme Kamchatka, sobre a ditadura militar na Argentina, ao Jornal O Globo. Leia a entrevista e não deixe de assistir ao filme.
Abaixo-assinado ao Ministério das Comunicações sobre Projeto de TV Digital.
Rádios comunitárias querem sair da clandestinidade. Por Fabricio Azevedo
Federal lacra emissora da UFRJ. Por Delfino Alves Filho
Informações sobre o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Centenário de George Orwell: os dilemas do intelectual militante de esquerda.
George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 25 de junho de 1903, na cidade de Motihari, Bengala, região da Índia. De família inglesa, seu pai era funcionário da administração do império britânico. Ainda criança, sua família retornou à Inglaterra. Foi educado em escolas tradicionais inglesas. Em 1922, entrou para a polícia colonial britânica, servindo na Birmânia. Em janeiro de 1928, pediu demissão e retornou à Europa, onde viveu um período difícil, mendigando e trabalhando como lavador de pratos. Na Inglaterra, Orwell passou a escrever na imprensa socialista e trabalhou como livreiro, professor e jornalista. Ganhava o suficiente para sobreviver. Nessa fase, publica Burmese Days (Dias na Birmânia), um romance antiimperialista. A partir de 1936, Orwell combateu na Guerra Civil Espanhola, numa milícia do POUM (Partido Operário de Unificação Marxista).Essa experiência influenciou decisivamente suas concepções políticas, em especial, sobre o socialismo. Orwell ganhou fama a partir da publicação de A Revolução dos Bichos – em agosto de 1945, quando os EUA demonstravam o seu poderio armado, bombardeando Hiroshima e Nagasaki. Em 1949, publicou outra obra-prima da literatura política: Nineteen-Eighty-Four (1984). Pouco tempo depois, em janeiro de 1950, morreu de tuberculose.
Expediente
Boletim NPC
Coordenação: Vito Giannotti Edição e redação: Claudia Santiago e Sérgio Domingues Diagramação:Edson Dias Colaboraram nesta edição: Alessandra Murteira, Delfino Alves Filho, Kátia Marko, Gustavo Barreto, Gustavo Gindre, Max José Neves Bezerra.
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
|
|
|
|