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Boletim do
NPC —
Nº 234
— De 15 a 30/5/2013
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Começa 7ª edição do Curso de Comunicação Popular do NPC
Aconteceu nesta quarta-feira (14) a aula inaugural da 7ª turma do Curso de Comunicação Popular do NPC. Mais de 50 estudantes, trabalhadores e militantes de diversos movimentos sociais lotaram o auditório cedido pelo Sintrasef e conheceram melhor os objetivos do curso, que curso abrange aulas práticas e teóricas de comunicação. “A classe trabalhadora é a classe que interessa nesse curso”, destacou a coordenadora Claudia Santiago. Conjugando formação política e técnica, o curso busca compreender a realidade em que os estudantes estão inseridos e prepará-los para atuar na comunicação de suas comunidades e em jornais destinados aos trabalhadores. O tema da aula inaugural foi História das Lutas dos Trabalhadores. “Este é o ponto de partida. Conhecer nossa história para continuar a lutar pelos direitos e a libertação dos trabalhadores e por uma nova sociedade: a sociedade socialista”, ressaltou Vito Giannotti, coordenador do NPC. As aulas acontecem quinzenalmente aos sábados, no Rio de Janeiro, com aulas de reforço durante a semana, à noite, para aqueles que necessitarem. Jornalistas do NPC e alunos de turmas anteriores serão monitores este ano, acompanhando de perto a formação dos novos participantes. Confira o álbum de fotos da aula inaugural e veja um vídeo de Vito Giannotti sobre o curso.
Curso sobre Estados Unidos será transmitido ao vivo pela internet
Começa nesta sexta-feira, 17 de maio, o curso intensivo Estados Unidos: trajetória de desenvolvimento do país, hegemonia e imperialismo. O curso é fruto de uma parceria entre o NPC, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu) e o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro. As inscrições já estão encerradas, mas o curso será transmitido ao vivo pelo canal http://www.ustream.tv/channel/npc2. As aulas acontecem nos dias 17, 18, 24 e 25 de maio. Nas sextas-feiras, dias 17 e 24, o curso vai das 18h às 22h; nos sábados, 18 e 25, vai das 9h às 13h. Clique aqui e assista ao vídeo de divulgação do curso, com explicações sobre o conteúdo.
Curso de Comunicação Popular do NPC debate desenvolvimento do capitalismo e visita a comunidade do Horto
No sábado, 11 de maio, ao alunos do curso de comunicação do NPC tiveram, na parte da manhã, uma aula com o professor Reginaldo de Moraes sobre o desenvolvimento do capitalismo e a atualidade do pensamento de Marx. Segundo o professor, houve mudanças na sociedade capitalista desde o século 19 até hoje, mas as diferenças entre classes continuam. Além das desigualdades internas, é possível ver as distinções entre os países do Norte e do Sul, tanto no nível de concentração de riqueza mundial quanto na produção de conhecimento e alta tecnologia. “Os países desenvolvidos nos dizem para não fazermos exatamente o que eles fizeram no passado. Os Estados Unidos, por exemplo, se desenvolveram com um forte investimento estatal. Mas hoje eles nos dizem o contrário: que devemos tirar o Estado da economia”, explicou Moraes.
Na parte da tarde, os alunos estiveram na comunidade do Horto, perto do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Lá conversaram com a presidente da Associação de Moradores da Comunidade do Horto, Emília Souza, que disse que a delimitação do parque e a questão ambiental são apenas justificativas. "A expulsão das famílias tem a ver com a especulação imobiliária e com interesses da Rede Globo no local", explicou. Moradores antigos da comunidade também contaram suas histórias e reafirmaram a vontade de ficar onde nasceram e construíram seus laços. Saiba mais sobre a história do Horto em matéria produzida para o jornal Brasil de Fato.
A Comunicação que queremos
Vírus Planetário comemora cinco anos nesta sexta
[Por Marina Schneider] A Revista Vírus Planetário vai celebrar seus cinco anos em uma festa nesta sexta-feira, 17 de maio, no Rio de Janeiro. A comemoração vai contar com debate e atrações culturais que trazem reflexões sobre os meios de comunicação e a sociedade. Segundo os membros do conselho editorial Caio Amorim e Arthur Romeu, a revista surgiu da iniciativa de estudantes dos cursos de Jornalismo, Direito e Ciências Sociais da PUC-Rio e teve com primeiros ingredientes a inspiração em veículos como a Caros Amigos e O Pasquim e a negação absoluta do discurso da imparcialidade jornalística. Além disso, eles avaliaram que havia um vácuo de revistas e jornais de esquerda dispostos a arriscar na linguagem, no projeto gráfico e na proposta editorial. A revista está na sua 23ª edição e é definida por seus editores como uma revista de esquerda. “Acreditamos que esse adjetivo ainda é a melhor forma de definir todo o conjunto de ideias, valores e princípios que compõem a visão de mundo das pessoas que participam desse projeto. Enquanto meio de comunicação, nosso objetivo é dar visibilidade e apoio aos movimentos sociais e organizações populares de esquerda que reivindicam a ampliação de seus direitos, o aprofundamento da democracia e o fim das desigualdades. Enquanto organização política, defendemos a democratização da comunicação e os direitos humanos”. Desde o final de 2012, graças ao apoio de alguns sindicatos (SEPE, ADUFF, Sindipetro e ADUFRJ) e das parcerias com o jornal Fazendo Media e o Instituto dos Defensores de Direitos Humanos (DDH) a revista tem saído mensalmente e com tiragem média de dois mil exemplares. O desejo da equipe agora é transformar a Malungo, editora que criaram para dar suporte jurídico à produção e distribuição da revista, em uma cooperativa de comunicadores populares. Segundo Caio e Artur, essa cooperativa teria dois principais eixos de atuação: “trabalhar com produção de estratégias e serviços diversos ligados à comunicação para organizações e movimentos sociais alinhados com a nossa linha editorial e mobilizar projetos próprios, especialmente de formações, nas áreas de comunicação, cultura e política”. Confira os detalhes da festa que acontece a partir das 19h, no Centro de Arte Maria Teresa, no Centro do Rio de Janeiro.
Radiografia da Comunicação Sindical
Encontro Nacional da CUT debate democratização da comunicação
Em abril, a Central Única dos Trabalhadores reuniu representantes de movimentos sociais, dirigentes sindicais, especialistas e ativistas para debater estratégias de comunicação e democratização da informação em seu VI Encontro Nacional de Comunicação. Sua política de comunicação e o papel da entidade na luta pela democratização da comunicação foram os principais temas do evento, que procurou mostrar as interfaces entre o mundo do trabalho e a rede de comunicação. Em entrevista ao Boletim NPC, a Secretária Nacional de Comunicação da CUT, que também coordena o Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação, Rosane Bertoti, disse que o compromisso da CUT com a democratização da comunicação foi o ponto alto do encontro. “O compromisso com o Projeto de Lei de Iniciativa Popular das Comunicações demonstra que a CUT é uma central sindical que está ligada ao interesse imediato dos trabalhadores, mas está também conectada com o país que a gente quer e com a importância da comunicação como fator preponderante para a democracia brasileira”, explica. Ela destacou a importância dos diversos movimentos sociais participarem desta luta. “Acho que essa é a grande riqueza da luta pela democratização da comunicação porque todos os movimentos que têm uma luta específica - como é o caso das mulheres, da luta pela terra, por exemplo - entendem que sua luta específica passa pela transformação e a democratização da comunicação”, afirma. No evento também foram discutidas experiências de comunicação ligadas como a da TVT, da Rede Brasil Atual, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e do Brasil de Fato.
De Olho Na Mídia
Manchete de O GLOBO revela sua opção ideológica neoliberal
[Por Vito Giannotti] Já dissemos mil vezes que a mídia patronal tem todo direito de ter sua opção político-ideológica. E sempre repetimos que ela faz isso tentando disfarçar, se mostrar neutra, imparcial, isenta. E repetimos sempre que muita gente bebe esta mídia sem se dar conta de que está bebendo veneno. No domingo, dia 12/5, o carioca O Globo trouxe uma manchete, aparentemente inocente: “Brasil é o 10º mais protecionista do mundo”. E veja bem, esta notícia é verdadeira. Então, seria inocente? Nada disso. O que este título quer esconder é que na lista dos países mais protecionistas do que o Brasil estão países como Reino Unido, Alemanha, EUA, Itália, França, China e outros. A manchete poderia ser outra: “China, Reino Unido, Alemanha, EUA, Itália e França são mais protecionistas que o Brasil”. Seria verdadeiríssima. Sim, mas... aí O Globo perderia uma ocasião de defender o LIBERALISMO do livre mercado. A mídia patronal sabe quem ela combate: a presença do Estado, a regulamentação trabalhista e o protecionismo. Então? Então vale tudo. Esta é a lógica da mídia patronal.
NPC Informa
Inscrições abertas para prêmio Abdias do Nascimento
Estão abertas as inscrições para a terceira edição do Prêmio de Jornalismo Abdias Nascimento, promovido pela Cojira-Rio. A disputa vai distribuir R$ 35 mil aos vencedores das sete categorias. Prazo para participação vai até 31 de junho. Leia mais.
Jornal comunitário da Cidade de Deus busca ajuda para ser impresso
O jornal A Notícia por quem Vive, publicação comunitária da Cidade de Deus, favela da Zona Oeste do Rio, está fazendo uma campanha para recolher dinheiro para ser impresso. De acordo com Maria do Socorro Brandão, uma das responsáveis pela publicação, o jornal é um instrumento de comunicação escrito coletivamente, por mãos e olhares de moradores da própria comunidade. “Pessoas que há muitos anos buscam melhorias e condições dignas para si e os demais moradores”, afirma Maria do Socorro. Clique aqui para conhecer a campanha e colabore!
Democratização da Comunicação
Fórum Nacional de Comunicação Digital debate democratização da comunicação
Acontece de 24 a 26 de maio, em Fortaleza, o Fórum Nacional de Comunicação Digital (WebFor 2013), que pretende reunir estudiosos e ativistas para debater democratização da mídia, inclusão digital e liberdade de expressão. Outro tema será a necessidade de um novo marco Regulatório da mídia no Brasil. Organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altercom e Instituto Anima, o evento será transmitido pela internet. Inscrição e informações pelo e-mail: webfor2013@gmail.com. A programação completa pode ser conferida na página do evento no Facebook.
Proposta de Pauta
Leilões do petróleo são uma ameaça à soberania do Brasil
A 11ª rodada de licitações de blocos para a exploração de petróleo e gás natural, realizada nos dias 14 e 15 de maio, recebeu críticas de diversos movimentos sociais e sindicais do país inteiro. Com as mobilizações, os manifestantes buscaram questionar a privatização dos 289 blocos de petróleo. A entrega dos recursos nacionais para empresas estrangeiras “resulta em um prejuízo para o país da ordem de um trilhão de dólares”, disse o engenheiro Paulo Metri em entrevista à IHU Online. É um dinheiro que, ao invés de ser apropriado por empresas transnacionais do petróleo, poderia estar sendo investido na educação e saúde públicas, para a melhoria das condições de vida do povo brasileiro. Para protestar contra a medida, foram realizadas ações em diversas capitais. Também foi entregue uma carta à presidenta Dilma exigindo o cancelamento dos leilões. O texto lembra que o processo de privatização do setor de energia vem ocorrendo desde os governos de Collor e Fernando Henrique Cardoso. E denuncia que hoje esse risco continua e questiona por que as riquezas do país estão sendo entregues a empresas transnacionais. Esse assunto deve ser abordado em todo jornal sindical, por sua extrema importância para a classe trabalhadora de todo país.
De Olho Na Vida
Concurso de beleza da BAHIA mostra RACISMO CORDIAL, o mesmo da capa da Veja de 99
[Por Vito Giannotti] Uma “inocente” capa da VEJA de 14/7/1999 com candidatas a modelos das agências Ford, Elite e Mega revela o NOSSO RACISMO visto como normalíssimo. Lindinhas estas futuras modelo, não? São 31 aspirantes a modelo. E cadê a nossa raiz africana? Tem de tudo, menos negras, afrodescendentes ou simplesmente tataranetas de escravos e escravas da nossa história dos séculos 18, e 19. Olhando esta capa de 1999 entendemos a raiz da foto das candidatas a Miss Bahia deste ano de 2013. Lá em 1999 nenhuma candidata negra. Nesta deste ano, num dos estados brasileiros em que os negros e pardos são maioria, nenhuma candidata é negra. A Bahia é o segundo estado com maior índice de negros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com 76,2%. Mas entre as finalistas do Miss Bahia, só uma das 30 candidatas é negra. O absurdo foi denunciado pelo Portal Correio Nagô. Uns meses atrás fui a Salvador e um amigo me convidou a comer "a melhor moqueca baiana" no restaurante "Q MOQUECA". OK, boa comida, mas fiquei com vontade de vomitar. No estacionamento, só manobristas NEGROS. No imenso salão do refeitório centenas de pessoas lindas, TODAS BRANCAS. NEGRO NATURALMENTE NÃO ENTRA. Fui visitar a cozinha... LÓGICO, MONTANHAS DE NEGROS E NEGRAS. Mas vamos nos consolar... Ainda assim, a GLOBO insiste: "NÃO SOMOS RACISTAS".
Imagens da Vida
Protestos contra adiamento do julgamento do Massacre de Felisburgo
Integrantes do MST protestam contra o segundo adiamento do julgamento do fazendeiro Adriano Chafik Luedy. Ele é o principal acusado pelo chamado Massacre de Felisburgo, quando cinco agricultores foram assassinados por 17 pistoleiros, em 2004. Foto: Antonio Cruz/ ABr
Dicas
FILME Depois de Maio
Está em cartaz o filme francês Depois de maio, dirigido por Oliver Assayas. O longa se passa em 1971 e recria o clima dos anos que se seguiram ao de 1968, quando o diretor tinha 13 anos. Em maio de 1968 jovens foram às ruas protestar contra a ordem vigente. No início dos anos 70, a França dá uma guinada à direita e a juventude que protesta sofre com uma forte repressão. O filme trata das dúvidas desta geração. Apresenta o debate no seio da esquerda sobre as formas de enfrentar o momento político e também a relação da esquerda com a arte. A questão “a arte tem de ser engajada?” está fortemente presente nos diálogos entre o personagem principal e outros militantes políticos. Mostra também o encontro da juventude com as drogas e com o mundo oriental.
LIVRO Paz Armada: criminologia de cordel
Este livro, organizado pela professora Vera Malaguti, apresenta diversos olhares críticos sobre a militarização da segurança pública no Rio e no Brasil. As visões aqui apresentadas rompem com o consenso criado pela mídia empresarial em relação às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). As críticas vêm da arquitetura, do direito penal, da ciência política, da criminologia e, principalmente, da poesia. São registros que apontam para diferentes sentidos e direções no tratamento da questão criminal na cidade, hoje reduzido a um modelo de ocupação armada patrocinada pela indústria do controle do crime dos Estados Unidos que se espalhou pelo mundo. Aqui estão reunidos textos de Marcelo Yuka, Beatriz Vargas Ramos, Nilo Batista e Orlando Zaccone.
De Olho No Mundo
Argentina poderá ter lei de fomento à produção de comunicação independente
Depois de ter sancionada, em 2009, a Lei de Comunicação Audiovisual que segundo a Unesco é a mais avançada do mundo no combate aos monopólios informativos, a Argentina poderá também aprovar uma nova legislação que fomenta a produção de publicações independentes impressas e digitais. Apresentado no Congresso do país nesta terça-feira (14) pelo deputado Jorge Rivas, o projeto de Ley de Fomento a la Producción Autogestiva de Comunicación Social por Medios Gráficos y Internet defende o estabelecimento de políticas públicas que fortaleçam o setor, estimulando a produção de informação fundamentalmente social e mais democrática. O texto declara como patrimônio cultural argentino as revistas culturais e empresas de comunicação consideradas sociais, de produção informativa independente e autogestionada. Empresas de comunicação vinculadas a grupos econômicos nacionais ou internacionais estão de fora. O projeto surgiu de um trabalho realizado durante mais de dois anos pela Associação de Revistas Culturais Independentes da Argentina (AReCIA), que pesquisou as principais queixas comuns de mais de 200 revistas independentes. Dois destes problemas são as dificuldades de distribuição e financiamento. Entre os mecanismos propostos para enfrentar os desafios do setor a lei propõe a criação do Fundo de Desenvolvimento para a Produção Cultural e Autogestionada da Comunicação Independente. Para conhecer melhor o projeto acesse o site da AReCIa.
Pérolas
Por Padre Ton
Não causa surpresa à Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas a manifestação da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, feita para ávidos parlamentares ruralistas, de que haverá mudanças nos procedimentos de demarcação de terras indígenas levadas a termo pela Fundação Nacional do Índio, FUNAI. [...] Com o gesto, o Governo encoraja a artilharia anti-indígena e mostra a cara quando oferece à bancada ruralista o esvaziamento da Funai, dando ao agronegócio a senha para avançar ainda mais contra o cumprimento de preceitos constitucionais de proteção dos direitos das comunidades indígenas sobre terras que tradicionalmente ocupam. Lamentável. Padre Ton é deputado federal pelo PT-Rondônia e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas. Confira o texto completo.
Memória
Carta do historiador Luiz Antonio Simas para seu filho Benjamin, no aniversário da abolição da escravatura
Meu moleque, hoje é dia treze de maio, aniversário da abolição da escravatura no Brasil. É dia do teu pai oferecer um café amargo, bem forte, ao tempo, para que nele bebam as santas almas benditas; pretos velhos encantados que protegem o nosso país e o nosso povo. Papai vai pedir para que eles te protejam também. Tua bisavó, meu moleque, foi uma yalorixá importante, iniciada nas coisas do candomblé e da encantaria. Ela criou esse teu pai desde muito cedo. Fui civilizado pelo tambor, alumbrado pelas saias rodadas das yaôs, educado pela gentileza doce dos ijexás e pela formosura das mestras do encanto. Entre uma curimba e outra, tua bisa gostava de ouvir Luiz Gonzaga e lembrar de Pernambuco, de onde vem nossa família. Em todo treze de maio, a bisa pedia aos pretos velhos pelos seus filhos e netos. Essa é a nossa raiz. [...] Leia o belo texto de Simas no blog Histórias Brasileiras.
Entrevistas
Poder dos Estados Unidos na comunicação padroniza produtos culturais e estilos de vida
Nesta entrevista exclusiva ao Boletim NPC, o professor Reginaldo Moraes, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu), fala do peso dos Estados Unidos na rede de informação e entretenimento do mundo e dos padrões, tanto de formato como de conteúdos, que o país propaga na mídia mundial. Ele aponta que com a venda de produtos como automóveis, alimentos ou roupas, se vende também um jeito de viver. No caso dos produtos culturais isso é potencializado. “Com os bens culturais você vende mais que um jeito de viver, vende valores e ideias”, destaca. Reginaldo Moraes avalia também a postura da mídia nos atentados da maratona de Boston, no mês passado e cometa que ocorreram “curiosamente, em uma ocasião em que estava em discussão o controle da venda de armas, a exigência de documentação para registro de armas de fogo”. Hoje a mídia é formada por grandes conglomerados de alcance mundial, como Time Warner, Disney, Sony... Qual o peso dos Estados Unidos nessa atividade e que consequências isso tem para a diversidade informativa no mundo? Os Estados Unidos hoje são os maiores vendedores de serviços do mundo e de serviços de comunicação também. Eles praticamente controlam a distribuição de internet no planeta e vendem mais filmes do que qualquer outro país. Mas além de eles controlarem a internet e a difusão de informação, eles praticamente modelam o formato da mídia dos outros países. Se pensarmos na televisão brasileira, por exemplo, ela importa os tipos de programa. Os jornais brasileiros copiam os formatos dos americanos, suas fontes de informação são as publicações americanas. Além disso, os americanos estão comprando jornais em outros países. O El País não é mais espanhol, é americano porque o Grupo Prisa, ao qual o jornal pertence, é de capital aberto e de propriedade dos americanos. Este grupo possui a editora Santillana, que comprou a editora Moderna e hoje é uma grande vendedora de livros paradidáticos no Brasil. Tudo isso vai construindo uma espécie de rede mundial em que os americanos têm maior peso. Esses grupos como Time Warner etc. produzem a imagem, o conteúdo, compram jornais e jornalistas no mundo inteiro. Leia a entrevista completa.
Para Adriana Facina, iniciativas que pretendem levar cultura para quem supostamente não a teria é uma violência simbólica
[Por Arthur William] A antropóloga Adriana Facina promove, entre os dias 14 e 18 de maio de 2013, o curso de extensão Cultura e Políticas Públicas no Rio de Janeiro, realizado no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. O evento reúne dezenas de ativistas e gestores com o objetivo de compartilhar experiências e pensar ações na perspectiva da democratização da cultura. Nesta curta entrevista ela fala sobre o pacote cultural que vem junto com a ocupação territorial armada das favelas através da UPP. Facina critica a criminalização das ações culturais locais, como o funk, que foi proibido no Rio de Janeiro pela resolução 013. Em sua opinião, as atuais políticas públicas privilegiam uma cultura erudita de fora da favela, como também mantêm gastos públicos com shows de artistas ligados a grandes gravadoras e canais de televisão. Assista!
Artigos
Publicidade oficial: quais critérios adotar? [Por Venício Lima/ Obs. da Imprensa] Os critérios técnicos de “negociação e de distribuição de investimentos” oficiais de publicidade são iguais àqueles utilizados pelas empresas privadas comerciais que atuam no mercado de bens e serviços? A publicidade institucional de governo e a publicidade de empresas que buscam lucro no mercado têm os mesmos objetivos e obedecem aos mesmos critérios? Leia o texto completo.
Jornalismo e diversidade
[Publicado em 16.05.13 - Por Dênis de Moraes, no blog da Expressão Popular] O cenário que envolve o jornalismo atual é complexo e intrincado. De um lado, há uma profusão de conteúdos industrializados na proporção exigida por canais multimídias em crescimento contínuo. De outro, há uma perversa concentração das informações nas mãos de poucos conglomerados empresariais, em sintonia com a meta de ampliar o valor mercantil e os padrões de acumulação e lucratividade do setor. Se apontamos essa concentração em torno de estruturas de industrialização de notícias pertencentes a megagrupos, o que é produzido obedece a uma escala de valores e de visões geralmente restrita às avaliações e conveniências das fontes controladoras. A "diversidade" apregoada pelos arautos do neoliberalismo está, quase sempre, sob forte controle das fontes de emissão, responsáveis pela mercantilização generalizada da produção simbólica. Leia o artigo completo
Cuidar bem das crianças reduz a maioridade penal. Uma reflexão de um pai
[Publicado em 16.05.13 – Por Mario Camargo*] Está na pauta dos meios de comunicação a discussão da redução da maioridade penal. Assunto polêmico. Tenho alguns pensamentos que gostaria de compartilhar. Não conheço dados precisos de que a redução da maioridade penal inibiu a violência de jovens no mundo. Se o intuito dos cidadãos e cidadãs que defendem a redução da maioria penal é retirar os jovens infratores do convívio social é também importante pensarmos sobre dois aspectos: o custo desta “internação” e a capacidade de recuperação do nosso sistema prisional. Continue lendo.
Cartas
Vito querido e equipe do NPC,
Em relação à matéria do boletim 233 sobre os programas televisivos que envolvem a ação policial, faço uma observação que, além de reduzir nesta ação a garantia da ordem social, na novela "Salve Jorge" (rede Globo) a representação da delegada se opõe às atuações profissionais da enfermeira e da assistente social, que foram apresentadas como peças chaves pra o tráfico de bebês - aspecto importante para conceber o trabalho da polícia versus o trabalho social, colocando este como inescrupuloso. Pra um público com acesso à TV de canais comprados, o GNT exibiu há pouco tempo um programa intitulado "Mulheres de aço", que nesta mesma linha incorpora na feminilidade das delegadas de polícia o cumprimento da ordem policial, e nesta, a solução dos problemas que nos afligem cotidianamente. Acho que o aumento de mulheres delegadas é algo interessante, mas que venha contribuir com a realidade de mulheres que vivenciam inúmeras contradições nos seus papéis e afetos. Grande abraço Telma Gil, assistente social.
Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 Tel. (21) 2220-5618 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenação: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB 14.915) Redação: Marina Schneider e Sheila Jacob Colaboraram nesta edição: Arthur William, Mario Camargo, Vito Giannotti.
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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