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Boletim do
NPC —
Nº 225
— De 1 a 15/12/2012
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
18º Curso Anual do NPC foi sobre a comunicação dos trabalhadores na América Latina
De 21 a 25 de novembro, cerca de 250 pessoas estiveram reunidas no Rio’s Presidente Hotel para participar do 18º Curso Anual do NPC. Diretores sindicais, jornalistas, estudantes e interessados pelo assunto participaram de palestras, oficinas e debates ao longo destes cinco dias. Além de refletir sobre os desafios atuais para a esquerda no Brasil e no continente, o objetivo do curso é incentivar a comunicação das entidades ali presentes, entendendo que a mídia dos trabalhadores é um instrumento fundamental para a construção de outro mundo, com outros valores completamente diferentes dos valores do neoliberalismo hoje hegemônicos. Ao longo do curso foram debatidos diversos temas, como as mudanças no campo da comunicação feitas por governos progressistas latinoamericanos; a criminalização de negros, pobres e favelados pela mídia hegemônica; a história social do trabalho; indústria cultural; machismo e homofobia; grandes conglomerados de mídia no continente; desafios para a esquerda latinoamericana hoje; as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias; a ditadura de 1964 e a Comissão Nacional da Verdade; Marco Regulatório e políticas públicas de comunicação e a importância do fortalecimento de um sistema público e estatal de TV. Também foram realizadas oficinas sobre internet, audiovisual, linguagem, herança de Gramsci, educação e política e diagramação. No encerramento, foi exibido o belíssimo filme As Neves do Kilimanjaro, que provocaram na plateia uma reflexão sobre a importância da solidariedade e da coletividade. Neste boletim você confere a cobertura completa do curso! Outras informações pelo endereço boletimnpc@uol.com.br.
Intervenções culturais marcam abertura do Curso Anual de Comunicação do NPC
Começou na quarta-feira, 21.11, no Rio de Janeiro, o 18º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação. Após as boas vindas da coordenadora do NPC, Claudia Santiago, a abertura teve um momento musical emocionante com a participação do Bonde da Cultura e do Repper Fiell. A chilena Natalia Urbina, hoje moradora do Morro Santa Marta, e o cearense, ex-metalúrgico e hoje formador popular em São Paulo, Cícero de Crato também participaram da abertura. Eles fizeram uma bela homenagem ao povo latino-americano ao cantar a música “Solo le pido a dios” (Só peço a Deus), de Mercedes Sosa, em espanhol e em português.
Conferência de abertura apresenta panorama da comunicação na América Latina
Na conferência de abertura, o jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Dênis de Moraes, falou sobre o panorama da comunicação na América Latina. Ele lembrou que a concentração dos meios de comunicação no continente é um problema histórico que se mantém, mas salientou o surgimento de transformações iniciadas por alguns governos e pela sociedade civil que têm impulsionado a democratização do setor. Suas ideias estão concentradas em vários livros sobre Comunicação, no Brasil e na América Latina que estiveram expostos durante o curso na banca da Livraria Antônio Gramsci. Um dos mais autografado pelo expositor foi As vozes abertas da América Latina. Confira a cobertura completa em nosso blog.
De Olho Na Vida
No 18º Curso, atualíssimo debate sobre a criminalização da pobreza pela mídia empresarial
Na noite de quarta-feira, 21.11, Vera Malaguti Batista (ICC), Débora Silva (Mães de Maio) e José Claudio Alves (UFRRJ) falaram sobre o papel da mídia hegemônica na naturalização da criminalização de pobres, negros e favelados no país. A professora Vera Malaguti lembrou que Marx já abordava a criminalização como estratégia de controle social da potência revolucionária dos pobres. Segundo ela, a avaliação permanece atual: “a pobreza não é criminalizada hoje pela falta de algo; é pela força que ela tem”, avalia. Débora Silva trouxe a fala emocionada de uma mãe que perdeu seu filho e, após este triste fato, decidiu lutar por justiça e para que outras mães não passem pelo mesmo sofrimento. O professor José Claudio Alves (UFRRJ), autor do livro, fortemente chocante, Dos barões ao extermínio, mostrou como a criminalização da pobreza é um negócio extremamente lucrativo. Todos ressaltaram que é papel dos comunicadores, reunidos no Curso do NPC, lançar um outro olhar sobre todos aqueles que vêm sendo atacados fisicamente, pela polícia e pelo Estado, e simbolicamente pela mídia comercial. Confira a cobertura completa em nosso blog.
Radiografia da Comunicação Sindical
Larissa Correa fala sobre pesquisa em história social do trabalho no Brasil
A manhã de quinta-feira, 22.11, foi dedicada à exposição de diversas experiências na área de comunicação sindical. Antes da apresentação, a professora Larissa Correa falou sobre a história social do trabalho, uma nova maneira de os estudiosos enxergarem os caminhos do trabalho escravo e livre no Brasil. Como ela explicou, a partir dos anos 1980 houve uma mudança de paradigma nesses estudos: antes, os escravos e os trabalhadores livres eram vistos como seres passivos, objetos do domínio completo do Estado e de seus senhores. Depois da perspectiva da ausência passou-se à da agência, ou seja, ao entendimento de que esses trabalhadores, livres e escravos, foram sujeitos e protagonistas de sua história – sem deixar de lado, claro, os mecanismos de opressão, de coerção e controle que sempre foram usados pela classe dominante. Saiba mais.
Comunicação dos trabalhadores é fundamental para disputar hegemonia
Depois da apresentação da prof. Larissa Correa, representantes de diversos sindicatos apresentaram algumas ações na área de comunicação promovidas por suas entidades. Edson Munhoz e Fatima Lacerda falaram sobre os veículos do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro-RJ), como a agência de notícias (APN), rádio e TV Web. “Entendemos que essa ferramenta hoje é fundamental para disputar dia a dia a posição política dos grandes jornais, a qual certamente não é a posição dos trabalhadores”. Roberto Ponciano falou sobre a publicação quinzenal Ideias em Revista, do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal (Sisejufe). Ele ressaltou que “imprensa não é panfleto” e a pauta deve ir além dos interesses partidários. Ângela Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), trouxe a experiência do Sindicato na produção radiofônica. É o Projeto a Hora da Verdade, programa de rádio apresentado por professores em vários municípios além da capital Aracaju. Para tentar se contrapor às várias tentativas de controle da internet, Sergio Bertoni apresentou a iniciativa do Blogoosfero, uma plataforma de rede livre e colaborativa da esquerda brasileira feita “para que a gente tenha nossos sites, portais e blogs hospedados por nós mesmos”. Leia a cobertura completa em nosso blog.
De Olho Na Mídia
Mesa sobre indústria cultural debate influência das novelas e de programas sensacionalistas na nossa visão de mundo
Críticas ao jornalismo sensacionalista, poder de influência das novelas, rádio comunitária e várias experiências de TV, como alternativa de veículo realmente informativo foram os principais temas da mesa que discutiu Indústria Cultural na tarde de quinta-feira (22.11), durante o 18º Curso Anual de Comunicação. Participaram da mesa o jornalista de Sergipe, Cristian Góes, o professor da PUC do Rio Grande do Sul, Pedrinho Guareschi, o comunicador da Rádio Heliópolis, de São Paulo, Reginaldo Gonçalves, e o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Kléber Mendonça. Os programas policiais e as telenovelas foram o foco da discussão. Confira a cobertura completa em nosso blog
Violência física e simbólica contra homens e mulheres em debate
A violência simbólica contra as mulheres e a física contra os homossexuais foram algumas questões abordadas na noite de quinta-feira, 22 de novembro, durante o 18 Curso Anual do NPC. Participaram do debate Nalu Faria (Marcha Mundial das Mulheres) e Luiz Mott (Grupo Gay da Bahia). Para Nalu, os meios de comunicação são agentes estruturantes do patriarcado moderno. “Somos objetos de um discurso midiático que procura manter em sua centralidade essa ideia de subordinação e que também define as características da feminilidade: agradar, cuidar, dar prazer e ser competente”, ressaltou. Já Luiz Mott abordou os desafios do combate à homofobia no Brasil, lembrando que o país é campeão mundial de homocídios. “Nossa sobrevivência está sendo ameaçada por falta de políticas públicas eficientes”, afirmou. Confira a cobertura completa em nosso blog
De Olho No Mundo
Gilberto Maringoni traça histórico das grandes corporações midiáticas na América Latina
A manhã de sexta-feira, 23.11, foi dedicada aos estudos sobre América Latina. A abertura foi feita pelo jornalista, professor e destacado ilustrador Gilberto Maringoni, que vem estudando a formação de empresas de comunicação no continente. “Estudei esse tema e pude ver a estreita relação, nesse processo, entre Estado e grandes monopólios de comunicação, o que está ruindo, em alguns países, nesse momento”, avaliou. Ele lembrou como as oligarquias que vinham da exportação do café (Brasil), carne (Argentina) e prata (México) criaram braços de comunicação que foram se desenvolvendo ao longo do século 20. “Até os anos 1980 as empresas nacionais funcionavam com proteção do Estado. Ocorre agora internacionalização das empresas de comunicação”, ressaltou Maringoni, e isso se acentua em tempo de convergência de mídia. Para ele, esse é um momento de enfraquecimento que deve ser respondido à altura pelos movimentos de democratização da comunicação e especificamente para nós, pelo Estado Brasileiro. Leia o texto completo em nosso blog.
Governos latino-americanos de esquerda contrariam interesses imperialistas
Após a conferência de Gilberto Maringoni sobre os conglomerados de mídia em nosso continente, a mesa da manhã de sexta-feira, 23, do 18º Curso do NPC reuniu um time de peso para discutir os atuais desafios da esquerda na América Latina. Participaram do debate o embaixador brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães, o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Nildo Ouriques, a cientista política Vânia Bambirra e o professor e coordenador do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), Miguel Borba de Sá.Para Vânia, o mais importante desafio hoje na região é a evolução para o socialismo por parte dos governos progressistas que foram eleitos em países como Venezuela, Equador e Bolívia.Samuel definiu como de esquerda os governos de Equador, Bolívia e Venezuela e acrescenta também, de certa forma, o governo da Argentina. “Eu gosto de medir se um governo é de esquerda a partir da oposição que é feita a esses governos nos meios de comunicação tradicionais”, disse. Indo na mesma direção, Nildo Ouriques destacou como algumas das principais transformações na América Latina a intensificação do nacionalismo revolucionário e a retomada do discurso do socialismo. “Hugo Chávez é um dos principais exemplos”, disse. Já Miguel Borba Sá, coordenador do PACS, lembrou que, nesse momento de protagonismo dos países latino-americanos, é necessário pensar que papel o Brasil exerce hoje: que tipo de desenvolvimento queremos e quem irá se beneficiar dele. Leia o texto completo.
Memória
Jornalistas e familiar de desaparecido político falam sobre mídia e Ditadura de 1964
Os jornalistas Chico Otávio e Cristina Chacel, do jornal O Globo, e a presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Victoria Grabois, abordaram a presença da Ditadura de 1964 na mídia brasileira. Antes, houve uma intervenção do Levante Popular da Juventude, grupo de militantes que vêm denunciando torturadores, agentes e colaboradores da ditadura por meio dos escrachos. “É preciso não ter medo; é preciso ter a coragem de dizer”, entoaram, recuperando versos do poema “Rondó da Liberdade”, de Carlos Marighella. O jornalista Chico Otávio, do jornal O Globo, explicou como tem atuado na elaboração de reportagens sobre o período, principalmente sobre a série de atentados que ocorreram nos últimos anos da Ditadura e mais recentemente sobre a Casa da Morte de Petrópolis. A jornalista Cristina Chacel, autora do livro Seu amigo esteve aqui, relatou como construiu a história do desaparecido político Carlos Alberto Soares de Freitas, cuja imagem está grafitada no pilar do viaduto Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. E Vitória Grabois, do Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM), fez duras críticas aos limites da Comissão da Verdade – chamada por sua entidade de “Comissão do Possível”. Leia a cobertura completa em nosso blog.
Democratização da Comunicação
Renato Rovai e Leandro Fortes debatem o uso da internet no jornalismo
No início da tarde de sexta-feira (23.11), o tema discutido no 18o Curso Anual de Comunicação do NPC foi o uso de plataformas da internet como blogs, sites e mídias sociais no jornalismo. Participaram do debate os jornalistas Renato Rovai, editor da revista Fórum e Leandro Fortes, repórter da Carta Capital. De acordo com Rovai, a internet hoje atinge um terço da população mundial, o que caracteriza uma mudança de época e uma mudança no jornalismo. Segundo ele, o capital já entendeu o que a internet significa e conquista cada vez mais espaço nela, daí a importância de movimentos sociais e sindicatos se apropriarem destas ferramentas de divulgação. Leandro Fortes fez um contraponto complementar à fala de Renato Rovai discutindo a questão interna da¬ reportagem. Ele aponta que, com o advento da internet, os jornalistas começaram a perder o monopólio da mediação da informação com o cidadão. “O que nós [jornalistas] fazemos é, diariamente, acordar, decodificar o drama humano, transformá-lo numa linguagem que seja acessível a qualquer pessoa e ofertá-la generosamente para que ela possa compreender a dimensão do mundo em que vive. E não é qualquer pessoa que sabe fazer isso. Por isso essa perda de mediação não significa que haja uma decadência no jornalismo”, avaliou. Leia a cobertura completa em nossa página.
‘É necessário um novo marco regulatório para a comunicação no país’
A importância de se aprovar uma nova lei para a comunicação no Brasil que democratize o setor e amplie a liberdade de expressão foi destacada pelos palestrantes da última mesa desta sexta-feira, 23.11, no 18o Curso Anual do NPC. Participaram do debate o jornalista e membro do Coletivo Intervozes, João Brant, e Renata Mielli, jornalista e membro do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé. Os dois também fazem parte do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Segundo João Brant, em muitos casos os meios de comunicação impedem a difusão de ideias diversas, criando obstáculos para a liberdade de expressão. Para garantir o pluralismo na mídia, é importante lutar por um novo marco regulatório. Complementando a fala de João Brant, Renata Mielli pontuou que todas as entidades do movimento sindical, popular, movimento de mulheres, movimento estudantil e outros devem ver a luta pela democratização da comunicação como estratégica para a afirmação da nossa democracia. Leia o texto completo.
A Comunicação que queremos
Palestrantes defendem fortalecimento da TV Pública no Brasil e na América Latina
A televisão no Brasil e no continente latino-americano foi o tema da última mesa do 18º Curso Anual do NPC, realizada na manhã de sábado (24.11). O professor Laurindo Leal Filho (USP) explicou, no início, que a distinção entre setor público e estatal não é tão absoluta. “Em um Estado democrático de direito, tudo que é estatal é público. Por isso a importância dos conselhos gestores das emissoras estatais, para garantir que o interesse público esteja presente ali”, destacou, lembrando que neste momento está havendo uma consulta para o conselho da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Uma questão importante, levantada por ele, é: que TV Pública queremos? “A diferença de uma TV Pública deve ser buscar pautas alternativas e mostrar aquilo que não esta no circuito comercial”, disse. O jornalista Beto Almeida destacou alguns países latino-americanos que vêm fortalecendo o Estado e, com ele, uma comunicação alternativa à comercial. Dentre os citados estão Argentina, Venezuela e Bolívia. Já o professor Gabriel Mendes (Facha) fez uma análise da TV no Brasil hoje, lembrando que as lutas sociais ou não são noticiadas ou são criminalizadas, “vistas como delírio de uma minoria sectária, mistificando a vida política”. Ele defendeu uma TV alternativa, de qualidade, orientada pelos valores dos trabalhadores, da democracia, da participação, da justiça material e da solidariedade. Confira o texto completo em nosso blog.
Filme As Neves do Kilimanjaro defende a solidariedade e coletividade
O 18º Curso Anual do NPC terminou no domingo (25.11) com chave de ouro. Foi exibido o belíssimo filme francês “As Neves do Kilimanjaro”, dirigido por Robert Guediguiane. O filme retrata os efeitos da crise econômica na cidade portuária de Marselha, na França, o desemprego e suas consequências para os trabalhadores e suas famílias. Através de um olhar extremamente humano, o filme expõe as contradições vividas diariamente pelos trabalhadores nas suas relações afetivas e profissionais. Depois houve debate com o coordenador do NPC, Vito Giannotti, e com a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e doutora em Antropologia Camila do Valle. Uma das questões apontadas foi a necessidade de as lideranças sindicais estarem em sintonia com a base, sempre dialogando e ouvindo seus representados foi um ponto destacado a partir da reflexão sobre o filme. Vito Giannotti disse que a grande lição desse filme é a aposta na coletividade, ao contrário do individualismo e da competitividade propostos e naturalizados pelo projeto neoliberal. A professora Camila do Valle ressaltou que uma das grandes lições é a necessidade de se desnaturalizar e ressignificar diversos conceitos, como “criminoso” e “estranho”, por exemplo. Ela lembrou que, apesar de se chamar “As Neves do Kilimanjaro”, a trama se desenvolve em uma cidade francesa. É como se, na atualidade, fôssemos estranhos uns aos outros em nossos próprios territórios. “O filme aponta para a necessidade de se construírem outras relações, mais humanas, porque as de hoje já vimos que não estão dando certo”, observou.
Imagens da Vida
Participantes de todo Brasil marcam presença no Curso Anual
Delegação Nordeste Delegação Sul Delegação sudeste Delegação Centro-oeste Jornalistas do Brasil inteiro Servidores do judiciário Homenagem ao NPC feita pelos alunos do Curso de Comunicação Popular
Dicas
Vozes abertas da América Latina: Estado, políticas públicas e democratização da comunicação
Dênis de Moraes Mauad X / Faperj R$ 30,00 A obra aprofunda os estudos já feitos pelo autor sobre mudanças nos sistemas de comunicação da América Latina. Ele parte do reconhecimento de que alguns governos do nosso continente têm assumido iniciativas que possam contribuir para a democratização da informação e da cultura. “É uma tentativa de superar a histórica letargia do Estado diante da avassaladora concentração das indústrias de informação e entretenimento nas mãos de um reduzido número de corporações”, diz o autor na apresentação do livro. A pesquisa foca em nove países: Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina, Uruguai, Chile, Brasil, Nicarágua e Paraguai. Os quatro primeiros são apontados como referência na luta contra os monopólios. É importante lembrar que as propostas de alteração nos marcos regulatórios desses países são fruto de reivindicações da sociedade civil organizada.
Dos Barões ao Extermínio: uma história da violência na Baixada Fluminense
José Cláudio de Souza Alves Sepe/ APPH-Clio R$ 25,00 Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência na Baixada Fluminense busca explicar as origens sociais da violência que produz um dos maiores índices de homicídios do mundo, que supera, inclusive, os de guerras convencionais. A raiz deste padrão de execuções sumárias é encontrada na formação social e política da região, com destaque para o processo de criação dos Esquadrões da Morte, na ditadura civil-militar e, posteriormente, no surgimento dos grupos de extermínios que, na década de 90, passam a ter vários de seus membros ocupando cargos políticos como vereadores, prefeitos e deputados. É nesta articulação política que se processa a transformação do assassino em "herói", sua mistificação e sua articulação com demais esferas e grupos políticos, ávidos por terem acesso a 25% do eleitorado do estado, composto por uma população encurralada pelos mais degradantes índices de pobreza, educação, saúde e segurança.
Da favela para as favelas: história e experiência do Repper Fiell
Repper Fiell R$ 15,00
O rapper Fiell faz sucesso por onde passa. Aqueles que o ouvem se emocionam com os depoimentos sobre sua história de vida e a militância na área da comunicação alternativa. Fiell atua em rádios comunitárias e produção de vídeos, músicas e cartilha sobre direitos humanos. Em seu livro Da favela para as favelas, ele conta sua história e suas experiências de morador do morro Santa Marta, localizado em Botafogo, zona sul do Rio. Além de falar sobre sua trajetória e seus aprendizados dentro e fora do mundo do hip-hop, Fiell pretende que as ideias ali reunidas sirvam de contribuição para todos aqueles que estão comprometidos com a mudança do mundo. Este livro fala sobre favela, direitos humanos, propaganda capitalista, função transformadora da arte, comunicação comunitária, Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), dentre outros assuntos.
O medo na cidade do Rio de Janeiro
Vera Malaguti Batista Ed. Revan R$ 45,00 De forma original e detalhada, Vera Malaguti enfoca em O medo na cidade do Rio de Janeiro a difusão do medo do caos e da desordem para disciplinar as massas empobrecidas. Para entender as bases do medo contemporâneo, a autora analisa os discursos sobre a segurança na conjuntura de pânico no Rio de Janeiro na década de 90 do século 20, paralelo ao estudo dos medos cariocas do século 19, ao retratar a repercussão no Rio de Janeiro da revolta muçulmana escrava conhecida como a revolta dos Malês. Com isso Vera Malaguti ressalta as rupturas e permanências em relação aos medos de hoje. Seu trabalho sugere que o policiamento seletivo guiado por classe e cor, que violenta sem menor pudor os direitos fundamentais de alguns cidadãos, nasceu ainda no conturbado período imperial. Foi a época que o racismo virou senso comum da sociedade – o que, como ela demonstra, se perpetuou e torna-se claro na “política de segurança” do Rio de Janeiro.
Do luto à luta
Movimento Mães de Maio R$ 13,00 Lançado para lembrar os cinco anos dos “Crimes de Maio de 2006”, o livro Do luto à luta traz emocionantes declarações de parentes de vítimas desse terrível massacre protagonizado por policiais e paramilitares de São Paulo, que resultou na morte de cerca de 600 pessoas. A publicação contém relatos de Débora Maria, mãe de Edson Rogério; Ednalva Santos, mãe de Marcos; Vera de Freitas, mãe de Mateus; Francisco Gomes, pai de Paulo, além de outras mães e familiares. A publicação conta ainda com poesias e artigos de entidades parceiras sobre a luta em defesa dos direitos humanos e contra a violência do Estado, dirigida para pobres, negros e moradores de periferia. As imagens são do ilustrador Carlos Latuff (RJ). Veja entrevista concedida por Débora da Silva, do Movimento Mães de Maio, ao portal Carta Maior: http://ow.ly/bnsKF
Seu amigo esteve aqui
Cristina Chacel Zahar R$ 42,00 Neste livro, a jornalista Cristina Chacel refaz a trajetória de Carlos Alberto Soares de Freitas, conhecido como Beto pelos amigos e Breno pelos companheiros de militância política. Ele era dirigente da organização clandestina de esquerda VAR-Palmares, foi preso no Rio em 15 de fevereiro de 1971 e nunca mais foi visto. Pela força de sua liderança, Beto era capaz de atrair para a resistência política inúmeros jovens. Dentre eles estava a então secundarista de 16 anos Dilma Rousseff, atual presidente da República e uma das personagens dessa trama. Uma década após seu desaparecimento, descobriu-se que ele foi assassinado na Casa da Morte de Petrópolis. O material foi construído a partir de pesquisas e arquivos e informações recolhidas junto a parentes e amigos. Com esta narrativa envolvente a autora descreve, em detalhes, o ambiente da ditadura, que marcou o destino de mais de uma geração.
Agenda NPC 2013
Edições NPC R$ 20,00 A agenda do NPC de 2013 tem como tema Lutas, levantes, revoltas e insurreições populares no Brasil dos séculos XIX, XX e XXI. Este é um importante material de formação para quem quer conhecer melhor a história de lutas do povo brasileiro. “O que sempre me irritou, na minha vida de militante, foi ouvir as pessoas dizerem que o brasileiro não é de luta, brasileiro é bonzinho, não quer saber dessas coisas. Lá fora não, lá fora os caras lutam e brigam. Aqui o pessoal não quer saber de nada, só quer saber de cachaça e de futebol e carnaval”, diz Vito Giannotti, grande idealizador da Agenda, em uma entrevista exclusiva ao Brasil de Fato. Segundo ele, essa visão é a base do conservadorismo dessa sociedade. É a base para manter a sociedade do jeito que está, dominada, oprimida, explorada pela elite, pela burguesia, pelos patrões. “Essa ideia é importantíssima para o sistema. Essa agenda tem o objetivo declaradíssimo de combater essa ideia”, explica. Todos esses livros estão à venda na nossa Livraria, a Livraria Antonio Gramsci. Aceitamos encomendas pelo e-mail livraria@piratininga.org.br
Artigos
Apostila 18º Curso Anual do NPC
Clique aqui para ler a apostila do nosso curso, que reúne textos enviados pelos palestrantes sobre os temas que eles abordaram no 18º Curso Anual do NPC.
Entrevistas
Palestrantes dão entrevista para a série Diálogos Críticos
A equipe da TV Memória Latina inaugurou a série Diálogos Críticos durante o 18º Curso Anual do NPC. São pequenos trechos de entrevistas concedidos pelos palestrantes sobre os temas abordados no curso. Para conferir, basta clicar nos endereços abaixo: 1 - Dênis de Moraes fala sobre o processo de democratização dos meios na Argentina 2 - Débora Silva relata a luta das milhares de mães e de militantes contra as forças repressoras do Estado 3 - José Claudio Alves (UFRRJ) destaca a importância da comunicação popular e alternativa no processo de democratização da sociedade 4 - A criminologista Vera Malaguti Batista fala sobre a influência da mídia nos interesses do capital na cidade do Rio 5 - Kléber aborda o papel da mídia no processo de implantação das UPPs na cidade do Rio de Janeiro 6 - Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, denuncia a homofobia no Brasil e lembra a morte de Lucas Fortuna 7- João Brant faz um panorama do processo de regulamentação das leis das telecomunicações em países da América Latina. 8 - O chargista Carlos Latuff comenta os recentes ataques de Israel na Faixa de Gaza e a influência americana no conflito
Expediente
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Coordenação: Vito Giannotti Redação: Sheila Jacob Edição: Claudia Santiago Web: Luisa Souto
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