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Boletim do
NPC —
Nº 220
— De 1 a 15/10/2012
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
 Inscrições abertas para o 18º Curso Anual do NPC
Já estão sendo feitas as inscrições para a 18ª edição do Curso Anual do NPC, que ocorre entre os dias 21 e 25 de novembro. O evento é voltado a jornalistas e comunicadores em geral, sindicalistas, professores, estudantes e militantes do país inteiro. O objetivo é refletir sobre a importância do fortalecimento da mídia dos trabalhadores na integração latino-americana e na conquista de corações e mentes para a construção de outro mundo. O curso é imperdível para quem trabalha com comunicação ou então é apaixonado pelo tema. Entendendo seu papel fundamental na disputa de hegemonia, é importante debater e pensar questões referentes ao assunto, como teoria e prática da mídia, criminalização da pobreza, experiências de comunicação sindical, indústria cultural, TVs pública, estatal e/ou comercial, novas ferramentas etc. Baixe aqui a ficha de inscrição para o 18º Curso Anual do NPC. Confira a programação completa e saiba como se inscrever em http://migre.me/aRmQl
Agenda NPC 2013 é importante material de formação para a classe trabalhadora
A agenda do NPC de 2013 tem como tema Lutas, levantes, revoltas e insurreições populares no Brasil dos séculos XIX, XX e XXI. Este é um importante material de formação para quem quer conhecer melhor a história de lutas do povo brasileiro. “O que sempre me irritou, na minha vida de militante, foi ouvir as pessoas dizerem que o brasileiro não é de luta, brasileiro é bonzinho, não quer saber dessas coisas. Lá fora não, lá fora os caras lutam e brigam. Aqui o pessoal não quer saber de nada, só quer saber de cachaça e de futebol e carnaval”, diz Vito Giannotti, grande idealizador da Agenda, em uma entrevista exclusiva ao Brasil de Fato. Segundo ele, essa visão é a base do conservadorismo dessa sociedade. É a base para manter a sociedade do jeito que está, dominada, oprimida, explorada pela elite, pela burguesia, pelos patrões. “Essa ideia é importantíssima para o sistema. Essa agenda tem o objetivo declaradíssimo de combater essa ideia”, explica. O preço unitário é R$ 20,00 e a agenda está à venda na Livraria Antonio Gramsci e pode ainda ser encomendada por e-mail. Sindicatos e outras entidades que tiverem interesse em fazer uma agenda personalizada também devem enviar um e-mail para boletimnpc@uol.com.br.
Brasil de Fato, NPC e Sindipetro realizam curso sobre atualidade e desafios das lutas na América Latina
Entre os dias 10 de outubro e 14 de novembro será realizado um curso voltado para militantes, estudantes, professores e demais interessados em debater os desafios atuais para a esquerda latino-americana. As palestras ocorrerão sempre às quartas-feiras, às 18h30. Serão discutidos os seguintes temas: as ditaduras na América Latina e lutas pela redemocratização; mídia, poder e dominação burguesa na América Latina; estratégias de intervenção política, econômica e militar par ao continente; e lutas e desafios políticos para a revolução latino-americana. Dentre os debatedores estão Miguel Trujjilo (Consulta Popular), Anita Prestes (UFRJ), Dênis de Moraes (UFF), Altamiro Borges (Barão de Itararé), Igor Fuser (Casper Líbero), Gilmar Mauro (MST), dentre outros.
O curso está sendo organizado pelo NPC, Sindipetro e pelo jornal Brasil de Fato. A atividade tem apoio do MST, Levante Popular da Juventude, Marcha Patriótica, Consulta Popular e Expressão Popular. As vagas são limitadas. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail cursobrasildefatorj2012@gmail.com. O investimento no curso é de R$ 75,00 ou R$ 150,00 (inclui assinatura do jornal por 1 ano e um exemplar do livro A Privataria Tucana).
Clique para conferir a programação completa.
Boletim da Livraria Antonio Gramsci dá destaque à literatura nacional e de países africanos
Quem gosta de literatura não pode deixar de dar uma passada na Livraria Antonio Gramsci (Rua Alcindo Guanabara, 17, térreo, Cinelândia). Além de livros sobre a América Latina, marxismo, educação, história, trabalhadores, música, cinema, sociologia e política, por lá os leitores também encontram poemas, contos e romances de autores brasileiros e estrangeiros. Em um boletim especial sobre literatura, a livraria ofereceu dicas de livros nacionais e de países africanos como Angola, Moçambique e África do Sul. Alguns deles são O Cortiço, de Aluísio Azevedo; Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves; Antes de nascer o mundo, de Mia Couto; A sul. O sombreiro, de Pepetela; e Diário de um ano ruim, de Joseph Coetzee. Além destes há também Clara dos Anjos, versão em quadrinhos, e poemas de Carlos Drummond de Andrade. Confira o boletim especial em http://migre.me/aRs3T
Radiografia da Comunicação Sindical
AEPET, em parceria com NPC, lança cartilha sobre a riqueza do pré-sal
Essa cartilha serve para consolidar e aprofundar o conhecimento dos brasileiros sobre a grande riqueza que representa o pré-sal. Como diz o engenheiro Fernando Siqueira na apresentação, "esta descoberta é a maior oportunidade que o Brasil já teve de deixar de ser o eterno país do futuro". Siqueira, o autor da cartilha, procurou disponibilizar nesse importante material dados de palestras que deu pelo país todo sobre o assunto. Como diz ele: "era urgente levar as pessoas a perceberem a magnitude e a importância dessa nova riqueza para o desenvolvimento sustentado do nosso País. Se conseguirmos esse intento, temos certeza de que o pré-sal será realmente do seu verdadeiro dono: o povo brasileiro".
Em 13 capítulos a cartilha mostra a passagem do monopólio da União ao Pré-Sal; por que o petróleo é tão estratégico e cobiçado; as estratégias de dominação norte-americanas sobre a nossa riqueza; os impactos dos choques do petróleo e da crise econômica mundial. Aborda ainda a formação do pré-sal, seus problemas, o marco regulatório brasileiro, além de recuperar a missão da Petrobrás e apresentar as propostas da AEPET para garantir que essa riqueza seja revertida em melhorias para o povo brasileiro.
Clique para acessar a cartilha.
A Comunicação que queremos
PUC-RJ E UERJ promovem o 1º Seminário Regional de Comunicação Comunitária
Entre os dias 16 e 19 de outubro será realizado o 1º Seminário Regional de Comunicação Comunitária. Jornalistas, professores, alunos de comunicação e comunicadores comunitários de toda a região Sudeste estão sendo convidados para este grande encontro. Dentre os temas a ser debatidos estão o direito à comunicação; a parcialidade da chamada “grande mídia”; a comunicação como um direito humano; o voluntariado; a sustentabilidade; a publicidade; a cidadania; a cultura alternativa; e diversos outros assuntos.
Não apenas os grandes pensadores da comunicação comunitária estarão nas mesas contando as suas experiências, mas também todos aqueles que fazem este movimento acontecer. Além dos painéis e das oficinas, no último dia do seminário será feita uma carta com todos os participantes para registrar o que foi discutido.
O evento é gratuito e ocorre no Centro Loyola (Puc-Rio), na Estrada da Gávea, 1 Gávea, Rio. ATENÇÃO: o Centro Loyola não fica no campus da PUC. Informações e inscrições pelo e-mail
Confira a programação completa em http://seminariocomcomunitaria.blogspot.com.br/ seminariocomcomunitaria@gmail.com. Telefones para contato: (21)9708-4304 (Gizele) e 8452-2866 (Daiane).
Revista Caros Amigos aborda a violência policial em SP
A nova edição da revista Caros Amigos revela, com exclusividade, como estão agindo atualmente os Grupos de Extermínio no Estado de São Paulo, formados especialmente por integrantes da Polícia Militar. Fontes da própria polícia, que investigaram a atuação desses grupos nos últimos anos, relatam onde estão organizados esses grupos, como são recrutados seus membros e de que forma parte da corporação e do aparelho de Segurança Pública estimula e protege os crimes praticados por esses policiais. Outra grande reportagem mostra o agravamento da crise econômica e suas consequências diretas no Brasil, com o enfraquecimento do setor industrial, a queda do PIB, a ameaça de estagnação e as diversas medidas adotadas pelo governo para aquecer a economia. Dentre elas estão novos pacotes de privatização, com os mais fantásticos atrativos que o capital privado já teve por essas bandas. Além disso, a revista tem excelentes matérias sobre a privataria na educação (entrega de projeto de ensino para empresa estrangeira), os novos recursos da publicidade para enganar as crianças e seus pais e entrevistas com o filósofo Vladimir Safatle, que analisa as eleições municipais no quadro da degradação urbana. Ótima leitura!
Proposta de Pauta
Livro Cartografia dos afrorreligiosos em Belém do Pará
No dia 20 de setembro foi lançado o livro Cartografia dos afrorreligiosos em Belém do Pará, que reúne informações sobre a coletividade e o dinamismo das nações afrorreligiosas e da Pajelança, no município. “Os afetos, conflitos, modos de convivência e formas de ocupação e reprodução, no território, dessas identidades coletivas centradas na religiosidade também fizeram parte do mapa aqui apresentado” afirma a professora Camila do Valle (UFRRJ), uma das organizadoras da obra. O livro foi construído a partir de entrevistas e oficinas realizadas nos anos 2010 e 2011. O trabalho é fruto de um projeto do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial do IPHAN, que integra o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, coordenado pelo antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida.
A identidade cultural apresentada nesta cartografia, entendida como patrimônio imaterial, ultrapassa as fronteiras dos municípios diretamente envolvidos na pesquisa, já que as narrativas remetem a outros espaços geográficos e a outros tempos. Do grupo de pesquisadores que desenvolveram coletivamente este projeto fazem parte tanto os que possuem formação acadêmica quanto afrorreligiosos com suas formações, saberes e conhecimentos tradicionais.
Empresas de Eike Batista acumulam mais de 30 inquéritos e ações civis
O empresário Eike Batista tem enfrentado uma série de contestações a seus empreendimentos no País. Pesquisas feitas pelo Estado de S. Paulo junto aos Ministérios Públicos Federais e Estaduais mostram que as companhias do empresário estão indiciadas em pelo menos 33 inquéritos e ações em nove estados. O problema é sempre o mesmo: processos de licenciamento e a alegações de impactos no meio ambiente.O complexo industrial do Porto do Açu, que a LLX está construindo em São João da Barra (RJ) é o mais problemático, com ao menos 13 investigações e duas ações. Outras empresas do grupo também tiveram seus nomes citados nos documentos dos MPs. O diagnóstico feito pelo professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, aponta causas diversas para os problemas enfrentados pelas gigantes no âmbito ambiental: desde falha das próprias empresas na fase de projeto a ineficiências no sistema de licenciamento brasileiro. Com informações do Estadão
Terceirização no setor elétrico aumenta número de óbitos
Um dos ramos do mundo do trabalho mais sujeitos à terceirização e mortes é o elétrico. Em grande parte, isso se deve ao processo de demissões e privatizações pelo qual o setor passou desde o final da década de 1990. “A terceirização acaba gerando insegurança para os trabalhadores e um risco maior. Fala-se que, para cada morte direta no setor, há dez mortes de terceirizados e 100 mortes de terceiros, ou seja, de pessoas que tenham acidentes em rede caseira”, diz o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Ulisses Kaniak, em entrevista ao Brasil de Fato. Ele explica como as terceirizações estão neste contexto de privatização, chegando inclusive às companhias estatais de energia: “Mesmo as empresas estatais têm um nível de terceirização muito alto. Para cada dez trabalhadores diretos na Copel do Paraná, seis são terceirizados”, afirma. Ele comenta também as possibilidades de articulação do movimento sindical e popular em torno da Plataforma Popular Operária e Camponesa para Energia. Leia a entrevista completa.
Democratização da Mídia
Mudança nas leis e mobilização podem ampliar direito à comunicação
No dia 22 de setembro foi realizado, em São Paulo, o seminário Uma nova lei para as rádios comunitárias: marco regulatório e direito à comunicação. O evento é promovido pela Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc-Brasil). Um dos palestrantes, o professor Dênis de Moraes, da UFF, reforçou que a mudança de leis não basta se não houver uma verdadeira vontade política do poder público e o respaldo popular para efetivar as transformações. Ele lembrou alguns países vizinhos que avançaram no combate aos monopólios midiáticos, como a Argentina com sua Lei dos Meios. O professor ressaltou que existem no Brasil diversas experiências de comunicação alternativa que trabalham pela democratização da comunicação. Diante disso, defendeu a necessidade de fomentar a mídia comunitária e independente. Outro palestrante, João Brant, do Coletivo Intervozes, reforçou que o país precisa de políticas públicas para garantir condições para que os cidadãos possam se expressar. Em relação às rádios comunitárias, ele mostrou que se fossem cumpridas todas as regras impostas pela atual Lei de Radiodifusão Comunitária, 80% das comunidades brasileiras estariam excluídas do serviço dessas emissoras.
Fonte: Agência Pulsar
De Olho Na Mídia
Mídia, na marra, começa a noticiar a Ditadura Militar
[Por Vito Giannotti] Em 2010, toda a mídia empresarial brasileira se uniu para combater todos os pontos do III Programa Nacional dos Direitos Humanos apresentado pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Imediatamente após a apresentação do PNH3, este foi atacado por toda a mídia dos patrões. Os Arnaldos Jabors e toda sua turma tacharam este plano de “ditadura”, até de “bolchevique”... comunista. Imagine só! O Plano falava de taxação das grandes fortunas, limitação do tamanho da propriedade da terra, isto é, Reforma Agrária, criação de um conselho da mídia e até de apuração dos crimes da ditadura militar de 1964. Este último ponto seria o fim do mundo... os militares voltariam e aí, babau. Mas, o mundo deu voltas. Muitos no Brasil, via internet, sabem que nos países vizinhos centenas de militares torturadores, estupradores e assassinos foram condenados. Nem por isso voltou a ditadura na Argentina, Chile, Uruguai e por aí vai. Nestes países há vários generais, ex-ditadores (presidentes) presos. A justiça está sendo feita. Enquanto isso nossa mídia nada fala de toda cidade brasileira ter avenidas, escolas, pontes em homenagem aos nossos “gloriosos” ditadores. Mas a história avança. Hoje, os crimes da ditadura de 64 começam a ser falados, escrachados, conhecidos. Estamos longe do ideal. Mas a mídia dos patrões, que alegremente pediu e apoiou o Golpe de 64, está começando a noticiar o que antes era tabu. A luta de muitos contra a impunidade e contra o esquecimento dos crimes desta ditadura dos militares, apoiada pelos empresários, começa a ter um espaçozinho mesmo na mídia deles. É um avanço. Falta muito ainda.
“MC Emicida” critica o racismo do Programa Zorra Total da TV Globo
"Voltei do jantar agora à noite e a van, dessas moderninhas que tem televisão e tudo mais, estava transmitindo Zorra Total. Já havia visto uma vez alguma manifestação, talvez através do Geledés, que aquele personagem que estereotipa a mulher negra suburbana era extremamente racista e contribuia fortemente com a desvalorização (maior ainda?!?!?) da mulher preta em nossa sociedade ( e olha que é dificil conseguir desvalorizar mais ainda a mulher negra em nossa sociedade). Elas recebem menos, tem suas caracteristicas físicas criminalizadas por uma ditadura eurocêntrica de beleza (isso se aplica aos homens pretos também), são abandonadas, representam uma porcentagem monstruosa das adolescentes grávidas e das mães solteiras, das que não conseguem um (bom) emprego. E quando conseguem retornam cansadas ao sábado a noite para suas humildes casas para ser alvo de um quadro extremamente racista onde são humilhadas por um programa de humor (que nem engraçado é pra começar, Zorra total é ruim pra caralho ) no maior canal de televisão do País" Leia o texto completo no blog do artista.
De Olho Na Vida
Trabalhadores de Supermercados em Florianópolis fazem greve e conquistam reajuste
Em setembro, funcionários de redes de supermercados de Florianópolis entraram em greve por aumento salarial. Graças à mobilização dos trabalhadores, foi vitoriosa a negociação coletiva de 2012. Foram conquistados 10,05% de aumento para quem ganha o piso do comércio, passando dos atuais R$ 845 para R$930. Para os demais trabalhadores, houve um reajuste de 7,2%. “Outra conquista foi à manutenção dos direitos já adquiridos e o não desconto dos dias parados dos trabalhadores que estavam em greve”, ressalta Lael Martins Nobre, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Florianópolis (SEC-Fpolis).
A primeira paralisação aconteceu no Supermercado Comper, no bairro Trindade em Florianópolis, na quarta, dia 19 de setembro. As reivindicações destes trabalhadores eram reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Na sexta, 21 de setembro, foi a vez da paralisação dos trabalhadores do Supermercado Imperatriz da Avenida Mauro Ramos. O SEC organizou passeatas pelo Centro de Florianópolis para explicar para a população o motivo do protesto. Na tarde de terça, dia 25 de setembro, o Sindicato dos Trabalhadores e o Sindicato Patronal chegaram a um acordo. A proposta foi aceita pela assembleia dos grevistas e a categoria comemorou a conquista.
[Com informações do SEC-Florianópolis]
Brasil ignora os perigosos do amianto
Mais de 125 milhões de operários estão expostos ao amianto em todo o mundo e cerca de 107 mil morrem anualmente em decorrência de doenças associadas às suas nocivas fibras. A OMS e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ligada às Nações Unidas, recomendam o banimento de qualquer tipo de amianto e apoiam campanhas pelo fim da chamada “catástrofe sanitária do século 20”. O amianto (ou asbesto) é amplamente utilizado pelas indústrias por ser um excelente isolante térmico e elétrico, além de resistente à fricção. No Brasil, 96,7% do amianto é usado pela indústria de fibrocimento, na fabricação de telhas e caixas d’água. Um lucrativo negócio que movimenta 2,5 bilhões de reais por ano. A discussão sobre o banimento da substância no Brasil arrasta-se há mais de duas décadas. Isso tudo com o silêncio da chamada grande mídia.
Em relação ao número de mortes por exposição à substância, o cenário brasileiro ainda é nebuloso. Isso porque há um “apagão epidemiológico” causado pela subnotificação de casos de doenças e mortes. “Sabemos que boa parte das mortes relacionadas ao amianto não é registrada nos atestados de óbito ou relatadas pelos hospitais”, afirma Guilherme Franco Netto, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde. Ainda assim, entre 2000 e 2010, os funcionários da Pasta identificaram ao menos 2,4 mil brasileiros mortos por doenças associadas ao minério. Fonte: Carta Capital
Câmara de deputados aprova lei que descriminaliza o aborto no Uruguai
Pouco antes da meia-noite do dia 25 de setembro, a Câmara de Deputados do Uruguai aprovou o projeto de lei que descriminaliza a interrupção da gravidez até as primeiras 12 semanas de gestação. A votação foi acirrada: 50 votos a favor e 49 contra. A iniciativa agora volta ao Senado uruguaio para ser definitivamente sancionada. A lei prevê que mulheres que desejam realizar o aborto se apresentem perante uma equipe interdisciplinar para uma entrevista a fim de receberem informações acerca dos riscos e das alternativas possíveis. A equipe dará à gestante cinco dias para ponderar a decisão. Após esse tempo, ela estará livre para realizar o procedimento. É difícil contabilizar o número de abortos realizados em um país quando estes são feitos de forma clandestina. Porém, dados de organizações não governamentais uruguaias revelam que, no país de 3,4 milhões de habitantes, se registram mais de 30 mil abortos por ano, contra 47 mil nascimentos. Fonte: Sul21
De Olho No Mundo
Herman Schiller, jornalista argentino, recusou o “Premio Liberdade de Imprensa” da editoria Perfil
[Por Vito Giannotti] “Sou um homem da esquerda revolucionária. Não posso dividir prêmios com figuras que trabalham para a direita ou são ligados à mesma” declarou o jornalista argentino Herman Schiller ao recusar o prêmio da editoria Perfil. Este prêmio, explica Herman Schiller, foi oferecido “ao jornalista equatoriano César Ricaurte, um conhecido provocador golpista que combate o governo constitucional de Correa. Anteriormente, tal prêmio foi concedido a Yoani Sánchez, contrarrevolucionária cubana, ligada ao denominado Conselho pela Liberdade de Cuba, uma organização com sede em Miami sobre a qual pesam reiteradas acusações de atividades terroristas.” Esta notícia foi publicada pela Agência Pública de Notícias do Equador e América do Sul (portal Andes). Ela me foi enviada, em 26/9, pelo amigo, grande jornalista brasileiro Beto Almeida. É uma baforada de dignidade e esperança na humanidade. O que mais adorei na fala do jornalista argentino foi a definição do que ele se dá: um “homem da esquerda revolucionária”.
NPC Informa
Governo destina 70% da verba publicitária para mídia hegemônica
Dados divulgados pela Presidência da República mostraram que apenas 10 empresas de comunicação concentram mais de 70% da verba federal para publicidade. Ou seja: do total de R$ 161 milhões pagos aos meios de comunicação, durante o governo Dilma, R$ 112,7 milhões couberam a apenas 10 empresas, enquanto as demais 2.990 dividiram os R$ 48,3 milhões restantes. A Globo Comunicação e Participações S.A., responsável pela TV Globo e sites ligados à emissora, abocanhou quase um terço da verba aplicada pela Presidência da República entre janeiro de 2011 e julho deste ano: R$ 52 milhões. A segunda colocada é a Record, com R$ 24 milhões. A Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha de S.Paulo, recebeu R$ 661 mil. A Infoglobo, que edita o jornal O Globo, R$ 927 mil. Outro diário conservador paulistano, O Estado de S. Paulo, arrecadou R$ 994 mil. O portal UOL, controlado pelo Grupo Folha, recebeu outros R$ 893 mil. Enquanto permanece o jogo agradável entre o governo federal e as dez maiores empresas de comunicação do país que concentram o poder de fogo da mídia conservadora, para os veículos independentes de comunicação o tratamento é o oposto.
Votação do marco civil da internet é adiado para depois das eleições
A votação do projeto de lei que institui o Marco Civil da Internet, prevista para quarta-feira, 19 de setembro, foi adiada para depois das eleições municipais. O relator do projeto na comissão especial, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), propôs o adiamento da votação após ser informado que seriam apresentados votos em separado ao seu parecer, que foi entregue aos deputados da comissão em julho.
O projeto do marco civil da internet é um conjunto de regras que estabelece os princípios que devem nortear o uso da internet no Brasil, direitos dos usuários, obrigações dos provedores do serviço e responsabilidades do Poder Público. De acordo com o relator, é mais prudente deixar a votação para depois das eleições, uma vez que a presença de deputados será maior, o que possibilitará a aprovação do seu parecer. Segundo Alessandro Molon, a maior resistência para a aprovação do seu relatório diz respeito à chamada neutralidade de rede, um dos pilares de seu texto.
Na avaliação do relator, outros pontos considerados essenciais são a proteção aos dados pessoais do usuário e a garantia da liberdade de expressão. Fonte: Agência Brasil
Dicas
Documentários sobre remoções
Já faz um tempo que os moradores de favelas vêm sofrendo ameaças de remoções forçadas no Rio de Janeiro. Essa situação fica mais acirrada depois do anúncio da realização de megaeventos esportivos na cidade, como a Copa e as Olimpíadas. Na maioria das vezes, a retirada das famílias não ocorre por estarem em área de risco ou então de crime ambiental: ocorre por estarem situadas em regiões de grande valorização imobiliária. É o caso, por exemplo, da Vila Autódromo (Barra da Tijuca), Morro da Providência (região portuária), Comunidade do Horto (Jardim Botânico) e o pico do morro Santa Marta (Botafogo). Nesse boletim, indicamos uma série de documentários e vídeos que abordem essa questão, como “Distopia::021”, “O legado somos nós”, “Remoções no Rio de Janeiro”, “Domínio público”, entre outros.
Confira a listagem completa em nossa página.
Pérolas
Por James Petras
Em primeiro lugar, devemos reconhecer que quando existem levantes em 20 países, em dois continentes, em seis regiões, obviamente não é uma simples manifestação de protesto por conta de um filme feito por alguns medíocres de Los Angeles. É o cúmulo da superficialidade. [...]Dada a profundidade da extensão dos protestos, não é possível explicar apenas pelo filme todo esse ódio. Suas raízes na destruição promovida pela intervenção imperial [nos países muçulmanos]. E é preciso dizer isso.
Trecho do belo artigo “Levantes muçulmanos têm suas raízes na destruição promovida pela intervenção imperial”.
Por Gizele Martins
A comunicação comunitária que não mobiliza não pode ser considerada comunicação comunitária.
Gizele Martins, em palestra no IV Seminário Mídia e Cotidiano na UFF.
Memória
Carlos Nelson Coutinho, PRESENTE! Homenagem do NPC a esse grande intelectual marxista
Nesta quinta-feira, 20 de setembro, lamentamos a perda do professor e intelectual marxista Carlos Nelson Coutinho. Ele foi um grande estudioso da obra de Antonio Gramsci e responsável pela divulgação do pensamento do húngaro Gyorgy Lukács no Brasil. Carlito, como era chamado pelos amigos, descobriu a doença em fevereiro deste ano, quando comentou por e-mail à equipe da Editora Boitempo: “Ainda estou perplexo – mas disposto a brigar. Também sobre isso, tenho tentado me valer do mote de Gramsci: pessimismo da inteligência, otimismo da vontade. Torçam por mim”. Lutador até o fim, ganhou o título de professor emérito da UFRJ em junho deste ano.
Em um texto de homenagem a Carlos Nelson, alunos da Escola de Serviço Social da UFRJ lembraram como ele foi extremamente íntegro e coerente com a luta. "Com imensa generosidade, somente igualável a sua erudição, Carlito contribuiu para forjar novas gerações de lutadores e lutadoras comprometidos com a transformação social da realidade, solidamente formados naquilo que de melhor a tradição marxista produziu", diz a nota.
Carlos Nelson nos deixa, mas seus ensinamentos ficam para sempre. Como diz o coordenador do NPC Vito Giannotti, lembrando Mao Tsé Tung: "Morrer pelos interesses do povo tem mais peso do que o Monte Tai. Mas, esforçar-se a serviço dos fascistas e morrer pelos exploradores e opressores do povo pesa menos do que uma pena". A morte de Carlos Nelson vale um Monte Tai.
Comissão da Verdade vai investigar apoio de empresas à ditadura
A Comissão Nacional da Verdade anunciou nessa semana que vai investigar empresas e empresários que colaboraram financeiramente com a repressão durante o regime militar. A primeira organização a ser investigada é uma consultoria que atuou em São Paulo nos anos 70, com o nome de CIA. A entidade arrecadava recursos entre as grandes empresas para patrocinar órgãos clandestinos como a Operação Bandeirantes (OBan). Este novo elemento de investigação é importante para deixar claro que a ditadura foi amplamente apoiada e inclusive financiada por setores da sociedade civil. É o que conta, por exemplo, o documentário Cidadão Boilesen, sobre o empresário dinamarquês presidente do grupo Ultra (Ultragaz). Além de contribuir financeiramente, ele gostava de participar pessoalmente de algumas sessões de tortura. Ele foi o inventor de uma ferramenta muito usada contra os presos políticos da época, que emitia choques elétricos e viria a ser conhecida como Pianola Boilesen.
Artigos
Cadinho no subúrbio?
[Por Gas-PA] “Se a principal fonte de informação da maior parte do nosso povo é a televisão, temos que estar vigilantes e combativos ao conteúdo da informação que o nosso povo recebe e consome, principalmente as subliminares que são transmitidas através de “inocentes” obras de arte, como telenovelas”. Nesse artigo, Gas-PA, do Coletivo Hip Hop LUTARMADA, fala sobre a novela Avenida Brasil e seu discurso que serve à política de remoções que está ocorrendo no Rio de Janeiro. Leia o artigo completo.
Fiat planeja sair da Itália
[Por Vito Giannotti] Não é novidade. Desde três anos atrás a mídia italiana, controlada quase na totalidade pelo império de Berlusconi, o famoso ex-premier descaradamente neoliberal, divulga que os trabalhadores da Fiat estão ameaçados de um belo desemprego definitivo. A conversa é a mesma de todos os governos europeus: superar a crise, a crise, a crise. No final de 2011, em nome de manter o emprego, a Fiat impôs a total flexibilização dos direitos trabalhistas, com a conivência das centrais sindicais. A única força a se opor foi a Federação Metalúrgica (FIOM). Mas a Fiat, maior fábrica do país, continuou firme em sua decisão. E para os trabalhadores, o que sobra? A tarefa de reconstruir seus partidos socialistas, comunistas, partidos operários. Leia o artigo completo.
Entrevistas
Angela Davis fala sobre o passado de perseguição e o presente de discriminação nos EUA
[Por Luciano Monteagudo / Página 12] 40 anos depois das graves acusações que a levaram a ser julgada e presa nos EUA, em processo político que teve grande repercussão internacional, Angela Davis analisa nesta entrevista aquela etapa difícil de sua vida. Ao referir-se à atual situação dos negros nos EUA, Angela diz que “as coisas são piores, hoje, com um negro na Casa Branca”. “Acho que meus princípios não mudaram em todos esses anos. Nem meu compromisso político.” É o que diz Angela Davis, uma das mais famosas ativistas políticas dos anos 1960 e 1970, figura icônica, não só pelo discurso fortemente revolucionário e pela destacada militância nos “Panteras Negras”, mas também pelo penteado ‘afro’ que fez moda em todo o planeta entre as mulheres negras e brancas. Leia a entrevista completa. 
Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação
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Tel. (21) 2220-5618www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenação: Vito Giannotti
Redação: Sheila Jacob
Edição: Claudia Santiago
Web: Luisa Souto Colaboraram nesta edição: André Vieira (AL), Gizele Martins (RJ), Maurício Campos (RJ) e Vito Giannotti (RJ).
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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