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Boletim do
NPC —
Nº 22
— De 15 a 31/5/2003
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
NPC Informa
Tiros em Columbine
Rio de Janeiro – O documentário Tiros em Columbine, do ganhador do Oscar Michel Moore, é imperdível. Revela os Estados Unidos como um país onde a população é dominada pelos meios de comunicação, ama as armas, morre de medo de tudo, inclusive das crianças, e descarrega tudo isso no consumismo. A pergunta feita pelo cineasta é a seguinte: por que os norte-americanos se matam milhares de vezes mais do que seus vizinhos canadenses ou os europeus? Nenhuma das respostas apresentadas pelo governo, especialistas ou a mídia o satisfazem. O histórico de violência dos EUA desde suas origens, explicitada por muitos, não o convence. Cita como exemplos de trajetórias tão violentas quanto, a Inglaterra e a Alemanha. A hipótese de a miscigenação racial ser a causa da violência, também não é aceita por Moore. Filmes violentos seriam os culpados? Segundo o cineasta, este não é um privilégio dos nascidos nos EUA. Os mesmos filmes são esperados em vários países por adolescentes ávidos por consumi-los e nem por isso o índice de violência nestes países é igual ao dos Estados Unidos. Segundo palavras do documentarista, em entrevista coletiva após receber o Oscar: “o filme mostra como somos manipulados pelo medo e como criamos esta cultura da violência em nosso país. Violência em casa, violência no exterior. Nós americanos matamos muitas pessoas. Matamos mais do que qualquer outro país neste planeta”. Se já chegou à sua cidade, vá e veja. Se está para chegar, pressione os distribuidores para que chegue logo. Se você é um sem-cinema, dá o seu jeito. Mas não deixe de assistir e tirar as suas conclusões. Novo filme vai tratar do 11 de setembroFahrenheit 911, o novo fime de Moore, vai analisar os EUA após 11 de setembro de 2001 e os vínculos entre as famílias de Bush e de Osama bin Laden.
Filme de Oliver Stone sobre Fidel é vetado nos EUA
Nova York - O documentário Comandante, de Oliver Stone, vai ser substituído na grade de programação do HBO por um filme sobre a história de um dissidente cubano. Na semana passada, o canal de TV por assinatura anunciou que tinha suspendido a exibição da entrevista feita com Fidel Castro porque estava desatualizada e não tratava dos acontecimentos recentes em Havana: prisões e fuzilamentos. O HBO recomendou que o diretor volte a Cuba e faça novas perguntas. No lugar do documentário, o canal vai exibir Dissident: Oswaldo Paya and the Varela Project. O dissidente, que foi preso pela primeira vez aos 17 anos, é um dos candidatos ao Prêmio Nobel da Paz este ano. Nada menos do que 42 dos 80 dissidentes que foram presos recentemente eram do Projeto Varela. O documentário, que foi contrabandeado de Cuba nas últimas semanas, vai ser exibido no dia 9 no Tribeca Film Festival, em Nova York. A data de exibição no HBO não foi confirmada. (O Estado de São Paulo, em 10/05/2003)
Oliver Stone compara Brasil com Cuba
Berlim (Publicado em O Estado de São Paulo, em 14/02/2003) O diretor Oliver Stone bateu pesado no Brasil, na coletiva realizada após a exibição de seu novo filme, que participa, fora de concurso, do 53º Festival de Berlim. Para sua estréia como documentarista, o diretor de /JFK - a Pergunta que não Quer Calar e Assassinos por Natureza escolheu, como é do seu feitio, um tema polêmico. Comandante oferece um retrato humano de Fidel Castro.
Sabe que está metendo a mão num vespeiro. Para o público americano, Fidel é um monstro. O retrato que emerge de seu filme é o de um homem charmoso e encantador, que assume suas contradições com o mesmo ardor com que defende o ideal revolucionário que norteou sua vida. "Ele é o último grande revolucionário do mundo atual", diz. "É um mito e, aos 75 anos, tornou-se um homem sábio, em cujas lições deveríamos prestar atenção."
Onde vocês acham que existe democracia? No Brasil, onde boa parte da população é privada de água potável, saúde e educação? Cuba oferece tudo isso à sua população,mas, para vocês, não é uma democracia."
Os ataques ao Brasil começaram quando jornalistas cobraram de Stone esse apoio a um ditador que veste farda e está há mais de 40 anos no poder. ”Querem falar de democracia? Pois falemos, então. E insistiu na crítica: "Como pode ser democrático um País em que a expectativa dos jovens nas favelas é a de se tornarem traficantes para fugir ao círculo vicioso da miséria?" Eleições livres? "Isso não existe em lugar nenhum, nem nos Estados Unidos. Não há eleições livres sem imprensa livre. Ou querem ignorar a ligação da grande imprensa com o grande capital, em qualquer lugar do mundo?", declarou. "E se a CIA injetar dinheiro num possível quadro de eleições em Cuba, como fez na Nicarágua, vocês ainda acharão as eleições democráticas?"
Iraque - Polemista, Stone não está aí para criticar os outros defendendo a democracia americana. Comentando a possibilidade de guerra entre os EUA e o Iraque disse que a questão é: a que ou a quem serve essa guerra? "Seria legítimo que os EUA fizessem guerra ao terrorismo, enfrentando a Al Qaeda. Mas uma guerra contra o Iraque? Não existem provas conclusivas de que o Iraque financie o terrorismo que nos ameaça. Sinceramente, não consigo ver com clareza os objetivos que estão por trás dessa cruzada de George W. Bush."
Um jornalista quis saber se ele faria um retrato tão simpático de Saddam Hussein como o de Fidel. Stone disse que Comandante não é obra de propaganda e adoraria entrevistar Saddam, para descobrir suas idéias. Foi o que fez com Fidel. "Para os americanos, ele era uma caricatura. Você não precisa concordar com suas idéias para perceber que é um homem moral."
Stone nega que o filme seja 100% favorável ao cubano. "Ele não aparece no filme como o nice guy que muitos de vocês viram. Admite os problemas de Cuba e os seus, como homem, como pai, por exemplo." O filme irá ao ar nos EUA no dia 12 de maio. Stone, que transformou 30 horas de entrevistas com Fidel num documentário de 92 minutos, quer disponibilizar o material na internet. "O importante é discutir as idéias desse homem. Queiram ou não, Castro é um dos personagens fundamentais do século 20." (Texto de Luiz Carlos Merten, enviado especial de O Estado de São Paulo, em 14/02/2003)
Credenciamento da Imprensa Sindical ao 8º Concut
O coordenador de Comunicação do 8º Concut, o jornalista Cid Marcondes, divulgou as normas para credenciamento de profissionais de Comunicação ao Congresso Nacional da CUT. Outras informações podem ser obtidas através do endereço eletrônico oitavoconcut@cut.org.br. - Cada entidade filiada à CUT pode credenciar um repórter e um fotógrafo para seu(s) veículo(s) impresso(s). Atenção: não é um por veículo, é um para todos os veículos.
- As entidades que tiverem programa de rádio podem credenciar um repórter específico para essa mídia.
- Aquelas entidades que tiveram necessidade de gravar VTs podem credenciar mais 3 pessoas (repórter, câmera e iluminador) especificamente para esse fim.
- A credencial de imprensa não dá acesso ao plenário. Os jornalistas da imprensa sindical estão sujeitos às mesmas regras dos colegas das empresas de comunicação: só poderão entrar no plenário se acompanhados de alguém da acessória de imprensa do 8º CONCUT e em alguns momentos específicos, a critério da coordenação geral do Congresso.
- Os interessados devem enviar carta (ou fax) para a Coordenação do 8º CONCUT, em papel timbrado da entidade e assinada pelo presidente, ou secretário geral, constando o nome, RG e registro profissional do(s) jornalista(s) para os quais se solicita o credenciamento. Solicitação por e-mail só será aceita se o endereço eletrônico for o da entidade solicitante. Em caso de dúvida quanto a origem do pedido de credenciamento, esse não será efetuado.
- A data limite para o pedido de credenciamento chegar na CUT Nacional é 26 de maio de 2003.
- A CUT Nacional não se responsabilizará por alojamento ou alimentação da imprensa sindical.
Centro Cultural da Maré (RJ) foi inaugurado no sábado
As pessoas que vivem nas favelas do Rio de Janeiro não vivem apenas fugindo de balas perdidas que saem das armas de traficantes de drogas, órgãos e crianças, ou os representantes destes, e policiais. Lá também se estuda, se brinca, se ama, aprecia-se a arte. No último sábado, dia 10, o Centro de Atividades Sociais da Maré (Ceasm) que tem em seus quadros o colaborador no NPC, o professor de geografia Leon Diniz, abriu as portas do novo Centro Cultural da Maré. O NPC foi representado pelo seu coordenador, Vito Giannotti. Desejamos, longa Vida!
Novo livro de Caco Barcelos trata do tráfico de drogas no Rio Abusado é o nome do novo livro do jornalista Caco Barcelos. Trata-se de uma reportagem investigativa sobre a entrada do Comando Vermelho na favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, e a formação de uma geração de traficantes. Editora Record - 564 páginas + 24 de encarte páginas - R$ R$ 55,00).
Ricardo Kotscho em Florianópolis O jornalista Ricardo Kotscho, secretário de Imprensa da Presidência da República, proferiu a palestra "Imprensa e Governo", durante evento em comemoração aos 35 anos da Casa do Jornalista, em Santa Catarina.
Igreja Católica lança sua terceira rede de televisão
Com assessoria de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, a Diocese de Aparecida (SP) deve lançar na Páscoa de 2004 aquela que pretende ser a terceira rede nacional de televisão ligada à Igreja Católica (as outras duas são a Rede Vida e a TV Canção Nova). Presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Aloísio Lorscheider, a Fundação Nossa Senhora Aparecida assinou com o Ministério da Comunicações, em novembro passado, contrato para explorar um canal educativo, o 59, na cidade, que é considerada a capital dos católicos. "Nosso primeiro passo será cobrir a região do Vale do Paraíba. Depois, queremos ampliar o sinal a Grande São Paulo e o sul de Minas Gerais. Nosso projeto, a longo prazo, é formar uma rede nacional de TVs educativas católicas", diz o padre Rudolf Jacobos Bus Croon, diretor técnico da nova emissora, que deve consumir R$ 1,5 milhão em equipamentos. Croon afirma que a programação da TV será focada na "educação humana, cidadania e religiosa", mesclando transmissões de missas do santuário de Aparecida com programas educativos do canal pago STV (Sesc/Senac), com quem negocia parceria. Croon diz que a TV Aparecida será mais educativa do que católica, que não fará panfletagem da Igreja. "Não queremos uma TV confessional, afirma o padre, que já prepara a reserva de futuros canais retransmissores da emissora”. (Texto de Daniel Castro para a Folha de São Paulo) Nota da editora Enquanto isso, o Movimento Sindical cutista continua sem entender o papel da televisão na vida do povo brasileiro e, em muitos estados, não ocupa sequer o espaço da TV Comunitária. Este é o caso do Rio de Janeiro, onde nasci, vivo e testemunho o esforço dos coordenadores da TV Comunitária em envolver a CUT e seus sindicatos. Grande ingenuidade. Acreditam que as migalhas que conseguem nos jornais, rádios e programas de TV da grande mídia são suficientes para fazer a disputa de idéias na sociedade.
A Comunicação que queremos
CUT/RS organiza mostra fotográfica em maio
A CUT/RS, em parceria com a Usina do Gasômetro, está organizando uma mostra fotográfica que conte a história da luta dos trabalhadores do Rio Grande do Sul. Em reunião com alguns sindicatos, o grupo optou por uma mostra com perfil histórico a partir do acervo dos sindicatos, de lideranças sindicais e de ONGs. A exposição deve apresentar as várias categorias (setor público, indústria, serviços etc.). Para viabilizar a mostra, estruturou-se uma equipe de trabalho com os profissionais de comunicação dos sindicatos. A idéia é inaugurar a mostra na segunda quinzena de maio.
Mulher 24 horas, do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo agora em quatro cores
O Sindicato dos Bancários do Espírito Santo está investindo no aprimoramento dos seus veículos de comunicação. A entidade, que considera a informação um importante instrumento de disputa de idéias, acaba de adotar o uso de cores no Correio Bancário, seu jornal semanal, e no Mulher 24 Horas, seu jornal mensal dedicado às questões de gênero. Cada publicação tem uma tiragem de oito mil exemplares.
Contracs lança revista
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), entidade orgânica à CUT, lança na próxima quarta-feira, 14, às 10 horas, no auditório da sede nacional da CUT, a revista Perfil dos Trabalhadores no Comércio. A revista, uma parceria entre a Contracs e o Dieese, trás dados estatísticos da categoria, numa contribuição às negociações coletivas aos demais sindicatos cutistas.
Prefeitura de Campinas promove Ciclo de Debates sobre Democracia e Comunicação
Começou no dia 5 de maio, em Campinas um Ciclo de Debates sobre Democracia e Comunicação, promovido pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura petista. Acompanhe a programação: Dia 19 de maio Tema: Legislação da Comunicação de Massa Mediador: Bruno Fuser-Professor da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas Debatedores: Graça Caldas - Professora Doutora da Faculdade de Comunicação e do Instituto Metodista de Ensino Superior de São Paulo e Vera Maria de Oliveria Nusdeo Lopes - procuradora do Estado e Autora do Livro: Direito à Informação
Dia 26 de maio Tema: O papel do Conselho de Comunicação Social Mediadora:Ivete Cardoso - Professora Doutora da Faculdade de Comunicação Social da PUC-Campinas e Diretora da Rádio Educativa FM Debatedores: Juliano Maurício Carvalho Professor da Faculdade de Comunicação da PUC-Campinas e Berenice Mendes - Diretora de Cinema e TV, presidente da TVE do Paraná, representante dos artistas no Conselho de Comunicação Social.
Jornalistas de São Paulo lançam agência de notícias da Aids
Foi lançada no dia 8, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a Agência de Notícias da Aids. O trabalho, desenvolvido pela jornalista Roseli Tardelli, tem como objetivo divulgar diariamente, para jornalistas, informações e dados sobre a doença. O serviço da Agência será distribuído para as redações de todo o país, por meio de uma página na internet. Nela poderão ser encontrados artigos assinados por especialistas na área de saúde, textos produzidos por pessoas que vivem com o vírus HIV/Aids, dados sobre a evolução da epidemia no mundo e os resultados das pesquisas feitas com vacinas no combate a doença.
De Olho Na Mídia
O Globo chora sobre as meninas que a TV Globo mandou engravidar
Domingo dia 11 de maio. Dia das mães. Dia das lojas venderem panelas de pressão, ferro elétricos, liquidificadores e outros apetrechos para manter a opressão feminina disfarçada. O Globo, no Caderno do “Jornal da Família” faz um artigo sobre as mães. Evidentemente. E desta vez humilhou! As mães meninas. Coitadinhas. O título é bombástico: “+ 50 % de mães meninas”. “Pesquisas comprovam que a maternidade na adolescência já é um fenômeno no Brasil”. O artigo traz vários dados, números, cifras. Até ai tudo bem. Fotos de barrigas e crianças-mães abraçando bonecas de carne e osso. Mas interessante é quando o Globo analisa as causas desta epidemia de maternidades-mirins. Cita psicólogos, e especialistas e outros istos. Fala que a gravidez precoce é causada “por: carência afetiva, desejo de formar uma família e ser mulher e dificuldades no relacionamento familiar”, e outras generalidades mais. Só não fala de uma coisa:da responsabilidade da televisão nestes 50% de casos a mais de gravidez de crianças. Não fala dos programas onde a globo ensinou a fazer as famosas “produções independentes”. Não fala da super-erotização dos programas das suas Xuxas, Elianes, e dos seus Gugus, Faustões e companhia. Se não me engano, o Frei Beto, anos atrás escreveu um artigo cujo titulo dizia tudo: “Os filhos da Xuxa”. Uns cinco anos atrás, a filha da minha mulher, na época com 12 anos, começou a andar pra cá e pra lá com uma boneca no colo. E fazia mamadeira para a boneca dela. E fez um bercinho com minha cadeira de computador, para niná-lo à noite eu desconfiei e fui ver porque aquilo estava acontecendo de uma hora para outra. Fui perguntando e descobri a causa deste ataque súbito de maternidade na pequena. Não era nenhuma “carência afetiva ou desejo de formar uma família e ser mulher”. Era só isso: a Globo – Uma novela qualquer, cujo titulo era Malhação, estava ensinando menininhas a engravidar. E a aula era dada o titulo de recuperação em cada programa da Xuxa e coisas parecida. Mas a Globo não lembrou de nada disso no seu jornal do dia das mães. (Por Vito Giannotti)
O que a imprensa brasileira não publicou sobre os recentes episódios em Cuba
Três condenações à morte e a prisão de 75 dissidentes movimentaram numeroso contingente de críticos e defensores do regime cubano. Sobre o próprio fato desencadeador da contenda pouco ou nada se viu nos órgãos de imprensa, que dedicaram espaços generosos às opiniões e contraditos. Não foi suficiente para a imprensa contextualizar a decisão da justiça cubana uma longa entrevista coletiva do chanceler Felipe Pérez Roque — com 82 jornalistas, de 59 veículos de imprensa, de 27 países. Também não foi suficiente que a íntegra desta entrevista tivesse circulado livremente pela Internet. Sequer serviu de estopim que a Folha de São Paulo tivesse publicado artigo de Miguel Urbano Rodrigues que continha informações extraídas daquela entrevista. A própria FSP não aproveitou seu conteúdo para aprofundar o tema. Veja o que disse Pérez Roque em sua entrevista sobre o julgamento dos dissidentes, quando foram reveladas todas as tramas do governo norte-americano, através da sua Oficina de Interesses dos Estados Unidos em Havana, órgão oficial, sob o comando de James Cason, velho amigo de George W. Bush. Para pressionar internamente, os EUA coordenaram e financiaram a criação de uma Associação de Jornalistas Independentes e de um partido político unificando as resistências à Revolução, chamado Partido dos Direitos Humanos em Cuba. A primeira encarregava-se de alimentar de informações principalmente a Rádio Martí e os jornais americanos e o segundo para disseminar mundo afora as denúncias de violação de direitos humanos no país. Em seus depoimentos, agentes cubanos infiltrados nos “movimentos” passaram toda a ficha. Já se sabe, e a imprensa mundial ignorou, que dos 37 “jornalistas” condenados, apenas 14 eram efetivamente formados em jornalismo e apenas 4 já tinham exercido a profissão algum dia. Segundo o depoimento do agente Nestor Baguer, apenas um de todos os que formaram a tal Associação pode ser chamado de jornalista. Os demais eram mercenários, regiamente pagos com recursos do governo norte-americano, corrompidos por dinheiro, equipamentos eletrônicos, câmeras fotográficas e todo tipo de regalia. O esquema funcionava dentro da Oficina de Interesses dos EUA em Havana. James Cason fazia reuniões para estimular todo tipo de sabotagem, seqüestros e ações de desestabilização do regime cubano. O esquema consumiu cerca de US$ 26 milhões. A imprensa internacional que compareceu à entrevista do chanceler cubano deu risadas quando a própria presidente do Partido dos Direitos Humanos em Cuba revelou ser, ela mesma, com muito orgulho, uma agente a serviço do Estado Cubano. Tânia revelou o que estava por trás da formação do partido, fontes de financiamento, valores, ações, intenções, planos e tudo mais, com a riqueza de detalhes de quem estava na linha de frente da montagem do esquema, sob inspiração e ordens de... James Cason. Não é papel da imprensa acreditar nesta ou naquela versão. Mas uma audiência pública de uma autoridade cubana deve necessariamente integrar as matérias que tratam do assunto, a seleção dos assuntos precisa obedecer a critérios de relevância e abrir espaço ao contraditório. Três pessoas foram condenadas à morte. Dissidentes (sic) foram condenados a penas de prisão entre 6 e 28 anos. Isso é um fato jornalístico. No entanto, uma denúncia de conspiração do governo de uma nação para derrubar o governo de outra, com testemunhas e provas documentais, não é digno de investigação e publicidade pela nossa imprensa.
Quem não te conhece, que te compre.
A seguir, sugestões para quem quiser ir além da trivial — e, por isso, parcial — cobertura da imprensa brasileira sobre os julgamentos de abril de 2003 em Cuba. - A Lei Helms Burton, também conhecida como Lei de Ajuste Cubano, garante privilégios a qualquer cubano que consiga por os pés em solo americano: cidadania norte-americana, emprego e assistência completa. Compare com o muro que separa os EUA do México, onde anualmente morrem dezenas de pessoas tentando atravessar a fronteira e com as “condições” oferecidas aos que conseguem burlar a rígida vigilância. - Desde a chegada de Bush ao poder, um Acordo Migratório, assinado entre os dois países, em 1994, não vem sendo cumprido. O acordo prevê a concessão de 20.000 vistos anuais para os cubanos. De outubro para cá, apenas 505 vistos foram concedidos. - Nos últimos sete meses, sete aeronaves ou embarcações foram seqüestradas e desviadas para os EUA por cubanos que almejam o paraíso prometido pela Lei de Ajuste. Dois aviões seqüestrados no mês de março foram CONFISCADOS nos EUA, sob pretexto de que o governo cubano tem “dívidas” com os cubanos exilados. (Por Marcelo Ficher)
VALE A PENA LER DE NOVO
(Os comentários em vermelho são do autor Schwinden, divulgados pela lista astedile) 1996, um ano histórico Autor: LUÍS NASSIF Editoria: DINHEIRO Página: 2-3 Edição: Nacional Dec 22, 1996 Na política econômica, 1995 foi o ano de semear ventos, com os atropelos cambiais e monetários do primeiro semestre, o imobilismo e a inadimplência generalizada. As tempestades foram colhidas em 1996, criando um paradoxo. Apesar da euforia, 1995 foi um desastre. Apesar do baixo astral, 1996 será reconhecido como um dos anos de maiores transformações na história do país. (A palavra transformação pode ser traduzida no caso por neocolonização). Foi o ano em que foi definido o novo modelo de Estado (ou seja, implanta-se o modelo do estado-mínimo, só não se pode falar em estado-zero, porque ele continuou sendo o guardião do sistema financeiro, não deixando nunca que faltasse pelo menos uns 60% da arrecadação total para pagamento dos juros), com a colocação em prática de idéias há longo tempo discutidas. (As tais idéias, discutidas no famoso endereço: 1818 H Street N W, Washington, DC) Uma breve retrospectiva das mudanças (feita com a ajuda do ex-ministro Marcílio Marques Moreira)(foi ministro da Fazenda e, naturalmente, ganhou passe em pelo menos oito conselhos de multinacionais e a vice-presidência de um banco estrangeiros, grande ideólogo dos primeiros momentos do neoliberalismo): * Definição do sistema elétrico, com a criação do Anell (o órgão regulador) e as privatizações de distribuidoras, com participação de operadores estrangeiros. (Resultado: racionamento, apagão, tarifas voando nas alturas,investimento zero) * Definição da regulamentação do setor de telecomunicações, inclusive com o início da privatização da telefonia celular. (Maravilha: financiada pelo BNDES a compra do BNDES teve a participação de alguns grupos mafiosos que hoje fazem a tarifa mais alta do mundo e o telefone celular transformou-se em verdadeiro confisco de renda das camadas mais pobres da população, que introjetaram a idéia de que o celular é mais importante que água, luz, comida) * Reorganização do sistema ferroviário e início da privatização, com participação de operadores estrangeiros. (Maravilha: uma verdadeira revolução, a economia brasileira corre doidivanas pelos trilhos, o colunista e o ex-ministro estão convidados a embarcar no trem de alegria da modernidade inaugurada no ano da graça de 1996) * Início da privatização do sistema portuário. (Outra maravilha: custos baixaram, houve modernização fantástica, vendo Santos e Paranaguá dá até pena de Rotterdan) * Estadualização das rodovias federais e início das concessões ao setor privado. (Revolução: aumentou o número de mortos e o pedágio entre Joinville e Belém, com caminhão carregado de geladeira Cônsul, chega a custar mais de 30% o valor do frete). * Privatização de estatais estaduais e início da privatização dos bancos estaduais. (Sem comentários) * Nova lei de patentes, dirimindo pendências que vinham se arrastando há anos. (O Brasil, ao lado do México foi o único país do mundo a reconhecer patentes para medicamentos, alimentos e química fina. Os medicamentos em dois anos subiram em dólar por volta de 200%. Os laboratórios nacionais foram todos fechados. Fantástico) * Isenção do ICMS para exportação e agricultura, dando início efetivo à reforma fiscal. (Só contaram para o colunista, porque os agricultores, continuam esperando a tal isenção) * Fim da visão fiscalista sobre pequena e microempresa, com a aprovação do Simples, o imposto único para o setor. ( O Simples, boa obra do marketing tucano, cobre menos de 30% das categorias de micros e pequenas empresas) * Fim do monopólio do resseguros e abertura do mercado de seguros à competição externa. (Maravilha: competição externa, sem qualquer controle. Farra da grossa) * Abertura da navegação de cabotagem à competição. (Menos de cinco deputados e senadores sabiam o que era cabotagem quando aprovaram. Enquanto os países europeus e os Estados Unidos fechavam mais sua costa e sua navegação interior, o Brasil abriu geral para a pirataria internacional. Será que o grande Nassif sabe mesmo o que é cabotagem?) * Mudanças relevantes na área trabalhista, com a flexibilização do contrato temporário de trabalho. (O trabalhador sem garantias fica também sem emprego. Foi uma vitória dos trabalhadores que, afinal, vão viver como sempre quiseram, de papo pro ar) * Definição de um modelo gerencial de implementação de política econômica, com a criação do sistema informatizado de acompanhamento das 41 metas do Brasil em Ação. (Êpa, opa, essa nem o FHC ficou sabendo. Ele chegou a ouvir falar em Brasil em Ação, mas era uma fatura da publicidade cobrada pela grande mídia) * Aprovação da Lei do Arbitramento, instrumento fundamental para dirimir conflitos, sem afogar o Judiciário. (Terceirização da Justiça do Trabalho, picaretagem tomou conta do pedaço. Os tais árbitros chegam a cobrar hoje uns 60% sobre o que o trabalhador desempregado levaria de ganho na sua ação trabalhista. Isto é que é fazer história....) * A medida provisória que eliminou privilégios absurdos na aposentadoria pública. (Então – caro jornalista - as denúncias de hoje da grande imprensa de aposentadorias milionárias é só ficção. Só argumento armado para privatizar a Previdência ) * Aprovação do novo Imposto Territorial Rural (ITR), como instrumento para acelerar a reforma agrária, bandeira defendida desde os anos 60. (Espera aí, ilustríssimo pena-paga, o ITR é do tempo do Figueiredo, lembra do Estatuto da Terra?) * Definição do novo papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como órgão indutor de investimentos privados e internacionais. (O BNDES foi transformado em Santa Casa de multinacionais e estatais estrangeiras. Para infrae-estrutura como energia, saneamento, ou mesmo para pequenas e médias empresas rurais e urbanas, o BNDES se transformou em madrasta) * Definição dos elementos da nova política industrial, com base no chamado "adensamento da cadeia produtiva". (Que é que é isso??? É brincadeira, né!?.) * Avanço significativo na indústria de fundos, com a criação do fundo de capitalização individual, e com a criação de normas de controle sobre o setor. (Indústria de fundos? Capitalização individual? O jornalista andou trocando chá de funcho por cannabis...) * Nova Lei das Sociedades Anônimas. (Explica como ficou o acionista minoritário, explica? Vai...!!!!) * Mudanças nas formas de crédito aos pequenos empresários, com a criação do Fundo de Securitização de Recebíveis. ( Suspende o pó. Securitização pode ser traduzida como o mico da carteira hipotecária- chamada de podre pelos bancos privados. E quanto ao crédito aos pequenos empresários, uma fábula. De todos os empreendimentos nascidos em 1997, 96% fecharam até o final daquele ano, por falta de crédito ou por crédito de agiotagem) * Reestruturação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que passaram a atuar competitivamente no mercado. (Arrumando a vida do dono da Encol, dos Canhedo, dos grandes latifundiários, vendendo dólar para segurar a paridade, etc. Grande reestruturação) * Conjunto de reformas no Ministério da Educação e Desportos, definindo o novo modelo do setor _descentralização da operação, e reforço do papel avaliador da União. (Definitivamente, o rapaz despirocou...Será que ele está falando da Lei Zico, da Lei Pelé ou eleição do Eurico Miranda para deputado federal?) * Definição do novo modelo de políticas sociais, com o programa "Alfabetização Solidária".(Aqui se justifica, o colunista é o cavalheiro: um agrado na dona Ruth. Mas os 21 milhões de analfabetos oficiais continuou igual, segundo o mesmo MEC do ministro irmão do lobista da Microsof) * Definição de uma política ambiental, com a nova Lei de Mananciais, em tramitação, e a decisão do BNDES de condicionar financiamentos a laudos ambientais. (Dizem que o RIMA – relatório de impacto ambiental – no financiamento da Ford (US$ 1,9 bi) resolveu todos os problemas de meio ambiente na saúde financeira da multinacional) * Definição de um modelo de reforma administrativa. (Essa só lendo de novo. Modelo de reforma. Ou seja, uma espécie de ensaio via MP) Poderia ter sido melhor? Poderia, é claro. A inércia em se resolver a questão da inadimplência, as dificuldades em se estancar o déficit público, as taxas de juros alimentando passivos monumentais e a demora em resolver a situação de bancos em dificuldades perfazem uma lista considerável de obras não realizadas.Mas, no futuro, se perceberá que, após Collor arrombar a porta, o rumo do país foi definitivamente traçado nesse pouco reconhecido ano de 1996. (Com esse “rumo definitivamente traçado no “histórico 96”, o Brasil quebrou duas vezes, bateu todos os recordes em desnacionalização, fez a dívida pública multiplicar por 10, fez o desemprego se transformar em tragédia nacional, a infra-estrutura foi totalmente sucateada, o roubo comeu solto, o capital de motel entrou e saiu em alta rotatividade deixando cada dia mais buraco no Tesouro Nacional, que mais que aconteceu, grande Nassif? Pelo menos, uma verdade verdadeira: Collor, o Fernando I foi o pioneiro. Fernando II, sempre muito vaidoso, tinha que forçar a barra para não ficar para trás. Em tempo: era FHC tivemos uma produção muito maior de adjetivos, embora a qualidade não tenha melhorado em relação ao conde das Alagoas.
Jornalismo é sempre parcial e manipulador
"Não exijam do jornalismo o que ele não pode dar: um retrato do mundo". A admoestação partiu do professor Jacques Wainberg, da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), ao faze uma palestra , para estudantes de Ciências Sociais, na quinta-feira, Um olhar da mídia sobre a guerra. “O jornalismo, disse, é precário porque parte de uma ótica determinada. É construção de imagem do mundo, mas a partir de uma angulação da realidade. A percepção dos fatos é seletiva, explicou. Por isso, o jornalismo só pode dar uma imagem parcial do mundo.” (Fonte: Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina)
Não deixe de visitar:
. http://www.midiaindependente.org . http://www.midiavigiada.kit.net
Novo portal de busca dedicado a ativistas
Desenvolvido com código aberto pelo coletivo "Resist!", o portal Activist Search é um site multilíngue de busca dedicado a ativistas. Nele, o visitante consegue encontrar sites relacionados ao ativismo global, artigos sobre política radical e até mesmo receitas vegans e vegetarianas. Estão cadastradas mais de dois milhões e meio de páginas, entre elas os sites ativistas mais conhecidos como os Centros de Mídia Independente, Protest.net, Z Magazine, Infoshop.org e A-Infos. O site não tem nenhum tipo de propaganda e respeita os visitantes, se comprometendo a não registrar suas buscas para fazer "perfis" de usuário.
Ibope não consegue homologação de seu sistema de medição na Argentina
O Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) empresa que monopoliza na Argentina as medições de audiências dos canais de televisão e emissoras de rádio, recebeu um questionamento da Câmara de Controle de Medição de Audiência (CCMA), entidade que retirou a homologação do sistema que havia sido outorgado ao Instituto em 1999. Os motivos apresentados pelo órgão foram a falta de segurança e rigor.
ESPECIAL:
Nota de editora:
O NPC enviará como brinde o belíssimo vídeo do cineasta e professor da UFRJ, Beto Novaes, “MeninasMulheres”, para quem responder contando a origem histórica do Dia das Mães. Quando nasceu? Que o inventou? Com qual objetivo?
A todos os homens de consciência
Resposta do advogado Aton Fon Filho à Moção do deputado Fernando Gabeira pedindo liberdade para os dissidentes cubanos.
CONSIDERANDO que o deputado Fernando Gabeira mente em seus considerando na Moção apresentada à Câmara dos Deputados;
CONSIDERANDO os tradicionais laços de amizade que unem Brasil e Cuba;
RECORDANDO os termos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, bem como os compromissos inscritos nas convenções da ONU relativas aos direitos políticos e sociais;
ASSINALANDO a existência de "cláusulas democráticas", tanto no contexto da Organização dos Estados Americanos quanto no do Mercosul;
ENFATIZANDO que o respeito às diferenças de opinião e à liberdade de organização e expressão é de fundamental importância para a convivência pacífica entre forças políticas em qualquer regime;
CONSIDERANDO que o chamado "Projeto Varela", do qual fazem parte os 77 presos cubanos, NÃO pretende simplesmente introduzir mudanças democráticas em Cuba, por via pacífica e negociada, MAS, AO CONTRÁRIO E COMPROVADAMENTE, constituiu mais uma intervenção dos assassinos norte-americanos, cujo chefe do escritório d negócios em Cuba financiava atividades de espionagem e sabotagem contra o socialismo cubano;
OBSERVANDO que embora compradas a dólares fornecidos pela CIA, o citado projeto somente havia conseguido reunir cerca de 11.000 assinaturas não se sabe quantas forjadas ou falsificadas, para gerar em Cuba o mesmo ambiente de desmoralização que o desmoralizado deputado Gabeira quer produzir em nosso País;
SALIENTANDO que, entre os presos, estão figuras públicas de grande relevo, comparável apenas ao de Fernandinho Beira-Mar, diariamente referido nas primeiras páginas de nossa imprensa;
CONSIDERANDO que tais prisões vêm ocasionando veementes protestos em vários países do mundo, promovidos por todo o tipo de gente desqualificada que vende sua consciência em troca de um punhado de dólares ou um visto de entrada no Estados Unidos para visitar Disneylandia, ainda que isso implique repudiar um passado de luta e aderir à causa criminosa de Bush;
PREOCUPADOS com o fato de que, os patrões do deputado Gabeira mantêm tropas acantonadas em Cuba e nessa base torturam pessoas presas no Afeganistão, incluindo crianças, sem que pessoas do quilate do deputado Gabeira, sequer esbocem um protesto, visando à obtenção das boas graças do império americano;
CONVICTOS de que a realização das reformas democráticas em Cuba, que implicaram a criação do poder popular e do socialismo representaram ameaça à existência do regime de terror na América Latina e à existência de agentes da CIA, quer em Cuba, quer em nossos países; e
CONSCIENTES de que o atual governo brasileiro reúne as condições políticas e diplomáticas necessárias para tentar influenciar positivamente o governo norte-americano, no sentido de caminhar para a devolução ao povo cubano do território que ocupam em Guantánamo, e para o fim de toda agressão contra o País, o Povo e o Estado cubanos, objetivo este condizente com as necessidades e anseios do povo daquele país e com o seu notório e respeitado desejo de permanecer independente em relação aos interesses estratégicos norte- americanos;
Condenamos a intervenção do gover5no norte-americano em Cuba e o aliciamento dos 77 cubanos para a condição de espiões, provocadores e sabotadores e solicitamos ao governo brasileiro que faça gestões para a libertação dos presos em Guantánamo, seqüestrados pelos criminosos norte-americanos e conduzidos para as câmaras de torturas mantidas naquela base. E pleiteamos que o governo norte-ameicano conceda logo o visto de entrada nos Estados Unidos ao deputado Gabeira para que ele não se afunde ainda mais em seu papel vergonhoso de cuspir na democracia socialista e em seu próprio passado Aton Fon Filho
São Paulo,26 de abril de 2003
De Olho Na Mídia
O Globo chora sobre as meninas que a TV Globo mandou engravidar
Domingo dia 11 de maio. Dia das mães. Dia das lojas venderem panelas de pressão, ferro elétricos, liquidificadores e outros apetrechos para manter a opressão feminina disfarçada. O Globo, no Caderno do “Jornal da Família” faz um artigo sobre as mães. Evidentemente. E desta vez humilhou! As mães meninas. Coitadinhas. O título é bombástico: “+ 50 % de mães meninas”. “Pesquisas comprovam que a maternidade na adolescência já é um fenômeno no Brasil”. O artigo traz vários dados, números, cifras. Até ai tudo bem. Fotos de barrigas e crianças-mães abraçando bonecas de carne e osso. Mas interessante é quando o Globo analisa as causas desta epidemia de maternidades-mirins. Cita psicólogos, e especialistas e outros istos. Fala que a gravidez precoce é causada “por: carência afetiva, desejo de formar uma família e ser mulher e dificuldades no relacionamento familiar”, e outras generalidades mais. Só não fala de uma coisa:da responsabilidade da televisão nestes 50% de casos a mais de gravidez de crianças. Não fala dos programas onde a globo ensinou a fazer as famosas “produções independentes”. Não fala da super-erotização dos programas das suas Xuxas, Elianes, e dos seus Gugus, Faustões e companhia. Se não me engano, o Frei Beto, anos atrás escreveu um artigo cujo titulo dizia tudo: “Os filhos da Xuxa”. Uns cinco anos atrás, a filha da minha mulher, na época com 12 anos, começou a andar pra cá e pra lá com uma boneca no colo. E fazia mamadeira para a boneca dela. E fez um bercinho com minha cadeira de computador, para niná-lo à noite eu desconfiei e fui ver porque aquilo estava acontecendo de uma hora para outra. Fui perguntando e descobri a causa deste ataque súbito de maternidade na pequena. Não era nenhuma “carência afetiva ou desejo de formar uma família e ser mulher”. Era só isso: a Globo – Uma novela qualquer, cujo titulo era Malhação, estava ensinando menininhas a engravidar. E a aula era dada o titulo de recuperação em cada programa da Xuxa e coisas parecida. Mas a Globo não lembrou de nada disso no seu jornal do dia das mães. (Por Vito Giannotti)
O que a imprensa brasileira não publicou sobre os recentes episódios em Cuba
Três condenações à morte e a prisão de 75 dissidentes movimentaram numeroso contingente de críticos e defensores do regime cubano. Sobre o próprio fato desencadeador da contenda pouco ou nada se viu nos órgãos de imprensa, que dedicaram espaços generosos às opiniões e contraditos. Não foi suficiente para a imprensa contextualizar a decisão da justiça cubana uma longa entrevista coletiva do chanceler Felipe Pérez Roque — com 82 jornalistas, de 59 veículos de imprensa, de 27 países. Também não foi suficiente que a íntegra desta entrevista tivesse circulado livremente pela Internet. Sequer serviu de estopim que a Folha de São Paulo tivesse publicado artigo de Miguel Urbano Rodrigues que continha informações extraídas daquela entrevista. A própria FSP não aproveitou seu conteúdo para aprofundar o tema. Veja o que disse Pérez Roque em sua entrevista sobre o julgamento dos dissidentes, quando foram reveladas todas as tramas do governo norte-americano, através da sua Oficina de Interesses dos Estados Unidos em Havana, órgão oficial, sob o comando de James Cason, velho amigo de George W. Bush. Para pressionar internamente, os EUA coordenaram e financiaram a criação de uma Associação de Jornalistas Independentes e de um partido político unificando as resistências à Revolução, chamado Partido dos Direitos Humanos em Cuba. A primeira encarregava-se de alimentar de informações principalmente a Rádio Martí e os jornais americanos e o segundo para disseminar mundo afora as denúncias de violação de direitos humanos no país. Em seus depoimentos, agentes cubanos infiltrados nos “movimentos” passaram toda a ficha. Já se sabe, e a imprensa mundial ignorou, que dos 37 “jornalistas” condenados, apenas 14 eram efetivamente formados em jornalismo e apenas 4 já tinham exercido a profissão algum dia. Segundo o depoimento do agente Nestor Baguer, apenas um de todos os que formaram a tal Associação pode ser chamado de jornalista. Os demais eram mercenários, regiamente pagos com recursos do governo norte-americano, corrompidos por dinheiro, equipamentos eletrônicos, câmeras fotográficas e todo tipo de regalia. O esquema funcionava dentro da Oficina de Interesses dos EUA em Havana. James Cason fazia reuniões para estimular todo tipo de sabotagem, seqüestros e ações de desestabilização do regime cubano. O esquema consumiu cerca de US$ 26 milhões. A imprensa internacional que compareceu à entrevista do chanceler cubano deu risadas quando a própria presidente do Partido dos Direitos Humanos em Cuba revelou ser, ela mesma, com muito orgulho, uma agente a serviço do Estado Cubano. Tânia revelou o que estava por trás da formação do partido, fontes de financiamento, valores, ações, intenções, planos e tudo mais, com a riqueza de detalhes de quem estava na linha de frente da montagem do esquema, sob inspiração e ordens de... James Cason. Não é papel da imprensa acreditar nesta ou naquela versão. Mas uma audiência pública de uma autoridade cubana deve necessariamente integrar as matérias que tratam do assunto, a seleção dos assuntos precisa obedecer a critérios de relevância e abrir espaço ao contraditório. Três pessoas foram condenadas à morte. Dissidentes (sic) foram condenados a penas de prisão entre 6 e 28 anos. Isso é um fato jornalístico. No entanto, uma denúncia de conspiração do governo de uma nação para derrubar o governo de outra, com testemunhas e provas documentais, não é digno de investigação e publicidade pela nossa imprensa.
Quem não te conhece, que te compre.
A seguir, sugestões para quem quiser ir além da trivial — e, por isso, parcial — cobertura da imprensa brasileira sobre os julgamentos de abril de 2003 em Cuba. - A Lei Helms Burton, também conhecida como Lei de Ajuste Cubano, garante privilégios a qualquer cubano que consiga por os pés em solo americano: cidadania norte-americana, emprego e assistência completa. Compare com o muro que separa os EUA do México, onde anualmente morrem dezenas de pessoas tentando atravessar a fronteira e com as “condições” oferecidas aos que conseguem burlar a rígida vigilância. - Desde a chegada de Bush ao poder, um Acordo Migratório, assinado entre os dois países, em 1994, não vem sendo cumprido. O acordo prevê a concessão de 20.000 vistos anuais para os cubanos. De outubro para cá, apenas 505 vistos foram concedidos. - Nos últimos sete meses, sete aeronaves ou embarcações foram seqüestradas e desviadas para os EUA por cubanos que almejam o paraíso prometido pela Lei de Ajuste. Dois aviões seqüestrados no mês de março foram CONFISCADOS nos EUA, sob pretexto de que o governo cubano tem “dívidas” com os cubanos exilados. (Por Marcelo Ficher)
VALE A PENA LER DE NOVO
(Os comentários em vermelho são do autor Schwinden, divulgados pela lista astedile) 1996, um ano histórico Autor: LUÍS NASSIF Editoria: DINHEIRO Página: 2-3 Edição: Nacional Dec 22, 1996 Na política econômica, 1995 foi o ano de semear ventos, com os atropelos cambiais e monetários do primeiro semestre, o imobilismo e a inadimplência generalizada. As tempestades foram colhidas em 1996, criando um paradoxo. Apesar da euforia, 1995 foi um desastre. Apesar do baixo astral, 1996 será reconhecido como um dos anos de maiores transformações na história do país. (A palavra transformação pode ser traduzida no caso por neocolonização). Foi o ano em que foi definido o novo modelo de Estado (ou seja, implanta-se o modelo do estado-mínimo, só não se pode falar em estado-zero, porque ele continuou sendo o guardião do sistema financeiro, não deixando nunca que faltasse pelo menos uns 60% da arrecadação total para pagamento dos juros), com a colocação em prática de idéias há longo tempo discutidas. (As tais idéias, discutidas no famoso endereço: 1818 H Street N W, Washington, DC) Uma breve retrospectiva das mudanças (feita com a ajuda do ex-ministro Marcílio Marques Moreira)(foi ministro da Fazenda e, naturalmente, ganhou passe em pelo menos oito conselhos de multinacionais e a vice-presidência de um banco estrangeiros, grande ideólogo dos primeiros momentos do neoliberalismo): * Definição do sistema elétrico, com a criação do Anell (o órgão regulador) e as privatizações de distribuidoras, com participação de operadores estrangeiros. (Resultado: racionamento, apagão, tarifas voando nas alturas,investimento zero) * Definição da regulamentação do setor de telecomunicações, inclusive com o início da privatização da telefonia celular. (Maravilha: financiada pelo BNDES a compra do BNDES teve a participação de alguns grupos mafiosos que hoje fazem a tarifa mais alta do mundo e o telefone celular transformou-se em verdadeiro confisco de renda das camadas mais pobres da população, que introjetaram a idéia de que o celular é mais importante que água, luz, comida) * Reorganização do sistema ferroviário e início da privatização, com participação de operadores estrangeiros. (Maravilha: uma verdadeira revolução, a economia brasileira corre doidivanas pelos trilhos, o colunista e o ex-ministro estão convidados a embarcar no trem de alegria da modernidade inaugurada no ano da graça de 1996) * Início da privatização do sistema portuário. (Outra maravilha: custos baixaram, houve modernização fantástica, vendo Santos e Paranaguá dá até pena de Rotterdan) * Estadualização das rodovias federais e início das concessões ao setor privado. (Revolução: aumentou o número de mortos e o pedágio entre Joinville e Belém, com caminhão carregado de geladeira Cônsul, chega a custar mais de 30% o valor do frete). * Privatização de estatais estaduais e início da privatização dos bancos estaduais. (Sem comentários) * Nova lei de patentes, dirimindo pendências que vinham se arrastando há anos. (O Brasil, ao lado do México foi o único país do mundo a reconhecer patentes para medicamentos, alimentos e química fina. Os medicamentos em dois anos subiram em dólar por volta de 200%. Os laboratórios nacionais foram todos fechados. Fantástico) * Isenção do ICMS para exportação e agricultura, dando início efetivo à reforma fiscal. (Só contaram para o colunista, porque os agricultores, continuam esperando a tal isenção) * Fim da visão fiscalista sobre pequena e microempresa, com a aprovação do Simples, o imposto único para o setor. ( O Simples, boa obra do marketing tucano, cobre menos de 30% das categorias de micros e pequenas empresas) * Fim do monopólio do resseguros e abertura do mercado de seguros à competição externa. (Maravilha: competição externa, sem qualquer controle. Farra da grossa) * Abertura da navegação de cabotagem à competição. (Menos de cinco deputados e senadores sabiam o que era cabotagem quando aprovaram. Enquanto os países europeus e os Estados Unidos fechavam mais sua costa e sua navegação interior, o Brasil abriu geral para a pirataria internacional. Será que o grande Nassif sabe mesmo o que é cabotagem?) * Mudanças relevantes na área trabalhista, com a flexibilização do contrato temporário de trabalho. (O trabalhador sem garantias fica também sem emprego. Foi uma vitória dos trabalhadores que, afinal, vão viver como sempre quiseram, de papo pro ar) * Definição de um modelo gerencial de implementação de política econômica, com a criação do sistema informatizado de acompanhamento das 41 metas do Brasil em Ação. (Êpa, opa, essa nem o FHC ficou sabendo. Ele chegou a ouvir falar em Brasil em Ação, mas era uma fatura da publicidade cobrada pela grande mídia) * Aprovação da Lei do Arbitramento, instrumento fundamental para dirimir conflitos, sem afogar o Judiciário. (Terceirização da Justiça do Trabalho, picaretagem tomou conta do pedaço. Os tais árbitros chegam a cobrar hoje uns 60% sobre o que o trabalhador desempregado levaria de ganho na sua ação trabalhista. Isto é que é fazer história....) * A medida provisória que eliminou privilégios absurdos na aposentadoria pública. (Então – caro jornalista - as denúncias de hoje da grande imprensa de aposentadorias milionárias é só ficção. Só argumento armado para privatizar a Previdência ) * Aprovação do novo Imposto Territorial Rural (ITR), como instrumento para acelerar a reforma agrária, bandeira defendida desde os anos 60. (Espera aí, ilustríssimo pena-paga, o ITR é do tempo do Figueiredo, lembra do Estatuto da Terra?) * Definição do novo papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como órgão indutor de investimentos privados e internacionais. (O BNDES foi transformado em Santa Casa de multinacionais e estatais estrangeiras. Para infrae-estrutura como energia, saneamento, ou mesmo para pequenas e médias empresas rurais e urbanas, o BNDES se transformou em madrasta) * Definição dos elementos da nova política industrial, com base no chamado "adensamento da cadeia produtiva". (Que é que é isso??? É brincadeira, né!?.) * Avanço significativo na indústria de fundos, com a criação do fundo de capitalização individual, e com a criação de normas de controle sobre o setor. (Indústria de fundos? Capitalização individual? O jornalista andou trocando chá de funcho por cannabis...) * Nova Lei das Sociedades Anônimas. (Explica como ficou o acionista minoritário, explica? Vai...!!!!) * Mudanças nas formas de crédito aos pequenos empresários, com a criação do Fundo de Securitização de Recebíveis. ( Suspende o pó. Securitização pode ser traduzida como o mico da carteira hipotecária- chamada de podre pelos bancos privados. E quanto ao crédito aos pequenos empresários, uma fábula. De todos os empreendimentos nascidos em 1997, 96% fecharam até o final daquele ano, por falta de crédito ou por crédito de agiotagem) * Reestruturação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que passaram a atuar competitivamente no mercado. (Arrumando a vida do dono da Encol, dos Canhedo, dos grandes latifundiários, vendendo dólar para segurar a paridade, etc. Grande reestruturação) * Conjunto de reformas no Ministério da Educação e Desportos, definindo o novo modelo do setor _descentralização da operação, e reforço do papel avaliador da União. (Definitivamente, o rapaz despirocou...Será que ele está falando da Lei Zico, da Lei Pelé ou eleição do Eurico Miranda para deputado federal?) * Definição do novo modelo de políticas sociais, com o programa "Alfabetização Solidária".(Aqui se justifica, o colunista é o cavalheiro: um agrado na dona Ruth. Mas os 21 milhões de analfabetos oficiais continuou igual, segundo o mesmo MEC do ministro irmão do lobista da Microsof) * Definição de uma política ambiental, com a nova Lei de Mananciais, em tramitação, e a decisão do BNDES de condicionar financiamentos a laudos ambientais. (Dizem que o RIMA – relatório de impacto ambiental – no financiamento da Ford (US$ 1,9 bi) resolveu todos os problemas de meio ambiente na saúde financeira da multinacional) * Definição de um modelo de reforma administrativa. (Essa só lendo de novo. Modelo de reforma. Ou seja, uma espécie de ensaio via MP) Poderia ter sido melhor? Poderia, é claro. A inércia em se resolver a questão da inadimplência, as dificuldades em se estancar o déficit público, as taxas de juros alimentando passivos monumentais e a demora em resolver a situação de bancos em dificuldades perfazem uma lista considerável de obras não realizadas.Mas, no futuro, se perceberá que, após Collor arrombar a porta, o rumo do país foi definitivamente traçado nesse pouco reconhecido ano de 1996. (Com esse “rumo definitivamente traçado no “histórico 96”, o Brasil quebrou duas vezes, bateu todos os recordes em desnacionalização, fez a dívida pública multiplicar por 10, fez o desemprego se transformar em tragédia nacional, a infra-estrutura foi totalmente sucateada, o roubo comeu solto, o capital de motel entrou e saiu em alta rotatividade deixando cada dia mais buraco no Tesouro Nacional, que mais que aconteceu, grande Nassif? Pelo menos, uma verdade verdadeira: Collor, o Fernando I foi o pioneiro. Fernando II, sempre muito vaidoso, tinha que forçar a barra para não ficar para trás. Em tempo: era FHC tivemos uma produção muito maior de adjetivos, embora a qualidade não tenha melhorado em relação ao conde das Alagoas.
Jornalismo é sempre parcial e manipulador
"Não exijam do jornalismo o que ele não pode dar: um retrato do mundo". A admoestação partiu do professor Jacques Wainberg, da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), ao faze uma palestra , para estudantes de Ciências Sociais, na quinta-feira, Um olhar da mídia sobre a guerra. “O jornalismo, disse, é precário porque parte de uma ótica determinada. É construção de imagem do mundo, mas a partir de uma angulação da realidade. A percepção dos fatos é seletiva, explicou. Por isso, o jornalismo só pode dar uma imagem parcial do mundo.” (Fonte: Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina)
Não deixe de visitar:
. http://www.midiaindependente.org . http://www.midiavigiada.kit.net
Novo portal de busca dedicado a ativistas
Desenvolvido com código aberto pelo coletivo "Resist!", o portal Activist Search é um site multilíngue de busca dedicado a ativistas. Nele, o visitante consegue encontrar sites relacionados ao ativismo global, artigos sobre política radical e até mesmo receitas vegans e vegetarianas. Estão cadastradas mais de dois milhões e meio de páginas, entre elas os sites ativistas mais conhecidos como os Centros de Mídia Independente, Protest.net, Z Magazine, Infoshop.org e A-Infos. O site não tem nenhum tipo de propaganda e respeita os visitantes, se comprometendo a não registrar suas buscas para fazer "perfis" de usuário.
Ibope não consegue homologação de seu sistema de medição na Argentina
O Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) empresa que monopoliza na Argentina as medições de audiências dos canais de televisão e emissoras de rádio, recebeu um questionamento da Câmara de Controle de Medição de Audiência (CCMA), entidade que retirou a homologação do sistema que havia sido outorgado ao Instituto em 1999. Os motivos apresentados pelo órgão foram a falta de segurança e rigor.
ESPECIAL:
Nota de editora:
O NPC enviará como brinde o belíssimo vídeo do cineasta e professor da UFRJ, Beto Novaes, “MeninasMulheres”, para quem responder contando a origem histórica do Dia das Mães. Quando nasceu? Que o inventou? Com qual objetivo?
A todos os homens de consciência
Resposta do advogado Aton Fon Filho à Moção do deputado Fernando Gabeira pedindo liberdade para os dissidentes cubanos.
CONSIDERANDO que o deputado Fernando Gabeira mente em seus considerando na Moção apresentada à Câmara dos Deputados;
CONSIDERANDO os tradicionais laços de amizade que unem Brasil e Cuba;
RECORDANDO os termos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, bem como os compromissos inscritos nas convenções da ONU relativas aos direitos políticos e sociais;
ASSINALANDO a existência de "cláusulas democráticas", tanto no contexto da Organização dos Estados Americanos quanto no do Mercosul;
ENFATIZANDO que o respeito às diferenças de opinião e à liberdade de organização e expressão é de fundamental importância para a convivência pacífica entre forças políticas em qualquer regime;
CONSIDERANDO que o chamado "Projeto Varela", do qual fazem parte os 77 presos cubanos, NÃO pretende simplesmente introduzir mudanças democráticas em Cuba, por via pacífica e negociada, MAS, AO CONTRÁRIO E COMPROVADAMENTE, constituiu mais uma intervenção dos assassinos norte-americanos, cujo chefe do escritório d negócios em Cuba financiava atividades de espionagem e sabotagem contra o socialismo cubano;
OBSERVANDO que embora compradas a dólares fornecidos pela CIA, o citado projeto somente havia conseguido reunir cerca de 11.000 assinaturas não se sabe quantas forjadas ou falsificadas, para gerar em Cuba o mesmo ambiente de desmoralização que o desmoralizado deputado Gabeira quer produzir em nosso País;
SALIENTANDO que, entre os presos, estão figuras públicas de grande relevo, comparável apenas ao de Fernandinho Beira-Mar, diariamente referido nas primeiras páginas de nossa imprensa;
CONSIDERANDO que tais prisões vêm ocasionando veementes protestos em vários países do mundo, promovidos por todo o tipo de gente desqualificada que vende sua consciência em troca de um punhado de dólares ou um visto de entrada no Estados Unidos para visitar Disneylandia, ainda que isso implique repudiar um passado de luta e aderir à causa criminosa de Bush;
PREOCUPADOS com o fato de que, os patrões do deputado Gabeira mantêm tropas acantonadas em Cuba e nessa base torturam pessoas presas no Afeganistão, incluindo crianças, sem que pessoas do quilate do deputado Gabeira, sequer esbocem um protesto, visando à obtenção das boas graças do império americano;
CONVICTOS de que a realização das reformas democráticas em Cuba, que implicaram a criação do poder popular e do socialismo representaram ameaça à existência do regime de terror na América Latina e à existência de agentes da CIA, quer em Cuba, quer em nossos países; e
CONSCIENTES de que o atual governo brasileiro reúne as condições políticas e diplomáticas necessárias para tentar influenciar positivamente o governo norte-americano, no sentido de caminhar para a devolução ao povo cubano do território que ocupam em Guantánamo, e para o fim de toda agressão contra o País, o Povo e o Estado cubanos, objetivo este condizente com as necessidades e anseios do povo daquele país e com o seu notório e respeitado desejo de permanecer independente em relação aos interesses estratégicos norte- americanos;
Condenamos a intervenção do gover5no norte-americano em Cuba e o aliciamento dos 77 cubanos para a condição de espiões, provocadores e sabotadores e solicitamos ao governo brasileiro que faça gestões para a libertação dos presos em Guantánamo, seqüestrados pelos criminosos norte-americanos e conduzidos para as câmaras de torturas mantidas naquela base. E pleiteamos que o governo norte-ameicano conceda logo o visto de entrada nos Estados Unidos ao deputado Gabeira para que ele não se afunde ainda mais em seu papel vergonhoso de cuspir na democracia socialista e em seu próprio passado Aton Fon Filho
São Paulo,26 de abril de 2003
Novos artigos em nossa página
O que o Jornal Nacional falou e não disse sobre a Reforma Tributária – Sérgio Domingues
A série especial do JN foi ao ar entre os dias 28 de abril e 02 de maio. Conseguiu falar sobre os impostos no país sem mencionar a dependência externa, a herança tucana e o pesado jogo de interesses que a questão esconde.
O Jogo: novo programa mistura reality, ficção e suspense – Agência Carta Maior
Um mundo fictício habitado por pessoas reais será o novo programa da TV Globo.
Imprensa em questão: a metonímia enganadora – Muniz Sodré
Acreditamos sinceramente já se ter passado o tempo em que jornalismo podia ser concebido como uma atividade limitada à elaboração do produto/noticia, com os melhores recursos técnicos disponíveis, dentre os quais o talento e o "desejo de verdade" de um intimorato profissional. É claro que estes pressupostos continuam a ser cívica e politicamente desejáveis, mas o agigantamento da função informacional e sua quase coincidência com o tecido orgânico da própria sociedade conduzem à reivindicação ético-política de uma praxis - elaboração teórica simultânea à aplicação técnica - propriamente jornalística.
Cidadania: a arma contra o lixo na TV – Luiz Carlos Merten
Expediente
Boletim NPC
Coordenação: Vito Giannotti Edição e redação: Claudia Santiago e Sérgio Domingues Diagramação: Edson Dias Colaboradores: Gustavo Gindre, Kátia Marko, Leon Diniz, Rosângela Gil e Sílvio da Costa Pereira, Marcelo Fischer
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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