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Boletim do
NPC —
Nº 217
— De 1 a 15/7/2012
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
18º Curso Anual do NPC tem data marcada: 21 a 25 de novembro

Como anunciamos no último Boletim, o 18º Curso Anual do NPC já tem data marcada. Ele será realizado entre os dias 21 e 25 de novembro, no Rio´s Presidente Hotel, no centro do Rio de Janeiro. O tema geral deste encontro é Trabalhadores e Comunicação no Brasil e na América Latina. Já confirmaram presença os professores Dênis de Moraes e Venício Lima, que farão a Conferência de abertura com o tema Mídia: teoria e prática no Brasil e na América Latina. Também estarão presentes o professor Nildo Ouriques (UFSC), a professora Vânia Bambirra e o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, que irão tratar dos desafios da esquerda latino-americana hoje. Também já confirmaram presença os professores Vera Malagutti (Iuperj), José Claudio Alves (UFRRJ) e Silvio Mielli (PUC-SP); os jornalistas Laurindo Leal Filho, Beto Almeida, Aldo Sauda, Leandro Fortes e Chico Otávio; e a feminista Nalu Farias. O curso é voltando principalmente a comunicadores, sindicalistas, professores, estudantes e militantes do Brasil inteiro. Programe-se! Em breve divulgaremos um boletim especial com a programação completa, os preços e informações sobre inscrição.
Agenda NPC 2013 tem como tema as lutas populares do Brasil nos séculos 19, 20 e 21

Lutas, Revoltas, Levantes e Insurreições Populares no BRASIL nos séculos 19, 20 e 21. Este é o tema geral da Agenda NPC de 2013. O material irá divulgar, dia a dia, centenas de lutas populares travadas em nosso país através das mais variadas formas de resistência. Nosso objetivo é contrapor a velha ideia, tão cara à classe dominante, de que o povo brasileiro é alienado e não luta por seus direitos. Foram três anos de pesquisa coordenada por Vito Giannotti e produzida por uma equipe composta pelos professores de história André Godinho e Carina Carvalho, e pelas jornalistas Claudia Santiago e Sheila Jacob. Além desta equipe nuclear, houve a participação de jornalistas, historiadores, professores e militantes políticos, testemunhas oculares da história das lutas sociais em diversos estados do país, que nos enviaram as notícias dos embates ocorridos em suas regiões. Os sindicatos podem adquirir a Agenda padrão do NPC. Se preferirem, podem fazer uma agenda personalizada, com imagens e informações que interessem especificamente aos seus destinatários. Para saber mais como fazer a sua própria agenda, basta entrar em contato conosco pelo e-mail boletimnpc@uol.com.br, ou pelos telefones (21) 2220-5618 e 2220-4895.
Livraria Antonio Gramsci lança boletim especial sobre educação

Neste mês de julho, tempo de greve na maioria das universidades federais e de férias da Educação Básica, a Livraria Antonio Gramsci lançou um boletim especial destinado principalmente aos professores, com destaque para os livros que tratam da educação. Mostrando que os problemas que rondam o ensino no país são bastante antigos, são indicados livros que tratam da pedagogia da hegemonia; políticas públicas da educação no campo e suas contribuições; a importância da educação libertadora e transformadora; a formação política dos trabalhadores da educação; o impacto das novas tecnologias no trabalho docente; as reformas educacionais e a crise da educação pública brasileira. Para conferir o último Boletim, basta clicar em http://migre.me/9OY8r
Próxima edição do Cine Fórum sobre neoliberalismo será dia 26/7

Desde março estamos realizando, na última quinta-feira do mês, um CICLO DE DEBATES sobre as consequências perversas do projeto neoliberal no mundo inteiro. A próxima sessão será dia 26 de julho, às 19h, com exibição do filme argentino Clube da Lua, de Juan José Campanella. Depois haverá um debate sobre o filme. O evento é gratuito e está sendo organizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio (SENGE). Todos os interessados podem comparecer! Os encontros ocorrem no auditório do SENGE, que fica na Av. Rio Branco, 277, 17º andar, Cinelândia.
Radiografia da Comunicação Sindical
STIU fortalece a comunicação com trabalhadores em parceria com NPC
O Sindicato dos Urbanitários no DF resolveu melhorar o canal de comunicação com os trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico em Brasília. Para isso, estabeleceu uma parceria com o NPC. Claudia Santiago e Vito Giannotti estiveram no Sindicato nos dias 9 e 10 de julho para oferecer um treinamento para a nova diretoria e a equipe de comunicação do Sindicato. Na ocasião também foi feito o planejamento da comunicação do sindicato para os próximos meses. Um dos produtos definidos pelo novo projeto de comunicação é o jornal mensal. A reunião de pauta será definida por um grupo da diretoria, mas qualquer diretor ou funcionário do setor elétrico poderá sugerir assuntos. O projeto prevê ainda um boletim eletrônico semanal, a inclusão de novas mídias (Facebook, Twitter e Youtube), além de atualização periódica do site. "O nosso sentimento é que a comunicação com a nossa categoria precisava ser ampliada. Por isso convidamos o grupo Piratininga e reformulamos a comunicação, porque entendemos que precisávamos melhorar nesse aspecto", disse o diretor de comunicação, Carlos Campos. Fonte: STIU
Proposta de Pauta
Governo Federal desrespeita os direitos dos atingidos por barragens

Em carta, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denuncia o retrocesso na regulamentação do decreto que estabelece o cadastramento dos atingidos por barragens. Segundo o movimento, o Governo cedeu às pressões das corporações transnacionais do setor elétrico e terceirizou o cadastro dos atingidos, que agora ficará sob a responsabilidade de empresas privadas – as mesmas que são donas de barragem. “O MAB defendia que o cadastro fosse feito pelo Estado, como o próprio decreto estabelecia. Seria uma maneira de evitar distorções, uma vez que as empresas, na lógica do lucro, têm interesses contrários à garantia dos direitos dos atingidos”, diz a nota. Outro aspecto criticado pelo MAB é que a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) será o órgão responsável por dizer qual a responsabilidade da concessionária frente ao cadastro. Para o Movimento, a ANEEL não é uma agência neutra e nem meramente técnica e, historicamente, tem atuado para atender aos interesses das empresas privadas.
Os Atingidos por Barragens defendem que os sindicatos, movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos humanos divulguem sua carta, para tentar garantir os direitos da população que vive em áreas de construção de hidrelétricas. A nota completa pode ser lida na página do MAB.
Menos de 30% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, diz pesquisa
Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. É o que apontam os resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa. Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 26% da população podem ser consideradas plenamente alfabetizadas. Este é o mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população. A pesquisa envolveu 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país.
Fonte: Agência Brasil
Democratização da Mídia
Tarso Genro recebe proposta para criar o Conselho Estadual de Comunicação do RS Conforme divulgou o Correio do Povo, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, recebeu no início da semana passada a minuta do Projeto de Lei que propõe a criação do Conselho Estadual de Comunicação Social (CECS). De acordo com o projeto, o CECS deverá ser uma instância pública, independente, que atuará como órgão consultivo de assessoria e com propostas para o Poder Executivo. Um dos objetivos é promover o debate sobre o papel da Comunicação Social, atuando pelo interesse da sociedade em relação às políticas públicas voltadas à área e em defesa da democratização.
Como lembra o professor Venício Lima, a criação de conselhos de comunicação “como instâncias de formulação, deliberação e monitoramento de políticas de comunicações no país” havia sido uma das propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009. Antes disso, no entanto, a própria Constituição Federal de 1988 previa, em seu Cap. 5, a criação de conselhos de comunicação. Mal vistos pela chamada "grande mídia", os conselhos podem servir para fiscalizar os abusos dos meios de comunicação, garantir o cumprimento dos seus deveres e propor políticas e outras medidas que tenham como objetivo a garantia da pluralidade e diversidade na mídia brasileira. É um passo importante para aqueles que lutam pela garantia do direito humano à comunicação.
Votação do Marco Civil da Internet é adiada por falta de quórum

A votação do Projeto de Lei do Marco Civil da Internet (PL 2126/11) estava marcada para o dia 11 de julho, mas foi adiada por falta de quórum. Devido ao recesse parlamentar, só em agosto os parlamentares irão votar o substitutivo do relator, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que torna mais claros os direitos do internauta. O relatório preliminar ficou disponível para consulta pública no site e-Democracia por três dias, de 4 a 6 de julho. Recebeu, nesse período, 110 contribuições. De acordo com a nova proposta, mantêm-se a não responsabilização do provedor de internet por danos decorrentes de conteúdo postado por terceiros e o princípio da neutralidade da rede. Este último prevê tratamento igual a todos os dados, independente do conteúdo, origem, destino, terminal ou aplicativo. A principal alteração feita no projeto original foi a inclusão de medidas claras para proteger os dados pessoais do internauta. O substitutivo também garante ao usuário de internet o direito à inviolabilidade da intimidade e da vida privada, como prevê a Constituição Brasileira.
De Olho Na Mídia
Mídia paulista glorifica o 9 de julho, mas se esquece do 5
O Estado de S.Paulo dedicou um bom espaço de seu jornal a relembrar, com longos elogios, a chamada “Revolução Constitucionalista de 1932”, que deu origem ao feriado paulista de 9 de julho. Segundo o veículo, o episódio representou uma “vitória da democracia, apesar da derrota nas trincheiras”, tendo contado com uma forte mobilização popular. Gilberto Maringoni, em artigo publicado no Portal Carta Maior, esclarece que as comemorações de 9 de julho exaltam, na verdade, uma “rebelião oligárquica de oito décadas atrás”, que significou uma sublevação da elite cafeeira contra a Revolução de 30, que a retirou do governo. Por outro lado, segundo ele, uma outra revolta deflagrada em 5 de julho de 1924, esta sim com forte componente popular, acaba ficando de lado de nossa história. Foi um levante promovido pelas camadas médias do meio militar, com forte apoio de parcelas pobres da população. “Suas raízes estão no agravamento de problemas sociais, no autoritarismo dos governos da República Velha e em descontentamentos nos meios militares”, explica Maringoni. Dentre as reivindicações dos revoltosos estavam o voto secreto, justiça gratuita e reforma nos métodos de instrução pública. Segundo o jornalista, “as tensões entre as datas 5 e 9 de julho expressam duas vias colocadas até hoje nos embates políticos paulistas: a saída conservadora e a saída antielitista”. Não seria por acaso que a primeira conquistou grande espaço na mídia tradicional, enquanto a outra não mereceu o mesmo destaque. Para saber mais, confira o artigo completo de Gilberto Maringoni.
Bolívia vai processar a revista Veja por reportagem
O governo da Bolívia vai processar a revista Veja na Justiça brasileira por sua última publicação sobre vínculos de autoridades bolivianas com um narcotraficante, como afirmou no início dessa semana o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana. “Vamos recorrer às instâncias judiciais no Brasil por meio de nossa embaixada, e vamos pedir à Veja que prove que autoridades bolivianas estão envolvidas com o narcotráfico, com provas”, afirmou Quintana em uma entrevista coletiva à imprensa no Palácio de Governo. A revista brasileira se baseou em “supostos relatórios não identificados” de inteligência da polícia boliviana.
Fonte: Carta Capital
De Olho Na Vida
Militantes do MTST denunciam onda de criminalização da pobreza na periferia de São Paulo
Nas últimas semanas, a Polícia Militar tem sitiado vários bairros periféricos da Região Metropolitana de São Paulo. Numa suposta reação a ataques do crime organizado, policiais tomam comunidades, fecham ruas e abordam de forma indiscriminada e frequentemente agressiva os moradores. Desde o início de junho, quando a ROTA protagonizou uma brutal chacina na Zona Leste, executando seis pessoas que estariam em uma “reunião do PCC”, o clima de terror alastrou-se pelas periferias. Recentemente, na passagem de quinta para sexta-feira (17 e 18/7), oito pessoas foram mortas em menos de cinco horas na capital e na Grande São Paulo. Em repúdio à ação da polícia paulistana, o MTST de São Paulo e a Resistência Urbana divulgaram uma nota, na qual denunciam essas ações e defendem o respeito aos direitos dos moradores de áreas periféricas. Diz um trecho:
“Todos sabem que a imensa maioria da população que vive na periferia não faz parte do crime organizado. Muito diferente disso, somos trabalhadores formais, informais, desempregados e quase sempre super-explorados. Em troca, direitos básicos nos são negados cotidianamente. Nossa pobreza é tratada como crime a ser punido e reprimido. A única face do Estado de Direito que se apresenta nas periferias é a polícia”.
O texto completo pode ser lido em nossa página.
Policiais da UPP responderão em audiência por assassinato de jovem

Os policiais militares Paulino Mendes Ferreira e Diego Goulart, ambos da UPP do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, serão réus de uma audiência no dia 27 de agosto. Eles respondem pelo assassinato de André de Lima Cardoso Ferreira, em junho de 2011. A audiência estava marcada para o dia 16/7, mas foi adiada pela ausência de testemunhas consideradas fundamentais para o processo. André, 19 anos, estava indo comprar um lanche para sua esposa, grávida de nove meses, quando foi abordado pelos PMs. Após uma sessão de agressões, os policiais mandaram o rapaz ir embora, mas o atingiram covardemente pelas costas. André foi levado ao hospital por moradores, mas não resistiu aos ferimentos.
Os PMs, agindo como sempre faz a polícia para encobrir seus assassinatos cometidos em favelas e áreas pobres, registraram a morte de André Ferreira como “auto de resistência”. Ou seja, alegaram que teriam trocado tiros com o rapaz, o que contraria todas as evidências e testemunhos. Dessa forma, a morte de André foi o primeiro caso, a vir a público, de execução sumária cometida por policiais da UPP. O covarde assassinato de André foi apenas o mais grave caso de abusos e violências cometidos pela UPP na comunidade pobre de Copacabana e Ipanema, que incluem ofensas, agressões, prisões arbitrárias e outras. Leia o texto completo em nossa página.
De Olho No Mundo
Democratizar a comunicação é um dos desafios dos governos de esquerda

A importância da democratização dos meios de comunicação foi um dos 41 pontos que compõem a Declaração de Caracas, lida no encerramento do 18º Encontro do Foro de São Paulo. O evento foi realizado nos dias 4, 5 e 6 de julho na capital venezuelana. Segundo os organizadores, participaram 800 delegados e delegadas de 100 partidos e organizações de esquerda de 50 países dos cinco continentes, a maioria da América Latina e Caribe. O ponto 6 tratou especificamente da comunicação. Ele diz o seguinte: “A direita vem desencadeando uma ampla campanha midiática orquestrada pelo poderoso consórcio internacional de comunicações. A atitude dos grandes meios de comunicação e da direita é um tema recorrente na agenda política regional. As grandes corporações desenvolvem planos para desestabilizar governos, comportando-se como um poder capaz de se colocar acima de autoridades públicas emanadas do sufrágio universal. Grandes empresas midiáticas desafiam dia a dia a democracia e suas instituições. Este é talvez um dos maiores desafios que têm pela frente os governos de esquerda: a democratização da comunicação”. A declaração também decidiu um apoio à reeleição de Hugo Chávez e ajuda ao ativista Julian Assange, fundador do Wikileaks.
O Foro “conclui convocando os povos a lutar contra o neoliberalismo e as guerras, a construir um mundo de justiça social, democracia e paz. Outro mundo é possível e todos e todas nós estamos construindo: um mundo socialista”.
Com informações do Fazendo Media
É impossível entender a América Latina sem pensar nos interesses políticos dos Estados Unidos na região
[Por Samuel Pinheiro Guimarães / Carta Maior] Não há como entender as peripécias da política sul-americana sem levar em conta a política dos Estados Unidos para a América do Sul. O objetivo estratégico central dos Estados Unidos é incorporar todos os países da região à sua economia. Este é um objetivo estratégico histórico e permanente. A existência do Mercosul, cuja premissa é a preferência em seus mercados às empresas (nacionais ou estrangeiras) instaladas nos territórios da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai, é incompatível com objetivo norte-americano de liberalização geral do comércio de bens, de serviços, de capitais etc. Com a eleição de Hugo Chávez, em 1998, suas decisões de reorientar a política externa da Venezuela em direção à América do Sul viriam a romper a profunda dependência do país em relação aos Estados Unidos. Desde então desencadeou-se uma campanha mundial e regional de mídia contra o Presidente Chávez e a Venezuela, procurando demonizá-lo e caracterizá-lo como ditador, autoritário, inimigo da liberdade de imprensa, populista, demagogo etc. Depois veio o processo de impedimento do Presidente Fernando Lugo, o que foi considerado golpe por todos os Estados da América do Sul. A política externa norte-americana na América do Sul sofreu as consequências totalmente inesperadas da pressa dos neogolpistas paraguaios em assumir o poder, com tamanha voracidade que não podiam aguardar até abril de 2013, quando serão realizadas as eleições, e agora articula todos os seus aliados para fazer reverter a decisão de ingresso da Venezuela. Confira o artigo completo.
NPC Informa
Prêmio Abdias Nascimento está com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o prêmio Abdias Nascimento. Lançado em 2011, a premiação oferece R$ 35 mil reais em sete categorias (mídia impressa, rádio, televisão, fotografia, mídia alternativa ou comunitária, internet e especial de gênero) para jornalistas que derem visibilidade aos problemas de discriminação racial que afetam a população no Brasil. As inscrições se encerram 31 de julho. De acordo com o regulamento, o prêmio tem o propósito de estimular a produção de conteúdos jornalísticos que contribuam para a prevenção, o combate e a eliminação de todas as formas de manifestação do racismo e da discriminação racial. O prêmio também se propõe a incentivar a cobertura jornalística sobre o combate às desigualdades no país, incentivando a prática de um jornalismo mais plural e com foco na igualdade racial.
Jornalista lança livro com novidades sobre a guerrilha do Araguaia

O jornalista Leonencio Nossa, do Estado de S.Paulo, lançou recentemente o livro Mata! O major Curió e as guerrilhas do Araguaia. Publicado pela Companhia das Letras, o livro é fruto de uma longa pesquisa do jornalista, baseada em documentos inéditos e depoimentos de vítimas, testemunhas e protagonistas da repressão militar ocorrida em 1973/1974. Ao longo de vários anos o autor entrevistou Sebastião Rodrigues de Moura, o Major Curió, um dos cem homens da política de extermínio do ditador Médici. A novidade que o trabalho apresenta é a indicação de que teria havido pelo menos 41 execuções. O livro traz ainda a lista dos nomes das vítimas com data e local das mortes. O material é importante por recuperar um capítulo recente da história de nosso país, além de apresentar dados relevantes a ser investigados pela Comissão da Verdade.
Imagens da Vida
Novo estúdio da rádio comunitária argentina FM en Tránsito

O estúdio recém-inaugurado da emissora comunitária argentina FM em Tránsito leva o nome de Nora Cortiñas, uma das mais conhecidas Mães da Praça de Maio. A foto foi divulgada pelo perfil da Rádio no Facebook.
Dicas
Florestan recusou emprego no Cebrap financiado pela Fundação Ford

No livro “A mulher que era o general”, o jornalista Paulo Moreira Leite traça histórias de desconhecidos que contribuíram para a defesa dos direitos de quem era sequestrado, preso e torturado naquele tempo. Um dos relatos é sobre a advogada Therezinha Zerbini, mulher de um general cassado pelo golpe que dá título ao volume. Assim como muitos outros brasileiros, ela transformou a sala de casa em refúgio para perseguidos e procurados. Outros perfis apresentados são os de Florestan Fernandes, José Mindlin, Armênio Guedes, Plínio de Arruda Sampaio, Henry Sobel e Washington Novaes. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Moreira Leite declara que o sociólogo Florestan Fernandes, cassado pelo AI-5, recusou emprego no Cebrap, que abrigava opositores da ditadura, porque a instituição era financiada pela Fundação Ford.
Edição especial da revista Caros Amigos sobre os males do mundo atual

Está nas bancas uma edição especial da revista Caros Amigos, que apresenta um mapeamento de tudo aquilo que incomoda, perturba e causa danos e sofrimentos ao ser humano HOJE. Tem a ver com o nosso modo de vida, com o sistema político-econômico dominante, com a adoção de tecnologias que afetam a nossa saúde física e mental, causam dependência, geram atitudes as mais variadas – como o consumismo, o individualismo, a passividade, a depressão, a impotência e a inércia.
Quais valores foram abandonados e o que predomina na nossa sociedade? Identificar, reconhecer e ter consciência sobre os Males do Mundo Atual são os primeiros passos para uma reação coletiva na direção de melhores condições de vida e um mundo diferente. Por isso a leitura desse número especial vale a pena.
Muniz Sodré na TV Cultura

O escritor e professor da UFRJ Muniz Sodré foi o convidado do programa Roda Viva exibido no dia 25 de junho. Neste programa ele fala sobre a educação, que “vem sendo tratada como mercadoria”, e defende um ensino transformador, pautado na valorização do professor. Ele também sublinha a importância de se construir uma “ecologia de saberes”, que passa pelo reconhecimento das contribuições populares, e critica o ensino inteiramente voltado para o vestibular. Ele também fala sobre a política de cotas, a greve nas universidades federais, a relação entre novas tecnologias e educação, a importância da TV na vida dos brasileiros, a ética no jornalismo, e muitos outros assuntos. Este programa é uma verdadeira aula. Está disponível em http://www.youtube.com/watch?v=LPxH2Z2Dzi0
Memória
Arquivo Nacional divulga fotos da ditadura civil-militar

O Arquivo Nacional liberou a consulta de cerca de 5.000 fotografias tiradas no período de ditadura militar que pertenciam ao acervo do Serviço Nacional de Informações (SNI), extinto em 1999. A decisão foi tomada para cumprir a Lei de Acesso à Informação, promulgada pela presidente Dilma Rousseff.
No material há, por exemplo, fotos do corpo do jornalista Vladimir Herzog que foram anexadas a relatórios do Instituto Médico Legal paulista. Os documentos são datados de 25 de outubro de 1975 e o fotógrafo é identificado apenas como Jorge. Além de marcas da autópsia, é possível ver uma mancha escura ao redor de seu pescoço. Vlado foi encontro morto após ser torturado e enforcado numa cela do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do Exército. Na época, o regime declarou que o jornalista teria cometido suicídio.
As imagens da ditadura militar (1964-1985) revelam outras centenas de presos acusados de subversão e ligação com a luta armada, obrigados a posar com roupas íntimas. Fonte: Comuniquese
Seminário A exceção e a regra aborda continuidade da tortura no Brasil

Após décadas de silêncio sobre a violência que reinou no país no período de ditadura civil-militar, o assunto está vindo à tona em publicações e eventos diversos. A importância de lembrar não é apenas tratar do passado. É também, e principalmente, investigar como a violência de ontem se perpetua nos dias de hoje. Para tratar dessa questão, no domingo, 15 de julho, foi realizado em São Paulo o seminário A exceção e a regra. O evento procurou reunir um conjunto de reflexões sobre o conceito de “estado de exceção” e sobre a herança persistente, na vida nacional, de aspectos relacionados à ditadura civil-militar brasileira. Foram tratados os seguintes temas: "Estado de Exceção e Justiça de Transição"; "Violação de Direitos Humanos e Criminalização dos Movimentos Sociais"; e "Teatro em Tempos de Ditadura". Após as mesas houve exibição de cenas da peça "A exceção e a regra", de Brecht.
Saiba mais sobre a programação em http://www.brasildefato.com.br/node/10067
Pérolas
Por Teju Cole
"O Brasil, infelizmente, tem uma imagem de cartão-postal e, mais recentemente, uma imagem de um capitalismo bem-sucedido. É preciso visitar o Brasil para entender quão profundamente dividido ele é. A imagem exterior é a de que o Brasil é unido, resolveu seus problemas de raça, mas eu fiquei chocado. Estive no palco principal [da Flip], [havia] uma audiência de centenas, por que era tão branca?" Norte-americano Teju Cole, filho de nigerianos, durante sua palestra na 10ª Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP)
Por Victoria Montenegro
“A ditadura (argentina) está finalmente sendo entendida dentro de sua complexidade. Ela não foi só militar, mas, sim, cívica, militar e dos meios de comunicação”. Victoria Montenegro, filha de guerrilheiros sequestrada por apoiadores da ditadura argentina, em entrevista à Folha de S.Paulo que estamos divulgando neste boletim.
Artigos
Quem fraudou a eleição mexicana
[Por Mark Weisbort/ Outras Palavras] A mídia reescreve a história a cada dia e, ao fazê-lo, muitas vezes impede a compreensão do presente. A eleição presidencial do México, uma semana atrás, é um desses casos. Relatos da imprensa dizem que Felipe Calderón, o presidente do PAN (Partido da Ação Nacional), que agora deixa o poder, “ganhou a eleição de 2006 por uma margem estreita”. Mas isso não é exatamente verdade. López Obrador cometeu o erro de denunciar que a eleição de 2006 foi roubada sem exigir que os resultados da recontagem fossem divulgados – provavelmente, porque não acreditava que eles seriam mais precisos do que a contagem original. Enquanto não houver mecanismos de controle corretos para a mídia televisiva – que possibilitem, conforme necessário, alguma segurança contra manipulações eleitorais – o México terá uma forma muito limitada de democracia e, também, ficará muito aquém de seu potencial econômico. Leia o texto completo.
Os jornalistas, esses semideuses

[Por Cristina P. Rodrigues] Neste texto, a jornalista Cristina Rodrigues, do Adital, faz uma crítica ao novo programa de Pedro Bial, chamado "Na Moral". Segundo ela, o programa se destina, basicamente, a defender o preconceito e a promover a despolitização. "E o apresentador do Big Brother o fez usando – ele e seus convidados, escolhidos intencionalmente pela sua produção – do velho argumento falacioso e manipulador da censura, da ditadura disfarçada. Como se não bastasse defender o vídeo que fala de negros e é ilustrado com macacos, ainda reforçou o discurso preconceituoso ao levar ao palco do seu programa pessoas vestidas de gorila e mulheres "popozudas”, que apresentam uma visão sexista do papel da mulher na sociedade, vista como objeto", diz Cristina. Leia o texto completo.
No Brasil tem racismo, sim!
[Por Vito Giannotti] Alí Kamel e sua rede Globo repetem e milhões acreditam que “no Brasil não há racismo, preconceito de cor” e coisas parecidas. Isso já sabemos, faz tempo. Eu e milhares de pessoas sempre ficamos injuriados com esta visão “global”! Mas e daí? A novidade é que no domingo, 8/7, a Folha de S.Paulo trouxe uma matéria com o título “Teju Cole diz ter sofrido preconceito no Brasil”. Quem disse foi a FSP, citando o escritor dos EUA, de origem nigeriana, que estava participando da Festa Literária Internacional de Paraty, a famosa FLIP. Leia o texto completo.
Entrevistas
Beto Almeida: Interesses comerciais ameaçam a Voz do Brasil

[Por Daniele Silveira / Radioagência NP] O Projeto de Lei (PL) que propõe a flexibilização do horário de veiculação da Voz do Brasil pode resultar no fim do mais antigo programa de rádio do mundo. A proposta pretende deixar as emissoras de rádio comercias e comunitárias livres para escolher entre19h e 22h o horário de transmissão. Diante do conflito de interesses que envolve a proposta, a Radioagência NP entrevistou o jornalista e presidente da TV Cidade Livre de Brasília, Beto Almeida. Ele chama atenção para a importância do programa como meio de acesso a informação para muitos cidadãos do interior do país. Para ele, existe uma evidente articulação das rádios comerciais para tornar o programa inviável. Confira a entrevista completa.
Victoria Montenegro, filha de guerrilheiros, foi entregue à família que apoiava ditadura argentina

[Por Sylvia Colombo / Folha de S.Paulo] No próximo mês, Victoria Montenegro, 36, levará os restos de seu pai para serem enterrados em sua província (Estado) natal, Salta. Roque Orlando Montenegro, um guerrilheiro do ERP (Exército Revolucionário do Povo), morreu aos 20 anos, vítima de um dos "voos da morte" - sistema usado pela repressão argentina dos anos 1970 para livrar-se dos presos políticos, arremessando-os no rio da Prata. "Será mais um capítulo na prestação de contas que estou fazendo com meu passado", afirma ela em entrevista. Victoria é um dos estimados mais de 500 bebês que foram roubados por militares antes e depois do golpe de 24 de março de 1976, episódio que iniciou o último período militar argentino. As crianças foram entregues a famílias de oficiais ou a apoiadores do regime. Leia a entrevista completa.
Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 Tel. (21) 2220-5618www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenação: Vito Giannotti Redação: Sheila Jacob Edição: Claudia Santiago Web: Luisa Souto Colaboraram nesta edição: Marina Schneider (RJ).
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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