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Boletim do
NPC —
Nº 212
— De 15 a 31/3/2012
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
NPC e SENGE promovem cine-fórum sobre efeitos do neoliberalismo no cotidiano dos trabalhadores e suas famílias

De março a outubro, no Centro do Rio, haverá um CICLO DE DEBATES, sobre os efeitos do neoliberalismo no cotidiano dos trabalhadores e suas famílias, em vários países do mundo. O evento está sendo organizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio (SENGE). Na última quinta-feira de cada mês será exibido um filme sobre o tema, seguido de debate. A primeira sessão será no dia 29 de março, às 19h, com o filme Roger e eu, de Michael Moore. O documentário aborda a demissão de milhares de trabalhadores da General Motors após o fechamento da histórica unidade localizada em Flint (EUA), cidade natal do diretor. O longa mostra o sofrimento das famílias, arrasadas pela lógica do capital em um processo que se estende até os dias de hoje. Confira a PROGRAMAÇÃO COMPLETA em nossa página.
Esta atividade do dia 29 marca também o início da sétima edição do Curso de Comunicação Popular e Comunitária do NPC. As aulas, teóricas e práticas, ocorrem de março a outubro. Cerca de 60 alunos estão inscritos.
Curso sobre EUA abordou o desenvolvimento da nação até a formação do império

Foi um sucesso o curso Estados Unidos como país em desenvolvimento: da formação da nação à formação do império, ministrado pelo professor Reginaldo Moraes, da Unicamp e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT/Ineu). Nos dias 9, 10, 16 e 17 de março o professor abordou o desenvolvimento econômico do país, desde sua formação, passando pela opção por uma economia de guerra até sua passagem para o capitalismo corporativo e financeiro, mostrando as terríveis consequências desse modelo desigual e concentrador tanto para os trabalhadores de lá quanto para o restante do mundo. Um vídeo curto registra a síntese de um dos módulos do curso feita pelo professor ao final de uma aula.
O curso foi promovido pelo NPC em parceria com o SENGE-RJ e o INCT/Ineu. Também estão previstos novos cursos, desta vez sobre a América Latina e a China. Em breve divulgaremos mais informações. Na página do INCT/Ineu estão disponíveis alguns textos produzidos pela entidade.
Vito Giannotti ministra curso e palestra sobre comunicação e disputa de hegemonia
O escritor Vito Giannotti, coordenador do NPC, esteve no Sindicato dos Comerciários de Fortaleza nos dias 20 e 21 de março para ministrar um curso sobre Comunicação Sindical e Disputa de Hegemonia, do qual participaram cerca de 50 pessoas. Em suas exposições, Giannotti busca refletir sobre as melhores formas de utilização das ferramentas de comunicação para melhorar a luta dos trabalhadores. Ele também aponta para a importância de se reconhecer o papel fundamental da mídia na disputa diária de consciências, e busca incentivar as entidades a produzirem seus próprios materiais, passando por jornais, boletins impressos, revistas, internet e todos os meios possíveis.
Na quinta-feira, dia 22, ele participou de um planejamento da comunicação do Sindicato, que é o maior do Estado do Ceará com aproximadamente 120 mil trabalhadores na base. No sábado e no domingo, dias 24 e 25, ele teve no Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul (Sindsprev-RS), para dar um curso sobre o mesmo tema. Mais de 60 pessoas se inscreveram.
Boletim da Livraria Antonio Gramsci

O último Boletim da Livraria Antonio Gramsci, a livraria do NPC, apresentou dicas variadas de leitura sobre literatura, globalização, ditadura, filosofia, sindicalismo, América Latina e MST. Destaque para a bela obra Se me deixam falar, da mineira chilena Domitila Chungara, e Memórias, de Gregório Bezerra, livro que neste mês de março está em promoção. Gregório nasceu em 13 de março de 1900. O boletim pode ser acessado em http://migre.me/8mlez
Radiografia da Comunicação Sindical
Revista do SINTTEL-RJ volta a circular
Em março, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas do Estado do Rio (SINTTEL-RJ) relançou a Revista Interativa, agora em versão online. A publicação foi criada em 1995 e dirigida aos trabalhadores do setor de telecomunicações do Rio e do Brasil. Seu último número circulou em 1999, uma edição especial sobre o primeiro ano da privatização do Sistema Telebrás. Agora a Interativa voltou a ser editada e passará a circular trimestralmente pelo Portal do Sinttel-RJ. O número que marcou sua volta é dedicado às mulheres, abordando sua participação nas direções sindicais e as condições de trabalho em diversas categorias. A revista sindical também explora a arte da grafiteira Aila de Jesus e traz uma entrevista com a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), para quem “a democratização da comunicação é mais importante que a Reforma Agrária”. Confira aqui.
Proposta de Pauta
A cada dois dias, um morador de rua é morto no Brasil, afirma relatório

Foto: Blog Moradores de Rua De abril de 2011 até a primeira semana de março de 2012, 165 pessoas em situação de rua foram mortas no Brasil. Este número foi divulgado pelo Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores (CNDDH). A terrível estatística mostra que pelo menos ocorre uma morte a cada dois dias. O que agrava o problema é o fato de que investigações policiais de 113 casos não avançaram e ninguém foi identificado e responsabilizado pelos homicídios. O CNDDH também registrou 35 tentativas de homicídios, além de vários casos de lesão corporal. O Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para receber denúncias sobre violações de direitos humanos, registrou em 2011 453 denúncias relacionadas à violência contra a população de rua. Casos de tortura, negligência, violência sexual, discriminação, entre outros. Embora expressivos, os números não traduzem a real violência a que estão expostas as pessoas que vivem nas ruas, pois muitos dos crimes não são devidamente notificados.
Com informações da Agência Brasil.
Maioria dos estados descumpre piso nacional do magistério
Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) aponta que 17 estados não cumprem o valor do piso nacional do magistério, definido em R$ 1.451 para 2012. Os dados foram repassados por sindicatos da categoria em cada unidade da Federação. De acordo com a pesquisa, apenas São Paulo, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás e o Distrito Federal pagam aos seus professores o piso nacional definido por lei. Aprovada em 2008, a Lei do Piso estabeleceu uma remuneração mínima que deve ser paga aos professores com formação em nível médio e que atuam em escola pública com jornada semanal de 40 horas. A CNTE também identificou quais estados cumprem outro dispositivo da Lei do Piso, que determina que um terço da jornada do professor deverá ser reservada para atividades extraclasse. Os dados dos sindicatos contradizem as informações divulgadas pelas secretarias de Educação. Uma das divergências é o entendimento do conceito de piso. De acordo com a lei, o valor do piso refere-se apenas ao vencimento inicial e não pode incluir outras gratificações que compõem a remuneração total. Segundo os sindicatos, algumas secretarias de Educação estão divulgando valores que se referem à remuneração total, e não ao piso.
Democratização da Comunicação
FNDC adia para maio seminário sobre liberdade de expressão
A coordenação executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) divulgou uma nota na qual informa o adiamento do seminário Desafios da liberdade de expressão para o dia 4 de maio. O encontro estava previsto para o dia 30 de março, com o objetivo de produzir coletivamente um conjunto de propostas para a construção de uma nova campanha por um novo Marco Regulatório das Comunicações. A decisão se deu a partir da demanda de vários estados e entidades nacionais, que solicitaram mais tempo para se agendar e organizar sua participação. A organização diz entender que o seminário é um momento importante para organizar a atuação do movimento neste ano de 2012. Por isso, um tempo maior de preparação ajudará a alcançar esse objetivo. Em breve a nova programação será divulgada.
De Olho Na Vida
Articulação dos Comitês da Copa divulga nota de repúdio à Lei Geral da Copa
No início de março, o Secretário Geral da FIFA Jerome Valcke disse em entrevista que precisaria “chutar o traseiro” dos governantes brasileiros para que agilizassem os trâmites relacionados à organização da Copa do Mundo de 2014. Em resposta à tal afirmativa, foi divulgado um documento elaborado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP), organizada nas 12 cidades sede e constituída por diversas entidades da sociedade civil que lutam para impedir e minimizar os prejuízos sociais advindos com a Copa. A Ancop veio a público para combater a aprovação da Lei Geral da Copa e as ações brasileiras em favor da FIFA e contrários aos direitos do povo brasileiro. Diz um trecho da nota:
[...] A expressão grosseira “chute no traseiro dos governantes brasileiros”, utilizada pela FIFA, não causa surpresa. A Lei Geral da Copa já é, em si mesma, um verdadeiro “chute no traseiro” do povo brasileiro. Ela constitui o documento central de um conjunto de leis de exceção que vem sendo editadas nos três níveis federativos do país, de forma a garantir que a Copa do Mundo maximize o lucro da FIFA, de seus patrocinadores e de um conjunto de corporações nacionais, ampliando o canal de repasse de verbas públicas a particulares e fortalecendo um modelo de cidade excludente, que reproduz a lógica da especulação imobiliária e do cerceamento ao espaço público. Leia a nota completa em nossa página.
Condenado policial militar acusado de matar jovem em 2002
Na terça-feira, 20 de março, o ex-policial militar Paulo Roberto Paschuini, acusado de assassinar o jovem Hanry Silva Gomes da Siqueira no Morro do Gambá, em 2002, foi condenado a três anos de reclusão. O julgamento deveria ter ocorrido há mais tempo, mas foi adiado por recursos de sua defesa. Como teve seu último recurso negado em segunda instância, finalmente Paulo Roberto foi a júri e teve finalmente sua sentença declarada. Embora possa recorrer, a decisão judicial expressa o resultado de anos de lutas de Márcia Jacintho, mãe de Hanry que, incansável, não descansou um só minuto em sua luta para desconstruir a recorrente versão policial do "auto de resistência". Normalmente essa justificativa é usada para dar aparência de legalidade às execuções sumárias. Essa é uma vitória de Márcia e um incentivo a todos os familiares de vítimas de violência estatal do Rio de Janeiro e do Brasil.

Em uma entrevista concedida ao BoletimNPC em 2009, quando foi decretada a condenação de Marcos Alves da Silva, outro policial acusado de ter assassinado o jovem, Márcia Jacintho contou que teve que investigar a morte do próprio filho para provar sua inocência. “Aquele seria o crime perfeito. Os policiais forjaram as provas, como costumam fazer. A mídia anunciaria menos um traficante, e a sociedade bateria palma. Não costumam ouvir ninguém. Só consigo ter espaço hoje para falar porque estou desde 2003 tentando provar a inocência do meu filho. Finalmente consegui limpar a imagem dele”, disse Márcia naquela ocasião.
[Com informações da Rede Contra a Violência]
NPC Informa
Estão abertas as inscrições para a Oficina de Formação, Automação e Produção em áudio de Sergipe
Em parceria com a Agência Voz, a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária de Sergipe (Abraço-SE) realizará, no dia 31 de março, a Oficina de Formação, Automação e Produção em audio. A oficina ocorrerá das 8h às 17h, na Escola Técnica Estadual José Figueiredo Barreto, em Aracaju.
As inscrições já estão abertas e vão até o dia 29 de março. As vagas são limitadas. Informações com o secretário executivo da Abraço-SE pelo telefone (79) 9969-9697 e pelos e-mails abracosergipe@yahoo.com e robertoamorim61@yahoo.com.br. A Escola Técnica Estadual José Figueiredo Barreto fica na Rua de Laranjeiras, s/n, Bairro Siqueira Campos, Aracaju (SE) - ao lado da Escola Normal Rui Barbosa.
Memorial da Resistência inaugura exposição sobre Apolônio de Carvalho No sábado, 31 de março, será aberta a exposição 100 anos Apolônio de Carvalho: a trajetória de um libertário no Memorial da Resistência de São Paulo. Neste dia, às 13h, haverá uma conversa com a família e amigos de Apolônio. Às 15h será lançado o livro Uma vida de lutas, de sua companheira e militante Renée France de Carvalho (Fund. Perseu Abramo). Às 16h haverá projeção do documentário Vale a Pena Sonhar, de Stela Grisotti e Rudi Bohm. A exposição ficará aberta de 1º de abril a 1º de julho de 2012, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h30. A entrada é gratuita.
Entrega da Medalha Chico Mendes homenageia lutadores brasileiros

No dia 2 de abril, a partir das 18h, será realizada, no Centro do Rio, a solenidade de entrega da 24ª Medalha Chico Mendes de Resistência. A cerimônia procura homenagear pessoas e entidades que têm se destacado nas lutas de resistência no Brasil e no cenário latino-americano. A entrega normalmente é feita no dia 31 de março ou 1º de abril para marcar os inúmeros efeitos da ditadura civil-militar de 1964 - como a permanente violação de direitos que se estende até os dias de hoje. A iniciativa é do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ. Dentre os homenageados escolhidos pelo GTNM/RJ, em conjunto com outras entidades, estão o advogado Belisário dos Santos Júnior; a militante Márcia Honorato, da Rede Contra a Violência; Maria Augusta Tibiriçá Miranda; a comunidade de Pinheirinho; dentre outros. A entrega das medalhas será realizada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ): Av. Marechal Câmara, 150, 9º andar, Castelo, Rio de Janeiro.
De Olho Na Mídia
Jovens respondem campanha da Sky contra Lei de Regulamentação da TV Paga no Brasil
A Sky exibiu, em sua programação, uma série de vídeos contra a Lei de Regulamentação da TV paga no Brasil, divulgando que a legislação, responsável por fiscalizar TVs por assinatura no Brasil, “tiraria poder de controle do consumidor brasileiro”. Estudantes do DCE Vladimir Herzog, da FACHA, e do grupo Carta Carioca divulgaram um curto filme combatendo as “mentiras” divulgadas pela emissora. Como esclarecem os jovens neste vídeo bem didático, a Lei 12.485/11 foi uma importante conquista de quem defende a democratização da mídia, pois procura valorizar a produção cultural brasileira. A legislação determina que sejam exibidas pelo menos 3 horas e 30 minutos, no horário nobre, por semana, de conteúdo produzido em solo nacional – o que daria apenas 30 minutos por dia. Para a Sky a medida não foi bem recebida por que é mais fácil e lucrativo comprar programas estrangeiros do que investir em vídeos nacionais, que geram empregos no país. O que foi veiculado como “intervenção” representa uma maneira, ainda tímida, de se valorizar e investir na produção cultural brasileira. “Democratizar a comunicação é democratizar o Brasil”, concluem os estudantes. Confira.
Barão de Itararé reivindica espaço da sociedade na TV Cultura
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé encaminhou um ofício ao presidente-diretor da Fundação Padre Anchieta solicitando audiência para discutir a abertura de editais de seleção de programas para a emissora. A entidade já manifestou interesse em participar do processo seletivo. O objetivo é garantir espaços na programação da TV Cultura “para a produção independente proveniente das experiências de grupos sociais”. A solicitação vai no sentido oposto das recentes negociações entre a Fundação Padre Anchieta e empresas de comunicação paulistas. Dentre elas estão Estadão, Valor Econômico, Veja e a Folha de S. Paulo, que já estreou programa na emissora – como divulgamos no penúltimo BoletimNPC. Tais parcerias foram feitas sem transparência e afrontando o caráter público da TV Cultura. Um ato político em defesa da Cultura e um manifesto estão sendo preparados para denunciar as principais investidas tucanas contra a emissora e enumera algumas reivindicações.
De Olho No Mundo
Unesco questiona métodos da Repórteres Sem Fronteiras
[Por Giani Carta/ Carta Capital] Não causa nenhuma surpresa a notícia de que a Unesco retirou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) de sua lista de ONGs associadas. A Unesco julgou os métodos utilizados pela RSF incompatíveis com os valores éticos do jornalismo. Também não vale a pena ficar chocado com o fato de a mídia canarinho ter preferido não abordar o tema que recebeu ampla cobertura na Europa. O motivo? A RSF, desde a sua fundação pelo “jornalista” francês Robert Ménard, em 1985, é financiada por, entre outros, o Departamento de Estado dos Estados Unidos. E o trabalho da RSF, com sede em Paris, é fazer propaganda contra principalmente os países progressistas da América Latina. A CIA, óbvio, é uma das agências a infiltrar a RSF. Como sabemos, a vasta maioria dos jornalões, revistas e redes de tevê do Brasil não perdem oportunidades para criticar governos como os da Bolívia, Equador, etc. Por aqueles bandas nunca ocorre nada de positivo. Muitas vezes a pauta a difamar cubanos é oriunda da inconfiável RSF. De fato, devido às suas “tentativas que visam desqualificar certo número de países”, a Unesco já havia retirado o estatuto da RSF de co-patrocinadora do Dia pela liberdade da Internet, em 12 de março de 2008.
De jornalismo, aliás, a RSF não entende patavinas. Entende, isso sim, de espionagem. Confira o texto completo.
Dicas
Nova edição da Caros Amigos dá destaque às principais ameaças que rondam a internet

A nova edição da revista Caros Amigos traz um balanço sobre a guerra que se trava, hoje, em torno da internet. A expansão da rede criou a ilusão de que, finalmente, a aldeia global havia encontrado o seu instrumento ideal de comunicação, através do qual se promoveria a mais fantástica democratização da humanidade e a redução das distâncias e desigualdades. Mas, nem bem a internet atingiu uma significativa parcela dos habitantes do planeta e já vivemos uma verdadeira escalada de investidas para controlar o que circula na rede mundial, em nome do Estado e da ambição de lucro das grandes corporações privadas. Nesse contexto, a revista procura mostrar quais são as principais ameaças à internet, nos Estados Unidos e no Brasil.
Outra reportagem revela o tenebroso comércio de armas, equipamentos e assessoria de empresas israelenses com as forças policiais e militares brasileiras. A revista também antecipa o que vai acontecer no balanço ambiental da RIO+20, e mostra como o falso discurso ambientalista tomou conta de setores econômicos e políticos que mais têm causado danos ambientais ao planeta. E tem muito mais: a luta de moradores conta a construção de uma hidrelétrica no rio Paranapanema, outra sobre as manobras da DRU para retirar verbas da previdência e da educação, uma história em quadrinhos com crítica à homofobia e ainda artigos dos colaboradores e colunistas.
Imperdível.
Livro K.

O livro K., do jornalista e escritor Bernardo Kucinski, retrata, por meio da ficção, a busca de um pai por sua filha, vítima da ditadura civil-militar brasileira no ano de 1974. A história relatada no livro é baseada na realidade vivida pela família do autor, e por tantos outros que perderam seus familiares durante o regime repressor. O pai de Bernardo é transformado em K., o protagonista da obra que se desespera com o desaparecimento da filha Ana Rosa e sai em busca de seu paradeiro. Ela foi militante da resistência à ditadura pela Aliança Libertadora Nacional e, também, professora da Universidade de São Paulo (USP). Sequestrada, torturada e assassinada junto ao marido, o crime não foi solucionado e o casal entrou na lista dos desaparecidos.
O livro, da Editora Expressão Popular, custa apenas R$ 15,00 e está quase esgotado. Ele está à venda na Livraria Antonio Gramsci, a livraria do NPC. Para encomendar o seu, basta entrar em contato pelo telefone (21)2220-4623 e pelo e-mail livraria@piratininga.org.br
CD Sessão Cabidela, de Marcelino Buru

O CD Sessão Cabidela, de Marcelino Buru, é uma delícia. Tem o som do Brasil. Com participação especial de Nana Vasconcelos e Alfredo Nascimento, Buru resgata as raízes africanas que fazem parte da constituição do nosso povo. Essa herança tem diversas manifestações: está presente na nossa culinária, na deliciosa “Cabidela”, nome do conjunto e também da primeira música do disco. Está na cor da pele, principalmente da gente explorada e sofrida, pois como a canção “Kinguelê” denuncia: “olha preto tá trabalhando/ olha branco só tá olhando”. Está na vestimenta, na nossa língua, na origem dos trabalhadores de nosso país. Nos batuques das dez faixas que compõem o álbum.
Marcelino Buru é mineiro, ator, diretor teatral e produtor cultural. Morou em Paris por seis anos, quando entrou para o ramo musical e espalhou sua arte para o mundo. Toda sua experiência o levou a fundar o Centro de Difusão Cultural Kinguelê, que tem como objetivo valorizar e regatar a memória de artistas brasileiros que não têm espaço nos meios tradicionais. Para saber mais sobre o grupo e sobre Marcelino Buru, acesse http://kinguele.wordpress.com/
No próximo Boletim divulgaremos uma entrevista com o artista.
Imagens da Vida
Atingidos por barragens lançam Frente Todos pela Energia, na Câmara dos Vereadores do Rio

Foto por: Mira Rusin (MAB) Durante Jornada Nacional de Lutas, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens estiveram na Câmara dos Vereadores do Rio. Na solenidade, que foi dia 13 de março, o vereador Eliomar Coelho (PSOL-RJ) lembrou que a luta do MAB contra a privatização da energia e da água interessa a todos os cidadãos, do campo e da cidade, e não apenas àqueles que sofrem diretamente os impactos ambientais e sociais de grandes empreendimentos. “A luta por um outro modelo energético deve ser de todos os brasileiros”, reforçou o vereador.
Pérolas
Pelos participantes do Seminário “Regulação da Comunicação Pública”, promovido pela Câmara dos Deputados
“Mídia pública deve combater racismo e dar voz a trabalhadores” Por Juliana Cézar Nunes, representante da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira). Ela defendeu o combate à discriminação também no quadro pessoal das emissoras. Estudo mostrou que apenas 6% de apresentadores(as) das emissoras públicas são negros. “Mídia continua tratando mulher como objeto sexual” Por Ana Veloso, integrante da Rede Mulher. Ela lembrou que os meios de comunicação divulgam “a ideologia do patriarcado e do embranquecimento”. “Comunicação em toda a Europa é regulada” Por Carlos Magno Castanheira, presidente do Conselho da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) de Portugal. Ele esclareceu que a entidade reguladora serve para garantir a liberdade de informação e de opinião, defendendo os cidadãos dos abusos da mídia.
“Constituição é desrespeitada” Por Rosane Bertotti, coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Ela lembrou que, na prática, a complementaridade entre os sistemas público, estatal e privado de comunicação, prevista na Constituição, nunca foi implementada no país.
“Sistema de comunicação do País é atrasado e deve ser mudado” Por Luiza Erundina (PSB-SP), coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação (Frentecom). Segundo ela, o objetivo da frente é defender a democratização social e, principalmente, a construção de um novo marco regulatório no setor. “A democracia atravessa de maneira central a comunicação. Um país não pode ser democrático se não democratizar seus meios de comunicação” Por Letícia Salas Torres, Diretora-Geral do Canal Del Congresso no México. “Milhares de brasileiros estão limitados a apenas receber as informações divulgadas pelas poucas famílias que controlam a comunicação brasileira”. Por Emiliano José, deputado federal (PT-BA), que lembrou que a liberdade de expressão é limitada no Brasil porque, como existe concentração dos meios, há diversos setores estão impedidos de falar.
Memória
Domitila Barrios de Chungara – presente!

Neste mês de março milhares de lutadores sociais se sentiram abalados com a perda da militante boliviana Domitila Barrios de Chungara, que faleceu no dia 14 devido a um câncer de pulmão. Essa mulher de 75 anos sensibilizou muitos brasileiros e brasileiras com um impactante testemunho concedido à educadora brasileira Moema Viezzer e registrado, em 1976, no livro Se me deixam falar. Nesta obra ela fala sobre sua vida de mulher pobre, descendente de indígenas, esposa de um trabalhador mineiro e militante contra a exploração, a opressão e a dominação de homens e mulheres no mundo capitalista.
Essa mulher de força, mãe de 11 filhos, combateu a ditadura de seu país e lutou pelo reconhecimento de direitos dos trabalhadores. Um ano antes de seu relato, em 1975, ela havia ido ao México para participar da Conferência Mundial do Ano das Mulheres. A então dirigente do Comitê das Donas de Casa do Distrito Mineiro Siglo XX denunciou os massacres em seu país e a constante violação de direitos dos trabalhadores das minas da Bolívia. Sua coragem nas ações contra a ditadura boliviana tornou-a uma das lutadoras mais conhecidas no mundo inteiro. Foi presa, exilada e depois retornou a seu país natal, instalando-se em Cochabamba, onde, em sua própria casa, criou uma Escola de Alfabetização Política. Seus exemplos ficarão guardados, e sua força precisa ser lembrada na luta diária de quem acredita e batalha por um mundo melhor.
Artigos
A mídia contra a juventude militante na Argentina
[Por Francisco Luque/ Carta Maior] Durante a última semana, os meios hegemônicos da Argentina - Clarín e La Nación - dedicaram pujantes artigos de opinião contra a irrupção dos jovens na política e a colocação de muitos deles em lugares próximos ao poder. O alvo preferido destes ataques foi a La Cámpora, a agrupação da juventude kirchnerista, liderada pelo filho da presidenta, Máximo Kirchner, e um dos principais expoentes da renovação política no país. Leia o artigo completo. Redes Sociais e hegemonia [Por Vito Giannotti / Brasil de Fato] Hoje, ao falar em comunicação dos trabalhadores, logo aparece a pergunta sobre o papel das redes sociais. Duas posições se confrontam como sendo contrárias e excludentes entre si. Uns desvalorizam a tradicional comunicação do tio Gutemberg: livro, jornal, revista, cartilha e por aí vai e afirmam que a onda é redes sociais: twitter, facebook, blog e os cambau. A incompreensão entre os dois blocos aumenta e... os trabalhadores ficam a ver navios. A antiga disputa de hegemonia continua a ser ganha pelos inimigos do povo e nossa comunicação, a da classe trabalhadora, não flui. A discussão é truncada, pois esconde o fato que o nosso lado ainda está longe de estar à altura da comunicação dos nossos inimigos de classe. Leia o artigo completo.
Denúncias do Fantástico: duas ou três coisas sobre o método [Por Sylvia Moretzsohn/ Obs. da Imprensa] A reportagem do Fantástico de 18 de março, que expôs cenas de corrupção e fraude em licitações emergenciais num hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve repercussão compatível com a gravidade da denúncia, que entretanto está longe de ser inédita. O caso escolhido foi o de um hospital público, mas poderia ser constatado em qualquer outro setor. A situação é conhecida: o gestor convida empresas, elas se apresentam e negociam o percentual de propina, o serviço superfaturado é contratado e a vida segue, com os danos de sempre aos cofres públicos. Por que, então, a reportagem do Fantástico optou por montar a cena de corrupção explícita? Por que privilegiou a exibição das propostas de propina em vez de destacar os processos judiciais que se arrastam sem solução? O que é mais importante? Leia o texto completo.
Entrevistas
Nilton Viana: o Brasil de Fato quer dialogar com os trabalhadores

[Por Caros Amigos] Editor-chefe do semanário Brasil de Fato, o jornalista Nilton Viana fala de sua trajetória como militante social e dos vários momentos do jornal, que acaba de completar 9 anos de circulação. Ele analisa o problema da sustentação financeira na imprensa popular e de esquerda, a questão da base social de apoio e sobre as dificuldades de se conseguir publicidade de órgãos públicos, no Brasil, os quais costumam gastar fortunas em veículos de comunicação da imprensa neoliberal e de direita. Nilton Viana fala também sobre a posição do jornal em relação aos governos Lula e Dilma, nesses 9 anos de vida do jornal. Leia a entrevista completa em nossa página.
Geógrafo britânico David Harvey alerta para incapacidade do capital em resolver seus problemas
[Por Maria Luisa Mendonça e Fábio Pitta/ Brasil de Fato] O geógrafo britânico David Harvey é um dos principais intelectuais marxistas hoje e está entre os vinte cientistas sociais mais citados em todo o mundo. Atualmente é professor na City University of New York e esteve no Brasil recentemente para o lançamento de seu livro "O Enigma do Capital e as Crises do Capitalismo", publicado pela Editora Boitempo. A análise de Harvey sobre a crise no modo de produção capitalista tem sido sistemática nas últimas décadas, desde o livro clássico The Limits to Capital (Os Limites do Capital) publicado originalmente em 1982. O autor resgata o pensamento de Marx de forma complexa e ao mesmo tempo didática, para mostrar criticamente as contradições inerentes ao capitalismo, com a intenção de apontar possibilidades de superação deste modo de produção. Leia a entrevista completa.
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Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 Tel. (21) 2220-5618www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenação: Vito Giannotti Redação: Sheila Jacob Edição: Claudia Santiago Web: Luisa Souto Colaboraram nesta edição
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