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Boletim do
NPC —
Nº 21
— De 15 a 30/4/2003
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
NPC Informa
"O Caminho da Vitória": a vida de Lula pelas lentes de nove fotógrafos
Foi lançado em março, em São Paulo, o livro "O Caminho da Vitória". A obra contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva desde os tempos de sindicalista até a posse como presidente através das lentes dos repórteres fotográficos Jesus Carlos (Imagenlatina), Gerardo Lazzari (Nau), Paulo Pepe (Nau), Douglas Mansur, Jaílton Garcia, Inácio Teixeira (Coperphoto), Suzana Pires, Leonardo Melgarejo e Cristina Lima (Veraz). Para outras informações e compra deve-se entrar em contato com a Publisher Brasil através do telefone (11) 3813.1836 ou do endereço eletrônico forum@publisherbrasil.com.br.
Jornalista lança o "Grito das Águas", em Araraquara
Mais de 400 pessoas lotaram o teatro municipal de Araraquara, importante região industrial e produtora de cana de açúcar do interior de São Paulo, no final de março, para prestigiar o lançamento do livro Grito das Águas do escritor, ambientalista e jornalista Leonardo Morelli - ativista e secretário geral da ONG francesa International Global Water Coalition. A atividade foi organizada pelo gabinete do vereador Nascimento (PT). O Grito das Águas pode ser solicitados pelo endereço eletrônico nascimento@camara-arq.sp.gov.br ao custo de R$ 15,00 + mais despesas de correios. Os valores arrecadados serão empregados no custeio da realização do Fórum Social Panamericano das Águas do Aqüífero Guarani que será realizado na primeira semana de outubro na cidade de Araraquara.
Ex-presidente do Andes indica “Democracia contra o capitalismo”
“Seguramente, o livro "Democracia contra o capitalismo" é um dos mais fecundos e originais estudos da última década sobre o marxismo/capitalismo. A obra repassa conceitos fundamentais (econômico X político; estrutura/superestrutura; classe como processo e como relação, história ou determinismo tecnológico; história ou teleologia? Marx versus Weber; democracia contra o capitalismo - trabalho e democracia, cidadania, sociedade civil e politica de identidade, capitalismo e emancipação humana) e e polemiza, brilhantemente, com o pós-modernismo. Genial. Tive acesso a edição da Siglo veintiuno ed. e comemoro a edição da Boitempo”. O depoimento acima é do ex-presidente nacional do Andes, o professor Roberto Leher. Assim sendo, vale a pena conferir. O livro foi lançado no Rio de Janeiro, com a presença da autora, no dia 10 de abril. Outras informações, BOITEMPO Editorial. editora@boitempo.com - www.boitempo.com.
Assessor de deputada é preso por defender rádio
A Polícia Militar de São Paulo, juntamente com a Anatel, fechou e apreendeu no início de abril equipamentos da Rádio Comunitária 97.1, localizada em Sorocaba (SP). O assessor político Alexandre Proença, que trabalha com a deputada Iara Bernardi (PT-SP), foi até o local para prestar solidariedade aos proprietários da rádio e acabou sendo detido. Alexandre foi preso quando disse que aquela ação era arbitrária e estava em desacordo com as determinações do Ministério das Comunicações. O assessor foi conduzido à sede da Polícia Federal de Sorocaba. Ele argumentou que os policiais só poderiam fechar a emissora com ordem judicial. Naquele momento, os policiais não possuíam o documento.Em pouco tempo, mais de 15 policiais armados, inclusive de metralhadoras, chegaram ao local, causando indignação nos presentes na sede da PF. Alexandre foi liberado depois de prestar esclarecimentos e de ter sido lavrado o termo de ocorrência. Segundo o assessor, essa ação da Anatel "causa extrema indignação e mostra a necessidade urgente de mudanças na legislação, acabando de vez com a arbitrariedade que vem ocorrendo".
Movimento Brasil Outros 500 debate a identidade histórica dos oprimidos
No dia 22 de abril, às 19h, o Movimento Brasil: Outros 500 organiza o debate “A identidade histórica dos oprimidos”, com Mario Maestri, professor da UPF e membro do Conselho Político do Jornal Brasil de Fato, e Paulo Zarth, professor da Unijui e especialista em história do RS. O painel será no Plenarinho da Câmara de Vereadores (Av. Loureiro da Silva, s/nº), com apoio da CUT/RS, MST, Federação dos Metalúrgicos, Ugeirm Sindicato e gabinete da vereadora Maria Celeste. O Movimento Brasil: Outros 500 – de resistência indígena, negra, feminina e popular protagonizou a campanha de reflexão sobre os 500 anos da invasão dessas terras pelos europeus e teve sua maior abrangência e principais ações concretas realizadas em 2000, em contraposição às comemorações oficiais pelos 500 anos do Brasil. Com este debate, o movimento objetiva “fazer a reflexão coletiva do que foi realizado pelos invasores em nosso país, recuperando a memória histórica para afirmar nossa identidade, através de um movimento popular de autodescobrimento de nossa terra”. Para isso, busca construir a mais ampla unidade com todos os setores populares, fazendo-se um espaço de encontro da diversidade. (Por Kátia Marko)
A Comunicação que queremos
Reportagem é a melhor revista brasileira
A afirmação acima não é fruto de nenhuma pesquisa que ouviu duas mil pessoas em todas as capitais do país. É fruto da leitura atenta da equipe do NPC que decidiu fazer, sem pedir autorização para os responsáveis pela publicação, uma campanha de assinatura para a revista Reportagem. Por apenas R$ 50,00 anuais que ainda podem ser pagos em duas parcelas, o leito de Reportagem tem acesso a textos de altíssima qualidade que aliam uma visão de mundo declaradamente de esquerda, com rigor nas informações e sensibilidade nos textos em excelentes reportagens. Na edição de março, por exemplo, através de Lia Imamisch quem leu ficou sabendo todos os bastidores do III Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, em janeiro de 2003, as principais polêmicas, várias posições sobre o caráter do evento e muitas outras coisas.
Prefeitura de Porto Alegre
A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Coordenação de Comunicação Social, e o Conselho Municipal de Comunicação promoveram nos dias 11 e 12 de abril, o Seminário Comunicação Cidadã, na Faculdade de Biblioteconomia da UFRGS. Foram debatidos os seguintes temas: rádios comunitárias, TV Comunitária, jornais de bairro e segmentados, telecentros, e a reestruturação do Conselho de Comunicação Social. Do seminário saíram propostas que serão encaminhadas à I Conferência Municipal de Comunicação, que acontece nos dias 17 e 18 de maio, na Usina do Gasômetro. Informações no setor de Políticas Públicas de Comunicação com Luis Henrique Silveira, Caco Schmitt e Milenka Salinas, telefones (51) 3224.8272 ramal 233.
Seminário prepara I Conferência Municipal da Comunicação
Já começou a construção da I Conferência Municipal de Comunicação, que ocorrerá no dia 17 de maio, na sala 209 da Usina do Gasômetro, com o tema construindo a Comunicação Cidadã. Na sexta-feira (11) e sábado (12), o Seminário Preparatório reuniu 165 pessoas, entre profissionais de comunicação, professores, estudantes, comunicadores populares, sindicalistas, usuários de telecentros, associações de moradores e interessados no tema. Além do público de Porto Alegre, também compareceram representantes de outras cidades como Alvorada, Viamão, Pelotas, Ivoti e Uruguaiana. Depois de discutida a importância da comunicação comunitária, que compreende rádios e TV comunitárias, jornais de bairro e telecentros, e a reestruturação do Conselho Municipal de Comunicação, foi constituído um grupo de trabalho para encaminhar a Conferência de Comunicação. A agenda de reuniões deste grupo começou na terça-feira (15), às 20 horas, no Sindicato dos Jornalistas do RS (Andradas, 1270, 13º andar). A primeira reunião discutiu o regimento interno da Conferência e os temas a serem abordados nos próximos encontros: dias 23 e 30 de abril e 6 e 13 de maio. Todos encontros ocorrem no mesmo local e horário. As reuniões preparatórias do 4º Congresso da Cidade também foram incluídas no calendário de discussões da Conferência de Comunicação. No dia 22 de abril, às 19 horas, na sala 400 da Usina do Gasômetro ocorre o painel sobre Políticas Públicas e o Papel da Comunicação na Construção da Democracia. No dia 29, às 19 horas, na sala 209 o tema será A Participação Popular em Porto Alegre: Conselhos Populares, Conselhos de Direitos, Setoriais e Temáticos, Orçamento Participativo. Outros instrumentos de controle social do Executivo. O Seminário Preparatório aconteceu na Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFRGS, e teve como objetivo preparar e organizar os participantes para a I Conferência de Comunicação, que terá por objetivos construir as Políticas Públicas de Comunicação para Porto Alegre. As Resoluções serão encaminhadas para o 4º Congresso da Cidade, de 27 a 29 de junho, no auditório Araújo Viana. (Fonte: Coordenação de Políticas Públicas em Comunicação da Prefeitura de Porto Alegre)
Fórum em Defesa da Previdência se reúne para planejar política de comunicação
As entidades sindicais que compõem o Fórum Estadual em Defesa da Previdência Pública e Solidária de Alagoas estão debruçadas sobre uma política de comunicação de massa que visa a explicar o que a Previdência Pública e Solidária e as pretensões do governo federal com a reforma da previdência. Está prevista a veiculação de notas explicativas nos rádios e nas redes de televisão.
Em Questão, as notícias do governo
O governo federal inaugurou no início de abril um novo instrumento de comunicação: o informativo Em Questão. Notícias sobre ações e razões do Poder Executivo estarão no boletim, que será enviado por meio eletrônico. A equipe de imprensa da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República (Secom), que elabora o boletim, diz que o Em Questão está em fase experimental e conta com críticas e sugestões dos leitores. Para receber o informativo, basta solicitar em mensagem para emquestao@planalto.gov.br.
Síntese pesquisa perfil dos trabalhadores da Educação em Sergipe
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe, Sintese, divulgou na semana passada o "Perfil das Escolas da Rede Estadual 2003", no qual faz uma análise da situação das 287 unidades da rede estadual em 58 municípios do Estado, incluindo Aracaju. É um diagnóstico da realidade precária e os principais problemas enfrentados pelas unidades de ensino", diz o presidente do sindicato, professor José Iran Barbosa Filho. O trabalho revela quantidade de professores em sala de aula, carências de educadores, participação da comunidade no projeto pedagógico, como é a atuação da escola, estrutura física, materiais didáticos e de expediente. A pesquisa também buscou informações sobre violência nas escolas e saúde dos educadores. Os interessados na pesquisa pode acessar o sitio do Sindicato www.sintese-se.com.br. Todas estas informações são imprescindíveis quando se tratar de definir um projeto de comunicação.
Cartilha mostra absurdo da guerra
"Guerra à Guerra - Contra o argumento das armas, as armas dos argumentos" é o nome da cartilha que dois deputados do PT do Rio de Janeiro elaboraram a fim de mostrar o absurdo da invasão do Iraque pelos Estados Unidos. A cartilha é composta por 25 perguntas e respostas sobre a corrida armamentista e os interesses que estão por trás das mortes e da destruição do patrimônio cultural do país onde nasceu a civilização. "Além do repúdio à invasão do Iraque, cada um de nós deve fazer sua parte: o jejum de produtos-símbolos do capitalismo belicista norte-americano", afirmam os deputados Chico Alencar, federal, e Alessandro Molon, estadual, ambos professores de história. Algumas das perguntas e respostas da cartilha: "Há quantos anos os EUA realizam ataques aéreos e bombardeios contra o Iraque? Onze anos, inclusive usando armas químicas e biológicas. A ONU calcula que sejam despejadas nove mil toneladas de explosivos nos ataques ao Iraque, espalhando óxido de urânio, substância cancerígena". "Qual era a mortalidade infantil no Iraque em 1989? Trinta e oito para cada mil nascidos." "Qual era a mortalidade infantil estimada, dez anos depois? Cento e trinta e um por mil nascidos, um aumento de 345%". "Quantas ogivas nucleares o Iraque possui? Nenhuma." "Quantas ogivas nucleares os EUA possuem? Mais de dez mil." Para solicitar a cartilha: 61 318-5848 / 21 2232-4413 ou dep.chicoalencar@camara.gov.br
De Olho Na Mídia
Chávez reúne nomes da esquerda para lembrar golpe
Caracas – “Quem está lá? As mulheres, onde estão? E os marmanjos? Levantem as mãos, para que possa vê-los. Minha mãe! Tem gente a perder de vista!” Boina e jaqueta vermelha, camiseta preta, jeans e tênis, Hugo Chávez, presidente da Venezuela, está com um binóculo, falando ao microfone, no alto da tribuna de um imenso palanque montado na avenida Simon Bolívar, no centro de Caracas, na noite do domingo, 13 de abril. À sua frente, concentram-se, em quase dois quilômetros da via de oito pistas, cerca de um milhão de pessoas, a agitar bandeiras e a entoar palavras de ordem. Acabou de cair uma chuva fina, coisa que não acontecia na capital do país andino há sete meses. “É um sinal dos céus!”, diz o presidente, “um sinal enviado para marcar este dia da dignidade do povo venezuelano!” Chávez está exultante. Com sua voz afinada, de baixo tenor, começa a cantar o hino nacional. O comício marca o primeiro aniversário da volta do presidente ao palácio de Miraflores, após a malogrado golpe midiático-empresarial que o tirou do governo por três dias.
Popularidade A popularidade governamental, medida pelos institutos de pesquisa controlados pelos meios de comunicação privados, conta mais de 40% de aprovação. Após derrotar os golpistas, Chávez enfrentou uma ameaça tão difícil quanto aquela: um locaute nacional, de dois meses, no início do ano, que praticamente estancou a produção da PDVSA (Petróleos de Venezuela S/A), representante de 70% da pauta de exportações do país. Enfrentando um desabastecimento generalizado e uma queda vertiginosa do PIB – o FMI fala em 15%, número contestado por Chávez – a administração federal conseguiu dividir o campo adversário e retomar o controle da empresa.
Ali Rodriguez, presidente da gigantesca estatal, conta que para chegar a isso teve de demitir 17 mil funcionários, cerca de 40% do efetivo, envolvidos em atos de sabotagem e paralisações. Longe de ser uma medida arbitrária, o gesto vira um jogo que corria desde o início do governo, em 1998: o Estado, único acionista, não controlava a corporação, que muitas vezes tomava atitudes francamente contrárias às orientações oficiais.
Encontro Mundial O comício da avenida Bolívar marca também o encerramento do chamado Encontro Mundial de Solidariedade à Revolução Bolivariana, promovido por diversas entidades, que agrupou cerca de 15 mil pessoas, incluindo mais de 500 estrangeiros de 57 países, entre quinta-feira (10) e domingo (13). Realizado no complexo hoteleiro do Parque Central – imenso conjunto de concreto interligado por rampas, passarelas e mezaninos, englobando auditórios, teatros, hotéis, centro de compras e restaurantes – o evento não teve como ser ignorado pela mídia, totalmente hostil ao governo (mais informações podem ser encontradas em www.forobolivariano.org.ve). Dois fatos talvez expliquem essa menção, que em outra situação não ocorreria.
O primeiro deles é a presença de diversas personalidades internacionais do mundo político e intelectual, como Evo Morales, Daniel Ortega, Ignácio Ramonet, Bernard Cassen, Tariq Ali, Perry Anderson, István Meszáros, Armand Mattelart, Jean Pierre Chevenmant, representantes de organizações como os zapatistas, Mães da Praça de Maio, MST, dentre outros (convidados, o PT e a CUT sequer deram resposta).
O segundo é o fracasso da manifestação marcada pela oposição, na noite de 11 de abril, data do golpe, no Parque Cristal, luxuosa área empresarial, na parte leste da cidade. Tendo, em outras ocasiões, juntado um público equivalente ao comício chavista, o leque de forças que tentou derrubar o governo conseguiu reunir apenas 4 mil ou 5 mil pessoas, exaustivamente convocadas pelas TVs e jornais.
Ofensiva “A população percebeu que boa parte da crise econômica foi agravada pela ação dos golpistas”, garante Gilberto Gimenez, assessor em Miraflores. Por conta disso, é nítida a percepção de que o governo rompeu a defensiva de meses atrás e desafia abertamente a direita. Os principais mentores do golpe, Pedro Carmona, empresário que chegou a assumir a Presidência por algumas horas, e Carlos Ortega, ex-alto funcionário da PDVSA que há décadas dirigia a Central de Trabalhadores da Venezuela (CTV), fugiram para o exterior. Vários outros estão sendo processados, após meses de tentativas de negociação e pesados ataques da mídia.
Iraque e globalização O Encontro Mundial também definiu um claro protesto contra a agressão norte-americana ao Iraque. Tariq Ali, intelectual paquistanês radicado em Londres, definiu bem os dilemas das forças que invadiram o país árabe: “Alegaram que o Iraque tinha armas de destruição em massa. Mentira, e a maior prova é a ocupação imperial. Os Estados Unidos só atacaram por saber que não havia tais artefatos, caso contrário pensariam duas vezes em fazê-lo”. Na densa pauta de exposições e debates, abertos ao público, não faltaram temas como democracia popular, meios de comunicação, economia, petróleo, reforma agrária, globalização, direitos humanos, minorias, cultura e Alca.
Paz armada Voltemos à avenida Bolívar. O discurso de Chávez, após duas horas e meia, está chegando ao fim. Ele enxuga o suor do rosto e bebe um gole d´água. Já falou de um de seus temas prediletos, a vida de Bolívar, “o Libertador”. Falou da guerra, da Alca, de sua amizade com Fidel Castro, da Constituição Bolivariana, do golpe e do ex-presidente chileno, Salvador Allende. Lembra que, a exemplo do governo da Unidade Popular, a Venezuela também realiza uma revolução pacífica, rumo ao socialismo. “Mas”, ressalta, “enquanto a revolução chilena era pacífica e desarmada, a nossa, com o apoio do exército, é pacífica e armada”. O presidente ainda anuncia a realização de um encontro continental de comunidades indígenas, a ser realizado em julho. “Depois, chamaremos os sem-terra de diversos países. E as mulheres, os jovens, os trabalhadores. A Venezuela deve se tornar um palco mundial de debate, aberto a todos os que lutam contra a opressão da economia de mercado”, afirma.
Comentário No fim, sobra um comentário para o Brasil. “Aquele povo, heróico como o venezuelano, também busca se levantar e elegeu um operário para a Presidência da República”. Segundo ele, Lula afirmou na posse “não poder descansar enquanto existir algum brasileiro passando fome”. Chávez toma mais um gole d’água e ressalta:
“Lula bem sabe que para que isso aconteça há que se fazer uma revolução. Não há outro caminho para nós da América Latina. Coisa diversa seria investir num trajeto que nos leva à derrota e à mentira.
O público delira. Chávez ainda entoa outra canção na úmida noite caraquenha, antes de descer exultante da tribuna. (Por Maringoni/ Agência Carta Maior).
O que você acha disso?
Modelo de Sérgio Motta caminha para concentração privada
O magnata da mídia Rupert Murdoch, dono da Sky e da Fox, comprou, esta semana, a Hughes Eletronics da General Motors. A Hughes é a dona da DirectTV. No Brasil, esta fusão entre Sky e DirecTV (depois de aprovada pelos órgãos que regulam a atividade econômica: SDE, SEAE e CADE) representa a concentração de mais de 95% do mercado de TV via satélite. A TecSat, empresa nacional em grandes dificuldades financeiras, passaria a ser a única concorrente de Murdoch. Sozinha, a nova Sky + DirectTV possui mais de 33% dos assinantes de TV paga no Brasil (cabo, MMDS e satélite) e todos os canais de notícias. Na mesma semana, a Qualcomm anunciou que pode fechar a operadora de telefonia fixa Vesper e sair do Brasil. O motivo é a impossibilidade de concorrer com as empresas que herdaram o espólio de telefonia fixa da antiga Telebrás (Telemar, Telefonica e Brasil Telecom) e o veto da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) para que a Vesper migrasse para a telefonia celular na faixa de 1,9Ghz. A Vesper concluiu que as operadoras de telefonia fixa se tornaram virtuais monopólios privados em suas respectivas áreas de concessão. Também nesta semana, as ibéricas Telefonica e Portugal Telecom anunciaram que suas operações de telefonia celular passam a funcionar com uma única marca: Vivo. Ao final do processo de fusão, a Vivo reunirá Telefonica Celular (Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul), TeleBahia Celular, TeleSergipe Celular, Telesp Celular, Global Telecom (Paraná e Santa Catarina), TCO (Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasília, Acre e Rondônia) e NBT (Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima). O mesmo deve acontecer, em pouco tempo, com a Americas Telecom, dona das marcas ATL (Rio de Janeiro e Espírito Santo), BSE (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas), Claro Digital (Rio Grande do Sul), Tess (São Paulo, exceto capital) e Americel (Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Brasília, Acre e Rondônia). No mercado de ações a grande expectativa é para saber quando, e para quem, serão vendidas as empresas que ainda não se uniram às quatro grandes operadoras de telefonia celular: TIM, Oi, Americas Telecom e Vivo. Já no final do mês de março, o governo federal, como sócio majoritário, anunciou a falência da Eletronet, empresa de transmissão de dados por fibra óptica através da infra-estrutura de energia elétrica. O motivo é o mesmo que afeta muitas de suas concorrentes: o crescimento da demanda não acompanhou a oferta e apenas poucas empresas devem sobrar no ramo. Todos estes recentes fatos somados mostram que, ao contrário da livre concorrência entre diversos operadores privados, nossos serviços de telecomunicações podem estar caminhando para um cenário de oligopólio privado. (Boletim Prometheus)
Proposta de Pauta
Relatório da OEA inclui capítulo sobre rádios comunitárias
A Relatoria para Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA) acaba de publicar seu relatório referente ao ano de 2002. No capítulo sobre “Liberdade de expressão e pobreza”, pela primeira vez podemos encontrar, no item E, o tema “O exercício da liberdade de expressão pelos meios de comunicação comunitários”. No relatório pode-se ler que “dada a importância que podem ter os canais de exercício da liberdade de expressão comunitária, resulta inadmissível o estabelecimento de marcos legais discriminatórios que obstaculizam a concessão de freqüências para rádios comunitárias. Igualmente preocupante resultam as práticas que, ainda nos casos de funcionamento no interior do marco da legalidade, implicam ameaças injustificadas de fechamento ou apreensão arbitrária dos equipamentos”. O relatório afirma que “os Estados, em sua função de administradores das ondas do espectro radioelétrico, devem concedê-las de acordo com critérios democráticos que garantam uma igualdade de oportunidade a todos os indivíduos...” O relatório pode ser encontrado, em espanhol, no endereço www.cidh.org/Relatoria/Spanish/InformeAnual/InfAnRel02/Indice2002.htm. (Boletim Prometheus)
Memória
Estado Novo de Vargas distribuiu verbas secretas a jornais em dificuldade
De 1939 a 1942, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) utilizou uma "verba secreta" para pagar subvenções mensais a cerca de 12 jornais do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Bahia. A revelação foi feita em 2000, pelo ex-diretor-administrativo do DIP, o jornalista Licurgo Ramos da Costa, e divulgado pela primeira vez agora. Morto em julho de 2002, aos 97 anos, Licurgo foi testemunha de várias fases da máquina de propaganda ideológica que enaltecia os feitos do Estado Novo e zelava pelo culto à personalidade do presidente e ditador Getúlio Vargas (1882-1954). Conforme o "Valor Econômico", Ramos da Costa era o responsável pela distribuição da verba destinada por Vargas a "auxiliar nas dificuldades financeiras" de empresas jornalísticas. Licurgo, que manteve em seu poder os recibos de pagamentos, rubricados pelo então diretor-geral do DIP, Lourival Fontes, calculou o montante em cerca de US$ 30 mil mensais, em valores da época. De acordo com o "Valor", as subvenções variavam de 25 a 100 contos de réis, sendo a maior parte destinada aos Diários Associados, então comandados por Assis Chateaubriand. Licurgo contou que o "Correio da Manhã", por exemplo, só aceitava receber anúncios do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de órgãos da administração federal, além de editais e mensagens oficiais.
Novos artigos em nossa página
O Dia da Mulher, nasceu das mulheres socialistas. Por Vito Giannotti
Quando começou a ser comemorado o Dia Internacional da Mulher? Quando começou a luta das mulheres por sua libertação? Qual a influência do movimento socialista na luta das mulheres? E o 8 de março como nasceu? A data teve origem do quê? Onde?
Estas e outras questões merecem uma atenção especial neste 2003, quando nos jornais e na internet apareceram repetidamente versões diferentes, da tradicional, sobre a origem do Dia da Mulher e seu significado. Todas estas versões, no entanto, esqueceram a palavra chave, que está na história da luta da mulher por sua libertação: mulher “socialista”.
Infâmia. Por Roberto Romano
Silêncio e Censura, Inimigos da Liberdade. Por Roberto Romano
Ave Maria, Cheia de graça - Por Cláudio Júlio Tognolli
Expediente
Boletim NPC
Coordenação: Vito Giannotti Edição e redação: Claudia Santiago e Sérgio Domingues Diagramação:Edson Dias Colaboradores: Gustavo Gindre, Kátia Marko, Leon Diniz e Rosângela Gil
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