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Boletim do
NPC —
Nº 203
— De 15 a 30/10/2011
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Agenda 2012 do NPC será sobre comunicação. A edição é limitada. Encomende a sua!
Já está na gráfica o livro agenda 2012 do NPC. O tema da agenda é comunicação e a disputa diária de hegemonia. Com tiragem limitada de apenas mil exemplares, a agenda traz informações sobre como a classe dominante se vale da censura, da repressão, da manipulação, da sedução, para impor as suas ideias. Também mostra as formas de resistência dos trabalhadores. São quase mil notícias sobre jornais, revistas, livros da imprensa operária, comunista e alternativa. Registros sobre muitas formas de comunicação: do jornal ao cartaz, do comício todo embandeirado a um filme ou música. Tudo isso apresentado numa perspectiva de disputa de ideias. Na abertura de cada mês, uma charge de Latuff e um texto sobre um tema específico. Entre eles, comunicação sindical, comunicação alternativa, mídia e mulheres. Cada exemplar custa R$ 20. O frete não está incluído neste preço. Quem quiser encomendar deve mandar e-mail para npiratininga@piratininga.org.br com o assunto ou ligar para (21) 2220 5618 / 2220 4830.
Últimas vagas para o 17º Curso Anual
Ainda há algumas vagas para o 17º Curso Anual do NPC. Quem quiser se inscrever deve entrar em contato o mais rápido possível com o NPC, pois as vagas nos hotéis próximos ao local do evento também estão se esgotando. O curso acontecerá de 16 a 20 de novembro no Clube de Engenharia, Centro do Rio de Janeiro. As inscrições de estudantes já foram encerradas. Comunicação e hegemonia num mundo em ebulição é o tema central do evento este ano. Vários assuntos serão tratados nas mesas e oficinas, entre eles: “Os 140 anos da Comuna de Paris” / “A mídia no mundo latino, árabe e europeu” / “Megaeventos e movimentos sociais” / “Arte e política na batalha de hegemonia” / “Plano Nacional dos Direitos Humanos e o Instituto Millenium”. Também será debatida a importância e os desafios da comunicação sindical e alternativa por todos os meios: jornal, internet, TV e rádio. Qual o papel que devem desempenhar na construção de uma sociedade justa, igualitária e humana? O curso é referência para sindicalistas, jornalistas, militantes sociais, professores e estudantes de comunicação do país inteiro, interessados em pensar a força da mídia na disputa de hegemonia na sociedade. Para conferir a programação completa e obter informações sobre inscrições, basta clicar aqui e visualizar o folder. Outros esclarecimentos pelos telefones (21)2220-5618 e 2220-4895. Ou pelo e-mail npiratininga@uol.com.br.
Radiografia da Comunicação Sindical
Jornal mensal do Senge-RJ: pauta ampliada
A opção editorial do Jornal do Engenheiro, publicação mensal do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ) pode ser tomada como exemplo por outros sindicatos que pretendem informar não apenas seus sócios. A pauta é ampliada, tratando de temas da cidade do Rio de Janeiro e de questões nacionais importantes. Os assuntos da categoria e a atuação do sindicato também têm destaque, mas não são os únicos temas tratados. Uma rápida olhada nas chamadas das capas das três últimas edições (julho, agosto e setembro de 2011) deixa esta opção bem clara. Chamada principal de julho: Os donos da bola > O projeto do novo Maracanã para a Copa de 2014 é apreciada por muitos, porém especialista afirma que haverá menos segurança, o público será reduzido, o ingresso ficará mais caro e que os atrasos das obras acontecem para justificar o superfaturamento. O novo estádio feito para a elite não será um legado para a cidade
Chamadas de agosto: Sob as garras neoliberais > Esgotamento sanitário de 21 bairros da zona oeste pode ser entregue à iniciativa privada > Concessão de aeroportos pronta para a decolagem Chamada principal de setembro: Oito décadas de Historia > Senge-RJ comemora 80 anos de lutas e conquistas Para ler várias edições completas do jornal do Senge-RJ, clique aqui e acesse a versão digital da publicação. http://www.sengerj.org.br/sengerj/index8.php
Proposta de Pauta
Mesmo com queda, jornais alcançam mais pessoas que a internet, diz estudo
[Publicado em 13.10.2011 - Por Portal Imprensa] Uma pesquisa da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA, sigla em inglês) afirma que, apesar da queda na circulação, os jornais ainda alcançam 20% mais pessoas do que a internet em todo o mundo. Os impressos diários passaram de 528 milhões, em 2009, para 519 milhões, em 2010, representando uma diminuição de 2% na circulação. Porém, eles são lidos por 2,3 bilhões de pessoas, enquanto a mídia digital alcança 1,9 bilhão de leitores."A circulação é como o sol. Está subindo no Oriente e caindo no Ocidente", aponta o diretor-executivo da WAN-IFRA, Christoph Riess, que apresentou a pesquisa anual no Congresso Mundial de Jornais e no Fórum Mundial de Editores, em Viena, Áustria. A pesquisa foi feita em 69 países, que correspondem a 90% do mercado mundial de jornais, considerando receita de vendas e anúncios. O estudo apontou que os padrões de consumo de mídia variam muito no mundo. Enquanto a circulação de impressos aumenta na Ásia (7%) e na América Latina (2%), diminui na Europa (2,5%) e nos Estados Unidos (11%). A principal queda está em diários gratuitos, que passaram de 34 milhões, em 2008, para 24 milhões, em 2010. Segundo a pesquisa, a Islândia é o país onde os jornais têm maior alcance, chegando a 96% da população. Em seguida aparece o Japão, com 92%; Noruega, Suécia e Suiça, com 82%, Finlândia e Hong Kong, com 80%. Em uma média global, os jornais atraem 8% do tempo dedicado pelas pessoas a meios de comunicação em geral, mas, mesmo assim, comportam 20% de toda a receita obtida pelas mídias de informação. As informações são do site do Estadão.
A Comunicação que queremos
Reportagens do Brasil de Fato e do Sindicato dos Professores de MG entre as finalistas do Prêmio Abdias do Nascimento
Os finalistas da 1ª edição do Prêmio Abdias do Nascimento já foram escolhidos. Na categoria Mídia Alternativa ou Comunitária o Jornal Brasil de Fato conseguiu duas indicações: com as reportagens “Um Quilombo no Paraíso Carioca”, de Leandro Uchoas e “Supermercado ou Pelourinho”, de Eduardo Sales e Jorge Toledo. Na categoria Especial de Gênero, as finalistas são Célia Regina, da Revista Raça Brasil, com a reportagem “Mulheres Negras” e Janine Maia, com a reportagem “Invenção Quilombola”, publicada no Diário do Nordeste-CE. Débora Junqueira, da Revista Elas por Elas, do Sindicato dos Professores de MG, também é finalistas nestas duas categorias com a reportagem “Profissão Doméstica”. O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento é uma iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e conta com a parceria da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e do Centro de Informações das Nações Unidas no Brasil (Unic-Rio) e do CULTNE Acervo Digital da Cultura Negra. Tem ainda o apoio da Superintendência de Igualdade Racial do Estado do Rio de Janeiro (SUPIR) e do Conselho Estadual dos Direitos dos Negros (CEDINE). Os vencedores serão conhecidos na festa de entrega dos troféus, para convidados, a ser realizada no dia 7 de novembro no Teatro Oi Casa Grande, Rio de Janeiro.
Importância da universalidade do acesso à banda larga é destacada no I Forum da Internet no Brasil
[Publicado em 19.10.11 - Por Marina Schneider] O I Fórum da Internet no Brasil, promovido pelo Comitê Gestor da Internet (CGI), nos dias 13 e 14 de outubro, em São Paulo, reuniu cerca de mil pessoas que participaram de debates sobre os desafios atuais e do futuro da internet no Brasil. Na plenária final, os principais temas, consensos e dissensos de cada uma das trilhas de discussão foram apresentados pelos coordenadores dos grupos e reforçados, contestados ou complementados pelos participantes. Diversidade cultural nos conteúdos, necessidade de investimento em produção de plataformas independentes, governança, transparência e marco regulatório foram algumas das questões abordadas. A importância da universalidade do acesso e a necessidade de se levar o debate sobre a banda larga para toda a sociedade foi destacada nas falas de vários participantes. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que esteve na plenária final, sugeriu que os especialistas e militantes do setor sejam didáticos ao falar sobre a banda larga em entrevistas aos meios de comunicação para que todos entendam e possam se envolver com esta questão. Ele se comprometeu a ler as principais demandas apontadas pelo Fórum no Senado.
Democratização da Comunicação
Liberdade de imprensa é ter Marco Regulatório das Comunicações
[Publicado em 18.10.2011 - Por Instituto Telecom] Resultado de anos de debate, reivindicações e principalmente das resoluções aprovadas na I Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), a Plataforma para um Novo Marco Regulatório das Comunicações, construída pelos movimentos sociais, será neste 18 de outubro, Dia Mundial da Democratização da Comunicação, em atividades por todo o país. Fruto de uma Consulta Pública organizada pelas entidades da sociedade civil, a Plataforma recebeu mais de 200 contribuições e é uma iniciativa contundente na luta contra a fragmentada legislação do setor, constituída por leis incoerentes e que não dialogam entre si. Um cenário propício à formação dos oligopólios da mídia e à falta de liberdade de comunicação, direito fundamental ainda não exercido pela população.
Embora existam avanços, como a realização da I Confecom e a aprovação do PLC 116, que abre o mercado de TV a cabo e incentiva a produção nacional, 23 anos depois o país ainda aguarda a regulamentação de artigos extremamente relevantes da Constituição Federal, como o 220, 221 e 223. Estes tratam, respectivamente, da defesa da liberdade de expressão, da proibição da formação de oligopólios e monopólios; dos princípios a serem seguidos pelos meios de comunicação, como a promoção da cultura nacional e regional e o estímulo à produção independente; e determina que os sistemas privado, público e estatal de mídia devem ser complementares. O Brasil precisa urgentemente acompanhar os passos de países vizinhos como Chile e Argentina. Esta última deu exemplo de cidadania ao regulamentar, em outubro de 2009, a chamada nova Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual (Ley de Medios) que substituiu o autoritário decreto-lei Nº 22.285, sancionado em 1980 pela ditadura militar. Sim, porque grande parte das leis responsáveis pelas comunicações que não passaram pelo processo necessário de reformulação, não só estão defasadas como ainda guardam influências e interesses defendidos pelos regimes ditatoriais dos anos 70/80. Clique aqui e leia o texto completo.
De Olho Na Mídia
Enquanto O Globo joga leitores contra moradores de rua, promotor compara elitismo da burguesia paulistana ao nazismo
[Por Claudia Santiago - NPC] No dia 7 de outubro de 2011, o jornal carioca O Globo fez a alegria de seus leitores mais conservadores. Ou, como diria o promotor paulistano Mariano Antonio Ribeiro Lopes, nazistas. Em matéria intitulada “Mendigos tipo exportação” o jornal instiga os leitores contra os moradores de rua, usando como principal argumento o fato de alguns serem provenientes de outras cidades, ou mesmo outros países. Além disso, o jornal mostrava espanto com o fato de terem encontrado 15 moradores de rua em Ipanema e Leblon, bairros que reúnem, juntos, quase 90 mil pessoas. O espanto se deve ao fato destes 15 sem-teto não pagarem o IPTU e viverem nas ruas de tão nobre clientela. . A linguagem usada na matéria é policialesca sem nenhum pudor. Diz que “o jornal flagrou os moradores...”. Como se eles estivessem cometendo algum delito, além de existirem e estarem em algum lugar. Nenhuma empatia com o fato de encontrarem pessoas dormindo enroladas em sacos de lixo. Nada. Para corroborar seus argumentos eles vão buscar a opinião de um turista estadunidense. Uma semana depois, a tristeza sentida pelo comportamento dos jornalistas de O Globo deu lugar a uma profunda alegria provocada pelo promotor do Estado de São Paulo Mariano Antonio Ribeiro Lopes. A uma tentativa judicial de moradores de Pinheiro, na zona leste da capital paulista, de impedir a transferência de um albergue para uma zona nobilíssima, respondeu: “É de provocar inveja a qualquer higienista social do Terceiro Reich a demonstração de tal insensibilidade”. E completou: “Não faz muito e vimos parcelas da mesma aristocracia amaldiçoando a chegada do metrô a Higienópolis. Agora é a vez do albergue a Pinheiros. Se não fizermos nada, um dia impedirão que chegue água, energia elétrica, asfalto a outros bairros da cidade”.
Tragédias na hora do almoço
[Publicado em 17.10.11 – Por Laurindo Leal Filho*, na Carta Maior**] Muita gente ainda almoça em casa no Brasil, embora o hábito venha diminuindo nos últimos anos por conta das dificuldades cada vez maiores de deslocamento em quase todas as cidades. Mas além dos que trabalham fora e ainda têm essa possibilidade há crianças, jovens, idosos, donas de casa e pessoas com outros tipos de afazeres que seguem almoçando em casa todos os dias. Sem dúvida, um privilégio. Salvo por um pequeno senão: a TV ligada nesse horário. Na tela, muitas cenas são incompatíveis com uma refeição saudável. Por exemplo: justiceiros arrastando um homem para a morte, com o som dos seus apelos desesperados pela vida, das ordens de atirar (e em que parte específica do corpo), dos tiros, das recomendações para crianças saírem de perto e finalmente as chamas consumindo a vítima. Pode haver algo mais escabroso para ser mostrado em qualquer horário? Essas cenas foram exibidas perto do meio-dia no programa “Cardinot Aqui na Clube”, da TV Clube, afiliada da Bandeirantes em Recife. É apresentado por Josley Cardinot que tem contra ele uma ação na justiça por mostrar, anteriormente, conteúdos semelhantes no programa “Bronca Pesada”, então transmitido pelo canal local do SBT. E não adianta mudar de estação. As diferenças entre os programas são muito pequenas. Clique aqui para continuar lendo. *Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho. **(*) Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de outubro de 2011.
Globo sabota jogos Pan-Americanos
[Publicado em 17.10.11 - Por Altamiro Borges, em seu blog] No momento em que setores da sociedade discutem a urgência de um novo marco regulatório da mídia, é emblemática a postura da prepotente TV Globo na cobertura dos jogos Pan Americanos, que ocorrem em Guadalajara, México. A emissora, que cochilou e perdeu o direito de exclusividade da transmissão para a TV Record, simplesmente decidiu invisibilizar o torneio. Ela está sabotando o Pan! O caso é tão cavernoso que gerou protestos de telespectadores. Nas redes sociais, a emissora foi bombardeada. Diante da reação, o Jornal Nacional só rompeu o silêncio no sábado e reservou “longos” 20 segundos para falar das medalhas já conquistadas pelos brasileiros. Renata Vasconcelos, âncora do programa, relatou friamente as conquistas das medalhas no taekwondo e no pentatlo.
O crime será apurado?
Foi a primeira vez que o JN tratou dos jogos de Guadalajara - em pauta há vários meses. Na sexta-feira (14), dia da cerimônia de abertura oficial do Pan, a emissora simplesmente se fingiu de morta. Os jogos viraram “não notícia”, penalizando milhões de brasileiros que ainda assistem esta concessionária pública. Um crime que mereceria apuração, caso houvesse um órgão regulador da mídia no Brasil! Clique aqui e leia o texto completo.
EBC admite erro sobre interferência de rádios comunitárias e livres
[Publicado em 18.10.11 – Por Agência Pulsar Brasil] A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) reconheceu erro em matéria sobre rádios comunitárias e livres. No texto publicado na Agência Brasil, o “mito da interferência” era reforçado, criminalizando rádios que lutam pelo direito à comunicação. A reportagem falava sobre o fechamento de 153 rádios em apenas dois meses, escutando organizações que lutam pela democratização da comunicação como a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) e a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço).
No entanto, trazia no final, como uma espécie de conclusão, um conteúdo questionado por leitores e integrantes de movimentos sociais. O trecho afirmava que as emissoras, “na tentativa de burlar o Poder Público”, funcionavam em frequências “inadequadas”. Além disso, reforçava a ideia de que as comunitárias e livres trariam “riscos à população” por interferirem na comunicação de bombeiros, polícia e na aviação. Em nota, a EBC afirmou que o trecho estava “sem identificação de fonte e totalmente fora de contexto”, tendo ocorrido por um erro de edição.
Além de se retratar, a empresa retirou o parágrafo em questão. A empresa pública, então, contextualiza a realidade das emissoras comunitárias, dizendo que no país “alguns têm certos privilégios para obter e manter concessões enquanto outros lutam a vida inteira e não as conseguem”. De acordo com o Centro de Mídia Independente (CMI), que deu visibilidade ao caso, o “mito da interferência” é uma “mentira criada por empresas que querem manter o monopólio dos meios de comunicação e fazem o lobbie pela repressão” exercida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pela Polícia Federal.
De Olho Na Vida
Carta desabafo de uma bancária à Globo
[Publicado em 19.10.2011 - Por Teresa Roberta Soares, na página do Sindicato dos Bancários de Divinópolis e Região] Carta à Direção Globo de Jornalismo
Sr. Carlos Henrique Schroder,
É com grande insatisfação que escrevo aqui em nome de quase 500 mil bancários existentes no Brasil. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que estamos indignados com o tratamento que os telejornais da Central Globo de Jornalismo, subordinada a sua Direção Geral de Jornalismo e Esportes (DGJE), estão dando a nossa greve. Todos os dias suas reportagens altamente parciais (sempre do lado dos banqueiros, o capital de vocês) mostram nossa greve prejudicando clientes, idosos, etc. O que vocês não mostram é o quanto nós somos prejudicados o ano inteiro.
Sr. Carlos Henrique Schroder, aos 16 anos, quando entrei para a faculdade de jornalismo, eu achava que poderia mudar o mundo. Aos 20, quando acabei a faculdade, percebi que o mundo é que havia me mudado. Decidi ser bancária, que por sinal é uma profissão muito digna, talvez até mais digna do que aquela profissão que me fez passar quatro anos na universidade.
Sr. Carlos, nós, bancários, trabalhamos feito robôs. Em minha agência somos 24 funcionários e temos que atender em média 500 clientes por dia, em seis horas de trabalho, sendo no máximo 15 minutos para atender cada cliente, o que matematicamente torna-se uma conta impossível.
SBT deve pagar R$ 15 mil a homem chamado de ladrão
[Publicado em 14.10.2011, no Consultor Jurídico] A 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou a condenação do SBT, por dano moral, mas reduziu o quantum indenizatório de R$ 30 mil para R$ 15 mil. O autor da ação teve seu nome e imagem associados ao roubo de carros em uma reportagem veiculada no programa SBT Rio Grande. O acórdão é do dia 29 de setembro. O autor afirmou que sua imagem foi exposta depois ter sido preso pela autoridade policial, na companhia de outro rapaz, por supostamente estar envolvido em roubo e receptação de veículos. Explicou que estava no local ao acaso, que não foi autuado em flagrante pela autoridade policial e acabou ouvido como testemunha. Segundo a peça inicial, o SBT tratou o autor com um marginal, mostrando sua imagem algemado e jogado no chão como um animal imobilizado, insinuando tratar-se de ladrão e assaltante, participante de quadrilha. Após a divulgação da reportagem, o autor perdeu o emprego e virou motivo de piadas. Mesmo após a conclusão do auto-de-prisão em flagrante, onde foi constatado que o autor não era responsável por nenhum crime, a reportagem continuava a ser exibida na internet, de acordo com os autos. Clique aqui e leia a matéria completa.
Após três anos da lei, seis Estados ainda não pagam piso a professores
[Publicado em 07.10.2011 - Por Angela Chagas, Camila Soares e Eloisa Loose, do Portal Terra] Sancionada pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2008, a lei 11.738, que estabelece o piso nacional para os professores da educação básica, ainda não é cumprida em seis Estados brasileiros. Após a contestação da constitucionalidade da lei por governadores, o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou acórdão em agosto deste ano confirmando a validade do piso como vencimento básico. Apesar disso, para os professores de Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Pará e Amapá, receber o mínimo de R$ 1.187 ainda parece ser uma realidade distante. Veja quanto ganha um professor em cada Estado brasileiro. http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/salarios-professores/ De acordo com levantamento exclusivo do Terra com as secretarias de Educação, os Estados alegam falta de recursos financeiros como principal entrave para garantir o piso da categoria. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB) ingressou com ação direta de inconstitucionalidade para não pagar o piso em 2008. No cargo desde janeiro de 2011, o atual governador, Tarso Genro (PT), reafirmou que o Estado não tem condições de arcar imediatamente com o impacto da medida - estimado em R$ 1,7 bilhão por ano - e protocolou pedido ao STF para que a lei possa ser cumprida até 2014. O governo do RS, que paga R$ 862,80 para uma jornada de 40 horas, diz que o reajuste será pago gradativamente aos 160 mil docentes até o fim de 2014. "O impacto para as contas públicas é muito elevado, mas nós reconhecemos o piso e o governador assumiu o compromisso de, até o final de sua gestão, honrar com o pagamento", diz José Tadeu de Almeida, diretor-geral adjunto da secretaria de Educação. Os professores têm realizado manifestações para pressionar pelo cumprimento imediato da lei, e o sindicato local (Cpers) e o Ministério Público já entraram com ações na Justiça contra o governo. A possibilidade de greve, contudo, foi rejeitada em assembleia da categoria. Em outros Estados, porém, a paralisação das atividades foi a única forma encontrada para pressionar os governantes. Em Minas Gerais, os docentes retomaram as aulas apenas em 29 de setembro, após 112 dias de greve - marcados, no final, por cenas dramáticas de dois professores que fizeram greve de fome. Em Minas, um professor de nível médio com carga horária de 24 horas semanais recebe R$ 369 como vencimento básico, um dos salários mais baixos do País. Para estar enquadrado na lei do piso, o Estado deveria pagar R$ 712,20 para esta jornada. Após os protestos e longas negociações, no entanto, o governo decidiu que vai pagar o piso, mas somente a partir de janeiro de 2012. Leia a matéria completa aqui.
Homicídios no Brasil representam genocídio silencioso
[Publicado em 15.10.11 - Por José Carlos Portella Jr*, no Consultor Jurídico] No dia 6 de outubro, foi anunciado pelo Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODOC) o “Estudo Global sobre Homicídios”, o qual mostra que em 2009, lamentavelmente, foram cometidos 22,7 homicídios para o grupo de cada 100 mil habitantes no Brasil. O índice canadense, para o mesmo período, foi de 1,81. Na América do Sul, o índice brasileiro só é inferior ao da Venezuela (49 por 100 mil) e ao da Colômbia (33,4). No ranking mundial, o Brasil ocupa o 24° lugar, na frente de países conflagrados como, Iraque, Palestina e Afeganistão. Em números absolutos, o Brasil ocupa a liderança do ranking, com 43.909 pessoas assassinadas em 2009. Diante desses números, com tristeza se constata que o Brasil está à beira de uma crise humanitária, igualável a de países que sofrem com o flagelo da guerra. É um verdadeiro genocídio silencioso que vitima, em sua maioria, homens negros e pobres, com idade entre 15 e 24 anos. Pela mídia, acompanhamos atônitos aos massacres promovidos pelos governos despóticos contra a população civil na Palestina, na Líbia ou no Sudão; somos capazes de nos comover com o destino trágico de africanos e árabes, mas não conseguimos nos revoltar com o morticínio de jovens brasileiros nas periferias do país. Enquanto nos omitimos, o genocídio no Brasil segue implacável e destrói o futuro desta jovem nação. Clique aqui para ler o texto completo. *José Carlos Portella Jr é advogado criminalista e professor do Curso de Direito do Centro Universitário Curitiba e das Faculdades Dom Bosco.
De Olho No Mundo
As razões do movimento
[Publicado em 18.10.2011 – Por Mauro Santayana, em seu blog] O movimento de protesto nos Estados Unidos teve ontem (12.10) um dia diferente em Nova Iorque: piquetes de centenas de pessoas se manifestaram às portas de cinco dos maiores milionários de Manhattan, começando pela casa de Rupert Murdoch. Outras residências visitadas foram as dos banqueiros John Paulson, Jamie Dimon, David Koch, e Howard Millstein - todos eles envolvidos nos grandes escândalos de Wall Street, e socorridos por Bush. Os lemas foram os mesmos: que tratassem de devolver o que haviam retirado da economia popular.
A polícia limitou-se a conter, com barreiras, os manifestantes. Mas a mesma coisa não ocorreu em Boston. A polícia municipal atuou com extrema violência durante a madrugada de ontem, atacando, com porretes, dezenas de manifestantes e ferindo dois veteranos de guerra, um deles, de 74 anos, ex-combatente no Vietnã. O “Occupy Together” atingiu mais de 1.200 cidades norte-americanas, em preparação para as grandes concentrações nacionais no sábado, dia 15.
Conforme o jornalista americano David Graeber, em incisivo artigo publicado pelo The Guardian, os jovens, e também homens maduros, vão às ruas nos Estados Unidos em busca de empregos, de boa educação, de paz, é certo, mas querem muito mais do que isso. Eles contestam um sistema que deixou de servir aos homens, para servir apenas aos banqueiros e a um capitalismo anacrônico. “Para que serve o capitalismo?”, é uma de suas perguntas. Eles contestam um sistema baseado no consumo supérfluo de uns, fundado na negação das necessidades básicas de 99% da população de seu país. Descobriram que o seu futuro, os seus sonhos, o seu destino e a sua vida foram roubados pelo sistema que deixou de ser democrático. Clique aqui e continue lendo este artigo.
Nossa missão: envolver-nos!
[Publicado em 08.10.2011 – Por Michael Moore, na Adital*] Nova York tem oito milhões de habitantes; um milhão vive na pobreza. É uma vergonha! E, no entanto, o sistema não se detém. Não importa quanta vergonha possamos sentir; a maquinaria vai adiante, para fazer mais dinheiro. Novas maneiras de trapacear com as aposentadorias; de roubar ainda mais. Porém, algo está acontecendo em Liberty Plaza.
Estive em Liberty Plaza para escrever um par de notas. E voltarei. Estão fazendo um grande trabalho lá. E estão recebendo cada vez mais apoio. Em uma dessas noites, o sindicato de empregados de transportes –os condutores de ônibus, condutores da metropolitana- voltou com entusiasmo para dar sustentação ao protesto. Há três dias, 700 pilotos de linha –sobretudo de United e de Continental- marcharam por Wall Street. Não sei se deu para assistir na TV.
Sei como esteve a cobertura aqui; mostraram apenas uns poucos hippies que tocavam tambores – coisas típicas que os jornais buscam. Por favor, que Deus abençoe os hippies que tocam seus tambores! Mas, eu lhes digo o que vi naquela praça. Vi jovens e anciãos; gente de todo tipo e de todas as cores e de todas as religiões. Vi também as pessoas que votam por Ron Paul (o candidato presidencial ultraconservador que quer abolir o Banco Central). Quero dizer, era um grupo de gente de todo tipo. Estavam pessoas enfermas; estavam os professores. Hoje, haverá manifestação: também os condutores de ônibus e da metropolitana marcharão de novo pela Wall Street. Escutei dizer que a UAW (sindicato dos operários automotivos) está pensando em algo parecido. Pensem! Seu pior pesadelo se converterá em realidade.
Os hippies e os operários automotivos que marcham juntos! As pessoas entenderam. E toda essa história sobre as divisões internas... Não interessa às pessoas. Porque dessa vez trata-se de seus próprios filhos que correm o risco de não poder ir à escola. Dessa vez correm o risco de ficar sem casa. Clique aqui para ler o artigo completo de Michael Moore.
Polícia chilena é alvo de 1ª acusação formal de sequestro de jornalista desde fim da era Pinochet
[Publicado em 14.10.11, na Folha de São Paulo] O caso do fotógrafo Fernando Fiedler, da agência italiana IPS (International Press Service, na sigla em inglês), está entre outros dez episódios de abdução, espancamento e ameaça a jornalistas ocorridos desde o início do governo do presidente centro-direitista Sebastián Piñera, em março de 2010. Reportagem de João Paulo Charleaux. Além de Fiedler, outro fotógrafo, Jorge Villegas, da agência chinesa de notícias Xinhua, afirma ter sido intoxicado, em agosto, por uma bomba de gás lacrimogêneo, pressionada contra seu rosto por policiais, durante um protesto estudantil. Outros sete jornalistas apresentaram denúncias semelhantes. Leia a reportagem completa aqui!
NPC Informa
Jornalista que denunciou trabalho escravo em fazenda é agredido em evento beneficente
[Publicado em 13.10.2011 – Por Alessandra Ungria,* do Portal Imprensa] O jornalista Antonio Carlos Ferrari, do site Itaporã Hoje, de Mato Grosso do Sul, foi agredido em um evento beneficente que cobria no domingo (9). Amâncio Pereira Cortez e seu filho, Willian Fortes Pereira, donos de uma fazenda local, deram socos no profissional. "Meu óculos voou longe. As pessoas tiveram de segurar ele", afirmou Ferrari em entrevista ao Portal IMPRENSA. Há aproximadamente um ano, o jornalista foi convidado pelo delegado da cidade, Winston Ramão Albres Garcia, e uma assistente social a acompanhar fiscalização na propriedade dos agressores, que estava sob suspeita de realizar trabalho escravo com dois idosos. Confirmada a denúncia e publicada matéria sobre o caso no site, Cortez realizou diversas ameaças a Ferrari. "Eu achei que, como ele estava meio nervoso na época com a situação, ele não iria realmente me agredir". Ferrari pretende processar Cortez pelas lesões e pelas ameaças. "A gente não pode deixar de graça, temos um nome a zelar", ressaltou. O Portal IMPRENSA entrou em contato com a delegacia, mas não conseguiu entrevistar Garcia. Cortez não foi localizado pela reportagem. * com supervisão de Gustavo Ferrari
Quadro “Outro Olhar”, do programa “Repórter Brasil” abre espaço para participação da sociedade
[Publicado em 18.10.11 – Divulgação] A TV Brasil tem uma iniciativa de jornalismo participativo, que é um quadro chamado Outro Olhar, um espaço das produções audiovisuais da sociedade no jornalismo da TV. Com cerca de 2 minutos, o quadro vai ar no telejornal Repórter Brasil, às 21 horas. Os vídeos são de produtores independentes, pontos de cultura, cooperativas, cidadãos comuns, grupos e movimentos sociais. São exibidas reportagens, entrevistas e imagens nos mais variados formatos: curta-metragem, mini-documentário, vídeos de celulares, máquinas fotográficas etc. Clique aqui e saiba como participar.
Imagens da Vida
Oposição Metalúrgica
Foto: Luisa Souto Encontro de Vito Giannotti e Raimundo Pereira: dois gigantes da comunicação alternativa durante homenagem à Oposição Metalúrgica no último dia 15, em São Paulo
Dicas
Filme: Braços Cruzados, Máquinas Paradas
"Braços Cruzados, Máquinas Paradas" é um filme sobre a luta e a organização dos metalúrgicos de São Paulo. A eleição do sindicato e a greve que ocorreu em 1978, e que mudaria o cenário sindical brasileiro, dão ao filme as cenas de ação, em meio a uma profunda discussão sobre o sindicalismo brasileiro e um dos seus maiores problemas: a estrutura sindical corporativa do Estado. Em 1978 fazia 14 anos que o país vivia sob a ditadura militar. Desde 1968, praticamente não se ouvia falar em greves. Milhares de sindicalistas foram presos, torturados ou mortos. Nos sindicatos reinavam os pelegos indicados pelo governo. Entre os metalúrgicos de São Paulo havia um grupo de trabalhadores ligados à Oposição Sindical Metalúrgica (OSM-SP), que organizava comissões de trabalhadores por fábricas. No mesmo ano de 78 lançaram uma chapa para o sindicato. Em meio ao processo da campanha eleitoral, ocorreu a greve dos metalúrgicos do ABC. A OSM-SP consegue então mobilizar a categoria e deflagrar uma das mais importantes greves do país. Contra os patrões, o governo, a polícia e o sindicato, os trabalhadores entravam nas fábricas e, ao lado das máquinas paradas, permaneciam de braços cruzados. A vitória obtida no processo eleitoral do sindicato da América Latina não pode, porém, ser comemorada. Novamente o governo interveio no sindicato e nomeou uma diretoria comprometida com os seus interesses e dos patrões. A OSM-SP, as organizações de base e o espírito de luta demonstrado naqueles dias, contudo, não foram esquecidos. Nascia ali um novo sindicalismo. Junto com os metalúrgicos do ABC e diversos outros sindicatos e oposições sindicais de todo o país a OSM-SP criaria, anos depois, a CUT. Suas ideias e praticas iriam influenciar o sindicalismo brasileiro por muitos anos e sua luta entraria para a história como uma das mas radicais e belas experiências da classe trabalhadora no Brasil. É um filme indicado para aulas de História, de Cidadania e para cursos de formação sindical e debates políticos. Saiu em DVD pela Videofilmes, mas também pode ser visto na internet: http://blip.tv/videotecabnm/bra%C3%A7os-cruzados-m%C3%A1quinas-paradas-4642285 Ficha técnica Data: 1978 Direção: Sérgio de Toledo Segall e Roberto Grewitz Duração: 76 minutos Realização: Grupo Tanumã
Aniversário do Museu Afro Brasil, em São Paulo
*Com informações do Museu Afro Brasil
A exposição “O sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste”, aberta nesta quinta-feira, 20.10, inicia a celebração do aniversário do Museu Afro Brasil, que comemora sete anos no dia 23.10. O museu fica no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e reúne mais de cinco mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas produzidos entre o século XV e os dias de hoje. São diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão. No espaço está regsitrada a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. A mostra “O sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste” é de curadoria de Emanoel Araujo e tem aproximadamente 800 obras. A exposição explora a relação do homem sertanejo com o com o místico e com a natureza áspera que o cerca. A mostra conta, ainda, com cenários e recursos multimídia, com espaços de luz e som, criando uma maior aproximação entre o público e a temática. Há também por palestras e oficinas. Clique aqui e saiba mais sobre o Museu Afro Brasil.
Pérolas
Por Mariano Antonio Ribeiro Lopes
"É de provocar inveja a qualquer higienista social do Terceiro Reich a demonstração de tal insensibilidade”. . Promotor do Estado de São Paulo Mariano Antonio Ribeiro Lopes respondendo a uma tentativa judicial de moradores de Pinheiro, na zona leste da capital paulista, de impedir a transferência de um albergue para uma zona nobre do bairro
Por Waldemar Rossi, de Charles Chaplin*
“Para que chorar o que passou / Lamentar perdidas ilusões / Se o ideal que sempre nos acalentou / Renascerá em outros corações” *Trecho da versão em português da música Luzes da Ribalta, do filme de mesmo nome escrito, dirigido e com atuação de Charles Chaplin. Foi citada por Waldemar Rossi, um dos fundadores da Oposição Metalúrgica de São Paulo, na homenagem que a organização recebeu no último sábado, 15.10, no Memorial da Resistência, em São Paulo.
Memória
Oposição Sindical Metalúrgica é homenageada em São Paulo
Foto: Luisa Souto .
Publicado em 18.10.2011 – Por Marina Schneider, com informações do projeto Memória da OSM-SP .
O último sábado (15.10) foi de muita emoção e reencontros para parentes, amigos e membros da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (OSM-SP). Dezenas de homens e mulheres que participaram da combativa organização foram homenageados no Memorial da Resistência, em São Paulo. O museu preserva a história da repressão e da resistência à ditadura civil-militar e funciona no prédio do antigo Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo – Deops/SP. A organização da homenagem foi do Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo. O auditório ficou lotado, dezenas de pessoas acompanharam em pé, sentadas no chão e em um salão do lado de fora onde foi colocado um telão. Leia a reportagem completa!
O padre e a juventude operária - Agostinho Pretto (1924-2011)
[Publicado em 19.10.11 – Por Estêvão Bertoni, na Folha de São Paulo] Padre Agostinho Pretto ficou anos sem tocar no assunto com a família. Só muito tempo depois falaria abertamente sobre o período em que foi preso e torturado, durante a ditadura (1964-1985). Neto de italianos e filho de agricultores, Agostinho nasceu em Encantado, cidade gaúcha de 20.510 habitantes. Entrou para o seminário ainda novo e se ordenou padre em 1953, em Porto Alegre. Logo começou a trabalhar na cidade com jovens e a organizar a JOC (Juventude Operária Católica). Em 1963, a pedido de dom Hélder Câmara, mudou-se para o Rio, para ser assistente eclesiástico nacional do movimento. Seu envolvimento foi tanto que acabou se tornando assistente da JOC na América Latina. Visitou vários países ajudando a criar lideranças. No governo militar, porém, com a repressão aos movimentos de esquerda, teve de viver clandestinamente numa favela. Em 1970, acabou preso e torturado - ficou mais de dois meses na cadeia. Após ser solto, exilou-se no Peru. Voltou em 1974, para morar em Nova Iguaçu (RJ), onde continuou envolvido com movimentos populares. Fundou a Pastoral Operária. Ronaldo, que trabalhava com o padre desde os anos 80, lembra que Agostinho até sequestrado foi, quando era pároco num bairro violento da cidade. Conseguiu fugir após pedir para rezar uma missa: pegou o carro e sumiu. Segundo os sobrinhos, o padre era muito humilde, desprendido de valores materiais e de ótima memória. Teve um câncer na garganta. Morreu na quinta-feira (06.10), aos 87 anos, após sofrer um infarto.
Artigos
TV paga x TV aberta: Quem (de fato) ganha com a Lei 12.485?
[Publicado em 19.10.11 – Por Venício Lima*, na Carta Maior] No dia 12 de outubro, completou-se um mês que a Presidenta Dilma Roussef sancionou o PLC 116 (antigo PL 29) e o transformou na Lei n. 12.485 que “dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado”. Trata-se de uma lei complexa que, depois de longa tramitação no Congresso Nacional, iniciada ainda em 2007, havia sido aprovada no Senado Federal no dia 16 de agosto. Muito já foi dito e escrito sobre o tema. Especialistas comprometidos com a democratização das comunicações têm elogiado a Lei e até mesmo afirmado que aqueles que não a celebram “ainda não entenderam as mudanças que ocorrem no mundo e vivem no passado”. Todavia, dúvidas importantes persistem, o debate continua necessário e algumas questões não podem ser ignoradas, inclusive a relação da Lei com o inadiável marco regulatório para as comunicações. Para se compreender a Lei e algumas de suas questões polêmicas. Clique aqui para continuar lendo o artigo.
Comunicação e hegemonia: a batalha exige convencimento e força
[Publicado em 19.10.11 - Por Vito Giannotti, no jornal Brasil de Fato] Já é lugar comum repetir que no Brasil não se lê quase nada. Livros, jornais, revistas e coisas parecidas não são nossa paixão. Certo, isso já é sabido, como é sabido que a mídia comercial/patronal goza de todas as facilidades da concentração de poder em suas mãos. E ela usa todas as armas para garantir o poder nas mãos da classe empresarial, sem nenhuma preocupação com a objetividade, a imparcialidade e consequentemente a verdade. De uns anos pra cá, muito se fala da democratização da mídia. Sim, reclamamos do poder das seis ou nove famílias que detém rádios, Tvs, jornais e revistas. Reivindicamos até uma “reforma agrária” nas ondas magnéticas. Tudo isso é mais do que justo e necessário, mas precisamos ter coragem de olhar para os passos que nós de esquerda poderíamos dar e não damos. Quem nos impede de criar nossos jornais e revistas? Jornais para disputar a hegemonia na sociedade, como nos ensinou Gramsci. Leia o texto completo.
Entrevista
Só pressão da sociedade fará governo aperfeiçoar comissão da verdade, diz Erundina
Senado realizou nesta terça-feira (18) uma audiência pública sobre a comissão da verdade, que investigará os crimes praticados pela Ditadura Militar. Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que participou das discussões do projeto na Câmara, ainda que as chances de mudança sejam pequenas, pressão da sociedade pode fazer a diferença.
[Publicado em 19.10.11 – Por Marcel Gomes, na Carta Maior] “Acredito que nos outros países também foi difícil conduzir esse processo. Não é verdade que eles são mais abertos para isso do que nós. Nós ajudamos a eleger esse governo e muitos dos que fazem pressão por uma comissão da verdade também ajudaram a elegê-lo. É a sociedade brasileira que precisa empurrar tudo isso”, disse Erundina à Carta Maior. Leia a seguir os ouros trechos da entrevista.
Carta Maior – O projeto da comissão da verdade foi pouco debatido na Câmara. No Senado, a chance de aperfeiçoamento é maior?
Luiza Erundina – É muito difícil. Nas duas audiências públicas que fizemos na Câmara, nenhum dos ministros que tem relação com o problema, como Direitos Humanos, Justiça e Defesa, compareceu. Ao contrário, eles sempre pressionaram por uma aprovação rápida e para que nada fosse alterado. Para piorar, ainda houve o gesto de acolher duas emendas da oposição, uma do DEM e outra do PSDB, e rejeitar propostas que deputados estavam fazendo em conjunto com os familiares de desaparecidos. Para ler a entrevista completa, clique aqui.
Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação
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