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Boletim do NPC Nº 19De 1 a 31/3/2003
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



Notícias do NPC


NPC indica: "A fome em São Paulo. Álbum de fotografias"

Saiu no final de 2002 mas foi a público no III Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o livro A fome em São Paulo. É um conjunto de imagens produzidas por quatro fotógrafos que escancara a miséria e a fome na maior cidade  do País: São Paulo.

Ao falar de fome logo se pensa em Vale do Jequitinhonha, Guaribas, o Cariri do Ceará. A tese destas imagens sem texto é que a fome não é fruto da seca ou do latifúndio. "A fome é fruto da estrutura social do País. Do sistema de exploração que funciona no país há 500 anos. Do sistema capitalista". Esta é, segundo o coordenador do projeto Manoel del Rio, a raiz da fome. "Por isso nós mostramos a fome na capital da Fiesp, no império da riqueza do país", acrescenta Manoel.

Nas páginas 108 e 109, a fotógrafa Vera Yursys mostra uma enorme favela paulista debaixo de uma das tantas masões do Morumbi, com campo de futebol, piscinas, chalés e quiosques. São todas imagens desconcentantes de Vera, Cesar Diniz, Euler Paixão e Paulo Pompolim. Informações e venda através da página www.afomeemsaopaulo.com,br , ou pelo correio eletrônico: manoeldelrio@hotmail.com 



"O Poder Judiciário, os Meios de Comunicação e a Opinião Pública"

A tese de doutorado da juíza federal Salette Maccaloz virou livro: O Poder Judiciário, os meios de comunicação e a opinião pública. Nele a autora fala de comunicação, análise de discurso e filosofia e Judiciário.  "Este conhecimento não é só pelo fato de ser juíza, mas também pelo longo tempo em que trabalhei como advogada trabalhista, cível e do mercado de capitais", afirma Salete. 

E é a própria autora quem explica o seu trabalho "Usamos todos os meios de comunicação, principalmente a imprensa escrita (jornais e revistas).  Manipulamos um enorme quantidade de material e só relacionamos os que foram utilizados em citações para, através do que a imprensa noticiava, analisava e reproduzia como opiniões de populares ou profissionais, colocar todos os problemas da cidadania na sua necessidade de Justiça.   

Demonstramos o uso dos mass mídias, em escala crescente pelos profissionais do Direito, sempre na mesma linha de raciocínio, em grande sintonia com os profissionais da comunicação, sobre os apontados "problemas" do Judiciário, sem a análise de suas reais causas, em consequência, as propostas e projetos de melhoria não trarão o resultado almejado.  Usamos esta comparação para demonstrar quem ganha e quem perde com a morosidade da Justiça e, principalmente, quais são as mudanças que estão acontecendo de forma calada e velada com a finalidade de esvaziar os direitos do cidadão a começar pela  educação formal, passando pela faculdade de Direito, pelas instituições, pelos "modismos", pelos meios de comunicação, etc., até chegar na ideologia e no papel da cultura pelos formadores de opinião. 

Até a metado do livro, o tema vai neste encadeamento.  Daí em diante coloquei os assunto vinculados em forma de capítulos autônomos de modo que podem ser lidos antes ou depois do tema central, até entremeado, em relação aos quais destaco: a questão da morosidade, refletindo, em profundidade, o significado da "velocidade" para a sociedade do século XX; o papel do cinema e dos filmes estadunidenses na desfiguração do juri brasileiro; não esqueci das mulheres na magistratura, mas é no capítulo "Os Jovens na Magistratura" onde vamos examinar o confronto absoluto entre o NOVO e o VELHO, inclusive em plano pessoal e íntimo, pelo qual se faz a mais eficaz dominação e controle social e político. 

Conluímos que a desmontagem da cidadania está sendo feita não pela mundaça ostensiva da lei, mas pelo esvaziamento da cultura, do conhecimento, das instituições e pelo uso eficientíssimo dos meios de comunicação para matar o direito na conciência, no coração e no desejo das pessoas.  Leiam o livro, vocês podem não gostar do estilo, mas com certeza ficarão incomodados, até com o excesso de "comunicação".




A Comunicação que queremos


Brasil de Fato... já é um fato

Até agora eram projetos. Hoje é realidade. Na segunda, dia 10, dava à luz o que pretende se tornar o primeiro diário de esquerda do Brasil.  Primeiro... no período que se iniciou com o Golpe de 1964. Antes, havia vários. O PCB chegou a ter oito diários, espalhados pelo Brasil em 1946. Hoje, Brasil de Fato quer se tornar um jornal/jornal. Ou seja, chegar a ser vendido em bancas ... diariamente.

Por enquanto começou como semanal. Está em fase de ajuste. Ajuste não só na distribuição... isto é o mais fácil.  Mas ajuse na pauta, nos temas tratados. No peso dado a cada assunto. Mundo/Brasil/cidade/campo/etc.. Ajuste na sua relação com a conjuntura políitca de hoje, extremamente delicada. Mas que precisa ser encarada de frente. É a tal história da esfinge: decifra-me ou te devoro.

E o ajuste na sua apresentação, diagramação e arte. depois terá de pensar na linguagem e tantos outros aspectos. Mas o passo está dado. O jornal semanário está aí. Agora é tocá-lo, vendê-lo e melhorá-lo.

Boa sorte, Brasil de Fato               

Vito Giannotti - coordenador do NPC



Brasil de Fato: lançamentos em Brasília, no Rio e em Santos

Lançamento em Brasília. O jornal de esquerda Brasil de Fato será lançado em Brasília dia 26 de março. Para o lançamento, no Anfiteatro 9 da UnB, foi marcado ato político com a participação de diversas entidades da sociedade  e de personalidades, entre elas o jornalista Carlos Chagas, o escritor Frei Beto, o líder do MST João Pedro Stédile, o procurador da República Luiz Francisco de Souza, o secretário nacional de Música e Artes Cênicas, Sérgio Mamberti, e o deputado Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. 

Brasil de Fato: lançamento em Santos. Dia 26, às 20h, na Fafis, com a presença de José Arbex e conidados

Brasil de Fato: lançamento no Rio. No Rio de Janeiro, o Jornal Brasil de Fato será lançado no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, no dia 2 de abril, às 18h, com a presença de Oscar Niemeyer, Noca da Portela e convidados, João Pedro Stédile, Cristina Pereira e Nelson Sargento.Os membros do Conselho Político, no Rio,  estão sendo contatados e convidados: Carlos Nelson Coutinho, Leandro Konder, Dom Mauro Morelli, Emir Sader, João R.Ripper, Vito Giannotti,  Oscar Niemayer.Sérgio Almeida, César Benjamim e Marcos Arruda.

Já está nas Bancas o número 2 de BRASIL DE FATO  

Nesse número você encontra matérias sobre: 

. A resistância contra a guerra no Iraque

. Milícias dos fazendeiros no Paraná

. A polêmica dos transgênicos

. Onde está o dinheiro do INSS

. O que significa a autonomia do Banco Central

. O crescimento das favelas

. A ocupação militar dos EUA na América Latina

. As fábricas nas mãos dos operários

. A luta por água

. A crise da Gazeta Mercantil

. A repressão às rádios comunitárias

. Graciliano Ramos

. O deserto da monocultura do eucalipto.  

TODA SEMANA NAS BANCAS OU POR CORREIO !!

(11) 3333-6244  assinaturas@brasildefato.com.br



Portal Vermelho pode levar o iBest

O portal Vermelho está classificado para o terceiro e último turno do Prêmio iBest 2003 na categoria política. A classificação é para o prêmio de Júri Popular, o mais cobiçado, pois depende diretamente do apoio dos internautas. Outra seleção de três sites foi feita pelo júri Academias iBest, consagrando em primeiro
lugar o endereço na rede da revista Caros Amigos.



População de Guaribas coloca Rádio Comunitária na frente de saúde e educação
Os moradores de Guaribas estão em clima de Você decide. A dúvida é o nome da emissora de rádio FM que estão criando: Rádio Confusões, em homenagem ao Parque Nacional da Serra das Confusões, no qual Guaribas está inserida, ou Rádio Esperança. Apesar de ainda não ter nome, a rádio será inaugurada este mês após investimentos de R$ 13 mil.

A idéia de criar uma rádio comunitária surgiu da própria população de Guaribas, que anunciou o desejo em pesquisa realizada pelo Conselho Gestor do Programa Fome Zero para saber quais as prioridades da comunidade. Na pesquisa, a rádio ganhou de questões importantes e urgentes como saúde e educação.

A escolha faz sentido: a comunicação telefônica é deficiente, o município é isolado. A cidade de médio porte mais próxima, São Raimundo Nonato, é separada de Guaribas por estradas de terra e cheias de buracos que são percorridas numa média de quatro horas.

— A rádio vai ser um grande instrumento para a comunidade — afirma Humberto Coelho Silva, diretor da Associação das Rádios Comunitárias do Piauí.

Ele diz que a rádio comunitária de Guaribas servirá para educação, ensino de medidas preventivas de saúde, discussão dos problemas dos habitantes e comunicação entre o Brasil e a cidade-modelo do Programa Fome Zero:

— A questão musical não vai ser prioritária na rádio de Guaribas. Quando tiver música, será a piauiense porque acho um escândalo uma rádio comunitária tocar “Egüinha Pocotó”.    (O Globo)




De Olho Na Mídia


Em campanha contra minoritários do PT, O Globo usa adjetivo radical 12 vezes em uma só página

Qualquer um que saiba minimamente como funcionam as redações dos jornais comerciais consegue imaginar as orientações recebidas pelos repórteres que fazem a cobertura do PT. "Vá lá e consiga alguém da Articulação para dizer que os "radicais" serão expulsos a qualquer sinal de descontentamento. E arranque do deputado Babá (PA) ou da senadora Heloísia Helena (AL) alguma declaração bombástica contra a política econômica do governo Lula. E alguns repórteres, como "cães de guarda" bem treinados, vão lá e cumprem esse papel sujo. Foi isso o que se viu na cobertura da reunião da direção do Diretório Nacional do PT no dia 15 de março, feita pelo jornal O Globo. O adjetivo radical é usado 12 vezes em uma só página na edição de domingo, dia 16/3.

Não conseguindo nada de Babá ou Heloísa apelaram para a deputada Luciana Genro (RS) que nada mais fez do que exercer o seu direito de dizer que não fora convencida pela explanação do ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Espera-se que repórteres destacados para cobertura de uma atividade desta importãncia, conheçam o PT. Não é o caso. Ao classificar Luciana como participante da DS, mostraram total ignorância sobre a política no Rio Grande do Sul.

Do lado do campo majoritário também tiveram dificuldades. Nesta reunião, nenhuma declaração de Lula, Genoíno ou José Dirceu deixaram transparecer animosidades para com as correntes minoritárias do partido, segundo fica evidante no próprio jornal. Ao contrário: as palavras usadas foram unidade, tranquilidade interna e franqueza. O chefe da Casa Civil e ex-presidente nacional do PT chegou a afirmar que "é preciso humildade para ouvir os companheiros e corrigir os erros". Por isso, a sua fala não serviu para ser destacada. Preferiram o presidente da Câmara João Paulo Cunha. O texto com o deputado é intriga pura. Diz que João Paulo desafiou e se irritou.

Na edição de segunda-feira, enfim, uma vitória da redação de O Globo. Sob o título de "Enquadramento radical" os repórteres conseguiram ouvir a prefeita de São Paulo Marta Suplicy dizer que o campo minoritário, composto por pessoas como Chico Alencar do Rio de Janeiro, Valter Pomar, Raul Pont, Ivan Valente e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, entre tantos outros não vão para o PSTU porque lá não teriam holofotes. Esquece-se a prefeita que eles estão no PT desde o tempo em que os holofotes eram completamente negados aos que se dedicam às lutas da classe trabalhadora.

Na edição de segunda, o termo descontentes substitui radicais. Pode ser que os autores da matérias tenham sido chamados à atenção por terem abusados do adjetivo radical na edição de domingo. Na segunda, o mantiveram no título, mas o que abundou no corpo da matéria foi o também adjetivo descontente.

O que quer o jornal O Globo?

A pergunta que precisa ser respondida é mais velha do que andar para frente. A quem interessa incentivar a luta interna dentro do Partido dos Trabalhadores, o partido do presidente da República? A quem interessa jogar a sociedade contra as correntes políticas do campo minoritário do partido? A quem interessa afastar  os movimentos sociais do governo Lula? A quem  interessa deturpar o sentido da palavra radical? A quem interessa fazer a sociedade acreditar que as exigências do FMI são ótimas e que elas desagradam apenas a um punhado de radicais? Cada um que busque suas respostas. Para mim é simples. Interessa aqueles que acham que povo é feito para morrer, pouco importa se de AIDs, na África, de bomba no Iraque ou de tiro ou fome nas favelas do Brasi.

                                                                                                                                                  (por Claudia Santiago)



Imprensa manipula informações sobre MST

Nos últimos dias a chamada “grande imprensa” voltou a dar grandes espaços ao MST, mas como sempre, para nos atacar. Irados editoriais, grandes manchetes, fotos provocadoras e noticias exageradas procurando criar um clima de guerra no campo.  

Mas afinal o que aconteceu realmente?

Na semana do carnaval aconteceram três ocupações de fazendas. Desde o mês de janeiro, todas as semanas têm acontecido ocupações de fazenda aqui e acolá.  Algumas inclusive articuladas por grupos locais ou até divergentes do MST.    Por tanto, nenhuma novidade para  “alarmar a segurança nacional” , que tenha acontecido três ocupações de terra numa semana!

Que mais aconteceu: manifestações de sem-terras em duas sedes do Incra.  Em Cuiabá e Goiânia.  Nos dois casos as manifestações foram em conjunto com os próprios servidores do órgão.  No caso de Cuiabá, o episódio foi hilário, pois o MST se postou à frente do prédio para que um grupo dissidente de um tal MTA (movimento de assentados) criado pelos comerciantes de terra, não ocupassem o prédio, para sumir com processos de desapropriação..  E nesse impedimento, eles do MTA quebraram alguns vidros do prédio.  

No caso de Goiânia, a manifestação pacífica, com apoio dos próprios servidores do Incra, foi para pedir, pasmen! que o governo nomeasse logo um superintendente, pois ha três meses os trabalhadores não têm com quem negociar.

Foi exatamente isso que aconteceu.

Agora, qualquer cidadão que tenha lido os jornais e acompanhado a rede globo ficou com a sensação que o MST havia declarado guerra ao Governo Lula, e exigia em troca a reforma agrária num só dia.

Essa manipulação que a grande imprensa está acostumada a fazer de movimentos sociais, já foi tema de muitas teses de mestrado e doutorado, na área do jornalismo, agora, os editores poderiam ser motivo para teses de psicologia. 

Mas não é disso que se trata.  Se trata de luta de classes. De luta política.

As elites brasileiras não estão conformadas com a derrota eleitoral de outubro. Sabem que o povo votou contra seu modelo neoliberal.  Sabem que o povo votou pela reforma agrária.  Sabem que os sem-terra votaram em Lula.  E sabem que Lula tem compromisso com a reforma agrária. 

Mas eles não se deram por vencidos.    Continuam se articulando para impedir que o resultado eleitoral se materialize no governo.  E estão usando sua principal arma de luta ideológica que são os meios de comunicação, para impedir que os movimentos sociais avancem.   Para caracterizar que toda luta social  é sempre contra o governo Lula.  Ora, o governo Lula é fruto da luta social de vinte anos do povo brasileiro.

Querem criar uma imagem, de falso radicalismo.   Querem isolar os movimentos sociais e a esquerda no governo.  

Esse é o verdadeiro motivo, da ira incontrolável desses senhores oligarcas que não querem perder nem as migalhas.  

Mas problemas sociais não se resolvem com editoriais fascistas. Problemas sociais se resolvem com resultados concretos na vida do povo.

Temos dito, em alto e bom som, que nosso inimigo é latifúndio e  modelo neoliberal. E lutaremos com todas as forças.   

Dizemos que somos parceiros do governo popular, mantendo nossa autonomia.

Mas eles querem isolar o governo dos movimentos, para enfraquecê-lo e dominá-lo.  E  isolar os movimentos do governo, para impedir que haja conquistas sociais reais, que representam perda de privilégios da classe dominante brasileira. 

A guerra não está no campo.  A Guerra está sendo travada no planalto central!

(por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato, nº 2- 16/3/03)



Josias de Souza da FSP tentar pegar o ministro Rosseto e se dá mal

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto concedeu entrevista ao jornalista Josias de Souza, na Folha de São Paulo de domingo. Para quem não se lembra, Josias foi o autor de uma série de reportagens contra o MST, na mesma Folha, nos anos passados. Na sua gana de acabar com o MST, inventou a grafia M$T. Foi ele quem inventou a palavra pedágio para desmoralizar a mensalidade que os participantes das cooperativas criadas pelo MST pagam livremente. Como era de se esperar, o repórter tentou de todos os jeitos arrancar do ministro declarações que o deixassem em maus lençóis com alguém, não importando se fosse o presidente Lula, o MST, ou a sociedade como um todo. Não conseguiu. Chegou a dizer, em um momento, que Miguel Rosseto estava "evitando se posicionar" ao responder à pergunta se invasão de terras desrespeita a constituição. Um dos bons momentos foi a resposta, dada pelo ministro, às afirmações do jornalista sobre a baixa qualificãção do trabalhador dos assentamentos e rolagem de dívidas contraídas. Rosseto afirmou, entre outras coisas, que "o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas urbanas é muito superior aos índices de falência no campo". Sobre a rolagem das dívidas dos assentados do MST, secamente fulminou que "estas têm valores muito inferiores às rolagens da agricultura patronal".

                                                                                                            (por Claudia Santiago)



Cenas fortes em uma escola francesa de jornalismo

Um artigo de François Ruffin (traduzido por Jô Amado) no Le Monde Diplomatique apresenta exemplos de puro horror. Se o leitor ou a leitora tiver nervos fracos, por favor, leia com cuidado. 

O artigo de Ruffin fala das escolas em geral, mas usa o Centro de Formação de Jornalistas (CFJ), de Paris, como exemplo. 

Veja alguns dos trechos do artigo. 

“Quando [durante uma aula] um estudante propõe essa avaliação, o professor a descarta rapidamente, como se vê por este diálogo:

- Mas, num minuto não dá para dizer nada!...

- Bem-vindo ao mundo da televisão!... – responde, divertido, o professor.”

(...) 

Durante uma aula sobre televisão, por exemplo, Stéphane diz que gostaria de fazer uma reportagem sobre o comércio justo. O professor hesita: 

– Eu preferiria, por exemplo, algo como: “O que tomam os franceses como aperitivo?”

– Mas isso não tem nada a ver...

– Tudo bem, mas será visto por oito milhões de telespectadores. Ao passo que essa sua campanha, sobre a “ética do consumo”, é desconhecida do público.

– Mas é justamente isso que eu quero. Interessar as pessoas, fazer com que descubram...

– É... (E puxa a pálpebra.) Não estão nem aí... As pessoas estão pouco ligando. 

(...)

Como seria possível conceber uma “grande escola”, ainda por cima “de jornalismo”, sem uma biblioteca? Pois o CFJ é a prova de que isso é possível: a exemplo da busca de livros, existe uma “Documentação” – bastante modesta – com algumas revistas, um Quid, alguns dicionários, um manual de pontuação... No máximo, uma centena de obras de consulta e referência. 

(...) 

Segundo o responsável pela documentação: “Quando entram para a faculdade de jornalismo, os estudantes praticamente param de ler livros (...), como se devessem, a partir de então, adquirir e interiorizar os reflexos daquilo que existe nas redações”. 

(...) 

Os alunos já nem chegam a ler os ensaios que devem criticar. Benoît, por exemplo, devia fazer um trabalho sobre a guerra da Argélia. “Continue sua matéria sobre o livro de Jacques Duquesne”, aconselhou-a uma professora, jornalista do programa “France Culture”. “Mas eu nem abri o livro!...”, respondeu Benoît. “Não é preciso. Estamos com pressa. Basta você ler uma crítica do Monde”. 

“É terrível!”, reclama um aluno. “Nesta escola ninguém se sente relaxado”.Divertida, a responsável pelo primeiro ano replica: “E felizmente! Vocês não estão aqui para relaxar. Seria péssimo para vocês mesmos, se relaxassem. Porque mais tarde, quando vocês estiverem trabalhando nas empresas, então vocês terão que se conformar”.Um progresso louvável, esse: os jovens chegam às redações já se dando por vencidos. Eis aí uma forma de poupá-los de futuras ilusões, evitando a seus empregadores conflitos, rebeliões e baforadas de utopia. Eis que estão prontos para uma eternidade de matérias pagas, pois já renunciaram por antecipação. Eis que estão maduros para matérias com chamada de capa sobre o sexo no verão, o salário dos executivos, o mercado imobiliário, a lista dos melhores colégios, a classificação dos melhores vinhos franceses – eles que, mercadores de frases cínicas, conformados antes dos primeiros passos, passarão a viver do comércio das palavras. 

Pois é. Assustador não é? Será que não valeria a pena olhar para nossas escolas também e ver a quantas andam?  

O artigo está na página do Lê Monde em português http://www.diplo.com.br        

                                                                             (Por Sérgio Domingues – conselheiro do NPC)




Memória


A Revolta de Porecatu, Paraná (1946-1951)

    A partir da segunda metade do século XX, os conflitos de terra se intensificaram no norte do Paraná, com os latifundiários da região encontrando a firme resistência dos posseiros levando o conflito se generalizar na Revolta de Porecatu. Centenas de camponeses começaram chegar nessa época nas terras à margem do rio Paranapanema que divide o Estado de São Paulo e Paraná, com as promessas de que haveria distribuição de terras. Depois de estarem lá surgiram vários fazendeiros se dizendo donos. E aí os posseiros se revoltaram, com mais de 1500 famílias lideradas por JOSÉ BILLAR e JACINTO.
    Os posseiros se armaram e durante dois meses aconteceu a famosa guerrilha de Porecatu, isso já em 1950. Essa guerrilha era organizada sob influência do Partido Comunista Brasileiro que na época, recém tinha sido tornado ilegal (1947 por Dutra) e, por tanto, achavam que só restava a luta armada. Depois de iniciada a guerrilha, o Partido achou que não levaria a nada e pediu pros posseiros terminarem a luta.
    Em 15 de março de 1951 o governador desapropriou todas as terras, e distribuiu aos posseiros, mas mesmo assim havia mais de 350 camponeses emboscados na mata, armados. E, devagarinho, a Polícia foi desarmando todo mundo.
http://www3.sul.com.br/mstpr/lutas.htm

(Enviado por André Bender)



Proposta de Pauta


Ação Cidadã pela paz e pelo desarmamento mundial

A guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, que na prática é uma invasão com interesses comerciais, tem ocupado boa parte das notícias nos últimos meses. Na sexta feira, 07 de fevereiro, ficou comprovado que o dossiê apresentado pelo governo da Inglaterra, principal aliada dos EUA era uma farsa, uma cópia de uma dissertação de mestrado de 10 anos atrás. A irresponsabilidade, a sede de guerra e o desejo de avançar no petróleo iraquiano são de tal ordem, que até mesmo os erros de ortografia foram copiados. Esta é uma das maiores provas de que os generais da guerra pouco se importam com as vidas humanas. Pouco ligam para a ética. Jamais pensaram nas conseqüências de mentir para seu próprio povo, e muito menos se importam com a opinião do resto do mundo. Para eles interessa apenas o dinheiro, o lucro, o petróleo.

Se eles só pensam em dinheiro, é preciso gritar contra esta invasão na linguagem deles. É preciso fazer uma grande corrente para que as empresas multinacionais, ligadas aos EUA, a Inglaterra e a todos os países que os apóiam, sintam o gosto amargo do embargo comercial que os EUA acostumaram a fazer com todos aqueles que não se alinham a ele.

Portanto, participe do embargo cidadão contra a guerra! Enquanto houver ameaça de guerra é necessário fazer um embargo aos produtos norte americanos e de seus aliados. Por exemplo, seria importante, como gesto simbólico, parar de comprar Coca-Cola, evitar freqüentar o Mc Donald ou usar roupas com emblemas norte-americanos. O movimento teria maior repercussão ainda, se aqueles que têm dinheiro guardado em bancos norte americanos ou ingleses transferissem seu dinheiro para instituições nacionais e evitassem comprar dólar, dando preferência ao Euro, caso realmente seja necessário utilizar uma moeda estrangeira.

Com todos aqueles países que acreditam na paz e são contra a guerra insistimos para que participem de uma proposta de ação de cidadania mundial
· Parar com todo o pagamento da dívida externa e negociações. O nosso dinheiro não pode, em hipótese nenhuma, financiar a guerra.
· Mudança da unidade monetária internacional para Euro, em vez de Dólar
· Ampliar as reservas em Euro.
· Praticar o embargo econômico contra todos aqueles países que entrarem na guerra
· Os países amigos da paz poderiam criar uma rede de solidariedade, rompendo com o embargo econômico que os EUA impôs contra o Iraque, e fazer um movimento pelo fim do embargo econômico em todo o globo terrestre.

Tal atitude talvez nos faça perder algumas pequenas regalias no cotidiano enquanto cidadãos. Nossos países talvez percam algumas divisas com o embargo econômico contra uma das nações mais ricas do planeta, porém o mundo perderá muito mais com uma guerra, da qual todos podem prever o início, mas ninguém sabe qual será o tamanho de sua destruição e como será o seu fim. É preciso lembrar que os Estados Unidos utilizaram como argumento, para iniciar a guerra, a existência de armas de destruição em massa no Iraque, porém, os Estados Unidos, em toda a história da humanidade, até hoje, foram a única nação que utilizou uma bomba atômica contra vidas humanas. O EUA também utilizou armas químicas (napalm no Vietnã* e outras armas químicas e biológicas em outros conflitos**).

Já é hora de também desarmar os Estados Unidos.

Santos, 07 de março de 2003.

Fórum da Cidadania da Baixada Santista / Fórum Social Regional da Baixada Santista / Fórum dos Direitos Humanos / Comitê Baixada Santista Contra a ALCA / Fórum Regional Juvenil

(Texto enviado Rosângela Gil – Santos)




Novos artigos em nossa página


Aguarde: a história do 8 de Março.

 Leia na semana que vem, em nossa página, artigo de Vito Giannotti sobre o 8 de março. Por enquanto, só um pedacinho. "Quando começou a história do Dia Internacional da Mulher? Quando começou a luta das mulheres pela sua libertação? Qual a influência do Movimento Socialista na luta das mulheres? E o 8 de março, como nasceu? Qual a origem da data? E onde? Qual a origem da cor lilás? Estas e outras questões merecem uma atenção especial neste 2003, quando nos jornais e na internet apareceram repetidamente versões diferentes sobre a origem desta data  e seu significado."



SHOWRNALISMO 2- PENTAGONO CONTRATA DIRETOR DE CINEMA PARA PREPARAR CENÁRIO DAS ENTREVISTAS DURANTE A GUERRA.

Na terça-feira 11 o Pentágono anunciou a contratação do diretor de arte George Allison para preparar o cenário das entrevistas militares durante o conflito. Allison tem 43 anos e vasta experiência em Hollywood e na TV americana. Receberá US$ 200 mil para montar no Catar um cenário espetacular para as aparições de Tommy Franks, o general que vai comandar as tropas americanas. O estúdio de US$ 250 mil foi levado de avião pelo Federal Express ao custo de US$ 47 mil. Tem um mapa de batalha de 12 metros formado por cinco telas de plasma de altíssima definição e dois pódios. Atrás desse cenário high-tech há uma sala de controle que necessita de pelo menos três operadores. “Assim como a guerra mudou, a mídia também mudou”, explica James Wilkinson, diretor de comunicação do Pentágono e ex-assessor de comunicação do presidente George W. Bush. “Os militares têm de se adaptar.”



Comunicação Alternativa

·    Não se desligue da guerra. A luta mal começou – Jeniffer Lowenstein

·    Ingenuidade do governo Lula – Hamilton Octavio de Souza

·     Big Brother pede passagem – José Arbex

·     De volta ao Cidade de Deus - Sérgio Domingues

·    Dicas: Livros, Vídeos e verbetes do Manual de Linguagem Sindical



Expediente



Boletim NPC

Coordenação: Vito Gianotti                                                                                                                                   

Edição e redação: Claudia Santiago e Sérgio Domingues
Diagramação: Edson 

Dias
Colaboradores:  Gustavo Gindre,

Kátia Marko e Rosângela Gil



Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.

 

ÍNDICE
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Notícias do NPC
NPC indica: "A fome em São Paulo. Álbum de fotografias"
"O Poder Judiciário, os Meios de Comunicação e a Opinião Pública"

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População de Guaribas coloca Rádio Comunitária na frente de saúde e educação

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Imprensa manipula informações sobre MST
Josias de Souza da FSP tentar pegar o ministro Rosseto e se dá mal
Cenas fortes em uma escola francesa de jornalismo

Memória
A Revolta de Porecatu, Paraná (1946-1951)

Proposta de Pauta
Ação Cidadã pela paz e pelo desarmamento mundial

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SHOWRNALISMO 2- PENTAGONO CONTRATA DIRETOR DE CINEMA PARA PREPARAR CENÁRIO DAS ENTREVISTAS DURANTE A GUERRA.
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Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge