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Boletim do NPC Nº 159De 1 a 15/12/2009
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



Notícias do NPC


NPC em 2010: novos cursos com os mesmos objetivos

Há 15 anos o NPC se constituiu como grupo de apoio e incentivo à comunicação dos trabalhadores visando a disputa de hegemonia na sociedade. Uma disputa que pressupõe o incentivo a valores baseados na solidariedade, na liberdade, nos direitos humanos e na justiça. Em 2010 esta aposta será reforçada com a realização de novos cursos.  

. "Anticurso de Jornalismo” da Caros Amigos

Em abril, o NPC promove juntamente com a revista Caros Amigos, o "Anticurso de Jornalismo”. Este curso, com 16 horas de duração no total, já foi promovido em São Paulo. A idéia de fazê-lo no Rio é propiciar a participação de estudantes de comunicação e jornalistas do Rio, Espírito Santo e Minas Gerais. 

O objetivo é a troca de idéias entre os palestrantes e os participantes, promovendo discussões democráticas sobre assuntos polêmicos, como a exigência de diploma, os manuais de redação, a imparcialidade e a relação com as fontes.  

. Novas Mídias e rádio comunitária

Arthur William, Luisa Santiago e Gustavo Barreto vão ministrar curso de novas mídias para jornalista da imprensa sindical. Este curso será fechado para sindicatos visando atender às especificidades deste segmento. 

. Belas letras e literatura africana

Claudia Santiago e Sheila Jacob serão as responsáveis por este curso que vai atender pessoas que tenham cursado, no máximo até a nona série do ensino regular. Será realizado em maio. Terão prioridade na inscrição, moradores de ocupações urbanas e rurais. 

. História, geografia e economia: sem este trio não dá para fazer comunicação

Há muitos anos, o NPC bate na mesma tecla. Jornalistas precisam estudar história, geografia e economia. Em setembro de 2009, profissionais destas áreas, conhecidos nacionalmente, estarão no Rio para ministrar cursos simultâneos para turmas pequenas de estudantes de comunicação, jornalistas e comunicadores populares. Márcio Pochmann já confirmou presença no curso de economia. 

Os cursos que continuam em 2010

Os outros cursos do NPC estão todos mantidos. Comunicação Sindical, História das Lutas dos Trabalhadores, Novas Mídias, Oratória e Redação.  

. Comunicação popular: um jeito diferente de explicar o mundo

Começa, em 4 de janeiro, a pré-inscrição para a quinta turma do Curso de Comunicação Popular do NPC, realizado anualmente com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo. O curso começa em junho e tem de quatro a seis meses de duração. Terão prioridade na inscrição os candidatos que cumprirem os seguintes requisitos: ser aluno de pré-vestibular comunitário, ter comprovadamente baixa-renda, morar em favelas ou ocupações, atuar em comunicação comunitária e ser indicado por alunos que já fizeram o curso em anos anteriores.   

. Oratória para trabalhadores                                    

Ainda sem data marcada, confirmamos a realização, em 2010, do Curso de Oratória para trabalhadores, no Rio de janeiro, com o coordenador do NPC, Vito Giannotti.



NPC no FSM

Juntamente com sindicatos de vários estados do país, o NPC promoverá três oficinas no Fórum Social Mundial: “Comunicação Sindical”, “Mídia e Pobreza”, “Rio do "bota-abaixo: outra vez? O que a mídia tem a ver com isso?”. 

Aguarde! Mais informações no próximo boletim.



NPC é um dos finalistas do 3º Prêmio Visibilidade do CRESS. Confira as reportagens indicadas

vozes

O NPC está na final da 3ª edição do Prêmio Visibilidade das Políticas Sociais e do Serviço Social, promovido pelo CRESS-RJ. Foram selecionados trabalhos em três categorias de comunicação: reportagem escrita, rádio e vídeo. Dentre as cinco finalistas estão duas reportagens feitas por alunos e alunas dos cursos de comunicação comunitária promovidos pelo NPC. Uma delas é “Educadoras querem Reserva Extrativista no currículo escolar”, do jornal O Cabistão, de Arraial do Cabo. E a outra é “Ocupações urbanas: terra de alguém”, do jornal Vozes das Comunidades, do Rio de Janeiro.  

“Quilombo: da luta contra a escravidão à resistência cultural”, de Jéssica Santos, também está entre as finalistas. Jéssica é uma das componentes da equipe do NPC. Ela concorre pelo jornal do Sintuperj. 

Os vencedores serão anunciados no dia 18 de dezembro, às 18h, no Auditório do CRESS, que fica na Rua México, 41, sala 1204 – Centro do Rio. O NPC será representando na cerimônia por Jéssica Santos, Luisa Santiago e Tatiana Lima.



Sindicatos produzem Livro/Agenda 2010 em conjunto com o NPC

agendas

Quase 20 sindicatos produziram para 2010 agendas personalizadas, em conjunto com o NPC.  Desde 2005, o NPC produz uma AGENDA TEMÁTICA que, além de ser usada no dia-a-dia, é um instrumento de formação político-sindical dos trabalhadores. Um instrumento que pode ser útil tanto para a comunicação de cada sindicato ou movimento, como para atividades culturais ou de formação. 

O NPC já produziu Livros/Agenda sobre a Comunicação dos Trabalhadores nos últimos cem anos e também sobre a História das lutas dos trabalhadores no Brasil, durante o século 20.

Os sindicatos puderam incluir até 100 notícias específicas, tanto do próprio sindicato quanto de seu estado ou da categoria nacionalmente. A capa de cada agenda é bolada pelos próprios sindicatos. Cada entidade pode usar de 15 a 20 páginas para recuperar sua história e levar informações para seus associados. Além disso pode colocar 12 fotos de suas lutas ou suas realizações com uma página de legenda a cada mês. Enfim, é um Livro/Agenda, com centenas de datas, fatos, acontecimentos da nossa história de trabalhadores, espalhados ao longo do ano, no dia a dia.




Radiografia da Comunicação Sindical


Jornal O Bancário, da Bahia, comemora 20 anos de edição diária

bancarios

Jornalistas, bancários e representantes dos movimentos sociais participaram da celebração dos 20 anos d´O Bancário, “único jornal diário do movimento sindical no Brasil que sai de segunda

à sexta feira”. A comemoração foi no dia 1º de dezembro, em Salvador. Começou com a apresentação de um vídeo com a história destes 20 anos de jornal diário, teve uma exposição de fotos e foi encerrada com duas palestras. Uma do escritor Vito Giannotti, coordenador do NPC, e outra do jornalista Samuel Celestino, da ABI da Bahia.

Giannotti ressaltou a relevância de o jornal O Bancário manter suas edições diárias, com o contraponto à mídia burguesa. O escritor também demonstrou sua admiração pela forma de distribuição do jornal, feita diariamente pelos diretores do Sindicato. “Esta é uma experiência única no país e o Sindicato dos Bancários da Bahia deve se orgulhar muito de ter o único jornal sindical diário do país e que é distribuído pelos diretores

da entidade num mutirão diário que é um grande exemplo para muitos que não compreendem a centralidade da comunicação dos trabalhadores desde a elaboração até a sua distribuição”, disse Giannotti.

Já o jornalista Samuel Celestino, presidente da Associação Baiana de Imprensa, falou sobre a imprensa na Bahia, lembrando alguns aspectos singulares do jornalismo no estado, onde existem poucos veículos de comunicação. 

Os bancários prestaram também uma homenagem ao deputado estadual Álvaro Gomes, que foi o criador do jornal diário, 20 anos atrás, quando era o presidente do Sindicato.

[Fonte básica: Sindicato dos Bancários da Bahia]




A Comunicação que queremos


Jornal da favela da Maré é exemplo de Comunicação Popular

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Na foto, Renata, Gizele e Alex repórteres do jornal O Cidadão 

O jornal comunitário O Cidadão, da Maré, recebeu em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o Prêmio Centenário Dom Helder Câmara. A homenagem foi pelo seu destaque, em 2009, na cobertura jornalística e assessoria de imprensa com foco na defesa dos direitos humanos. O prêmio de reconhecimento do trabalho da equipe do jornal mareense é oferecido pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alerj.  

MST e Mc Leonardo, autor de o Rap das Armas, entre outros, também foram um dos agraciados com o prêmio. Leia matéria sobre o funk de Lia Iamamish, em Retratos do Brasil.

Outros homenageados

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Proposta de Pauta


Rio tem mais mortes cometidas anualmente por policias do que os Estados Unidos inteiro

De 2003 até hoje, mais de 11 mil homicídios foram cometidos pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo nos chamados autos de resistência. Essa informação consta no relatório Força Letal, violência pública e segurança pública no Rio de Janeiro e em São Paulo, elaborado pela ONG Human Rights Watch. O documento foi lançado na terça-feira passada na sede da OAB/RJ. Ele apresenta o resultado de uma investigação de 51 casos feita pela ONG durante dois anos, no qual afirma ter evidências de que os mortos em autos de resistência foram na verdade vítimas de execuções extrajudiciais. 

Veja alguns dados que confirmam a avaliação:

- As polícias do Rio e de São Paulo mataram mais de 11.000 pessoas desde 2003;

- O número de homicídios cometidos pela polícia do Rio atingiu o nível recorde de 1.330 em 2007 e em 2008 o número de homicídios era o terceiro mais alto, atingindo 1.137 homicídios.

- O número de homicídios no estado de São Paulo, embora menor do que no Rio, também é alto. Por exemplo, nos últimos cinco anos, a polícia do estado de São Paulo matou ao todo 2.176 pessoas, número maior do que as mortes cometidas por policiais em toda a África do Sul (1.623) no mesmo período de cinco anos.

Leia matéria completa na página da OAB-RJ.



Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro debate ‘desenvolvimento e a Zona Oeste’

[Por Gilka Resende] A Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), como o maior dos empreendimentos realizados na região, foi o primeiro alvo de fiscalização. Leia a matéria completa em nossa página.



A violência de sempre contra os que lutam pelo direito de viver, plantar e morar

desocupação

Foto: João Zinclar




De Olho Na Mídia


Mãe de uma adolescente autista protesta contra associação de autismo à falta de moral

Novamente, Carta Capital publicou um texto associando autismo à falta de moral, degradação moral, corrupção. As pessoas acham que reclamar é "chatice politicamente correta". Por isso, reproduzo abaixo comentários dos leitores, que, teoricamente, pelo perfil da revista, seriam pessoas da "nata" da sociedade brasileira em termos de informação. 

Quem não se lembra dos nefastos "mongoloide" e "retardado" que eram usados no colégio para atacar colegas? Certamente não ajudaram minimamente a romper preconceitos e esclarecer sobre doenças mentais. Também vejo que está se tornando comum, infelizmente, até em discursos da esquerda, o uso de palavras como autista e esquizofrênico pejorativamente.

Falta-nos, aos pais de autistas e pessoas com deficiência em geral, aumentar nossa organização, pois se Carta Capital tivesse se atrevido a usar de maneira leviana palavras como gay e negro,      para dar dois exemplos de movimentos bem organizados, certamente teria que engolir e levaria processo judicial. Ainda bem! Enquanto não chegamos lá, peço a compreensão de vocês pelo tamanho da mensagem e a colaboração, quer difundindo essas informações, quer se manifestando no site da revista (http://www.cartacapital.com.br/app/index.jsp).

[Rosane Vargas, mãe de uma adolescente autista, faz parte da equipe do NPC]



Arbex reafirma tema do 15° Curso do NPC, que a mídia é o verdadeiro partido do capital, ao comentar o artigo de César Benjamim

O jornalista José Arbex Jr. retoma o tema do 15° Curso Anual do NPC, "A Mídia como Partido do Capital", ao comentar, profundamente indignado, o artigo de César Benjamim publicado recentemente na Folha de S.Paulo 

“Não por acaso, a Folha de S. Paulo cedeu o espaço todo pedido por Benjamin. Cederia mais, se necessário fosse. Benjamin conhece a teoria marxista e sabe, com Gramsci, que a mídia dos patrões é o verdadeiro organizador coletivo, é o grande partido do capital. Triste é o fato de ele ter arregaçado as mangas para trabalhar por tal partido. E pior: Benjamin sabe que o falso paralelo que tentou traçar entre os predadores das prisões da ditadura e o prisioneiro Lula seria muito mais verdadeiro se, no lugar de Lula, ele colocasse os donos dos jornais para os quais hoje escreve”. 

Arbex não deixa dúvida sobre seu julgamento sobre este artigo de um ex-companheiro de viagem.

“Todo o encanto produzido pelos primeiros parágrafos do texto de César Benjamin foi transformado em fel a partir do momento em que se instaurou a delação, o oportunismo, o absurdo. Lula não estuprou o seu companheiro de cela, mas Benjamin violentou, com alto grau de sadomasoquismo, a própria consciência e uma história repleta de glórias”.                                                             Leia o texto completo de José Arbex em nossa página.



Estadão mantém política de criminalização dos movimentos sociais

O jornal O Estado de São Paulo de domingo, 29 de novembro, acusou: “UNE é suspeita de fraudar convênios”. Na página de abertura do caderno, o jornal julga: “a UNE fraudou convênios, forjou orçamentos”. Categoriza a entidade de “aliados do governo” e afirma: “a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou”.
Como escreveu o presidente da UNE, Augusto Chagas, a afirmação de que a UNE é suspeita não partiu de nenhum órgão de polícia ou de controle de contas públicas. A afirmação é de autoria e  responsabilidade do próprio Estadão. Chagas diz que a UNE não chegou a contratar as empresas; apenas fez orçamentos, ao contrário do que a matéria faz crer.

“A hipocrisia da sua linha editorial (do Estadão) precisa ser repudiada. Não apenas como esforço de defender a UNE das calúnias, mas para desmascarar os seus reais objetivos. O principal deles é a desqualificação e criminalização dos movimentos sociais. O MST enfrenta um destes momentos de ataque, seja através da CPI recriada no Congresso pelos ruralistas, seja através da sistemática campanha que procura taxá-lo como ‘criminoso’ para a opinião pública. As Centrais Sindicais sofrem a coerção econômica do patronato, e a injúria de parte da grande mídia”, diz Chagas.

[Fonte: Brasil de Fato]




Democratização da Comunicação


Conferência Nacional de Comunicação: uma esperança a ser construída

[Por Sheila Jacob e Vito Giannotti] A 1ª Conferência Nacional de Comunicação de 14 a 17 de dezembro, em Brasília é fruto das reivindicações dos movimentos pela democratização da comunicação. Desde o começo, a Confecom se apresentou como uma possibilidade e uma oportunidade histórica de se discutir e propor soluções no campo da democratização do acesso à mídia e de passos concretos para se chegar a um verdadeiro controle público das chamadas “concessões públicas” de rádio e TV.  

Muitos, pelo Brasil afora, se embalaram com o sonho e talvez a possibilidade de reverem padrões de concessões, de chegar ao controle social da mídia, e de combate à criminalização e perseguição a rádios comunitárias. O sonho dos militantes da comunicação dos movimentos sociais se estendeu para o campo de possíveis incentivos aos meios de comunicação alternativos e populares através de verbas públicas como as que são despejadas em generosas propagandas de empresas estatais para a mídia dos patrões.

Mas, até estes sonhos se concretizarem, muitas águas precisarão rolar. Muitas conferências, muitos projetos de lei e, sobretudo, muitos milhares precisarão invadir as ruas e exigir o que é um direito negado pelo sistema a serviço do capital. Desde antes da Conferência, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em entrevista ao programa Roda Viva garantiu que o governo não levará para a Confecom o tema controle social da mídia. O ministro, na contramão da sociedade civil, disse considerar que é “equilibrada” a composição da Conferência: 40% de representantes da sociedade civil, 40% do segmento empresarial e 20% do poder público. A distância entre o que pensa o Ministro da Globo e o sentimento da maioria dos participantes da Conferência é de anos luz. Como se vê, a estrada é longa. 

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NPC Informa


José Roberto Ripper lança livro Imagens Humanas

ripper

O fotógrafo popular João Roberto Ripper lançou seu livro Imagens Humanas no Rio de Janeiro, dia 1º de dezembro. A edição apresenta uma coletânea com 195 fotos produzidas por Ripper durante 35 anos, enquanto acompanhou os movimentos sociais. O livro retrata o cotidiano duro e difícil de camponeses, trabalhadores em situação de escravidão, povos indígenas, moradores de favelas, ribeirinhos, assentados, quilombolas e tantos outros brasileiros.

"A fotografia permite uma pitada de loucura, daquela loucura juvenil que nos impulsiona a fazer as coisas. Nesse tipo de trabalho, em que você pode conhecer tanta gente, existe uma magia que lhe dá a possibilidade de romper com os estereótipos, uma liberdade de fazer aquilo em que você acredita. Se você viajar nesse ideal, seu voo será ainda maior, e se esse voo for na direção das pessoas, sua viagem será ainda mais mágica, transformadora. Isso me excita até hoje." Esse é um trecho da entrevista de Ripper, presente no livro.



Entidade de Direitos Humanos completa dez anos

A organização não governamental Justiça Global comemorou seus dez anos no dia 11 de dezembro. A entidade é reconhecida nacionalmente por sua atuação na defesa dos Direitos Humanos. “Hoje comemoramos dez anos de muita luta e resistência, e de muito sofrimento. Mas é também uma década de muitas conquistas”, disse a diretora Sandra Carvalho, na abertura do encontro de comemoração do aniversário.

Logo no início foi apresentado o vídeo A eloquência do sangue, que trata sobre os conflitos recentes entre Palestina e Israel. O filme foi feito com uma montagem de fotos em preto-e-branco de Rogério Ferrari.

Em seguida, a economista Sandra Quintela, do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), e Gilmar Mauro, do MST, apresentaram as principais questões de direitos econômicos, sociais e políticos na atualidade, e apontaram alguns desafios para os movimentos sociais. A advogada Fernanda Vieira, da Assessoria Jurídica Popular Mariana Criola, e o militante Hamilton Borges, da Associação de Familiares e Amigos de Prisioneiros e Prisioneiras da Bahia, falaram sobre a violência institucionalizada pelas políticas de segurança pública.

Leia a cobertura completa em nossa página.




Imagens da Vida


Sim! Sou negra!

[Foto: Claudia Santiago]

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Camila Marins - jornalista

“Por favor, você poderia encher a garrafa de café?”. Foi exatamente isso que ouvi em um evento que fui cobrir destinado a engenheiros e advogados. Apenas respondi à elegante senhora: “Desculpe, mas eu também gostaria de tomar um café. Sabe onde podemos encher?”. Fui cobrir a atividade para fazer uma matéria sobre o pré-sal e a cor do petróleo se fez presente. Sim, sou negra!

Há algumas semanas outro fato interessante aconteceu. Eu estava entrando na minha casa quando a vizinha me abordou e perguntou se eu era a tratadora dos gatos que criamos em casa... Eu disse que não e que morava ali e ela insistiu: “Você mora onde? Aqui no bairro?”. Eu disse não, moro neste apartamento. E ela, um pouco sem graça, continuou a conversa sem eira nem beira e, ao final, ainda me cumprimentou com um beijo no rosto, gesto que não foi feito no início da conversa. Ou seja, tentou contornar a situação com um beijo de Judas.

Agora, nesta segunda-feira passada, estava chegando do aeroporto, vindo de Manaus, com muita bagagem e o porteiro prestativo interfonou no meu apartamento e disse: “Olha só, sua secretária está subindo com um monte de malas, alguém pode ajudá-la?”. Meu amigo questionou se era nossa secretária doméstica e o porteiro disse: “Não, é a Camila”. Então, novamente, eis a confusão. Não me importa ser confundida com secretárias, domésticas ou qualquer outra profissão, o que realmente me importa é a violência do preconceito racial. E a dimensão desta dor poucos conhecem. Ou talvez muitos, já que a maioria de nós faz parte da imensa parcela de excluídos.

E, mesmo diante de situações cotidianas como as descritas acima, nós, excluídas e excluídos, ainda somos acusados de vitimização. Inadmissível, pois só corrobora para a hipocrisia e praticamente ignora o preconceito. Não adianta me dizer que no Brasil não existe preconceito. Existe sim e convivemos com essa dor cotidianamente. Outros ainda me dizem: “Você não é negra. É morena de cabelo cacheado”. Então, me respondam se eu não sou negra, porque sofro preconceito racial incessantemente?

Sim! Sou negra!

Camila Marins

http://camilamarins.blogspot.com

Camila Marins é aluna do Curso de Comunicação Popular do NPC




De Olho Na Vida


Relatos de familiares de jovens internados em unidades socioeducativas lembram imagens do inferno

[Por Claudia Santiago] Pode acontecer com qualquer um. Seja vizinho do Piscinão de Ramos ou da Lagoa Rodrigo de Freitas. Ninguém está livre de ter um filho adolescente envolvido em furtos, roubos ou consumo e venda de drogas. O destino de quem comete atos ilícitos, porém, depende da classe social a que a família pertença. Se os responsáveis pelo jovem ou pela jovem têm dinheiro, paga-se fiança, contrata-se advogados e encaminha-se para um psicólogo. Se estes são pobres, a coisa muda de figura. O menino ou a menina segue para uma das unidades do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). Unidades estas que, de acordo com o presidente do Conselho Estadual da Infância e Juventude, Carlos Nicodemos, de socioeducativa não têm nada.

O Degase foi o tema da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou no dia 1º de dezembro. Na ocasião, pais e mães de jovens que cometeram infrações relataram como estão vivendo os seus filhos internados no Educandário Santo Expedito, localizado no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste da cidade. “Sinto tristeza e medo. É como se me faltasse uma perna, um braço”, disse a mãe de um jovem. “Eles apanham, estão com sarna, com dor de dente. Com este calor, dormem sem um ventilador. Meu filho errou, eu sei, mas eles não podem bater nele”.
Leia o texto completo em nossa página.




Dicas


Livro Revoluções, de Michel Lowy, reúne registros fotográficos de processos revolucionários

lowyNo livro Revoluções, da Editora Boitempo, o sociólogo Michael Löwy reúne imagens que nos remetem a importantes processos revolucionários que ocorreram do final do século 19 até a segunda metade do século 20. Para o organizador, as fotos subversivas falam ao mesmo tempo do passado e de um futuro possível. Ao longo das páginas, o leitor pode percorrer as diversas experiências das lutas populares, como as fotos da Comuna de Paris, da Guerra Civil Espanhola e das revoluções mexicana, russas, alemã, húngara, chinesas e cubana. A edição brasileira conta com um capítulo exclusivo, no qual Löwy reflete sobre os momentos de resistência que marcaram a nossa história.

O texto A história não terminou aborda uma série de eventos transformadores dos últimos trinta anos: o Maio de 1968, a Revolução dos Cravos em Portugal (1974) e a Nicaraguense (1978–1979), a queda do Muro de Berlim (1989) e a revolta zapatista de Chiapas (1994–1995).



Livro ‘Lazer e Periferia – um olhar a partir das margens’

lazer[Por Jéssica Santos] Que o lazer é um direito constitucional muita gente sabe. Mas poucos conhecem as possibilidades reais do lazer como ferramenta de ação social. O projeto Usina da Arte, do Instituto Usina Social, acaba de lançar o livro Lazer e Periferia – um olhar a partir das margens, organizado pelos pesquisadores Mônica Monteiro e Cleber Dias.  

A publicações traz ensaios sobre o lazer tanto sob a ótica dos teóricos acadêmicos, quanto pela experiência adquirida com as oficinas realizadas no bairro de Jardim Catarina, em São Gonçalo.

Entre os artigos, está o texto “Lazer, no Brasil: primeiras aproximações a uma outra história”, de Flávia da Cruz Santos.  A ideia é mostrar a existência de um outro lazer, produzido e vivido pela classe trabalhadora. Numa perspectiva histórica, o lazer pode ser visto como as atividades realizadas no tempo livre, ou seja, quando não se está trabalhando. Assim, pode ser considerado um produto dos interesses das elites econômicas, que pensa e cria mecanismos para controlar o tempo dos trabalhadores fora do horário de serviço.

Porém, as atividades consideradas pela elite como vadiagem e preguiça eram manifestações culturais populares, produzidas e vivenciadas pelo povo. Um exemplo é o próprio samba. Décadas atrás, ser identificado como sambista era o suficiente para receber voz de prisão. Vale deixar a reflexão sobre os dias atuais. Será que manifestações musicais ditas periféricas, como o hip hop e o funk, não são legítimas expressões culturais e de lazer que, hoje, vêm sendo estigmatizadas pelos meios de comunicação a serviço da burguesia – assim como foi o samba antigamente?




De Olho No Mundo


Frente Ampla uruguaia comemora vitória de Pepe Mujica

No domingo, 29 de novembro, José Pepe Mujica, da Frente Ampla, foi eleito novo presidente da República Oriental do Uruguai, sucedendo Tabaré Vasquez da mesma coligação. Mujica ganhou  a eleição nacional com 53,03% dos votos válidos contra 42,89% para Luis Alberto Lacalle, candidato conservador. Após o resultado, uma enorme manifestação popular saiu às ruas com bandeiras e palavras de ordem. A festa começou desde sexta-feira, dois dias portanto antes das eleições.  

A biografia do político de 74 anos e fala firme é marcada por uma luta coerente de esquerda, desde a década de 1970. quando lutou como guerrilheiro tupamaro. Foi preso e na hora da prisão  tomou seis tiros da polícia. Foi torturado e mantido em solitária por dois anos por ser considerado terrorista pela ditadura militar. Passou quatorze anos na prisão, condenado a 30 anos, só saindo coma anistia aos presos políticos, sendo que por duas vezes conseguiu fugir.

Mujica é casado com uma senadora que também foi guerrilheira do mesmo grupo dele e esteve presa também por 14 anos, Lucia Topolansky. Os dois vivem em uma granja distante da vida metropolitana de Montevidéu. Pretendem continuar a viver nesta pequena chácara. Ao chegar a presidência se dirigiu ao povo pela primeira vez como presidente eleito dizendo: “companheiros, este é um mundo ao contrário, no palco deveriam estar vocês, povo, e nós embaixo aplaudindo. Esta batalha foram vocês que ganharam”.  [Com informações do Brasil de Fato]




Memória


Aconteceu em dezembro

. 2.12.1823 – Nos EUA, é criada a doutrina Monroe baseada na frase “A América para os americanos”. Do norte, evidentemente.

. 13.12 1912 – Nasce em Pernambuco Luiz Gonzaga, o rei do baião. Em suas músicas, ele conta a saga da emigração de 29 milhões de nordestinos, entre 1955 e 1980, rumo ao sudeste.

. 13. 12.1968 – A ditadura endurece o jogo com o AI-5. Entre as medidas de fechamento total, está a censura da imprensa.

. 06. 12.1969 – Morre João Cândido, o almirante negro, líder da Revolta da Chibata, história musicada por João Bosco e Aldir Blanc.

. 4.12.1982 – Leonel Brizola é eleito governador do Rio, após desmascarar a armação Proconsult e Rede Globo.

. 15. 12. 1989 – Roberto Marinho coordena a edição do último debate Lula X Collor.

. 14. 12. 2009 – É instalada a I Conferência Nacional de Comunicação do Brasil.




Pérolas da edição


em Albert Camus

Camus ilustrar o movimento da revolta servindo-se do quadro hegeliano da dialética senhor/escravo: durante muito tempo o escravo aceita tudo, obedece ao senhor, mas pouco a pouco vai-se instalando a impaciência e com ela nasce um sentimento, um valor pelo qual vale a pena viver e dar a vida, inclusivamente, se for necessário.

Este valor transforma-se num bem supremo: é o tudo ou nada- a vertigem da revolta. Este "tudo ou nada" significa que o escravo se sacrifica por um bem que ultrapassa e seu próprio destino. O fundamento desse valor é a própria revolta.

[Trecho do ensaio A questão do Sentido em Albert Camus -

por Isabel Mª Magalhães R.L. Santos Maia]




Novas entrevistas em nossa página


Vito Giannotti fala sobre o papel da comunicação sindical hoje

[Por Sindicato dos Bancários da Bahia].Nesta entrevista, Vito Giannotti, coordenador do NPC fala sobre o papel da comunicação para as entidades sindicais no Brasil. Giannotti atua no movimento sindical brasileiro desde o final dos anos 1970. Juntamente com jornalistas e professores fundou, há 15 anos, o NPC. Leia a entrevista completa.



Najla Passos analisa a invenção do "MST terrorista" pela revista Veja e toda mídia comercial
[Por IHU Online] Desvendar as formas com que a “cultura de opressão” aos movimentos populares opera no Brasil é o objetivo da dissertação de mestrado “A revista Veja e a invenção do ‘MST terrorista’”, de Najla dos Passos. Sobre a imagem do MST construída pela mídia brasileira, mais especificamente pela revista Veja, e a representação do movimento pela sociedade civil, Najla conversou, por e-mail, com a IHU On-Line. Najla dos Passos é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Linguagens pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Leia a entrevista completa.


Novos artigos em nossa página


Na diversidade, encontrar a essência da nossa luta
[Por Laudenice Oliveira] Durante o 15º Curso do NPC, que aconteceu no Rio, no início de Novembro, vários debates vieram à tona. O núcleo do debate é a comunicação. Fato já diagnosticado: quem tem é a classe dominante, a burguesia, quem comanda o capital. A comunicação que a sociedade tem acesso é a que a burguesia media diariamente. Se formos analisar os conteúdos passados diariamente pelas diversas mídias, ela não titubeia. A estratégia é criminalizar os movimentos sociais e a pobreza, é exaltar a beleza que é viver em um mundo capitalista. Um mundo que não foi feito para pobres, negros, índios, favelados, sem-terra, sem-teto ou sem tudo. Leia o texto completo.

Os vencidos não se entregam - belo texto sobre a resistência do MST
[Por Luana Lila/ Carta Capital] No acampamento Rosa Luxemburgo, como em tantos outros ligados ao MST, as condições de vida são precárias. As lonas esquentam em demasia durante o dia, falta água e energia elétrica. Mas o que mais incomoda as 180 famílias acampadas nos arredores de Iaras, no sudoeste de São Paulo, são as tempestades. “Você nunca sabe se vai deitar e amanhecer em pé ou não. Tudo sai voando, eu tenho um medo terrível. Se cai granizo é pior ainda, porque você vê que a lona não vai resistir. Depois que passa, a gente sai para ver o que sobrou, todo mundo tem de se ajudar para reconstruir”, afirma Rosalina Beatriz de Oliveira, acampada há cerca de um ano. Leia o texto completo.

Vitória do batidão: lei corrige injustiça cometida contra o funk e proibe discriminação
[Por Lia Imanishi/ Retrato do Brasil] O 1º de setembro transformou-se numa data histórica para os amantes do batidão do funk. Foi quando cerca de 700 funkeiros lotaram as galerias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para acompanhar a votação de dois projetos de lei que acabaram aprovados por unanimidade pelos 70 parlamentares. Um desses projetos estabelece que o funk é um patrimônio cultural e musical de caráter popular do estado. O outro revoga lei de autoria do ex-deputado cassado Álvaro Lins. Essa lei praticamente inviabilizou os bailes funk, ao estabelecer regras muito mais rígidas para esses eventos do que para quaisquer outros. Leia o texto completo.

Expediente



Núcleo Piratininga de Comunicação

Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br

Redação: Claudia Santiago e Sheila Jacob

Web: Luisa Santiago 

Colaboraram nesta edição: Camila Marins (RJ), Jéssica Santos (RJ), Laudenice Oliveira (PE), Tatiana Lima (RJ, Imprensa do Seeb-BA, Najla Passos (DF), Rogério Almeida (PA)

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Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.

 

ÍNDICE
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Notícias do NPC
NPC em 2010: novos cursos com os mesmos objetivos
NPC no FSM
NPC é um dos finalistas do 3º Prêmio Visibilidade do CRESS. Confira as reportagens indicadas
Sindicatos produzem Livro/Agenda 2010 em conjunto com o NPC

Radiografia da Comunicação Sindical
Jornal O Bancário, da Bahia, comemora 20 anos de edição diária

A Comunicação que queremos
Jornal da favela da Maré é exemplo de Comunicação Popular

Proposta de Pauta
Rio tem mais mortes cometidas anualmente por policias do que os Estados Unidos inteiro
Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro debate ‘desenvolvimento e a Zona Oeste’
A violência de sempre contra os que lutam pelo direito de viver, plantar e morar

De Olho Na Mídia
Mãe de uma adolescente autista protesta contra associação de autismo à falta de moral
Arbex reafirma tema do 15° Curso do NPC, que a mídia é o verdadeiro partido do capital, ao comentar o artigo de César Benjamim
Estadão mantém política de criminalização dos movimentos sociais

Democratização da Comunicação
Conferência Nacional de Comunicação: uma esperança a ser construída

NPC Informa
José Roberto Ripper lança livro Imagens Humanas
Entidade de Direitos Humanos completa dez anos

Imagens da Vida
Sim! Sou negra!

De Olho Na Vida
Relatos de familiares de jovens internados em unidades socioeducativas lembram imagens do inferno

Dicas
Livro Revoluções, de Michel Lowy, reúne registros fotográficos de processos revolucionários
Livro ‘Lazer e Periferia – um olhar a partir das margens’

De Olho No Mundo
Frente Ampla uruguaia comemora vitória de Pepe Mujica

Memória
Aconteceu em dezembro

Pérolas da edição
em Albert Camus

Novas entrevistas em nossa página
Vito Giannotti fala sobre o papel da comunicação sindical hoje
Najla Passos analisa a invenção do "MST terrorista" pela revista Veja e toda mídia comercial

Novos artigos em nossa página
Na diversidade, encontrar a essência da nossa luta
Os vencidos não se entregam - belo texto sobre a resistência do MST
Vitória do batidão: lei corrige injustiça cometida contra o funk e proibe discriminação

Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação

Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge