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Boletim do
NPC —
Nº 15
— De 15 a 28/2/2003
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Arquivo do NPC recebe material da CTA
O Arquivo de Memória da Imprensa Sindical mantido pelo NPC acaba de ser reforçado com a doação de jornais sindicais da Argentina, feita ao NPC pelo diretor da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA), Pablo Masciangelo, ao qual agradecemos enormemente. O contato com Pablo aconteceu durante do III Fórum Social Mundial, no portal da CUT, que funcionou ao lado do Gigantinho.
Curso de Oratória no Rio
O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) realiza nos dias 14 e 15 de março, no Rio de Janeiro, o seu curso de Oratória Sindical e Popular. A inscrição custa R$ 110,00 e podem ser feitas no NPC, com Augusto, através dos telefones (21) 222-5618, ou 9628-5022, ou pelo endereço eletrônico npiratininga@uol.com.br até o dia 10 de março. O número de vagas é limitadíssimo: 25 pessoas. Atenção: neste curso de oratória não cabem mais de 25 pessoas, devido à dinâmica que exige exercícios repetidos por todos, filmagem e projeção de cada exercício individual. O local do curso e ulteriores informações sobre horários, condições, etc. serão fornecidos no ato da inscrição.
A Comunicação que queremos
Brasil de Fato deve ser a expressão da unidade de todos nós
O lançamento do jornal Brasil de Fato, na noite do dia 18 último, em São Paulo, reuniu mais de 700 pessoas no Teatro Oficina. O economista Plínio de Arruda Sampaio Jr., do Conselho Editorial do jornal e o primeiro a falar, apresentou o desafio do jornal: "mostrar as contradições da sociedade brasileira e não ocultá-las". Brasil de Fato, como destacou o economista, nasce com o compromisso umbilical com a transformação do Brasil numa sociedade justa, livre e democrática. Plínio apontou a luta contra o imperialismo no Brasil, na América Latina e no mundo como uma das trincheiras do jornal. Brasil de Fato não seguirá a agenda da burguesia brasileira. Seguirá a agenda do povo brasileiro que tem necessidade de "teto, terra e trabalho". E. criticou o totalitarismo da imprensa brasileira. "Brasil de Fato não se alimentará do cinismo, da futrica nem do poder econômico dos endinheirados".
O integrante do Conselho Editorial disse que o jornal, cujo o número 1 será distribuído a partir do dia 10 de março, se pautará pela idéia de José Marti: Não cumpre com o seu dever quem cala, mas quem cumpre". Salve o prazer O "anfitrião" da noite, o diretor do Teatro Oficina, José Celso Martinez Correa, iniciou sua fala de forma animada e inusitada: levantou os braços e fez um "pot-pourri" de canções brasileiras e terminou com o refrão da música "Festa Imodesta", de Caetano Veloso: "Salve o prazer! Salve o prazer!"
Foi assim que ele saldou a chegada do jornal BF, para quem deve "sambar esse Brasil". O diretor de "Rei da Vela" e "Roda Viva" arrancou aplausos do público ao dizer que a nova esquerda brasileira tem de ser inventora e que o jornal BF não é um projeto, mas um movimento.
Além do eixo Rio-SP-Br O editor-chefe do BF, José Arbex Jr., disse que o jornal não pode ser encarado como uma atividade de um grupo de jornalistas, "nem sequer a expressão da vontade de um conselho político e editorial, nem sequer a expressão dos movimentos sociais que o sustenta".
O jornal, para José Arbex, é muito mais. É a expressão da unidade. Unidade que foi alcançada, como lembra o editor-chefe do BF, no plebiscito da Alca, em setembro do ano passado.
O dinamismo da publicação será garantido com a formação e atuação dos comitês de apoios que devem ser instalados em todo o Brasil. “Os comitês serão fundamentais para a vida do jornal. Nós não queremos fazer um jornal focado no eixo Rio-SP-Br. Isso seria a morte do jornal. Isso seria repetir o modelo de jornal que já existe".
Brasil de Fato levará às manchetes o que os outros jornais ocultam. Arbex citou o caso da ameaça "deserto verde": monocultura de eucalipto que ameaça o ecossistema de várias regiões do País, como Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Patativa do Assaré O lançamento paulista contou com a presença do jornalista e escritor Fernando Morais; de frei Carlos Josafá, que participou do jornal "Brasil Urgente"; de Dom Tomás Balduíno; da atriz Letícia Sabatela.
A Companhia do Latão apresentou a peça "Frida, a foca", divertindo o público e levantando algumas questões da profissão do jornalista: o mito da imparcialidade, os manuais de redação e a vida real.
Na parte musical, o lançamento do jornal esteve "recheado" de coisas boas: Celso Viáfora, o percussionista Dinho Nascimento, Zé Geraldo e Chico César. O cantor paraibano fechou a noite em alto estilo. Chico César cantou "Triste Partida", de autoria de Patativa do Assaré e imortalizada na voz de Luiz Gonzaga. Meio de improviso, pediu desculpas ao público, e pegou a letra da música manuscrita, também de improviso, em mais de sete papéis sulfites. Mas mesmo assim a apresentação foi emocionante até com alguns dos presentes se arriscando no acompanhamento.
A estrofe final ecoou no Teatro Oficina junto com os aplausos do público: "Distante da terra tão seca mais boa, Exposto à garoa A lama e ao paú Faz pena o nortista, tão forte, tão bravo, Vivê como escravo Nas terras do Sú ". (Rosângela Gil – Santos)
Educação Escolar indígena é tema de documentário
Com roteiro da jornalista Denise Assis e direção de Camilo Tavares, a LCBarreto lança no Rio de Janeiro, no final de março, um documentário sobre Educação Escolar Indígena. O patrocínio é da Petrobrás. “Pegamos três exemplos de Educação Escolar Indígena: uma no Acre, da comunidade Ashaninka; os Ikpengs, no Xingu; e os Xacriabás, em Minas”, conta Denise. Em cada aldeia foi encontrada uma situação diferente. Na de Minas Gerais, a cultura da tribo foi dizimada. Graças ao esforço dos antigos em passar os costumes aos mais jovens, conseguiram recuperar a própria cultura e hoje estudam a saga da etnia em versos. Os Ashaninka estão bastante evoluídos: a partir de desenhos das crianças da aldeia produziram livros didáticos que foram editados em convênio com o MEC. Este também é o caso dos Ikpengs. Nesta aldeia professores índios já são formados por uma universidade voltada só para esse fim. “O filme teve a consultoria da educadora Nieta Monte, especializada em educação indígena e consultora do MEC para a elaboração dos Parâmetros Curriculares da Educação Indígena. Esses parâmetros levam em conta todos os temas transversais - tradições, história da etnia, artesanato, etc - para formar as crianças e jovens. O objetivo é que elas cresçam preservando a cultura deles, mas que também adquiram instrumental para lidar com o mundo dos brancos”, relata Denise.
De Olho Na Mídia
Venezuela aprova Lei de Responsabilidade Social de Rádio e TV
A Venezuela aprovou a Lei de Responsabilidade Social de Rádio e Televisão, que regulamenta as atividades dos meios de comunicação de massa no país. Ela foi aprovada por 84 dos 165 deputados que formam o unicameral Legislativo venezuelano. O governo defende a lei, argumentando sobre a campanha desencadeada pelos principais meios de comunicação privados da Venezuela, entre eles a Globovisión, contra o governo de Hugo Chávez. Foi também regulamentada a Lei de Conteúdo na televisão, que dá especial proteção ao horário infantil e estabelece duras sanções econômicas contra os meios que adulterarem "informação verdadeira", consagrada como direito constitucional. Durante a greve, as estações privadas de televisão substituíram os comerciais por propaganda política contra o governo. A lei precisa ainda ser aprovada em segunda discussão. (Boletim da Aepet) Nota da editora Como foi divulgado no Boletim anterior, Tribunal realizado durante o Fórum Social Mundial para julgar o golpe midiático na Venezuela contra o governo de Hugo Chávez, em abril do ano passado, considerou a ação dos meios de comunicação lesiva aos interesses do país. Vários são os crimes cometidos pela mídia venezuelana contra o direito do povo da pátria de Simon Bolivar à uma informação minimamente decente, apontados pelos jurados. Entre eles estão: descontextualização das notícias, hiper-dimensionamento de fatos, unilateralismo, acusações sem fundamento, rotulação, substituição da atividade informativa por uma prática propagandística, defesa de soluções inconstitucionais e extralegais. Todos estes caracterizam uma evidente restrição à liberdade de expressão. As medidas tomadas agora pelo governo, relatadas na nota acima, foram sugeridas durante o Tribunal do III Fórum. AcessoCom sai do ar O serviço jornalístico AcessoCom encerrou suas atividades em 06/01/2003 devido a dificuldades comerciais. “Mantido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), nos seus três anos e meio de funcionamento o referido serviço não logrou obter o número de assinaturas pagas necessárias para a cobertura dos seus custos”, afirmou em carta aos assinantes o diretor da Epcom, Daniel Herz. Em 2001, o serviço AcessoCom recebeu o "Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação 2001", concedido pela Intercom, na categoria Grupo Inovador.
A imagem do governo Lula
O governo Lula convocou José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o ex-todo-poderoso da TV Globo, para ajudar na construção da imagem da administração petista. Na terça-feira, Boni almoçou com o secretário Luiz Gushiken, em Brasília, e esteve até no Palácio do Planalto, onde se avistou com o presidente Lula. Visitou ainda Miro Teixeira, ministro das Comunicações. Não, o publicitário Duda Mendonça não foi escanteado: ele acompanhou de perto o périplo de Boni pela capital. (Mônica Bérgamo, na Folha Ilustrada de 14/02/2003)
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Expediente
Boletim NPC
Coordenação: Vito Gianotti Edição: Sérgio Domingues Diagramação: Edson Dias Neves Colaboraram nesta edição: Kátia Marko, Rosângela Gil, Sérgio Domingues, Sílvio da Costa Pereira e Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.
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