http://www.piratininga.org.br
Boletim do
NPC —
Nº 145
— De 1 a 15/5/2009
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Jovens de Arraial se formam comunicadores comunitários
Foto: Mario Camargo
Recém-formados comunicadores comunitários de Arraial do Cabo A festa foi na Praça do Sindicato. Depois de oito meses de aulas aos sábados, 46 jovens de Arraial do Cabo (região dos Lagos do Rio de Janeiro) se formaram em comunicação comunitária. A praça ficou cheia para a festa Venha Conhecer a Resex-Mar, na qual foi realizada a formatura dos alunos.
Ao invés de uma simples entrega de certificados, a idéia foi fazer uma grande festa que divulgasse a Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, já que essa foi a principal motivação para a realização do curso. Pelo palco da Praça Victorino Carriço ou “Praça do Sindicato”, como é mais conhecida, passaram bailarinos, poetas, atores, escritores e músicos. Além das manifestações culturais, também foram projetados os filmes feitos pelos jovens durante as aulas. O curso foi oferecido pelo Projeto Ressurgência, e realizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação. Durante a festa também foi lançada a 3ª edição do jornal O Cabistão, construído pelos jovens durante o curso. Um dos pontos altos da festa foi a premiação do Concurso de Redação Resex-Mar. O vencedor da categoria Ensino Médio foi Pierre Sanches, aluno da Escola Municipal Vera Felizardo. Em seu discurso como vencedor, Pierre disse que é preciso acabar com o preconceito que, segundo ele, os cabistas têm em relação aos moradores de Figueira, distrito de Arraial do Cabo. Ele mora em Figueira e a escola Vera Felizardo também se localiza no distrito. O discurso dele foi muito aplaudido.
Sessão de cinema discute Da ditadura ao Choque de Ordem
O projeto Domingo é dia de cinema apresentou no dia 19 de abril, no Cine Odeon, no centro do Rio, os filmes Batismo de Sangue e Justa Causa. O primeiro é um filme de Helvécio Ratton, baseado no livro homônimo de Frei Betto, inspirado em fatos reais. Conta a história de jovens frades dominicanos que lutavam contra a ditadura militar. Descobertos e capturados pela polícia política, passaram pelos horrores das torturas que ocorriam durante este período. O segundo conta a história de luta, dificuldades e vitórias vividas por moradores das ocupações urbanas do Rio Chiquinha Gonzaga, Zumbi dos Palmares, Quilombo das Guerreiras e Machado de Assis. Relata as difíceis experiências de ocupantes que resistem à especulação imobiliária, à precariedade dos serviços públicos e ao choque de ordem. Após a exibição dos filmes, houve um intenso debate com a temática “Da ditadura ao Choque de Ordem”. Estiveram presentes o sociólogo e cientista político Emir Sader, o também sociólogo Ivo Lebauspin, que teve sua história representada no filme Batismo de Sangue, e a moradora da ocupação Chiquinha Gonzaga Andréia Mendes. A próxima sessão do projeto Domingo é dia de cinema ocorrerá no dia 17 de maio, às 9h, no Cine Odeon. A temática será sobre trabalho.
Para Giannotti, não existe poder sem mídia
O escritor Vito Giannotti, coordenador do NPC, participou de uma mesa sobre comunicação alternativa em Joinville (SC). O evento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Ensino Particular e Fundações Educacionais do Norte do Estado de Santa Catarina (Sinpronorte). Aproximadamente 60 pessoas acompanharam o evento, onde Giannotti falou sobre comunicação alternativa e criticou duramente os órgãos de imprensa como as Organizações Globo e a revista Veja. “Não existe poder sem mídia”, resumiu. Como ele lembra, Bush usou a mídia para divulgar suas ideias em relação ao Afeganistão após o 11 de setembro. Outro exemplo utilizado pelo coordenador do NPC foi a novela da Globo Páginas da Vida, de 2007, de Manoel Carlos. O autor utilizou a morte do menino João Hélio como tema para a gravação de um capítulo especial feito às pressas. Em uma das cenas, três freiras ajoelham-se e rezam pelo garoto que morreu ao ser arrastado preso ao cinto de segurança depois que o carro em que estava foi roubado. “Nesse caso foi usada a comoção nacional por ser a morte de uma criança de classe média. Qual era o objetivo da mudança introduzida neste capítulo? Ganhar a cabeça de milhões, para a campanha da Globo a favor da redução da idade penal. Quando há chacinas em favelas, são publicadas, no máximo, pequenas notas nos jornais comerciais. Neste caso, nenhuma freirinha é mostrada rezando ajoelhada na novela ”, apontou Giannoti. Leia a cobertura completa feita por Marcio da Rocha.
Radiografia da Comunicação Sindical
Programa ‘Extra-Classe’ discute educação pública em Minas Gerais
Todos os domingos, a partir das 8h55, o Sinpro Minas exibe, na TV Bandeirantes, o programa Extra-Classe. Ao investir nas mais variadas formas de comunicação, este Sindicato de professores fortalece o diálogo com a categoria e com a sociedade sobre a realidade do país e sobre a educação. No dia 26 de abril, o programa debateu a educação pública estadual. A entrevistada foi a coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte/MG), Maria Inez Camargo. Ela falou sobre a revista Radiografia da Educação Mineira, que mapeou alguns dos principais problemas das escolas públicas do Estado. A publicação foi tema do nosso Boletim 143.
Vídeo do Sintuperj relembra história do 1º de Maio Clique aqui e assista ao vídeo produzido pela equipe de Comunicação do Sintuperj (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Estaduais do Rio de Janeiro), para relembrar a história do 1º de maio.
Proposta de Pauta
Aumenta número de assassinatos de homossexuais em 2008 no Brasil, que já é campeão mundial nestes crimes
Que tal falar sobre a homofobia em nossos jornais? O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou recentemente o Relatório de Assassinatos de Homossexuais no Brasil – 2008, que mostra um aumento de 55% dos homicídios em relação ao ano anterior. Em 2008, foram mais de 190 homossexuais assassinados. A pesquisa mostra que os estados da Região Nordeste são os que mais tiveram destaque neste tipo de violência. Pernambuco é o campeão de notícias sobre assassinatos de homossexuais: 27 casos. Para o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, o que chama a atenção para os crimes é o envolvimento de adolescentes – já que 65% dos assassinatos foram cometidos por pessoas com menos de 21 anos. Segundo ele, a falta de uma educação voltada para a tolerância sexual nas escolas explica parte do problema. O coordenador do programa Brasil Sem Homofobia, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Eduardo Santarello Lucas, lembra os entraves para tratar de tolerância sexual nas escolas. “Nas décadas de 70 e 80, havia uma mentalidade de que a escola pública não tinha que trabalhar uma formação crítica. Ela tinha basicamente que alfabetizar. Preparar os filhos do proletariado para produzir no futuro”, explica. [Com informações da Agência Brasil]
De Olho Na Mídia
Rede Globo e Daniel Dantas: um caso de polícia. Por que a Globo esconde o nome do banqueiro?
[Por Osvaldo da Costa] Não se trata de cobertura dos fatos, e sim de um ataque à consciência dos telespectadores. No dia 19 de abril, o programa Fantástico, da Rede Globo, apresentou uma suposta reportagem sobre um conflito ocorrido numa fazenda do Pará. Estariam envolvidos no caso “seguranças” (o termo procura revestir de legalidade a ação de jagunços) da fazenda do banqueiro Daniel Dantas e militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Só pude descobrir que se tratava de propriedade do banqueiro processado por inúmeros crimes e protegido por Gilmar Mendes, do STF, após ter vasculhado algumas páginas na internet em busca de meu direito de escutar o outro lado da notícia - a versão dos fatos pelos sem terra. Na reportagem eles aparecem como invasores, baderneiros, seqüestradores, assassinos em potencial. Sem ter acesso às causas do conflito, e a nenhum dos dois lados envolvidos, o telespectador se vê impelido a acompanhar o julgamento que o narrador da reportagem e a câmera nos sugere. A ilusão de verdade deve ser desmontada, a suposta neutralidade deve ser desmascarada, caso a caso, na medida de nossas forças. É preciso levantar alguns questionamentos, por exemplo: Por que a Globo protege Dantas? Por que o MST não foi escutado na reportagem? Só aparecem os jagunços da fazenda atirando, então ocorreu um tiroteio mesmo? Leia o texto completo
Repórter da Globo desmente versão de cárcere privado. Mas o Fantástico já havia divulgado a farsa.
[Por Max Costa] Vitor Haor, repórter da TV Liberal - afiliada da TV Globo -, depôs ao delegado de Polícia de Interior do Estado do Pará e, em seu depoimento, negou que os profissionais do jornalismo tenham sido usados como "escudo humano" pelos Sem Terra, bem como desmentiu a versão - propagada pela Liberal, Globo e outras emissoras - de que teriam ficado em cárcere privado, durante conflito na fazenda Santa Bárbara, em Xinguara. Está de parabéns o repórter - um trabalhador que foi obrigado a cumprir uma pauta recomendada, mas que não aceitou mais compactuar com essa farsa. Talvez tenha lhe voltado a mente o horror presenciado pela repórter Marisa Romão, que em 1996 foi testemunha ocular do Massacre de Eldorado dos Carajás e não aceitou participar da farsa montada pelos latifundiários e por Almir Gabriel, vivendo desde então sob ameaças de morte. Leia o texto completo
MST desmascara farsa dos jornalistas feitos reféns e da troca de tiros
Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclareceu que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar. De acordo com a nota, os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos à bala e saíram correndo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. [Leia a nota completa na página do MST]
Democratização da Comunicação
Comissão organizadora da Conferência de Comunicação tem mais peso do empresariado
[Por Raquel Junia] Finalmente, no dia 17 de abril, o governo federal expediu o decreto convocando a Conferência Nacional de Comunicação. Para os movimentos sociais e entidades que há bastante tempo lutam pela realização da Conferência, essa é uma vitória. Entretanto, a batalha está apenas começando. A portaria que especifica a composição da comissão organizadora da Conferência apresenta um desequilíbrio entre o campo da sociedade civil não empresarial – movimentos, entidades, sindicatos – e os empresários da mídia. A composição de 10 membros do poder público e 16 da sociedade civil, divididos em oito do empresariado e oito dos que não são empresários, incluindo neste último grupo a associação de emissoras públicas, não agradou aos que vêm lutando pela realização da Conferência. Leia o texto completo em nossa página.
Rádios comunitárias do Paraná realizam oficina de capacitação
[Por Juliana Bassetti] Cerca de 40 representantes de rádios comunitárias do Paraná participaram, no dia 24 de abril, da Oficina Ganesha de jornalismo popular. O objetivo do curso é capacitar, de forma teórica e técnica, as emissoras comunitárias já existentes na região e as que ainda estão em formação. Durante a atividade foram tratados temas como a importância da presença popular na construção da informação; a produção da notícia; a questão dos direitos autorais; e dicas técnicas de radiojornalismo. A oficina também proporcionou um espaço de debate e reflexão sobre as dificuldades de manter uma emissora comunitária, e a longa espera por uma concessão. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO), em parceria com o Pontão de Cultura Minuano e a Comissão Paranaense Pró-Conferência Nacional de Comunicação. [Fonte: Centro de Mídia Independente]
NPC Informa
Já está disponível novo número da revista ‘Comunicação e Política’
O número 27 da revista Comunicação&política já está à venda. Ela é produzida desde 1983 pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA). Nela constam artigos, entrevistas, comunicados, notas, comentários, cinema e literatura. Nessa edição, a publicação apresenta um Dossiê Palestina, com entrevistas com Noam Chomsky, Arlene Clemesha, e artigos de Pedro Amaral, Eduardo Galeano, Roberto Amaral, entre outros. Leia a carta enviada por Pedro Amaral para O Globo.
Sábado Resistente reflete sobre a resistência da classe trabalhadora
Em homenagem ao Dia Internacional dos Trabalhadores, 1º de Maio, o programa Sábado Resistente promove, na data, um debate sobre a importância da classe operária e demais trabalhadores na resistência ao regime militar. O encontro também propõe uma reflexão sobre o papel atual da organização dos trabalhadores na luta pela democratização da sociedade brasileira e o significado da estrutura sindical brasileira. A atividade lembra a trajetória de quatro operários que foram assassinados pela repressão política da ditadura. São eles: Olavo Hansen, Luiz Hirata, Manoel Fiel Filho e Santo Dias. A atividade será no dia 2 de maio, a partir das 14h, no Memorial da Resistência – Largo General Osório, 66, bairro da Luz, São Paulo. O Sábado Resistente é promovido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo. E também pelo Memorial da Resistência.
Filme da campanha ‘O petróleo tem que ser nosso’ será lançado em junho
Está previsto para junho o lançamento do documentário “O petróleo tem que ser nosso”. O filme pretende dar novo impulso à campanha em defesa do nosso petróleo e gás. O lançamento será no Rio, em grande estilo, com a presença de artistas e personalidades do mundo sindical e político. Diretor, roteirista e editor, o cineasta Peter Cordenonsi diz que foram selecionadas 30 entrevistas. Dentre os mais emocionantes, ele destaca os depoimentos do geólogo João Victor, da Petrobras, do engenheiro Fernando Siqueira, dos economistas Carlos Lessa, César Benjamin e João Pedro Stedile, do ator Paulo Betti. Aloísio Mercadante apresenta a versão do governo Lula, ou pelo menos de uma ala do governo, já que a questão é complexa e envolve diferentes interesses.
O objetivo do filme é despertar a população para que os lucros da exploração do petróleo sejam revertidos em favor do povo brasileiro. Também para que o meio ambiente seja preservado, e a soberania nacional assegurada.
[Fonte: Agência Petroleira de Notícias]
ADITAL disponibiliza memorial virtual sobre Frei Tito
Está disponível, desde o dia 3 de abril, no site da ADITAL (Agência de Informação Frei Tito para a América Latina) o Memorial Virtual Frei Tito. A seção conta com documentos, fotos, testemunhos, textos e outras informações sobre a vida de Tito de Alencar Lima, frade dominicano que colaborou com a luta armada durante a ditadura militar no Brasil. Ele é considerado um dos maiores símbolos da luta pelos direitos humanos e pela democracia na América Latina e Caribe. Para conhecer o Memorial Virtual, acesse: www.adital.com.br/freitito/pedras.html
BNDES lança edital para longa-metragem e documentário
Estão abertas, até o dia 8 de junho, as inscrições para o Edital BNDES de Cinema 2009. O BNDES investirá R$ 14 milhões nas produções, sendo R$ 2 milhões destinados a documentários.Os recursos são destinados a projetos de produção e finalização de obras cinematográficas, sendo até 15 de longa-metragem nos gêneros ficção e animação (R$ 12 milhões), e até 10 documentários (R$ 2 milhões). Os projetos deverão ser executados por empresas brasileiras de produção audiovisual independentes. O edital está disponível em http://www.bndes.gov.br/cultura/cinema/default.asp [Com informações da Tele Viva]
Câmara aprova concessões de radiodifusão no Ceará, São Paulo e Tocantins
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou, no dia 14 de abril, seis projetos que autorizam ou renovam concessões de serviços de radiodifusão. As propostas, originárias da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, tramitam em caráter conclusivo e seguem para a análise do Senado. Atenção para as concessões renovadas ou aprovadas: CEARÁ . Associação Comunitária Antônio Nezinho de Souza - Mauriti . Mello e Bruno Comunicação e Participações Ltda. - Parambu . Rádio FM Iguatu Ltda - Iguatu . Sistema de Rádio Jornal Cultura do Ceará Ltda. - Santana do Acaraú SÃO PAULO . Mega Canal de Catanduva Ltda. - Santa Adélia TOCANTINS . Associação Comunitária do Bairro Industrial Taguatinga – Taguatinga [Informações da Câmara dos Deputados]
Imagens da Vida
Jornalista do NPC abraça recém-formado comunicador comunitário de Arraial do Cabo (RJ).
Foto: Mario Camargo
De Olho Na Vida
Moradores da Maré saem às ruas contra violência policial
Foto: Fabio Evangelista (Café) [Por Douglas Baptista, Gizele Martins e Renata Souza] Em meio a um sentimento de revolta e dor, cerca de 200 moradores do Complexo da Maré saíram às ruas em uma manifestação contra a política de extermínio imposta pelo Estado nas favelas do Rio. O ato simbólico do dia 21 de abril, feriado de Tiradentes, foi organizado por familiares e amigos do estudante Felipe Correia dos Santos, de 17 anos. O jovem foi assassinado por policiais no dia 14 de abril com um tiro na cabeça. Durante a manifestação, que fechou a pista de subida da Avenida Brasil, o pedido por justiça foi entoado pelos moradores ao som de uma marcha fúnebre tocado pelo Bloco Se Benze que Dá, da Maré. Para Luiz Antônio de Oliveira, diretor do Museu da Maré, a manifestação representa um ato de resistência à política de segurança que criminaliza os moradores de favelas. Leia o texto completo em nossa página.
Carceragem tem 25 centímetros quadrados de chão para cada detento
[Por Raquel Junia] Pegue uma régua, e meça 25 centímetros no chão. Se você é uma pessoa adulta provavelmente vai constatar que só é possível se manter nesses 25 centímetros se estiver de pé. Se você se sentar ou agachar, irá perceber que seu corpo ultrapassará a medida. É essa a situação dos 782 presos na carceragem da Polinter, em Neves, São Gonçalo (RJ). Nas dez celas da cadeia, a superlotação é tanta que cada encarcerado só tem 25 centímetros de chão para permanecer. A denúncia foi feita pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa do Rio. Freixo foi até a carceragem, atendendo a uma denúncia feita no dia três de abril. A Unidade deveria abrigar no máximo 200 presos. Após passar duas horas na cadeia, o deputado constatou ainda falta de atendimento médico a casos graves, como um câncer de pulmão. Três presos morreram no local por falta de assistência médica adequada desde janeiro deste ano. Para cobrar soluções para a gritante violação de direitos humanos será realizada uma audiência pública, que ainda não tem data marcada. Serão convidados o chefe de Polícia Civil, delegado Gilberto Ribeiro e o secretário estadual de Administração Penitenciária, Cesar Rubens Monteiro de Carvalho.
Defensoria Pública recebe lideranças comunitárias
[Por Katarine Flor] Ocorreu na última terça-feira, 28, na sede da ADPERJ (Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro) uma reunião entre o ouvidor geral da Defensoria Pública, Raul Portugal Filho, e lideranças comunitárias. A reunião foi organizada pela presidenta da instituição, Sara Raquel Quimas. Lideranças comunitárias de diversas regiões do Estado do Rio apresentaram suas reivindicações e críticas à Defensoria Pública. Propuseram que reuniões como esta façam parte da rotina da Ouvidoria. Nelas, seria dado retorno às questões apresentadas pelos moradores, sobre o que foi possível ser implementado e o que não foi. Outra proposta foi a de que ocorram outras reuniões com segmentos diferentes. Sara Quimas disse que vai analisar a proposta e verificar as possibilidades de realização dessas reuniões. Os participantes propuseram também a formação de uma rede de apoio mútuo entre as comunidades, com troca de informações e parcerias. Assim as comunidades poderão colaborar umas com as outras, ainda que os problemas não sejam os mesmos. O ouvidor geral ressaltou que “as minorias podem ser maiorias quando se dão as mãos”. “O poder só funciona sobre pressão, afirmou”. Raul Portugal pediu que as lideranças comunitárias se organizem e enviem suas reivindicações por escrito para a Ouvidoria Geral. De acordo com Sara Quimas, o objetivo da reunião foi aproximar o defensor público da população carente que é a destinatária deste serviço público. “O ouvidor geral tem assento na administração superior. Então ele pode nas reuniões do conselho superior apresentar propostas de gestão para a defensoria pública como instituição”, acrescentou Quimas. Ainda não há data prevista para a próxima reunião com o ouvidor geral.
Memória
1º de MAIO – menos hora para o patrão, mais tempo para a revolução!
Por Sérgio Domingues 8 horas para de trabalho, 8 horas de descanso e 8 horas de educação. Este foi o lema da histórica greve que deu origem ao Dia Internacional dos Trabalhadores. A greve foi marcada pela AFL, central sindical dos EUA. Esta central marcou o início de uma greve geral pelas 8 horas para 1º de maio de 1886. A greve começou forte em Chicago, e se espalhou por várias outras cidades. Mas a luta pela redução da jornada já vinha de longe. Já em 1864, em sua fundação, a Internacional aponta para a redução e fixação da jornada de trabalho. A bandeira era fruto de várias greves que vinham desde os anos 1840/1850, nos países mais industrializados. Mas os trabalhadores só queriam diminuir a exploração? Só queriam descansar o suficiente para repor as forças necessárias para continuar a ser explorados? Não! 8 horas de descanso, sim! Mas também havia as 8 horas de educação. A classe trabalhadora só tem sua força de trabalho e a força das idéias socialistas pra enfrentar a burguesia. Portanto, os trabalhadores precisam de tempo para aprender e cultivar suas idéias. Para se organizar e enfrentar os patrões. Para visitar outros operários, em outras fábricas. Para ler e escrever jornais, boletins, cartilhas e livros.
O 1º de Maio continua sendo um marco na luta pela redução da jornada. Para melhorar a vida, criando empregos e oportunidades de lazer. Mas também, e principalmente, pra fazer a revolução! |
Dicas
Documentário ‘O Fim do Silêncio’ trata aborto como caso de saúde pública
O aborto inseguro, os riscos à saúde e o perigo de morte a que estão expostas as mulheres que interrompem a gravidez, principalmente as que recorrem ao método caseiro, são atualmente um problema para a saúde pública no Brasil. Para tratar do tema, foi lançado recentemente o documentário Fim do Silêncio, dirigido por Thereza Jessouroun. O filme apresenta depoimentos de algumas mulheres que fizeram aborto. Para a realização do longa, foram entrevistadas 22 mulheres dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco. O filme se lança na campanha pela legalização do aborto.
De Olho No Mundo
Empresas na Europa já fabricam TVs com acesso à Internet
Segundo informações do jornal El País, as empresas Sony e Samsung já estão vendendo na Espanha televisores com acesso a Internet. A navegação não é aberta a todo o conteúdo da rede, apenas a determinadas páginas negociadas pelos fabricantes. Pelo mesmo controle, o usuário realiza as funções tradicionais da TV, como mudar canal e volume, e também acessa a Internet. Num site do fabricante, os telespectadores podem ter acesso a páginas como YouTube, Yahoo News!, Flickr, Bloomberg e programas do canal Eurosport. Os equipamentos custam em torno de 1.500 euros, e a Internet deve ter no mínimo dois megabytes. Alguns aparelhos já vem com a tecnologia wi-fi integrada, ou seja, não é necessário um cabo conectado ao televisor para que a função internet seja ativada. [Com informações da ADNews]
Chávez doa e Saramago apóia leitura de livro Galeano por Obama
O escritor português José Saramago expressou publicamente a esperança de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveite a leitura do livro As veias abertas da América Latina, do uruguaio Eduardo Galeano. A obra foi dada como presente a Obama pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a Cúpula das Américas, realizada de 17 a 19 de abril em Trinidad e Tobago.
Saramago assegura em nota que "quem quiser estar informado sobre o que passou nessa América, desde o século XV, só ganhará lendo o livro de Eduardo Galeano".
Ao mesmo tempo recusa os comentários negativos a respeito do texto aparecidos na imprensa depois que Chávez entregou o exemplar a Obama. "Agora só nos falta ver como aproveitará Barack Obama a leitura das veias abertas”. Publicado em 1971, o volume do escritor uruguaio faz parte da lista de clássicos da literatura latino-americana. O livro faz uma exaustiva análise do saque a que foi submetida essa região, desde sua colonização até finais do século XX.
O livro pode ser lido na íntegra em http://copyfight.noblogs.org/gallery/5220/Veias_Abertas_da_Am%C3%83%C2%A9rica_Latina(EduardoGaleano).pdf [Fonte: Prensa Latina]
Literatura na África
Claridade: uma revista literária em defesa da terra e do homem de Cabo Verde
[Por Sheila Jacob] A revista literária Claridade foi lançada em Cabo Verde no ano de 1936 por Baltasar Lopes, Manuel Lopes e Jorge Barbosa, na cidade do Mindelo, Ilha de São Vicente. Uma publicação que tinha o “social e o concreto como ponto de partida para um projeto literário e cultural nacional”, nas palavras do professor Manuel Ferreira na apresentação da edição feita em 1986, em comemoração aos 50 anos do seu lançamento. Como o próprio Baltasar Lopes revela, a revista Claridade estava inserida num contexto de desastres que assolavam o arquipélago na década de 1930. A publicação adotou uma postura contestatória frente à administração colonial, “que ignorava ou violava os mais elementares princípios que regem a vida do homem e do cidadão e salvaguardam a liberdade individual”. Por meio de poemas, crônicas, contos e artigos, a revista abordou assuntos como o sentimento pátrio; o modo de ser e de estar do crioulo; o conflito interno no homem de Cabo Verde, dividido entre a necessidade de partir e a vontade de ficar; o drama da seca e da fome; a (escassez da) chuva; a solidão da ilha, e o papel do mar em um contexto de constantes emigrações. O objetivo foi tratar dos problemas vitais do arquipélago e do povo, sendo assim a terra e o homem os grandes protagonistas dos textos. A publicação pode ser considerada como precursora da independência e antecessora das outras manifestações literárias que se seguiram, como a marxista Certeza (1957), Suplemento Cultural (1958), Raízes (1977) e Ponto & Vírgula (1983).
Pérolas da edição
Por Miguel Portos, Vanderlei Martini, Oskar Lafontaine
"Os árabes e os negros da periferia parisiense são simplesmente uma geração desencantada e que consideram seus bairros como territórios que lhes pertencem. Por isso vêem a polícia como um estrangeiro, e um ministro idiota e reacionário como um general de tropas de ocupação”. Por Miguel Portos, do Bloco de Esquerda português, sobre o levante de jovens imigrantes em 2005, na França. "Os criminosos são os latifundiários e os grandes produtores" Por Vanderlei Martini, do MST "Quando os trabalhadores franceses estão com raiva, eles sequestram seus chefes. Eu desejo que isso ocorra também aqui entre nós, para que os empresários se deem conta da raiva dos empregados e entendam que as pessoas temem pela própria existência.” Por Oskar Lafontaine, liderança do partido alemão Linke, em entrevista à rádio pública WDR – La Repubblica
Garimpo
Agência Estado divulga entrevista com coordenador nacional do MST
Em entrevista à Agência Estado, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Vanderlei Martini, fez um balanço da trajetória do movimento desde o massacre de Eldorado. Ele lembrou que a violência no meio rural brasileiro cresceu muito após 13 anos do massacre de Eldorado dos Carajás (PA). A chacina vitimou 19 sem-terra em confronto com a Polícia Militar do Estado em abril de 1996. Na matéria, Martini diz ainda que considera que os últimos 13 anos foram marcados por regressos na distribuição de terras no País. Como lembra o coordenador, o governo Lula prometeu assentar 550 mil famílias no primeiro mandato, mas só 163 mil foram assentadas. O coordenador também critica a expansão do agronegócio, e a identifica como a maior vilã da reforma agrária nos últimos anos. De acordo com ele, são os latifundiários e as grandes empresas do ramo que governam o País, e não os políticos eleitos. "Os criminosos são os latifundiários e os grandes produtores", declarou Martini na entrevista. Ele lembrou que, de 1985 a 2007, foram assassinados 1.493 sem-terra, mas somente 71 pistoleiros foram condenados e 49 absolvidos.
"O Abril Vermelho, além de prestar homenagem aos companheiros mortos no massacre de Carajás, serve também para lembrar a morosidade do Judiciário brasileiro", criticou. Leia em nossa página o texto divulgado pela Agência Estado em 14/04/09.
Novos artigos em nossa página
Jovens lançam jornal em Arraial do Cabo
[Por Raquel Junia] Há 50 anos, o cineasta Paulo Cesar Saraceni filmou Arraial do Cabo. O filme ficou conhecido no mundo todo e lançou o movimento Cinema Novo. Se a população da cidade ainda não sabia do fato, agora já sabe. Informações como esta, que dizem respeito a Arraial, estão sendo divulgadas no jornal O Cabistão. Do nome do jornal aos temas das reportagens e artigos, tudo foi escolhido por jovens da cidade. Este é o resultado de um curso de Comunicação Comunitária, oferecido a 60 jovens pelo Projeto Ressurgência. Para a coordenação do curso e realização das aulas, foi feita uma parceria com o NPC. Leia o texto completo.
Caiu a farsa da Globo sobre o conflito com o MST
[Por Max Costa] Desde o início, a história estava mal contada. Um novo conflito agrário no interior do Pará, em que profissionais do jornalismo teriam sido usados como escudo humano pelo MST e mantidos em cárcere privado pelo movimento, em uma propriedade rural, cujo dono dificilmente tinha seu nome revelado. Quem conhecia e acompanhava um pouco da história desse conflito sabia que isso se tratava de uma farsa. A população, por sua vez, apesar de aceitar a criminalização do MST pela mídia e criticar a ação do movimento, via que a história estava mal contada. Leia o texto completo.
A desconstrução de uma mentira [Por Mauricio Dias/ Carta Capital] Um estudo do Ipea divulgado há duas semanas – "Emprego Público no Brasil: comparação internacional e evolução recente" – é um trabalho fundamental para desconstruir a mentira de que o Estado brasileiro é inchado pelo número de servidores e grande demais para as necessidades do País. O levantamento do Ipea prova o contrário. A participação do emprego público é pequena. Leia o texto completo.
Serra compra 220 mil assinaturas da Abril [Por Altamiro Borges] A cumplicidade entre os “barões da mídia” é algo impressionante. Primeiro, os blogs de Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif, entre outros, revelaram que o governo de São Paulo comprou 220 mil assinaturas anuais da revista Nova Escola, publicada pela Editora Abril – a mesma que produz a Veja, porta-voz dos tucanos e do “império do mal”. Na seqüência, a denúncia chegou ao Congresso Nacional num pronunciamento contundente do deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Apesar da gravidade do assunto, que pode confirmar o conluio entre o presidenciável tucano e a revista de maior circulação no país, os jornalões e emissoras da televisão evitam abordar o caso. Leia o texto completo.
Muros nas favelas do Rio – Entrevista com o sociólogo Ignácio Cano [Por IHU On-Line] Os muros que estão sendo construídos em torno das favelas da Zona Sul do Rio de Janeiro geram um amplo debate. "Qual é a lógica por detrás disso?", pergunta o sociólogo Ignácio Cano, consultor do Observatório das Favelas e do Governo do Estado de Minas Gerais. Confira a entrevista.
Novas entrevistas em nossa página
Carmen Lozza: Se o aluno não entende a influência da mídia, ele desconhece a si próprio
[Por Katarine Flor] O curso de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais da UFRJ, coordenado pelo professor Evandro Ouriques, recebeu no dia 27 de abril a professora da UFF Carmen Lozza, diretora do Programa Jornal e Educação. Ela ressaltou a importância de se levar o jornal para as escolas, e incentivar a leitura crítica da mídia. “É um recurso didático que precisa ser conhecido, lido e interpretado”. Para ela, é necessário buscar a reflexão crítica dos alunos sobre a influência da mídia nos indivíduos, para que eles saibam fazer escolhas. E enfatizou o compromisso social da escola nesse processo. Confira a entrevista.
“O Rio sempre foi um grande quilombão”
[Por Katarine Flor] Com a justificativa de atender aos interesses da sociedade, autoridades planejam construir muros no entorno de favelas cariocas. Alegam que essas construções, que chamam de ecolimites, vão conter o avanço desordenado das favelas sobre as matas que ainda cobrem os morros. Mas, para a socióloga Vera Malaguti, “o muro representa a vitória de um projeto fascista. Escondida sob o manto da proteção ecológica, é uma política de apartação social, que trata a pobreza como um entrave ao meio ambiente e os pobres como sujeira”, declara em entrevista ao BoletimNPC. Para ela, está em jogo um projeto de confronto, e não há coragem de se dizer que vai emparedar a favela. “Enquanto isso, o pau começou a comer em cima dos pobres”. O frágil argumento utilizado pelo governador, Sérgio Cabral, e pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, pode ser derrubado com os indicadores da pesquisa feita pelo IPP (Instituto Pereira Passos). A pesquisa aponta que 69,7% das áreas à cima dos 100m de altitude são ocupadas pelos ricos ou pela classe média-alta. E, até o momento, nenhuma autoridade falou em murar os ricos para impedir o crescimento desordenado de mansões sobre a Mata Atlântica. “As favelas que estão murando não foram as que cresceram mais. São as que possuem grande especulação imobiliária”, diz Malaguti. Recentemente, o Datafolha publicou uma pesquisa de opinião, que diz que 47% dos moradores de favela apóiam a construção dos muros, enquanto 46% são contra. Malaguti acredita que “foi uma fraude feita por um sociólogo de plantão. Isso foi desmascarado pela a associação de moradores da Rocinha. Eles fizeram um plebiscito, que revelou que 1.056 pessoas mostraram-se desfavoráveis à construção do muro, contra 50 votos a favor”, conta a socióloga. O prefeito Eduardo Paes considerou o plebiscito suspeito. E disse achar que os moradores da Rocinha estão satisfeitos com a medida. Para Malaguti, projetos como o do morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, muitas vezes se revelam projetinhos de marketing. “São projetos pontuais, que buscam pasteurizar e esconder a pobreza. Mostram pobres quietos e submissos, quando o Rio sempre foi de grande resistência. Uma cidade rebelde e negra que nunca escondeu nada. Foi sempre um grande ‘quilombão’”, conclui Vera.
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915) Redação: Katarine Flor, Raquel Junia e Sheila Jacob Web: Luisa Santiago Colaboraram nesta edição: Colaboraram nesta edição: Alípio Freire (SP), Café (RJ), Douglas Baptista (RJ), Equipe de Comunicação do MST, Gizele Martins (RJ), Jéssica Santos (RJ), Katarine Flor (RJ), Mário Camargo (RJ), Renata Souza (RJ), Rogério Almeida (PA), Sérgio Bertoni (PR) e Sérgio Domingues (RJ).
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
|
|
|
|