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Boletim do
NPC —
Nº 143
— De 1 a 15/4/2009
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Programa dos vários cursos do NPC está na nossa página
O conteúdo dos onze cursos oferecidos pelo NPC está na nossa página. Cada item apresenta um breve resumo do que está sendo trabalhado na realização dessa atividade de formação político-sindical e popular. Clique aqui para ler sobre eles: 1 - Comunicação Sindical e Disputa de Hegemonia - Módulo I 2 - Comunicação Sindical - AVANÇADO 3 - Comunicação e Negociação 4 – Oratória – Arte de falar em público 5 – Comunicação Comunitária 6 – Redação Sindical 7 - História das Lutas dos Trabalhadores no Mundo do séc. XIX ao séc. XXI 8 - História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil – séc. XIX e XX 9 – História das Centrais Sindicais no Brasil - de 1908 a 2008 10 – Como fazer Análise de Conjuntura 11 – Concepção e Prática Sindical / Negociação. [Junto com o Dieese]
Todos os cursos têm duração de dois dias – com exceção do curso de Comunicação Sindical AVANÇADO, que é ministrado em três dias. Para informações adicionais, é preciso entrar em contato conosco pelo e-mail npiratininga@uol.com.br, ou pelos telefones (21) 2220-5618 e 2220-4895.
Inauguração do blog do NPC
Inauguramos nessa semana o blog do Núcleo Piratininga de Comunicação. Nele, serão divulgados artigos e textos produzidos pelos colaboradores do NPC. Esperamos de cada leitor comentários, contribuições, idéias, opiniões e sugestões. O texto dessa semana é Feios, sujos e malvados, de Adriana Facina, do Observatório da Indústria Cultural. Anote o endereço: http://blog.piratininga.org.br/
Alunos do curso de comunicação em Arraial realizam concurso de redação
No dia 4 de abril será realizado nas escolas do município de Arraial do Cabo o Concurso de Redação Mares. O concurso está sendo organizado por alunos do curso de comunicação comunitária, que é oferecido em Arraial pelo Projeto Ressurgência juntamente com o NPC desde agosto de 2008. O concurso de redação tem como tema a Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo (Resex–Mar), e vai premiar os melhores textos nas categorias ensino fundamental e ensino médio. O objetivo do concurso é fomentar o conhecimento e a discussão sobre a Reserva Extrativista Marinha, também tema central do curso de comunicação comunitária. A premiação ocorrerá no dia 25 de abril na festa de encerramento do curso, em praça pública. “Venha conhecer a Reserva” é o nome da festa, na qual haverá também a exibição de vídeos feitos pelos alunos e o lançamento da 3ª edição do jornal O Cabistão, fundado durante o curso.
Proposta de Pauta
MEC realiza primeira audiência pública para rever diretrizes curriculares de jornalismo
O Ministério da Educação (MEC) anunciou, no início deste ano, a formação de um grupo para avaliar e repensar as linhas pedagógicas do curso de jornalismo. Além da consulta, está prevista a realização de três audiências públicas para discutir o tema. A primeira já foi realizada, e ocorreu no dia 20 de março, no Palácio Capanema, Rio de Janeiro. Segundo a professora de jornalismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sylvia Moretzsohn, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, o representante do MEC, Paulo Roberto Wollinger, causou um certo burburinho na abertura do encontrou. Ele afirmou que não estava em pauta, naquele dia, a separação de jornalismo da área de comunicação social – que é um dos principais pontos da discórdia atual. Segundo Jean Oliveira, membro do coletivo regional de estudantes de comunicação do Rio de Janeiro, um dos motivos apresentados foi o fato de “a sociedade não reconhecer a profissão de comunicador social” – portanto já não existiria, e não haveria motivo para tratar do assunto. “De que sociedade ele está falando?
Leia o texto completo na nossa página. Enquanto isso... [Redação Adnews] O bispo R.R. Soares anunciou início das atividades da "Faculdade do Povo", que vai oferecer, a princípio, cursos Propaganda e Marketing, Jornalismo e Rádio e TV. O anúncio foi feito no programa "Show da Fé", transmitido pela Rede Bandeirantes. De acordo com o Portal IMPRENSA, o MEC (Ministério da Educação) credenciou no dia 29 de janeiro uma faculdade de comunicação social com as habilitações de Jornalismo, Propaganda e Rádio e TV para a Igreja Internacional da Graça.
STF adia por tempo indeterminado julgamento de recurso contra diploma de jornalismo
Foi adiado o julgamento do Recurso Extraordinário 511961, que questiona a exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Mas não foi divulgada uma nova data para o julgamento. O recurso estava previsto para entrar na pauta do STF na sessão desta quarta-feira, 1º de abril. Hoje, quem não tem diploma pode trabalhar em jornalismo graças a uma liminar do ministro Gilmar Mendes, concedida em novembro de 2006. A polêmica em torno da questão do diploma já é antiga. Conversamos com alguns jornalistas sindicais para saber a opinião deles. Valdick Oliveira, diretor de formação do Sindipetro – NF, disse ser contrário a todo e qualquer tipo de proibição. Para ele, a questão do diploma inviabilizaria a democratização da comunicação, porque restringiria a um grupo de pessoas a atividade de comunicador. Já Fernanda Viseu, jornalista do Sindpetro –NF, é totalmente a favor do diploma. “Mas não é uma questão de defesa de mercado, o que é normalmente alegado. Para mim, essa é uma questão de compromisso, de repensar a grade curricular e mostrar que é muito grande a nossa responsabilidade e o nosso compromisso ético com a sociedade”. Rodrigo Correia, jornalista do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), e Silvio Berengani, coordenador de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, também dão sua opinião. Clique para ler o texto completo.
Radiografia da Comunicação Sindical
SindUTE-MG lança edição especial sobre a situação da educação no estado
Para comemorar seus 30 anos, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais lançou, em fevereiro de 2009, a publicação especial Radiografia da Educação Mineira. Para preparar essa edição, a jornalista Daniela Arbex visitou dezenas de escolas públicas estaduais de Belo Horizonte e mais três regiões do Estado. De acordo com o editorial, “o que se percebe, ao mergulhar nessa leitura, é que o cenário da educação no Estado nunca foi tão perverso como se encontra hoje. De Norte a Sul, o que se vê são escolas públicas estaduais em situação lastimável, enfrentando dificuldades de toda sorte, em condições degradantes”. E complementa: “Violência, falta de infra-estrutura e de investimento nos profissionais da educação, inexistência de políticas públicas, desvalorização do serviço público, exclusão, esquecimento e descaso são cenas que o leitor confere ao longo da edição”. A iniciativa é uma dica para tantos sindicatos de professores, pelo Brasil afora, fazer o seu diagnóstico. Um passo para mudar.
A Comunicação que queremos
Sindicatos de Blumenau investem em rádio comunitária
Há cerca de dez anos funciona em Blumenau, Santa Catarina, a Rádio Comunitária Fortaleza Adenilson Teles (98,3 FM). A emissora divulga músicas locais e bandas regionais e notícias de sindicatos e movimentos sociais. No histórico da rádio estão vários enfrentamentos com a Polícia Federal e a Anatel – perseguidoras de rádios comunitárias. Foi após várias prisões e apreensão de equipamentos, que a emissora finalmente conseguiu sua legalização em 2007. De acordo com Anderson Engels, um dos funcionários da rádio, os Sindicatos dos Bancários, Transporte Coletivo, Servidores Públicos, Alimentação, Vidros e Cristais, Saúde, Asseio e Conservação, Gráficos e Comerciários atualmente apóiam e participam da programação. Eles se responsabilizam pelos programas mais informativos que tratam de temas como data-base, questões trabalhistas, reivindicações salariais, a atual crise do capitalismo, movimentos sociais, e outros. O nome da rádio homenageia um de seus idealizadores, Adenilson Teles, que era jornalista sindical ligado a vários sindicatos: têxtil, bancários, transporte coletivo e vigilantes. Foi também o animador da Folha Popular, jornal do Fórum dos Movimentos Sociais feito por 13 sindicatos e movimentos como o MST e dos Sem-Teto. O jornalista faleceu em outubro de 2007, um mês após a Rádio Comunitária Fortaleza conseguir sua outorga. No final de abril, a rádio terá os programas disponíveis pela internet, no endereço http://www.radiofortaleza.com.br/. A Rádio Comunitária Fortaleza é um exemplo para vários sindicatos e movimentos. É preciso investir nas mais variadas ferramentas de comunicação – como os programas de rádio, para além dos boletins e jornais impressos.
Brasil de Fato: um jornal semanal que precisa ser assinado
“Centenas de militantes dos mais diferentes movimentos sociais têm se esforçado para construir e manter o jornal Brasil de Fato, que já completa seis anos de imprensa popular comprometida com os interesses dos brasileiros. (...) Mantivemos o jornal impresso semanal, que se destina a militantes sociais e interessados em conhecer a realidade das lutas com uma visão diferente daquela construída pela mídia corporativa. Também temos feito edições massivas, destinadas à população em geral, quando se trata de temas importantes da luta conjuntural. Mantemos também uma página na internet que é referência para os movimentos sociais, com milhares de acessos mensais: www.brasildefato.com.br. E enviamos um boletim eletrônico semanal. (...) Todo esse esforço somente terá futuro e autonomia caso se sustente no apoio militante das assinaturas. Por isso, estamos entrando em contato com todos os militantes, amigos, simpatizantes. Nos ajudem a construir a imprensa popular brasileira. Faça sua assinatura. Renove. Motive um amigo a também fazê-la. Faça um presente para um/a amigo/a. Fique por dentro das principais informações da classe trabalhadora. ” [trecho da carta de João Pedro Stedile, em nome do conselho editorial do jornal]
De Olho Na Mídia
Folha de S.Paulo consegue esconder greve de 3 milhões na França
[por Vito Giannotti] No dia 20 de março, os leitores daquele jornal paulista que inventou a “ditabranda” não viram, na capa, a notícia da maior greve mundial dos últimos tempos. A manchete principal mal disfarça a alegria dos manda-chuvas do jornal. É um título há muito esperado pela Folha: “Com crise, cai aprovação de Lula!”. Ufa! Finalmente a Folha pôde fazer seu título há tanto esperado.
Mas o esforço do jornal da ditabranda aparece descarado na foto principal da capa daquele dia. Precisava esconder dos seus leitores, naquela capa, uma foto da enorme greve que levou para as ruas entre 1 milhão e três milhões e meio de manifestantes (dependendo das diferentes avaliações). A lógica jornalística, se o objetivo fosse informar os leitores, exigia este mínimo. Seu rival de mercado, embora com a mesma ideologia conservadora, O Estado de S.Paulo colocou na sua capa uma enorme foto de cinco colunas, mostrando uma das 226 passeatas que aconteceram durante aquela greve. O carioca O Globo estampou uma grande foto de quatro colunas em sua capa.
A FSP, não. Arrumou uma grande foto insignificante de um porão do Senado que poderia ser usada no dia seguinte, e pronto! Está feito o tapete para esconder, da capa, a greve francesa. Curioso é que no caderno B, página 6, há um artigo muito bem feito pela colaboradora do jornal em Paris, Cíntia Cardoso. Quer dizer, a Folha sabia muito bem da importância daquela greve. Sabia, sim. A repórter contou. Mas, a saudade dos tempos da ditabranda deixou suas marcas. Tem que esconder o que não interessa. E, veja só, não precisa censura. É só pensar nos seus interesses de classe. Assim, muitos dos seus leitores não viram aquilo que a ditabradnda não gostava: uma greve. Ah! Que horror!
Debate é censurado na página da TV Câmara
O repórter Leandro Fortes, da revista Carta Capital, enviou na última semana uma carta aberta aos jornalistas de todo país. O texto denuncia a remoção, da Internet, do programa Comitê de Imprensa da TV Câmara, que foi transmitido no dia 11.03.2009. O motivo seria a opinião dada no debate daquele dia sobre a Operação Satiagraha, a CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, as ações contra Protógenes Queiroz e o grampo telefônico.
Diz um trecho: “Em particular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta da participação de agentes da ABIN. E citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da CartaCapital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro”. De acordo com o jornalista, a organização estaria cheia de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto. E continua: “Apurar o evento, contudo, não foi muito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e a suspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foi prontamente atendido”. Leia a carta completa em nossa página.
No Rio, Record bate Globo e tem o melhor Ibope de sua história
A noite da última quarta-feira foi de recorde para a Record. A emissora de Edir Macedo registrou o melhor ibope da história no Rio de Janeiro com a novela "Chamas da Vida". A trama foi ao ar às 22h10 e conseguiu 27 pontos, batendo a Globo que, com o jogo Vasco contra Mesquita, alcançou 24 pontos.
Em São Paulo, a distância entre as duas emissoras ainda é grande. Na maior praça do país, a Globo lidera isolada em audiência. Com a exibição do jogo entre São Paulo e o Noroeste, na quarta-feira, a emissora global bateu a novela da Record e marcou 23 a 16. [Adnews e Clipping do FNDC, em 27/03/2009] Aliás... Record desenvolve portal de notícias para concorrer com o G1, da Globo A Rede Record desenvolve um megaportal de notícias para concorrer com o G1, da Globo, e será lançado no segundo semestre de 2009 e contará com vídeos da emissora, da Record News e produzirá material próprio. Por ora, a Record possui um site, mas apenas institucional que apresenta a programação do canal. Além disso, sustenta um canal de vídeos no Youtube com objetivo de divulgar os destaques da programação, exibir chamadas e trechos dos programas e novelas da emissora. Conta, ainda, com um espaço dedicado à imprensa, com informações sobre a rede. A notícia da construção do megaportal vem junto com o anúncio do investimento de R$ 200 milhões. A maior parte desta quantia será revertida na compra de equipamentos e ampliação dos estúdios Recnov, que concentra a produção de novelas da emissora, no Rio de Janeiro. [Redação - Portal Imprensa]
Movimento negro da Bahia denuncia programas de TV racistas
O Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) da Bahia formalizou uma denúncia ao Ministério Público contra programas da TV local, que criminalizam a população negra e reforçam estereótipos. De acordo com a coordenadora do Conselho, Vilma Reis, são sempre negros e pobres os personagens mostrados em situações constrangedoras – como a exibição de prisões e conflitos entre mulheres. O CDCN decidiu entrar com a denúncia devido ao não-cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o MP e os representantes dos programas. "Em pleno Estado democrático de direito, não podemos suportar tal ofensa em silêncio. Que o argumento da censura não seja manipulado para violar nossos direitos", diz Vilma Reis, coordenadora do CDCN. Como Vilma observa, “se a comunicação é de concessão pública cabe ao poder público controlar a ação”. [Fonte: Observatório do Racismo Virtual]
Democratização da Comunicação
Movimento pela democratização insiste na revisão das concessões de rádio e TV
Como anunciamos no último boletim, o Governo finalmente definiu o tema da primeira Conferência Nacional de Comunicação. A temática do encontro será Comunicação: Direito e Cidadania na Era Digital. A definição do tema era a peça que faltava para a publicação do decreto presidencial convocando a conferência. Como lembra a militante do coletivo Intervozes, Carolina Ribeiro, a Comissão Pró-Conferência havia sugerido ao Governo outro tema: Comunicações - meios para a construção de direitos e de cidadania. “Nós sabíamos que o Governo poderia focar nas novas tecnologias. Mas esperamos que isso não signifique a ausência de debate sobre a questão analógica, que é a demanda atual da sociedade. Achamos que, por um lado, eles acataram nossa reivindicação, incorporando no tema a questão do direito e da cidadania”. Para ela, essa é a questão mais importante no momento: “Precisamos tratar com urgência, nessa Conferência, das rádios e TVs comunitárias, transparência e democracia nas concessões públicas etc”. Carolina disse ainda que o Intervozes está tentando, por várias frentes, fazer o Governo soltar o decreto. “O que sabemos é que ele está pronto, falta apenas a autorização do presidente”. Leia o texto completo em nossa página.
NPC Informa
Em Belo Horizonte, Festival apresenta retrospectiva do cinema militante
De 8 a 12 de abril, será realizada no Cine Humberto Mauro, em Belo Horizonte, a 4ª edição do FELCO – Festival Latino Americano da Classe Obreira. Na exibição serão contempladas as produções cinematográficas de cunho social e artístico. Neste ano, será apresentada a Mostra Memórias do Subdesenvolvimento, que abre espaços para realizadores contemporâneos, cinema militante e vídeo-ativismo. Dentre os temas estão: movimentos sociais; as lutas e a realidade da classe trabalhadora de nossa América Latina; o reconhecimento dos povos através de movimentos urbanos; cultura popular; luta agrária e camponesa; e movimento negro. Como exemplo das produções contemporâneas, o Festival traz ainda a obra do cineasta Carlos Pronzato, que este ano lança o livro Poemas Sem Terra. Os versos foram escritos entre 2006 e 2008, e pretendem ser uma homenagem aos 25 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Também homenageia os 19 companheiros sem terra que foram barbaramente assassinados em 17 de abril de 1996 pela Polícia Militar, em Eldorado dos Carajás, no Estado do Pará. A programação completa está no site www.redefelcominas.ning.com
Carlos Tourinho lança novo livro: Inovação no Telejornalismo – o que você vai ver a seguir
Neste livro, o jornalista e pesquisador Carlos Tourinho trata do cotidiano profissional dos jornalistas e dos interesses dos consumidores de notícia. Fala do que foi feito no passado da imprensa brasileira, do que é feito hoje e do que será feito no futuro. Traz reflexões de profissionais e de pesquisadores que tem estudado os meios de comunicação contemporâneos, o crescimento da internet e as transformações nas mídias tradicionais. Este é o terceiro livro de Carlos Tourinho. Antes, lançou "10 desafios para a gestão pública no ES" (2006) e "Jornalismo Regional e Optativo na Rede Globo" (2007). Ele é Chefe de Reportagem da TV Globo em Vitória.
INTERCOM Sudeste 2009 aborda tema da digitalização
A Escola de Comunicação da UFRJ sediará, nos dias 7, 8 e 9 de maio, o XIV Congresso das Ciências da Comunicação - INTERCOM Sudeste 2009. O tema central do encontro será “Comunicação, Educação e Cultura na Era Digital”. Está prevista a participação de cerca de duas mil pessoas da região sudeste. Podem participar estudantes de graduação em Comunicação de toda a região sudeste, professores e profissionais de Comunicação em diferentes modalidades. Saiba mais sobre as inscrições no site oficial do evento: http://www.eco.ufrj.br/intercomsudeste2009/
Curso sobre a Crise do Capitalismo será ministrado em São Paulo
Estão abertas as inscrições para um curso sobre a Crise do Capitalismo, que está sendo promovido pela Escola Nacional Florestan Fernandes e pelo Departamento de Jornalismo da PUC/SP. O Brasil de Fato e a Editora Expressão Popular apóiam a iniciativa. Serão cinco sessões semanais, sempre às quartas–feiras. Cada sessão terá a assessoria de um ou mais palestrantes sobre os temas sugeridos. Os participantes receberão certificado de curso de especialização de 20 horas. As inscrições podem ser feitas de 23 de março a 15 de abril. O curso terá início no dia 29 de abril, com a discussão do tema: “O referencial teórico para compreender a crise”. Dentre os assessores previstos estão Marcio Pochmann, Plínio de Arruda Sampaio, Virginia Fontes, João Pedro Stedile, Fabio Konder Comparato, e outros. As aulas serão no Auditório do Instituto Sedes Sapientae. Endereço: Rua Ministro Godoy 1484, próximo da PUC-SP e da Avenida Sumaré. Clique para saber mais sobre as inscrições e a programação.
Medalha Chico Mendes de Resistência homenageia Cinco Heróis Cubanos
A 21ª Medalha Chico Mendes de Resistência 2009 presta uma homenagem, na Categoria Internacional, aos Cinco Heróis Cubanos presos nos EUA. São eles: Antonio, Fernando, Gerardo, Ramón e René. A entrega simbólica foi feita ao Cônsul de Cuba Bladimir Martinez no dia 1º de abril, no IFCS/UFRJ, Centro do Rio. Sobre os Cinco Em setembro de 1998, os cinco cubanos foram presos enquanto cumpriam uma missão antiterrorista em Miami. Eles estavam investigando grupos de extrema-direita no sul da Flórida. Durante pelo menos quatro décadas, aproximadamente 3,5 mil pessoas foram mortas e mais de 2,1 mil foram feridas em ataques contra Cuba. Em junho do mesmo ano, o governo cubano havia compartilhado com o FBI importantes informações descobertas pelos cinco agentes. Mas todas as denúncias sobre os grupos terroristas foram ignoradas. Após terem sido presos e confinados por 17 meses em solitárias, os cubanos foram submetidos a um julgamento considerado "repleto de irregularidades". De acordo com as sentenças, Gerardo cumpre dupla prisão perpétua, Ramón e Antonio cadeia perpétua; Fernando foi condenado a 19 anos de prisão e Renê, 15. Os cinco agentes foram presos e espalhados pelas prisões federais do país, onde recebem duro tratamento, incluindo confinamentos em solitárias. Eles jamais puderam receber as visitas de seus familiares. [Com informações do Portal Vermelho]
Imagens da Vida
Adenilson Teles
Crédito da foto: Anderson Engels Na foto, Adenilson Teles, jornalista sindical. Imagens feitas por artistas plásticos na sede da Rádio Comunitária Fortaleza, de Blumenau/SC.
De Olho Na Vida
Audiência pública apresenta violações cometidas por siderúrgica no Rio de Janeiro
A economista Sandra Quintela entrega relatório apontando irregularidades no EIA/RIMA
[por Gilka Resende] Os prejuízos causados à população do entorno da Baía de Sepetiba com a instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) foi tema de Audiência Pública realizada no dia 19.03 pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Dentre as principais acusações estava o envolvimento de milicianos na segurança do canteiro de obras da transnacional. Crimes ambientais e o desrespeito às leis trabalhistas também figuram entre as denúncias. A empresa alegou desconhecer tais acusações.
Pescadores artesanais disseram ser proibidos de trabalhar com seus barcos na região. Lideranças contrárias ao empreendimento vêm sendo ameaçadas de morte. Por esse motivo, o pescador Luis Carlos da Silva teve que deixar sua moradia em janeiro: “É difícil você não poder trabalhar naquilo que gosta e sabe fazer. Por lutar pelos direitos da classe dos pescadores tive que me afastar da minha família, dos meus companheiros. Fui ameaçado na minha própria casa”, contou emocionado. Leia o texto completo em nossa página.
Publicações sobre agroecologia são distribuídas para escolas públicas e organizações de trabalhadores/as
[Por Laudenice Oliveira/ do Centro Sabiá-PE] A Escola Agrícola de Serra Talhada, situada no Sertão de Pernambuco, recebeu um conjunto de publicações produzidas pela ONG Centro Sabiá. A entrega foi feita no dia 20 de março à direção da escola. Dentre os materiais há vídeos, cartilhas e jornais com experiências de famílias agricultoras. Todos eles são voltados para a agroecologia e Sistemas Agroflorestais (SAfs). Várias outras instituições de ensino, redes e organizações de diversos estados do Brasil também tiveram acesso às produções do Centro Sabiá. A iniciativa foi possível devido ao convênio firmado com o governo Federal, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A parceria possibilitou a reedição da Cartilha Agricultura Agroflorestal ou Agrofloresta; a reprodução de alguns vídeos, como Cuidando da Vida no Sítio São João, e também a publicação do jornal da Rede Ater Nordeste. Assim, 334 instituições espalhadas pelo país inteiro tivessem acesso aos seus conteúdos.
Informações sobre o Centro Sabiá no endereço www.centrosabia.org.br.
Memória
30 anos da Revolta dos Motoqueiros no Rio Grande do Sul
Há 30 anos, em 5 de fevereiro, ocorreu na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, um dos últimos episódios de contestação da população urbana do estado: uma revolta protagonizada por motoqueiros da cidade, que ocorreu entre os dias cinco e sete de fevereiro de 1979. Para lembrar o ocorrido, Leandro Malósi Dóro, jornalista do Sintrajufe (RS), escreveu o livro Revolta dos Motoqueiros. Como o autor explica, este foi o único levante contra a ditadura militar do Brasil liderada por motociclistas. O estopim foi o motoqueiro de 17 anos, Clodoaldo Teixeira, ter sido perseguido e alvejado por policiais militares em frente à casa dos pais, após fugir de uma batida policial. O assassinato gerou uma revolta dos motoqueiros e da população contra a brigada militar, cujas lideranças se negaram a punir os responsáveis. Os protestos tiveram início com a tentativa, por parte da vizinhança, de linchamento do autor dos disparos. A revolta continuou por mais três dias, envolvendo cerca de dez mil pessoas. Acabou gerando a morte de outros dois jovens: Adão Faustino e Joceli Joaquim Macedo, ambos assassinados em protesto diante do CPA3, na Avenida Brasil. Muitos dos envolvidos mudaram-se do município após o ocorrido, seja por perseguição ou busca de melhores oportunidades. Para Leandro, é importante relembrar a revolta ocorrida há trinta anos “porque foi uma tomada de posição de uma população alienada, que percebeu, mesmo sem instrumentos políticos, que havia algo errado no sistema reinante no período militar”.
Agenda NPC - 1º a 15 de abril: datas que marcaram o país durante os anos de chumbo
01.04.1964: Um dia após o golpe civil-militar, quando o presidente ainda estava em solo brasileiro, o Correio da Manhã disparou: “Só há uma coisa a dizer ao Sr. João Goulart: saia”. No dia anterior, o jornal já havia mostrado seu apoio ao golpe com a manchete “Basta-Fora”. No dia 1º de abril, mais de 100 mil pessoas foram presas pelos militares golpistas. No Estado do Rio, mais de 50 mil são confinados no Centro Poliesportivo Caio Martins, em Niterói. Além disso, três navios ancorados na Baía de Guanabara ficaram lotados de presos. 02.04.1964: 800 mil pessoas saíram às ruas na “Marcha da Vitória”, em apoio ao golpe de 31 de março. Foi a segunda grande passeata organizada pelas forças da direita. 04.04.1968: Na Candelária, Rio, missa de 7º dia pela morte do secundarista Edson Luis. Cerca de 30 mil pessoas foram atacadas pela repressão com espadas, cavalos e fuzis. 05.04.1968: A ALN, liderada por Carlos Marighella, lança o jornal O Guerrilheiro. Logo após, o jornal passará a ter o mesmo nome da organização: Aliança Libertadora Nacional. 08.04.1974: Morre assassinada pelo Exército a guerrilheira Diná Coqueiro. Ela lutava no Araguaia contra a Ditadura e pelo socialismo. 09.04.1964: Tropas do Exército e da Força Pública invadem a Universidade de Brasília, que era “ninho de subversivos” para a Ditadura. Nesse mesmo dia são cassados mandatos parlamentares e suspensos os direitos políticos de quem pudesse atrapalhar o regime. No grupo constavam Prestes, Brizola, Jango, Jânio Quadros, Juscelino, Josué de Castro, Samuel Wainer, além de 40 juizes, 1200 militares e 1400 civis. 11.04.1984: Os jornais dão destaque ao grande comício do Rio pelas Diretas-Já. Foi o maior da história – reuniu cerca de um milhão e cem mil pessoas na Avenida Presidente Vargas.
12.04.1972: Começam os combates entre guerrilheiros e Exército na região do Araguaia. A guerrilha do Araguaia foi o mais consistente movimento armado de resistência da esquerda.
Lições da História
Imprensa burguesa festejou o golpe civil-militar de 1964
[Fonte: Agência Carta Maior] Confira na nossa página trechos de jornais da época que mostram o apoio da mídia comercial ao golpe. Por exemplo: “Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições”. (O Globo, 4.04.1964)
Clique aqui para conferir a pesquisa, publicada originalmente no blog BrHistória, da jornalista Cristiane Costa.
Dicas
Filme ‘À Margem do Lixo’
O filme À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel, retrata o cotidiano dos catadores de papel e materiais recicláveis da cidade de São Paulo. O documentário recebeu o Prêmio especial do Júri e Prêmio de Júri Popular do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Neste longa, o diretor procurou recolher os depoimentos para mostrar o trabalho do ponto de vista dos personagens, dando voz a eles e permitindo que eles falassem sobre sua vida e seu dia a dia. É a terceira parte de uma tetralogia iniciada com “À Margem da Imagem” e “À Margem do Concreto”.
De Olho No Mundo
Peru será sede do 1º Congresso Latino-Americano de estudantes de comunicação
O 1º Congresso Latino-Americano de Estudantes Universitários de Comunicação Social será realizado em Cusco, Peru, de 20 a 24 de abril. O evento está sendo organizado pela Associação Peruana de Estudantes Universitários de Comunicação Social (APEUCS), filiada à Federação Latino-Americana de Estudantes Universitários de Comunicação Social (FELAECS).
Milhares de argentinos protestam contra torturadores do período ditatorial
No dia 24.03.2009, milhares de argentinos e argentinas realizaram um protesto contra o golpe militar que ocorreu no país há 33 anos. Os manifestantes foram às ruas do centro de Buenos Aires para exigir maior velocidade nos processos que envolvem militares e policiais que participaram de seqüestros, mortes e torturas durante a ditadura no país (1976 a 1983). O saldo do período sangrento foi de 30 mil desaparecidos, além de milhares de pessoas torturadas e exiladas, de acordo com organismos de direitos humanos. Atualmente estão sendo julgados 1254 torturadores no país, mas só 526 estão sendo formalmente processados. Destes, apenas 48 ex-integrantes da ditadura foram condenados. A Corte Suprema argentina anunciou recentemente que os ex-torturadores vão cumprir penas em prisões comuns, sem o privilégio das prisões domiciliares para os torturadores com mais de 70 anos. Nas manifestações argentinas o professor Jorge Julio Lopez também sempre é lembrado. Ele desapareceu em setembro de 2006, após testemunhar contra o ex-chefe de polícia da Província de Buenos Aires, Miguel Etchecolatz, um dos torturadores argentinos, que acabou sendo condenado à prisão perpétua.
O protesto foi divulgado pelo canal Globo News, da TV a cabo. A matéria do telejornal, entretanto, não cita a impunidade em relação aos torturadores da ditadura militar brasileira. Clique aqui para ver a matéria da Globo News.
Manifestações pelo mundo marcam jornada contra o capitalismo e a guerra
Entre os dias 28 de março e 4 de abril, mulheres e homens do mundo inteiro saem às ruas para protestar contra o capitalismo e a guerra, e dizer que não vão pagar pela crise. A manifestação foi convocada pela Assembléia dos Movimentos Sociais, que se reuniu durante o último Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009 em Belém/PA. Ao longo da semana, os movimentos dizem que é necessário ir à raiz dos problemas para enfrentar as crises que hoje vivemos: alimentar, financeira, econômica, climática, energética e migratória. A solução é construir uma alternativa ao sistema capitalista e à dominação patriarcal.
Em 31 de março, por todo o mundo houve manifestações contra os recentes ataques à Palestina e contra o desemprego provocado pela crise. No Brasil, a maior manifestação foi em São Paulo, que reuniu entre cerca de 20 mil pessoas. No dia 1º de abril, em Londres, uma manifestação em frente ao Banco Central da Inglaterra foi violentamente reprimida pela polícia. Um manifestante foi morto durante o protesto contra a reunião do Grupo dos 20 (ou G-20). Estão previstas ainda manifestações no dia 4 de abril, data que marca o aniversário de 60 anos da Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, braço do exército dos Estados Unidos na Europa. Clique aqui para ler a íntegra da Declaração da Assembléia dos Movimentos Sociais, realizada no FSM 2009.
Literatura na África
Escritor angolano fala sobre suas obras e a exaltação de seu povo
[Por Sheila Jacob] O autor angolano Manuel Rui Monteiro esteve no Rio de Janeiro para falar sobre seu livro Quem me dera ser onda. O encontro foi no dia 24 de março, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Reuniu estudantes, professores e admiradores das literaturas africanas de expressão portuguesa. Quem me dera ser onda foi o primeiro livro do escritor, lançado em 1982. A partir da relação dos meninos Zeca e Ruca com o porco levado às escondidas para sua casa, o texto fala sobre a sociedade angolana após a independência de Angola – decretada em 11 de novembro de 1975. Aborda as consequências da guerra; a migração física e simbólica das aldeias para as cidades; a hostilidade à professora que é progressista por acreditar, juntamente com as crianças, em uma liberdade de fato; a reprodução da opressão, antes praticada pelo colonizador e agora pelos próprios angolanos. “Quem me dera ser onda trata exatamente dessa fase pós-revolução. O que vejo hoje no meu país é gente oportunista, que se aproveitou da revolução para ocupar o lugar da burguesia branca”, disse o escritor. Mas ele lembrou que o livro fala principalmente de sonhos, de utopia, de esperança. Por isso, traz como mensagem final o desejo das crianças de serem ondas – retomando a metáfora do título da obra.
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Pérolas da edição
Por Marx e Lula
"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado." Karl Marx, em O Capital, 1867 "(...) não temos o direito de permitir que sejam os pobres, que viajam o mundo a procura de uma oportunidade, de um emprego, de um salário, de uma renda, que sejam os primeiros a pagar a conta de uma crise feita pelos ricos. Que não foi causada por nenhum negro, nenhum índio e por nenhum pobre. Uma crise causada, fomentada, por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, (...) Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em 26/03
Garimpo
Museóloga produz documentário sobre remanescentes de quilombo
A Revista O Globo de 22.03.2009 publicou uma bela matéria sobre seis irmãs da área rural de Iguaba Grande, município da Região dos Lagos (RJ), que preservam no seu dia-a-dia os hábitos das culturas de tradição oral. São elas: Georgina, Sigislete, Hernanda, Maria, Hilda e Luiza da Conceição. Elas são remanescentes do quilombo já extinto de Papicu, e mantêm a vida de acordo com seus antepassados escravizados do Congo do século XIX. Por exemplo: elas se comunicam por meio de um dialeto próprio, com palavras e expressões bantu. As irmãs não foram alfabetizadas, e aprenderam a usar a natureza para calcular o tempo – que para elas é gerido de maneira diferente. Por exemplo: não conhecem a própria idade, e não admitem serem chamadas de senhoras. Pelas contas de parentes, a mais nova tem mais de 70 anos, enquanto a mais velha beira os 100. Outro costume é andar pela cidade em fila indiana, respeitando a liderança da mais velha, Georgina. Nas sociedades de tradição oral, os mais velhos são respeitados e valorizados por sua sabedoria, sendo sempre procurados para os conselhos e ensinar as tradições para os mais novos. Interessada na história de vida dessas seis irmãs, a museóloga Nilma Teixeira, de Iguaba Grande, resolveu gravar um documentário sobre “as congas”, como são conhecidas. O resultado foi o filme Ibiri: tua boca fala por nós, que aborda a luta das irmãs por um local onde possam plantar. Hoje, para comerem, dependem muitas vezes da boa vontade de vizinhos e da população. A família perdeu as terras para um grande fazendeiro da região há cerca de 30 anos. As seis guardam a semente de tudo que comem em pedacinhos de papel, e aguardam ansiosas por seu pedaço de chão.
Folha de S.Paulo fala sobre documentário que aborda apoio da sociedade civil à Ditadura.
E a ditabranda, como ficou? A matéria de capa da Ilustrada de 30.03.09, caderno da Folha de S.Paulo, fala sobre o documentário “Cidadão Boilesen”. O filme, dirigido por C. Litewski, aborda a morte do empresário dinamarquês naturalizado brasileiro H. Boilesen, então presidente da Ultragás. Ele foi acusado de financiar as ações e participar das sessões de tortura da Operação Bandeirantes (Oban), criada pelo Exército para reprimir quem resistia à ditadura. Litewski pretende que o filme incentive a discussão sobre o apoio civil à ditadura. De acordo com a matéria de Sylvia Colombo, documentos e depoimentos apresentados no documentário mostram como a sociedade civil, por meio do empresariado, apoiou o regime e financiou a repressão. Pelas informações recolhidas pelo diretor do filme, Boilesen teria sido o principal mediador dos contatos entre militares e os empresários que deram dinheiro e apoio logístico a perseguições. De acordo com o historiador Jacob Gorender, o empresário “era um sádico”. Ainda segundo as fontes investigadas, foi ele o responsável pela importação da “pianola”, aparelho que aplicava choques elétricos utilizado nas torturas. Carlos Eugênio Paz, um dos líderes da Ação Libertadora Nacional (ALN), justificou à Folha a execução de Boilesen: "Cada tempo tem suas leis. Havia uma guerra e ele era um combatente que escolheu um lado. Ou seja, sabia que estava sujeito a uma sanção." Ele diz que apoiaria o mesmo tipo de engajamento contra o governo hoje, se a conjuntura ditatorial daquele tempo se repetisse hoje. Também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz: "Ninguém de boa formação vai ficar feliz porque uma pessoa foi assassinada. Mas, naquele caso, era um a menos. Um do outro lado". [Com informações da Folha de S.Paulo – 30.03.2009]
Novos artigos em nossa página
Sigam o exemplo do Brasil, recomenda Immanuel Wallerstein [Por Immanuel Wallerstein/ The Nation] O MST poderia ser um bom exemplo para a esquerda estadunidense, se tivéssemos qualquer coisa comparável em termos de movimento social. Não temos, mas isso não deveria nos impedir de tentar nos juntar e fazer o melhor que podemos para pressionar Obama como faz o MST, aberta, pública e pesadamente e, é claro, apoiando-o com entusiasmo quando o governo acerta. O que queremos de Obama não é transformação social. Tampouco ele pode oferecer-nos isso. Queremos medidas que venham a minimizar a dor e o sofrimento da maioria das pessoas agora. Leia o artigo completo em nossa página
As lições de uma boa entrevista
[Por Lilia Diniz/ Observatório da Imprensa] O papel dos entrevistadores na televisão brasileira foi o foco do Observatório da Imprensa exibido ao vivo na terça-feira (17/3) pela TV Brasil. A partir do filme Frost/Nixon, do diretor Ron Howard, o programa discutiu como uma entrevista bem conduzida pode não só entreter o leitor e telespectador, como também alterar o panorama político de um país. O longa-metragem dramatiza a série de entrevistas que o ex-presidente americano Richard Nixon concedeu ao apresentador britânico David Frost, em 1977, três anos após deixar a presidência por envolvimento no escândalo Watergate. Nixon foi presidente durante a Guerra do Vietnã. Leia o artigo completo em nossa página
Feios, sujos e malvados
[Por Adriana Facina/ Observatório da Indústria Cultural] A recente cobertura da grande mídia sobre as favelas cariocas tem me chamado atenção. Pauta obrigatória e diária, as favelas aparecem ora como ameaça ecológica, ora como alvo de políticas públicas que são consideradas bem sucedidas e, nesta semana, como focos da violência que se expande pelo asfalto e assusta os moradores de bairros tradicionais da Zona Sul. Em todas as notícias, muitas mentiras são continuamente reiteradas. Leia o artigo completo em nossa página
CURRÍCULO DE JORNALISMO: Duas surpresas na audiência do MEC
[Por Sylvia Moretzsohn/ Observatório da Imprensa] Duas grandes surpresas – uma no início, outra no final – marcaram a primeira audiência pública para a reformulação das diretrizes curriculares de Jornalismo, na sexta-feira (20/3), no Palácio Capanema, sede da representação do MEC no Rio de Janeiro. A primeira foi notada por todos e dizia respeito ao tema central da reunião. A segunda, aparentemente, passou despercebida da maioria, mas é talvez mais relevante, pois revela uma concepção constrangedoramente simplória do sentido da expansão dos cursos superiores no Brasil. Leia o artigo completo em nossa página
Conferência de comunicação gera disputas [Por Altamiro Borges] Os barões da mídia temem que a convergência digital acelere a invasão das multinacionais da telefonia no setor. Leia o artigo completo em nossa página
Novas entrevistas em nossa página
Entrevista com Vinícius Oliveira, coordenador nacional da Enecos
[Por Sheila Jacob] Em entrevista ao Boletim NPC, Vinícius Oliveira, da Coordenação Nacional da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), falou sobre a atual situação dos cursos de comunicação e defendeu a formação de um comunicador crítico, que “esteja a favor do povo brasileiro e que possa compreender as contradições sociais e contextualizá-las”. Também criticou a composição da comissão formada pelo MEC para discutir as diretrizes curriculares do curso. Como ele lembra, o grupo não tem, em sua composição, “nenhum representante estudantil”, e ainda propõe um processo acelerado, que não prevê alterações ou contribuições no documento oficial. Confira a entrevista.
França está ‘à beira da explosão social’, diz cientista político da Sorbonne
[Por Lamia Oualalou/ Opera Mundi] Pela segunda vez em menos de dois meses, os franceses saíram às ruas na semana passada para protestar contra as respostas do governo às conseqüências da crise econômica. As previsões econômicas são cada vez piores: o governo estima uma queda de 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2009. Para entender melhor o que está acontecendo, Opera Mundi entrevistou Stéphane Monclaire, professor de Ciências Políticas na Universidade Sorbonne, Paris, durante viagem ao Rio. Monclaire alerta sobre a defasagem cada vez maior entre as elites políticas e a população. Lembrando da tradição de contestação violenta no país, ele avalia que uma explosão social faz parte dos cenários plausíveis. Leia a entrevista em nossa página
Álvaro Brito, professor de comunicação, defende formação crítica
[Por Sheila Jacob] Em entrevista ao Boletim NPC, o jornalista e professor de comunicação Álvaro Brito fala sobre a multiplicação de cursos privados de jornalismo, o que seria uma preocupação por formarem profissionais “exclusivamente para o mercado”. Para o jornalista, é complicada uma formação com pouco acúmulo crítico, porque o resultado é a reprodução do modelo que está aí, definida por ele como “a serviço da manutenção da ideologia dominante e criminalizando cada vez mais os movimentos sociais”. Ele ainda disse ser, a princípio, contrário à saída de jornalismo do curso de comunicação social. Confira a entrevista.
Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Redação: Claudia Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob Web: Luisa Santiago Colaboraram nesta edição: Anderson Engels (SC), Gilka Resende (RJ), Laudenice Oliveira (PE), Leandro Dóro (RS).
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do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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