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Boletim do
NPC —
Nº 140
— De 15 a 28/2/2009
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Já está disponível mais uma edição da Cartilha 8 de Março
Quais os acontecimentos que levaram a marcar o 8 de março como dia de luta mundial das mulheres? Como surgiu a história das 129 mulheres queimadas vivas, em Nova Iorque, no ano de 1857, numa fábrica que nunca existiu, numa data inventada? E quais os interesses de se criar este mito? Para responder essas perguntas, no ano passado o NPC fez nova edição do Caderno O Dia da Mulher nasceu das Mulheres Socialistas – lançado pela primeira vez em 2004. A cartilha mostra a origem histórica deste dia, no começo do século XX: a luta de milhões de mulheres socialistas com a contribuição de outras mulheres que limitavam suas lutas à conquista do direito de voto. O dia 8 de Março foi consagrado por uma greve de operárias russas em 1917 que, sem o prever, foi o estopim da grande Revolução Russa. Logo em seguida, em 1919, a 3ª Internacional declarou este dia como o dia mundial da luta das mulheres. O texto de Vito Giannotti, apoiado em fontes históricas, desmistifica a versão que todos nós já ouvimos, escrevemos ou até contamos para nossos filhos. O caderno gera debates e é útil para fazer avançar a consciência e a luta de mulheres e homens contra a exploração da mulher e toda a sociedade machista.
Os interessados em adquirir esta publicação devem entrar em contato com o NPC. Tel. (21) 2220-5618 ou npiratininga@uol.com.br. Quem quiser palestras sobre o tema deverá agendar com bastante antecedência.
Domingo é Dia de Cinema-2009 apresenta ‘Anjos do Sol’ no dia 15 de março
A próxima sessão do Domingo é Dia de Cinema será no dia 15 de março, às 9h. O filme será Anjos do Sol, dirigido por Rudi Lagemann. Eleutéria Amora da Silva, coordenadora da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra), será uma das participantes do debate. “O filme Anjos do Sol, de Rudi Lagemann pode ser tudo, menos agradável de ser visto. É muito ruim ficar de cara com a realidade. Ainda mais quando ela é tão bem mostrada. E é exatamente isso o que faz Lagemann e a equipe de atrizes e atores. (...) Não deixe de ver e de se emocionar com a bela obra de arte. E depois de assistir o filme fique bem indignado e lute para mudar essa realidade”.
Clique aqui e leia o texto completo de Claudia Santiago, do NPC.
Alunos do curso de Comunicação em Arraial fotografam a cidade
O curso de comunicação comunitária em Arraial do Cabo, oferecido pelo Projeto Ressurgência (Coppe/UFRJ) em parceria com o NPC, entra em reta final. Na aula do dia 14 de fevereiro, os alunos trocaram experiências sobre fotografia com o jornalista Mario Camargo e saíram para fotografar a cidade. Na foto, abaixo, um desses momentos de troca e aprendizado. De fotógrafos, os alunos passaram a modelos. Entre eles, a coordenadora do curso, Claudia Santiago.
Radiografia da Comunicação Sindical
Mulher 24 Horas
O Sindicato dos Bancários do Espírito Santo publica desde 1993 o jornal Mulher 24 Horas – que na época se chamava Mulher Bancária. O objetivo era criar uma publicação voltada para as bancárias e tornar público o debate sobre a mulher na sociedade. “Chegamos à conclusão de que era preciso pensar que a bancária não era apenas trabalhadora, mas também mãe, companheira, esposa. Ou seja: a mulher tinha, e tem tarefas 24 horas por dia”, relatou Sueli de Freitas, editora da publicação. No site do Sindicato (www.bancarios-es.org.br), é possível acessar as edições anteriores do jornal, que é publicado a cada três meses. A edição de janeiro de 2009 traz matérias sobre as dificuldades da mulher que não conta com o apoio dos pais na hora de cuidar das crianças em período de férias. Também tem um texto sobre a tortura a que as mulheres se submetem, tentando se encaixar nos padrões de beleza. E um destaque àquelas que descem do salto e vão à luta sob sol forte, enfrentando a repressão policial nos piquetes durante as greves.
A Comunicação que queremos
Ajude a manter o Fazendo Média
www.fazendomedia.com O Fazendo Media é uma publicação impressa e eletrônica fundada por estudantes de jornalismo de várias universidades do Rio de Janeiro e Niterói há mais de cinco anos. Conseguiu, pela primeira vez, alugar uma sede em 2008, mas passa por dificuldades financeiras. O jornal não tem publicidade ou patrocínio. Não é vendido nas bancas, e as assinaturas são insuficientes. Por isso, o editor Marcelo Salles e toda equipe pedem uma doação para manter o jornalismo livre e questionador da mídia comercial. Leia um trecho da carta: “O Fazendo Media é uma publicação fundada em 2003 com dois objetivos: demonstrar as manipulações das corporações de mídia e praticar um jornalismo diferente, cada vez mais raro. Na teoria, o jornalista deveria cumprir seu juramento profissional: ‘A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres humanos em sua singularidade e na luta por sua dignidade’.” Na prática, “a teoria é outra”. Para fazer a doação: Caixa Econômica Federal Agência: 222 Conta:3131-2, operação 013, em nome de Mariana Vidal Ramos Freitas
De Olho Na Mídia
Jornal O Globo criminaliza comunicadores populares e rádios comunitárias
Mais uma vez O Globo atacou as rádios comunitárias. Na capa do dia 10 de fevereiro, o jornal estampou o fechamento de cinco “rádios clandestinas” na Cidade de Deus. Na página 13, a matéria teve como título "Piratas fora do ar". Em uma rápida análise do texto, percebemos que o jornal vincula as emissoras comunitárias ao crime organizado. Por exemplo: enfatiza que a operação da ANATEL para fechar as rádios não autorizadas teve o apoio de 50 policiais militares do Bope, a “tropa de elite” da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
De acordo com o jornalista Mario Augusto Jakobskind, é no mínimo discutível o argumento normalmente apresentado e reafirmado pelo jornal de que a freqüência dessas rádios interfere na aviação. “Especialistas não consultados questionam tal argumento, inclusive assinalando que nessa hipótese as rádios comerciais interferem até mais”, afirma. Para Tião Santos, do Viva Rio, não foi surpresa, já que “quem acompanha as lutas pela democratização da comunicação já cansou de ver esse tipo de notícia”. Como ele observa, as rádios não autorizadas que são perseguidas muitas vezes sofrem com a demora no processo de regularização. Tião Santos lembra que o Ministério das Comunicações recebeu mais de 18 mil pedidos de legalização. Mas só autorizou pouco mais de três mil emissoras, em 11 anos de regulamentação da lei de Radiodifusão Comunitária, a lei 9.612. Qual o motivo de tal discriminação? “No fundo não são as rádios, são as pessoas que as fazem, onde estão operando, a quem estão servindo. É a favela, a periferia, o povo expropriado. A discriminação é bem maior!”, conclui Tião Santos.
Vende armas e drogas no Morro do Turano, mas nasceu e vive na Lagoa
[Por Claudia Santiago] De acordo com o dicionário de língua portuguesa Caldas Aulete, arrendatário é aquele que toma um bem em arrendamento, ou seja, por um tempo e preço previamente estipulados. Se concordarmos com esta definição, o atual dono de uma das bocas de fumo do Morro do Turano, na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro é Henrique Dornelles Forni. Segundo o Jornal O Globo do dia 14 de fevereiro, Henrique arrendou uma boca de fumo no local. O indivíduo nasceu e foi criado na Lagoa, endereço nobre do Rio de Janeiro. Lá vivia, em uma cobertura, até ser preso. O traficante é o chefe de uma quadrilha desbaratada pela Polícia Federal no início de fevereiro. Fazem parte da gangue pelo menos 51 pessoas, todos membros da elite carioca que vive na zona sul da cidade. A periculosidade do grupo é tamanha que cinco deles estão isolados em Bangu I, penitenciária de segurança máxima. Uma das acusações é de fornecimento de fuzis para o tráfico do Morro do Turano. Uma pista sobre como a droga e as armas chegam às favelas cariocas. Aqui, neste boletim, nos interessam duas questões. Primeiramente, comparar o tratamento dado pelo jornal aos bandidos ricos com o destinado aos bandidos pobres. Os primeiros são, nas palavras de O Globo, “jovens de classe média”, “fornecedores”, “negociantes”, “distribuidores”, “acusados”. Os segundos, nas mesmas matérias, publicadas nos dias 12, 13 e 14 de fevereiro, são “bandidos”, “criminosos”, “traficantes”. Clique aqui e leia artigo completo em nossa página.
Garimpo
Folha Universal garante visibilidade ao Fórum Social Carajás
Foto: Daniel Santini/ Folha Universal Com a reportagem “Memórias do Massacre”, de Daniel Santini, enviado especial a Eldorado dos Carajás, a Folha Universal conta a história do massacre de Trabalhadores Rurais Sem Terra ocorrido na região há 12 anos. Fala ainda sobre a realização do Fórum Social Carajás, que lembrou os mártires da luta pela terra e os problemas ainda hoje enfrentados pelos movimentos sociais no Pará. O evento não mereceu o mesmo destaque nos veículos de comunicação empresariais/comerciais. A reportagem descreve o lugar, a atividade, e publica depoimentos de sobreviventes do massacre em duas páginas. Leia a reportagem completa em nossa página. (Essa nova seção do Boletim do NPC – Garimpo - será dedicada a divulgar reportagens de veículos de mídia que não são alternativos/comunitários/sindicais, mas que às vezes merecem um reconhecimento pela abordagem de assuntos que consideramos essenciais.)
Democratização da Comunicação
Governo divulga edital para apoiar iniciativas de mídia livre
Durante o Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009, o Ministério da Cultura lançou o edital do Prêmio Pontos de Mídia Livre. Serão concedidos 60 prêmios: dez para projetos de repercussão nacional, e 50 para os de abrangência estadual. O edital foi publicado no dia 26 de janeiro, e os interessados têm até o dia 12 de março para enviar suas propostas. Podem participar dos Pontos de Mídia Livre organizações não-governamentais sem fins lucrativos que produzem ou apóiam iniciativas de comunicação compartilhada e participativa. Os projetos inscritos devem reunir pelo menos dois membros em sua equipe editorial, e buscar interatividade com o público. Eles podem se desenvolver em qualquer suporte típico das comunicações – texto escrito, som, imagens, vídeos e multimeios. Também utilizar tanto suportes físicos quanto eletrônicos, como televisões e rádios comunitárias, blogs, sites, publicações impressas, agências de notícias, produtoras de audiovisual e outros meios. Confira o edital em http://www.cultura.gov.br/cultura_viva/?p=546*
Entidades propõem tema para Conferência de Comunicação
As entidades que compõem a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicações já entregaram ao consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, a proposta de tema central para o evento, de composição da comissão organizadora e de calendário. Segundo Bechara, a decisão sobre essas questões só será tomada após a publicação do decreto de convocação da Conferência. O tema proposto pelas entidades é 1ª Conferência Nacional de Comunicações: meios para a construção de direitos e cidadania. Elas querem que a comissão organizadora seja formada por quatro representantes do Executivo; quatro do Legislativo; um do Judiciário; um do Ministério Público da União; cinco empresários; sete de entidades não-empresariais específicas da comunicação; cinco usuários ou representantes de movimentos sociais; dois da mídia pública e um da academia. No Fórum Social Mundial, a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação organizou uma plenária após o anúncio do presidente Lula de que a Conferência será realizada em 2009. No encontro, foi destacada a importância de a sociedade civil e os movimentos sociais participarem das discussões e proporem diretrizes para um novo marco regulatório e políticas públicas para o setor. Foi questionada a renovação automática das concessões, a falta de incentivos à comunicação livre e comunitária e a intensa perseguição e fechamento de rádios comunitárias no país. De acordo com o site do FNDC, as datas previstas são as seguintes: - Fases municipais: até 22 de junho de 2009; - Fases estaduais: 30 de junho a 15 de setembro de 2009; - Conferência Nacional: 1, 2 e 3 de dezembro de 2009. Informações sobre esse processo no site www.proconferencia.com.br.
NPC Informa
Perseu Abramo lança Dicionário do Movimento Operário
Foi lançado pela Editora Fundação Perseu Abramo o Dicionário do movimento operário ̶ Rio de Janeiro do século XIX aos anos 1920 - militantes e organizações. A obra apresenta verbetes com informações biográficas de militantes e históricos de organizações da cidade do Rio. O período abordado vai desde 1830, aproximadamente, até 1920. O dicionário contém informações sobre organizações de cunho sindical, beneficente, educacional ou político.
Nas 839 entradas nominais estão registros como nome e sobrenome, cor, profissão, orientação política, obras escritas, dados sobre a vida e atuação, e outras informações. São nomes de trabalhadores de diferentes ocupações e categorias, muitos deles participantes de diferentes agremiações sindicais e políticas. São militantes nem sempre reconhecidos nos registros da história do país, mas pessoas que tiveram participação no movimento operário do Rio de Janeiro. O verbete dedicado a José Francisco da Veiga, por exemplo, registra que ele era tipógrafo socialista, integrante da Associação de Socorros Mútuos “Liga Operária”. Foi também proprietário do jornal Gazeta Operária, que tinha como subtítulo Orgam dedicado especialmente aos interesses dos Artistas e Operários. A segunda parte do dicionário revela a história de quase 400 organizações de trabalhadores. Traz, sempre que possível, informações como data de fundação, local de atuação, endereço da sede, entre outros. O dicionário é o 16º livro da Coleção História do Povo Brasileiro. Entrevista com o coordenador da obra, Claudio Batalha Claudio H. M. Batalha é licenciado e bacharel em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutor pela Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne). Foi colaborador do Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (1930-1983). É autor de O Movimento Operário na Primeira República (Jorge Zahar, 2000) e co-organizador de Culturas de Classe: Identidade e diversidade na formação do operariado (Editora da UNICAMP, 2004). É professor do Departamento de História da UNICAMP desde 1986 e integra o Centro de Pesquisa em História Social. Foi diretor do Arquivo Edgard Leuenroth. BoletimNPC - Qual a importância de se lançar um dicionário resgatando a memória do movimento operário na cidade do Rio? Claudio Batalha - A importância de um dicionário desse gênero é mostrar o vigor, a riqueza e a diversidade desse movimento. Busca contemplar não apenas os militantes conhecidos, as lideranças, mas também aqueles que, mesmo tendo sido ativos, permaneceram obscuros na história do movimento operário. Esse volume comporta tanto biografias desses militantes quanto históricos de organizações. Possibilita ao leitor ver a classe operária não como uma categoria abstrata, mas como composta de homens e mulheres de carne e osso. BoletimNPC - Por que até 1920? Claudio Batalha - O volume não termina em 1920, mas na década de 20, ou seja dá conta da totalidade daqueles anos. Era necessário encontrar um recorte temporal para encerrar esse volume, que abrange o período do Império e da Primeira República. A idéia é que o projeto do dicionário possa se desdobrar mais adiante para períodos posteriores. BoletimNPC - São 839 nomes e 400 organizações de trabalhadores, certo? Como foi feita a pesquisa? Claudio Batalha - São 839 entradas de nomes e 397 entradas por organização. Tanto os indivíduos quanto as organizações podem ter mais de uma entrada. A pesquisa foi feita em obras publicadas, mas também em documentação da polícia, registros de associações, relatórios folhetos e periódicos da época. BoletimNPC - Vocês destacam algum verbete? Claudio Batalha - Os verbetes variam consideravelmente de dimensões de acordo com as informações disponíveis tanto no que diz respeito aos indivíduos, quanto nos referentes às organizações. Entretanto, o que interessa em uma obra desse tipo são menos os verbetes individuais, mas o conjunto onde é possível perceber experiências comuns e situações particulares.
IBASE lança revista sobre a Amazônia
Entre os colaboradores da publicação estão os antropólogos Maia Sprandel e Guilherme Mansur; o jornalista Rogério Almeida; Ennio Candotti, do Museu Nacional e ex-coordenador da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); e o jornalista francês Patrick Piro. O relato registrado em 1988 de Chico Mendes e uma entrevista com o jornalista Raimundo Pereira estão nesta edição especial.
Imagens da Vida
Em Belém
Foto: Claudia Santiago Ver o Peso / Belém
De Olho Na Vida
Trabalhadores protestam contra demissões da Vale
Cerca de 600 pessoas participaram na tarde do dia 11 de fevereiro de um ato público em frente à sede da Vale, no Centro do Rio. Eles fizeram um protesto contra as demissões na empresa e a flexibilização de direitos trabalhistas. O ato foi organizado pela CUT e Conlutas. Contou com a presença do presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva, e do coordenador nacional da Conlutas, José Maria de Almeida. A atividade foi considerada um marco para a construção de lutas conjuntas, para unificar os trabalhadores em torno dos grandes temas nacionais. [Fonte: Brasil de Fato e Agência Petroleira de Notícias]
Pólo Siderúrgico ameaça vida de comunidade de pescadores
Os pescadores da Baía de Sepetiba, localizada no Estado do Rio de Janeiro, vivem uma situação desoladora desde 2006, quando começou a instalação do consórcio empresarial Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), formado pela empresa alemã Thyssen Krupp e pela Vale e financiado com R$ 1,48 bilhão do BNDES. Os graves danos ambientais provocados pela obra ameaçam agora a vida de cerca de oito mil famílias de pescadores que vivem no local. "A situação está cada vez pior. Não temos capacitação nem condições financeiras para tentar trabalho em outro lugar ou mesmo para se mudar", afirma o pescador artesanal Ivo Soares, que preside a Associação de Aquicultores e Pescadores de Pedra de Guaratiba. O pescador tem 13 irmãos, 12 deles trabalham na pesca. "Não está dando mais para sobreviver, há muita poluição. O governo deve tomar uma atitude e se voltar mais para a classe menos favorecida", reclama. Em protesto, mais de 150 organizações sociais e personalidades assinaram uma carta de apoio a esses pescadores. A carta foi entregue no dia 17 ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. No documento, as organizações sociais denunciam ameaças de morte sofrida pelos pescadores da região. Na última sexta-feira (13), o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo receberam a carta e, segundo informações do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), se comprometeram a investigar as denúncias.
Leia reportagem completa em http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=37362
[Fonte: Adital]
Mineração: camponeses ocupam Alcoa, no Pará
[Por Rogério Almeida] Cerca de 1.500 pessoas ocuparam no dia 28 de janeiro uma área de operação da empresa estadunidense Alcoa, no município de Juruti, oeste do Pará. No local é explorada uma mina de bauxita, matéria prima para a produção de alumina, que é em seguida transformada em alumínio. O empreendimento fica na bacia do Amazonas. Um bilhão de reais deve ser aplicado para produzir quatro milhões de toneladas do minério. Desse total de investimento a sociedade brasileira vai entrar com 500 milhões através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a juros módicos. [http://rogerioalmeidafuro.blogspot.com/]
Memória
NPC presta homenagem a Georges Labica, filósofo marxista que faleceu recentemente
[Por Virgínia Fontes] Na madrugada do dia 12 deste mês, faleceu na França o filósofo e militante revolucionário Georges Labica, vitimado por uma hemorragia cerebral. O enterro foi no dia 17 de fevereiro, no cemitério de Le Pecq, pequena cidade próxima a Paris, onde ele e sua mulher, Nadya, residiam. Para mim, ainda é muito difícil falar sobre isso. Seu desaparecimento me toca de maneira muito profunda. Ele foi meu orientador de pesquisas, um enorme e carinhoso amigo, um mestre e um marxista consistente, um militante revolucionário de todas as causas populares, em todo o mundo.
Nascido em 1930, Georges Labica era um intelectual de primeira linha no campo do marxismo. Filósofo, foi durante muitos anos professor de filosofia política e de teoria marxista em Nanterre, na Universidade de Paris X. Dirigiu um grupo de pesquisa (...) Tive a felicidade de participar desse grupo de maneira direta durante quatro anos e, indiretamente, depois de meu retorno ao Brasil.
Conservo desse período aprendizados fundamentais e uma das mais ricas experiências de minha vida. Georges Labica acolhia também estudantes. Algumas vezes, como no meu caso, sem exigir sequer uma ligação formal institucional, apenas pela proximidade intelectual entre as pesquisas. Nesse Laboratório, sob a direção de Georges Labica, aprendi que era possível fazer um trabalho coletivo. Não era fácil nem simples, até porque remávamos contra a corrente de um neoliberalismo agressivo e destrutivo. (...) O mundo perde um grande homem, pela erudição, pela coragem, coerência, por sua enorme produção intelectual e por sua prática em defesa do comunismo. Uma pessoa de rara afabilidade, de enorme capacidade de compreensão e de amizade, com enorme gosto pela vida. Sua memória será conservada em todas as lutas que travamos.
Clique aqui para ler o texto completo.
Proposta de Pauta
Moradores denunciam abusos do chamado Choque de Ordem
[Por Sheila Jacob] Na tarde do dia 16 de fevereiro, militantes dos movimentos que lutam por habitação e moradores de comunidades se reuniram para enfrentar a chamada Operação Choque de Ordem, do atual prefeito do Rio, Eduardo Paes. O encontro foi preparado pelos defensores públicos Maria Lúcia de Pontes, Alexandre Mendes e Eliete Jardim, do Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria. O objetivo da reunião foi ouvir as angústias dos moradores em relação às ações da Prefeitura do Rio, como a chamada operação limpeza. “Estamos aqui para saber o que vocês vêm enfrentando ou testemunhando para pensarmos em uma solução”, disse Maria Lúcia. Segundo os defensores, o foco é agir em casos de demolição de casas que ocorrem de forma ilegal. “Entendemos que existe uma ameaça constante às moradias que o poder público diz serem irregulares, e também do trabalho informal. Queremos reunir diversos representantes para se defenderem em conjunto”, disse Mendes. Na reunião foram feitos diversos relatos de violência praticada por policiais e representantes do poder público nas comunidades. Além da expulsão das casas para demolição, foram denunciadas as agressões físicas e a cumplicidade da mídia comercial. “Nos jornais falam que nas comunidades só moram milicianos, bandidos, crianças pedindo dinheiro no sinal. Mas quem chega lá vê que isso tudo é uma grande mentira”, relatou Nazaré, da Comunidade Solar da Montanha, de Jacarepaguá. Participaram da reunião membros do Conselho Popular e moradores de comunidades, como Canal do Anil, Complexo do Alemão, Solar da Montanha e Vila Joana. E também de ocupações, como Zumbi dos Palmares e Machado de Assis.
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De Olho No Mundo
Hugo Chávez canta na Telesul, enquanto os apresentadores do Fantástico torcem o nariz
[Por Raquel Junia] Se juntássemos em um vídeo todas as caras e bocas feitas por âncoras de telejornais e apresentadores de TV quando o assunto é o presidente venezuelano Hugo Chávez, teríamos um bom programa de humor. A cena se repetiu no domingo, dia 15, já no finalzinho do Fantástico, da Rede Globo. Quando a Corte Nacional Eleitoral da Venezuela divulgou oficialmente a vitória do SIM à emenda constitucional que prevê reeleição indefinida para cargos públicos no país, por volta de 22h, Chávez logo apareceu no lugar conhecido como “balcón del pueblo” onde a multidão se concentrava para aguardar o resultado. O presidente emocionado saudou o povo cantando. É claro que essa cena não foi vista no Fantástico, mas na Telesul, sintonizada via internet, já que infelizmente não recebemos o sinal por aqui. O computador estava em frente à televisão e foi possível comparar as duas coberturas. Enquanto a multidão empunhava bandeiras, inclusive a de Cuba, e ouvia Chávez falar que o povo era o seu chefe e que havia muito mais por fazer na Venezuela, a Rede Globo mostrava uma reportagem fria, feita antes do resultado final, mostrando eleitores na fila para a votação. Uma senhora é entrevistada e diz que está cansada de tanta votação. Nenhuma entrevista a partidários do SIM é mostrada. Lembre-se que a Rede Globo se propõe imparcial. Ao final da reportagem, o rapaz e a moça bem vestidos do Fantástico contribuem para o vídeo pitoresco sobre as caras e bocas de condena a Hugo Chávez. A condenação da mídia empresarial/comercial nesse caso não é só a Chávez, mas como se viu na Telesul, a um grande número de pessoas que aprova o governo bolivariano, aposta no socialismo do século XXI e está aprendendo a ser soberano. Mesmo a custa de muitas votações.
Avós da Praça de Maio recuperam mais uma neta roubada durante a ditadura argentina
A organização Avós da Praça de Maio identificou mais uma filha de desaparecidos políticos na Argentina. A menina foi roubada por agentes da ditadura, que durou no país de 1976 a 1983. Segundo a presidente Cristina Kirchner, passou para 97 o número de netos seqüestrados que recuperaram sua verdadeira identidade. A presidente fez o anúncio na Escola de Mecânica da Armada (ESMA). O local foi o maior centro clandestino de detenção da ditadura, e lá funcionou uma maternidade clandestina. Por ali passaram cerca de 5.000 pessoas, das quais aproximadamente cem sobreviveram. De acordo com Estela de Carlotto, presidente das Avós da Praça de Maio, a neta que foi recuperada é hoje uma mulher de 32 anos. A identificação ocorreu graças a "uma investigação iniciada em 2008 pela justiça depois de uma demanda nossa".
Centenas de mulheres grávidas, seqüestradas e presas durante os anos da ditadura deram à luz em maternidades clandestinas como a da ESMA. Seus bebês eram entregues a repressores e seus cúmplices. As Avós da Praça de Maio estimam que 500 bebês nasceram em cativeiro. [Com informações da Revista Fórum]
Brigada latino-americana realiza trabalho voluntário em Cuba
A XVI Brigada latino-americana de trabalho voluntário e solidariedade com Cuba foi realizada entre os dias 25/01 a 8/02, na ilha de Cuba. Foram quase 300 brigadistas do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Bolivia, México e Paraguai. A delegação brasileira contou com 98 pessoas. Os participantes se hospedaram durante parte da Brigada no Acampamento Internacional Julio Antonio Mella, no município de Caimito, a 45 km de Havana. Na programação, três manhãs e uma tarde dedicadas ao trabalho agrícola e também a outras atividades - como a reconstrução do telhado de uma escola. Os participantes também puderam conhecer outras regiões de Cuba, como Bayamo e Santiago de Cuba. Visitaram lugares históricos como Santa Clara, onde estão os restos mortais de Che Guevara e o Quartel Moncada, onde foi travada uma das primeiras batalhas dos revolucionários na qual participaram Fidel e Raul Castro, antes da campanha de Sierra Maestra. Aos brigadistas, Cuba solicitou que retornando aos países de origem continuassem a solidariedade com Cuba. “A melhor maneira de prestar a solidariedade a Cuba é fazer a revolução em nossos próprios países”, comentou um brigadista em um dos espaços de discussão sobre a realidade cubana. O Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), órgão responsável em Cuba pela realização das brigadas, solicitou aos brigadistas que ao retornarem aos países de origem colocassem em prática algumas ações prioritárias, entre elas: “difundir a realidade cubana de todas as formas possíveis”. Ao final da Brigada os participantes redigiram um manifesto. Alguns dados da solidariedade cubana a outros povos ● Mais de 51 mil cubanos prestam serviço de colaboração em 86 países. Destes, 36 mil são da área de saúde. ● Cuba realizou operações de catarata em 1,4 milhão de pessoas em 15 países pela “Operación Milagro” ● 3,5 milhões de pessoas já foram alfabetizadas em 24 países pelo método cubano Yo si puedo. ● Há 52 mil pessoas que já se graduaram em Cuba de 132 países diferentes ● Na Escola Internacional de Educação Física, situada em Havana, há mais de mil estudantes de 84 países da América Latina, África e Ásia, inclusive do Brasil. ● Há atualmente 24 mil estudantes de medicina em Cuba de vários países, inclusive, do Brasil [Fonte: dados fornecidos pelo ICAP]
Pérolas da edição
Por José Carlos Mariátegui
Por José Carlos Mariátegui, citado por Marcelo Salles em um artigo do Fazendo Média “O jornalista deve ser um combatente, não um espectador”
Novos artigos em nossa página
Mídia e produções de subjetividade: o poder da mídia
[Por Vito Giannotti – apresentado em seminário promovido pelo Conselho Federal de Psicologia] Gostei muito do título desta Mesa, Mídia e Produção de Subjetividades: O Poder da Mídia, porque essa discussão sobre o poder da mídia aparece todo dia, no meu café da manhã. É uma briga entre mim e minha mulher, a jornalista Claudia Santiago, porque eu defendo a idéia de que a mídia tem um poder enorme, e ela relativiza mais esse poder. Minha companheira, um pouco mais sensata do que eu, sempre briga comigo, porque, na visão dela, dou um poder excessivo à mídia e não deixo nenhuma liberdade de opção fora dela. Não existiria o livre arbítrio, na minha visão. Clique aqui para ler o texto completo.
O Dia da Mulher nasceu das mulheres socialistas
[Por ADUFRJ] No livro "O Dia Internacional da Mulher – Os verdadeiros fatos e datas das misteriosas origens do 8 de março, até hoje confusas, maquiadas e esquecidas (1984)", a autora canadense Renée Cote questiona as certezas dos movimentos feministas a respeito do surgimento da data de 8 de Março como referência para a celebração do dia internacional de luta das mulheres. Como afirma o escritor e um dos coordenadores do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Vito Gianotti, Renée Cote derrubou um mito caro às feministas. Clique aqui para ler o texto completo.
Infernópolis: o pecado de ser pobre [Por Ricardo Alvarez – do Blog Controvérsia] Ação da Polícia Militar de SP na segunda maior favela da cidade peca pela agressividade contra pobres e o direito de protestar, mistifica a origem dos confrontos e alimenta a idéia de “limpeza social”. (...) Tudo começou com o atropelamento e morte de um garoto que teve duplo azar na vida: nasceu pobre e morreu nos primeiros anos de sua frutífera vida. Seguiu-se ao acidente uma manifestação dos moradores por equipamento público, para coibir novas mortes. Nada mais justo e compreensível. Clique aqui para ler o texto completo.
Estratégias de ampliação do midialivrismo provocam polêmica [Por Mayrá Lima, de Belém para o Observatório do Direito à Comunicação] Como ampliar o acesso a meios e tecnologias que viabilizam a produção própria de conhecimentos dentro de um quadro de comunicação altamente concentrado? Esta foi a pergunta que inaugurou os debates do Fórum Mundial de Mídia Livre, realizado em Belém nesta segunda e terça-feira como evento preparatório ao Fórum Social Mundial 2009. [29.01.2009] Clique aqui para ler o texto completo.
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Aleida Guevara: ‘Não tenho esperança em Obama’
A Folha Universal publicou em fevereiro de 2009 uma entrevista feita com Aleida Guevara, filha mais velha do revolucionário Ernesto Che Guevara. No jornal, a médica cubana e especialista em alergias de crianças é vista cantando junto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante o Fórum. Ela conversou com a Folha Universal durante o Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, e falou sobre o futuro da América Latina. Comentou ainda as perspectivas do recém-empossado governo de Barack Obama nos Estados Unidos e o que sente ao ver a imagem do pai em roupas, objetos e telas de cinema por todo o planeta. Clique aqui para ler a entrevista completa.
Expediente
Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Editora resposável: Claudia Santiago Redação: Claudia Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob Web: Luisa Santiago Colaboraram nesta edição: Alípio Freire (SP), Beto Almeida (DF), Hamilton de Souza (SP), Kátia Marko, Ricardo Alvarez, Rosângela Ribeiro Gil, Rogério Almeida (PA), Virgínia Fontes.
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