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Boletim do NPC Nº 14De 1 a 15/2/2003
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



A Comunicação que queremos


Comunicação no Fórum Social Mundial
Você encontra notícias sobre os debates em torno da comunicação que aconteceram durante o Fórum Social Mundial nos seguintes endereços: Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina: www.sjsc.org.br e Ciranda da Informação: www.ciranda.net



Nasce, no FSM, Brasil de Fato: semanário de esquerda de circulação nacional

O lançamento do jornal Brasil de Fato reuniu mais de 5 mil pessoas no auditório Araújo Viana, no Parque da Redenção, em Porto Alegre durante a terceira edição do Fórum Social Mundial. Seu programa tem o mesmo espírito do Fórum Social: criar um outro Brasil. Um Brasil dos que durante 500 anos nunca foram ouvidos. Um Brasil popular, solidário, justo. Enfim, um Brasil socialista. Leia artigo de Vito Giannotti em nossa página. (www.piratininga.org.br). 

Lançamento em São Paulo

O jornal Brasil de Fato será lançado no dia 18 de fevereiro, às 19h, no Teatro Oficina (rua Jaceguai, 520), em São Paulo. No dia 3 de março, às 19h, é a vez da Baixada Santista. Nesta data haverá, no Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, reunião do comitê da Baixada Santista de apoio ao jornal. Serão tratados vários assuntos, como: distribuição/venda do jornal na Cidade; assinaturas; sugestão de pautas ou textos, etc. Informações com Rosângela Gil (Tel.: 3221-3575 ou 9712-8067).



Um outro jornalismo é possível e necessário

Nesta terceira edição do Fórum Social Mundial, na qual o número de jornalistas (5.098) superou o de delegados da primeira edição (4.702), um dos cinco eixos que nortearam as discussões foi “mídia, cultura e alternativas à mercantilização e homogeinização”. Nos nove encontros, duas conferências, diversos seminários, e mais de 40 oficinas, durante os seis dias do Fórum, falou-se de opções à homogeinização cultural difundida através dos meios de comunicação, das conseqüências da oligopolização da mídia, de experiências com meios alternativos, da democratização dos meios tradicionais e do direito à informação, entre outros temas.

A organização do evento estima em 100 mil o número de participantes, entre delegados, observadores, jornalistas e ativistas. Em meio a um encontro desta magnitude e que é abertamente contra o neoliberalismo e à dominação do mundo pelo capital ou por qualquer forma de imperialismo, o debate sobre os meios de comunicação dá uma idéia do papel estratégico que o tema adquiriu. Sem meios de comunicação independentes fica muito mais difícil para qualquer causa, luta ou ideal se opor ao “status quo” vigente. O caso da Venezuela - onde as empresas de comunicação fazer oposição aberta ao governo Chaves - foi citado à exaustão.

Experiências com rádios livres, tvs comunitárias, internet e jornais foram relatadas, bem como os impedimentos a que se concretize uma democratização dos meios de comunicação. Todas estes relatos e experiências trazem resultados teóricos e práticos, de acordo com o jornalista Daniel Herz, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e membro do Conselho de Comunicação Social. O resultado teórico é “aumentar o grau de consciência e aprofundar a percepção da realidade numa escala mundial”. O resultado prático seria obtido a partir da troca de experiências concretas, bem ou mal sucedidas, e que podem orientar trabalhos novos ou em andamento.

(Por Sílvio da Costa Pereira)



Novos projetos são apresentados do FSM

Os perigos da concentração da mídia e as alternativas para evitá-la foram os assuntos discutidos na manhã de sábado, dia 25, no seminário intitulado Life after capitalism, realizado durante o FSM, que contou com a participação dos jornalistas Raimundo Rodrigues Pereira (Revista Reportagem e site Oficina de Informações) e David Barsamian (Alternative Radio – EUA) e dos representantes da Indymedia Brasil, Bolívia e Argentina.

A discussão foi aberta por Raimundo Pereira, que desenvolveu o tema "Jornalismo alternativo, o que fazer?". Durante sua exposição, ele discutiu a situação da grande imprensa brasileira, que está falida, e apresentou o trabalho desenvolvido na revista Reportagem.

Barsamian iniciou sua fala citando a frase escrita na camiseta que vestia: "The batllefield is between your ears", ironizando a forma como a grande mídia norte-americana divulga suas informações, na verdade mantendo as pessoas desinformadas. Como contraponto a isso, divulgou seu trabalho em uma rádio alternativa, na qual abre espaço para que grandes pensadores e o ouvinte, e não o mercado, decidam a programação.

Jovens representantes de Centros de Mídia Alternativa (Indymedia, em inglês) também apresentaram saídas à grande mídia, usando como exemplo o sucesso alcançado por seus trabalhos na internet. A troca de informações e experiências foi a grande contribuição desse seminário ao Fórum.

Após a exposição dos participantes foi exibido um filme feito na Argentina em janeiro de 2002 e que está sendo divulgado pelo Indymedia há três meses. Os autores são os argentinos Andrés Ingoglia e Raphael Lyon.

(Por Jerusa Rodrigues Pereira para a III Ciranda da Informação)




De Olho Na Mídia


Mídia na Venezuela foi julgada no FSM

Para Ramonet ação da mídia venezuelana é grotesca; para Tarik Ali, barbárica

O envolvimento direto das empresas de comunicação venezuelanas no golpe contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a manipulação da informação que vem ocorrendo naquele país foram assuntos constantemente lembrados no III Fórum Social Mundial. O ponto alto destas reflexões aconteceu durante o Tribunal que julgou os crimes da mídia no país, realizado no dia 27 de janeiro, no Hotel Embaixador, no centro de Porto Alegre.

Presidido na parte de manhã pelo argentino e ganhador do Prêmio Nobel da paz, Adolfo Perez Esquivel e na parte da tarde pelo escritor Walden Bello, o Tribunal contou com depoimentos de jornalistas venezuelanos, escritores e participantes do movimento social do País. Prestaram depoimentos, entre outros, os jornalistas Ignácio Ramonet (Lê Monde Diplomatique), Gianni Miná (Itália), Otto Neustald (CNN) e Gabriel Priolli (Brasil). Compuseram o júri Steve Rendall (FAJR- EUA); o escritor paquistanês Tariq Ali, o jornalista brasileiro Daniel Hertz e a escritora canadense Naomi Klein

Depoimentos:

            A ação dos meios de comunicação desde o golpe de abril do ano passado foi classificada pelo editor do jornal Lê Monde Diplomatique, Ignácio Ramonet, como algo grotesco.  Na Venezuela, a mídia “assume abertamente sua função de poder ideológico e político, que tenta conter as reivindicações populares”.

Para o escritor venezuelano Guilherme Garcia Pontes, para tirar Chavez do governo, está se usando a tática da guerra midiática, que inclui desmoralizar o adversário e falsear a realidade. “São instrumentos de uma guerra psicológica através da qual espalham o ódio étnico e a fobia social em um país predominantemente mestiço”, afirmou. E concluiu: “os meios de comunicação da Venezuela não dão notícias, dão opinião, como por exemplo, manchetes do tipo “O governo cairá” ou “A batalha final será em Miraflores!”, mostram uma realidade que não existe e quando não gostam da realidade, a escondem”.

Um exemplo fornecido repetidamente durante o julgamento foi a morte dos onze manifestantes em abril, tratados pela mídia, através da edição fraudulenta de imagens, como membros da oposição assassinados pelos defensores do governo. Não foi isso que aconteceu: os 11 mortos defendiam o governo, como ficou comprovado depois. O esforço da mídia para dar legitimidade a um gabinete que era fruto de um golpe de Estado foi um aspecto também muito abordado pelas testemunhas.  

O professor de ética jornalística da PUC-SP, Gabriel Priolli disse sentir vergonha por profissionais estarem fazendo “aquele tipo de desserviço para a sociedade”, como estão os jornalistas venezuelanos. Priolli esteve no país a convite do governo de Hugo Chavez para uma análise sobre a televisão venezuelana. O quadro por ele descrito é extremante preocupante. “A mídia comunitária é pequena, inexistente. Frágil técnica e economicamente”. Na outra imprensa, chamaram-lhe atenção os seguintes fatores:

  1. Desequilíbrio entre as informações vindas do governo os meios de comunicação. Fala-se e noticia-se mais a oposição que o governo.

  2. Não há distinção entre opinião e informação

  3. O dever de buscar a objetividade é desconhecido

  4. Desqualificação das autoridades governamentais e dos que são favoráveis ao governo

  5. Unilateralismo

  6. O governo é sempre etiquetado como pró-cubano ou pró-marxista

O crítico de mídia italiano Gianni Miná afirmou: “A Venezuela não tem chegado ao padrão mínimo de jornalismo. Dizer que os que morreram eram da oposição não é verdadeiro. A maioria dos que morreram eram chavistas”.

 Conclusões

Ao final de quatro horas de depoimentos, os jurados deram o seguinte parecer.

O Tribunal propõe a censura da mídia da Venezuela em geral. Os jornalistas e os canais de mídia que agem dessa maneira devem ser censurados”, afirmou Steve Rendal, para propor, logo em seguida, uma conferência em Caracas no dia 11 de abril para tratar do assunto.

O escritor Tarik Ali concordou com Rendal, mas fez questão de ressaltar “Não devemos ter a impressão que a mídia na Europa e nos EUA é justa, pois não é, porém o que ouvimos aqui hoje é algo acima da realidade do que existe na Europa e nos EUA. É algo barbárico. Este corrupto monopólio precisa ser quebrado e novas licenças devem ser dadas. A maneira como operam é ilegal”.

Naomi Klein lembrou que em várias partes do mundo a mídia é vista pelos movimentos populares como inimiga. “A mídia hoje é um dos alvos dos protestos. Contou que na Argentina, onde vive atualmente, o Canal 9 é foco de protesto”.

O último a se posicionar foi o jornalista brasileiro, membro do Comitê Nacional pela Democratização da Comunicação, Daniel Hertz.

O que vemos da Venezuela é um processo deliberado de falsificação da realidade com a mídia, em primeiro lugar, partindo de uma premissa que corresponde a uma realidade que não existe, ou seja, a alegação que fundamenta esta ação da mídia é que lá existe um presidente ilegítimo e sem base popular. No caso da Venezuela, essa premissa é rigorosamente falsa. Então, nós constatamos que as inúmeras práticas registradas, como renúncia à pluralidade, e cerceamento da pluralidade é praticada por uma infinidade de procedimentos que rompe com os padrões éticos profissionais e das empresas de comunicação”.

Entre as práticas condenáveis da imprensa venezuelana, segundo Daniel, estão:

. Descontextualização

. Hiper-dimensionamento de fatos

. Unilateralismo

. Acusações sem fundamento

. Rotulação

. Substituição da atividade informativa por uma prática propagandística

. Defesa, pela imprensa, de soluções inconstitucionais e extralegais que caracterizam uma evidente restrição à liberdade de expressão.  

O jornalista conclui afirmando que “há um conluio na mídia com empresas e setores políticos do país e que esses estão assumindo uma prática sediciosa”

(Por Claudia Santiago)



Imprensa ignora lançamento de livro que aborda a manipulação de informações

Embora já tenha sido lançado há mais de um mês, o livro o Deus é inocente - a imprensa não, do repórter Carlos Dorneles, têm passado olimpicamente desapercebido pela grande maioria dos jornais e revistas brasileiros. Não é para menos. O trabalho de Dorneles, repórter da Globo há 20 anos, é um estudo sobre a forma parcial, conivente ou passiva que a imprensa vêm divulgando notícias ligadas à guerra no Afeganistão, ao conflito entre judeus e palestinos, às ameaças ao Iraque e ao terrorismo em geral, principalmente após os atentados de 11 de setembro de 2001. Já tendo atuado como correspondente internacional, Dorneles ressalta a influência que as agências internacionais têm no tom que é dado ao notíciário estrangeiro. "Elas tem o monopólio da informação", afirma.

(Por Sílvio da Costa Pereira)



Diretório acadêmico de Comunicação da UFMA lança cartilha "O monopólio da mídia no Brasil e no mundo”

Numa pequena cartilha de 16 páginas são fornecidos dados e fatos muito ricos. O caderno de formação, além de denunciar a estrutura ditatorial da mídia no Brasil e no mundo cita e indica textos essenciais para aprofundar os temas indicados. O estilo é rápido e direto e cheio de citações/declarações curtas e grossas extremamente bem selecionadas. Entre as pérolas que os autores destacam, há três frases do editor do jornal Brasil de Fato, José Arbex, que foram tiradas de numa palestra feita no Encontro Nacional Universitário, em Campinas, em 2001: - “Nunca trabalhei na Veja porque eu não escrevo em lata de lixo”, -   “A revista Veja é a única revista americana do mundo, escrita em português”, -   “Quando o saber acadêmico de limita aos muros da universidade, o máximo que se produz são vagabundos que pousam de intelectuais’

Para solicitar a cartilha:-         zapamundi@uol.com.brrogeriotomazjr@ig.com.br


Sobre o Observatório Internacional dos Meios de Comunicação

Concebido durante a segunda edição do Fórum Social Mundial por um grupo de 20 jornalistas, e concretizado durante o ano de 2002, o Observatório Internacional dos Meios de Comunicação (Media Watch Global - MWG) foi apresentado à sociedade no dia 27 de janeiro, durante o III Fórum Social Mundial. Ele foi construído pela iniciativa de várias ONGs e jornalistas, e contou com o estímulo do jornal francês Le Monde Diplomatique e da agência Inter Press Services (IPS). Menos de um ano após sua criação, o Medi Watch Global já possui escritórios em vários países. Para Ignacio Ramonet, diretor do “Diplô” que foi eleito presidente do MWG, “assim como a grande mídia pertence à globalização, o Observatório pertence ao movimento social”.

Composto por jornalistas - que são geralmente as primeiras vítimas da concentração na mídia -, leitores/espectadores - que necessitam de informação independente e profissional - e representantes do mundo acadêmico, o MWG está preocupado com as manipulações de origem política ou econômica que a mídia vêm cometendo. Criar uma instância internacional de observação do trabalho da mídia é importante, ressaltou Ramonet, porque as empresas hoje tem atuação global. Além disso, 82% do fluxo internacional de informações parte de apenas três grandes agências.

Mas como uma ONG, que não tem poder de sanção, pode pressionar os grandes meios de comunicação a mudar o enfoque da informação veiculada? Esta pergunta foi repetida diversas vezes, e a resposta aponta para um trabalho da sociedade civil. “A perda de credibilidade de uma órgão de imprensa é a pior sanção que pode existir”, explicou o diretor da IPS, Roberto Savio. “Se as pessoas deixam de comprar um diário, esta atitude repercutirá na publicidade e na sua capacidade de sobrevivência”. Questionado se a atuação do Observatório não constituiria censura sobre o trabalho dos meios de comunicação, Savio enfatizou que não. “O MWG busca garantir que os profissionais possam fazer seu trabalho sem a influência dos donos dos meios de comunicação”, argumentou.

(Sílvio da Costa Pereira)




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Expediente



Boletim NPC

Coordenação: Vito Giannotti

Edição: Claudia Santiago
Diagramação: Edson Dias Neves


Colaboraram nesta edição: Ciranda da Informação, Kátia Marko, Rosângela Gil, Sérgio Domingues, Sílvio da Costa Pereira e Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.



Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.

 

ÍNDICE
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A Comunicação que queremos
Comunicação no Fórum Social Mundial
Nasce, no FSM, Brasil de Fato: semanário de esquerda de circulação nacional
Um outro jornalismo é possível e necessário
Novos projetos são apresentados do FSM

De Olho Na Mídia
Mídia na Venezuela foi julgada no FSM
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Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge