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Boletim do NPC Nº 133De 1 a 15/10/2008
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais



Notícias do NPC


Encerramento do Curso de Comunicação Comunitária será no próximo sábado

jornal

O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) realizou, de junho a outubro de 2008, no Rio de Janeiro, o seu terceiro Curso de Comunicação Comunitária. Das aulas resultou o jornal Vozes das Comunidades, que será lançado na cerimônia de encerramento do curso no próximo sábado, dia 25 de outubro, das 9h às 13h, na sede do Sindicato dos Engenheiros.  

Os 30 alunos que participaram foram selecionados pelos cursos de Pré-Vestibular comunitários e também por movimentos como o de luta pela moradia. Tiveram prioridade na seleção moradores de favelas que estudaram ou estudam comunicação social. Foram ministradas aulas de técnicas de entrevista, rádio, redação, e também com forte conteúdo político. A história esteve presente o tempo inteiro, além de uma reflexão sobre a cidade do Rio de Janeiro.  

O jornal será distribuído pelos alunos em suas comunidades, escolas e/ou locais de trabalho. O curso foi realizado com o apoio do Instituto Rosa Luxemburgo.  

No encerramento, haverá de aula de Vito Giannotti sobre História dos Trabalhadores do Brasil e a aluna Tays Freitas fará uma apresentação de violino, além de outras atividades.







Domingo é Dia de Cinema apresenta ‘O Aborto dos Outros’

aborto

A próxima sessão do projeto Domingo é Dia de Cinema será no dia 2 de novembro, às 9h, no Cine Odeon Petrobrás. Será exibido o filme O Aborto dos Outros, dirigido por Carla Gallo e realizado com a colaboração de organizações e pessoas que lutam pela legalização do aborto.

De acordo com a ONG feminista Ipas, a estimativa é de que, no Brasil, cerca de 1 milhão de mulheres ao ano optem pela interrupção da gravidez. Deste total, a maioria recorre ao aborto clandestino. O Ministério da Saúde informa que, em 2005, 247 mil mulheres deram entrada em hospitais do SUS com seqüelas de aborto, em grande parte feito de modo inseguro, por ainda não ter sido legalizado.




A Comunicação que queremos


Inscrições abertas para o 14º Curso Anual do NPC

cartaz

Estão abertas as inscrições do 14º Curso Anual do NPC, que tem como tema central “Mídia dos Trabalhadores e Política”. O curso acontece de 19 a 23 de novembro, no auditório do Sindicont, no Rio de Janeiro. Participam das mesas jornalistas, professores, representantes de movimentos sociais e intelectuais comprometidos com uma comunicação contra-hegemônica. As vagas são limitadas. 

No dia 19, serão realizadas oficinas opcionais sobre prática de comunicação em que serão discutidos temas como linguagem, ilustração, internet e infográficos. As inscrições nas oficinas serão feitas por ordem de chegada das fichas de inscrição. 

No mesmo dia também serão apresentados trabalhos sobre rádios comunitárias, a relação da revista Veja com o MST e o uso da charge pela imprensa sindical. 

Na mesa de abertura do dia 20, estará presente o jornalista Ignácio Ramonet, do Le Monde Diplomatique, e João Pedro Stédile, do MST, que falarão sobre A Comunicação do Império e a resistência dos movimentos sociais. Também na noite do dia 20 haverá uma cerimônia em memória dos 90 anos do assassinato de Rosa Luxemburgo. 

No dia 21, a discussão gira em torno da Comunicação na Prática, onde serão debatidos os mitos fundadores do povo brasileiro, a mídia da direita e as TVs pública, educativa e comunitária.   

No dia 22, serão apresentadas as Experiências de Comunicação, discutindo agências, páginas, portais e blogs.Também a importância dos jornais e jornalistas sindicais na disputa hegemônica, a resistência na grande mídia e perspectivas para as rádios comunitárias.  

Para discutir Vida, Cultura e Comunicação, no último dia (23) haverá a mesa Arte na Periferia. Logo após será o encerramento do curso, com uma apresentação da Companhia Ensaio Aberto. 

Para se inscrever, é necessário preencher a ficha de inscrição disponível na página do NPC ou solicitá-la pelo e-mail npiratininga@uol.com.br. A ficha preenchida deve ser enviada para o mesmo endereço eletrônico ou pelo fax (21) 2220-4895, juntamente com o comprovante do depósito de pagamento.  

Mais informações pelos telefones do NPC (21) 2220-5618 e 9903-0076.




De Olho Na Mídia


Globo censura Sindicato dos Bancários em Pernambuco

[por Sulamita Esteliam] Um anúncio produzido pela entidade que trata da greve e critica os bancos não foi veiculado pela Globo, ao contrário das outras emissoras. A veiculação foi paga, adiantadamente, o cheque compensado, mas o Departamento Comercial da Emissora vetou a inserção.


O VT do Sindicato dos Bancários de Pernambuco para a Campanha Nacional 2008, de 45 segundos, recupera o lema Banco Mata. A propaganda critica a ganância dos bancos e explica porque os bancários estão em greve por tempo indeterminado. A Globo encontrou um motivo para censurar o material.

Segundo o contato comercial da Globo Nordeste, o nome do Sindicato teria que ser inserido em caracteres no VT; ou seja, por escrito e por extenso. Ou o Sindicato acrescentava esse detalhe, ou o VT não iria ao ar. Isso, a menos de 30 minutos do horário-limite de entregar o material nas quatro emissoras onde se havia contratado o espaço.

Esgotadas as tentativas de diálogo, o Sindicato pediu que a Globo mandasse a condição por escrito, via correio eletrônico, já que o Sindicato não modificaria o VT e o pagamento das inserções já havia sido feito. Adeládio, o contato, disse que não faria isso, e que o cheque seria devolvido. Fez mais, tentou inverter o ônus do problema, acusando o Sindicato de tentar "esconder o nome". Que se diga: a assinatura está no áudio, em alto e bom tom. E está na logomarca da entidade, bastante conhecida - e onde se lê "Bancários de Pernambuco" -, que fecha o VT.

"Quero saber se eles exigem do Shopping Recife, ou do Bradesco que escrevam seus nomes por extenso, junto com as marcas", questiona a secretária de Comunicação do Sindicato, Emerenciana Rêgo - Mereh.

Leia o texto completo na nossa página:
http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=3718&topico=Mídia



‘Mentirinha’ sobre um estupro: o escárnio da revista Trip

[por Michelle Amaral da Silva e Mariana Pires] "Henrique Goldman, 46, cineasta paulistano radicado em Londres, tornou-se mais jeitosinho com as mulheres ao longo dos anos". Este é o pé biográfico original da coluna intitulada "Carta aberta para Luisa" publicada no site da revista Trip em sua edição de setembro.  

Sem mencionar a palavra "estupro" uma única vez, o autor usa o texto para desculpar-se com a empregada da família "com quem transou, contra a vontade dela, quando tinha 14 anos". Finaliza esperando "que para você a memória daquela tarde não seja tão ruim e que você hoje possa rir do que aconteceu". Puro escárnio. Do colunista e da revista.  

Leia o texto completo na nossa página: http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=3721&topico=Mídia




Democratização da Comunicação


Audiência no Rio reafirma necessidade de uma Conferência Nacional de Comunicação

[Por Raquel Junia] O auditório do anexo dois da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro teve todos os lugares ocupados e algumas pessoas precisaram ficar de pé. Elas assistiam à Audiência Pública sobre a Conferência Nacional de Comunicação e a renovação das concessões de rádio e TV, presidida pelo deputado estadual Gilberto Palmares (PT), no dia 17 de outubro. A Audiência foi organizada pelo Comitê Rio Pró-Conferência Nacional de comunicação, do qual participam cerca de trinta entidades e movimentos sociais.


Participaram da mesa da Audiência Pública a representante do Coletivo Intervozes de Comunicação, Márcia Correa; o presidente da Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub); Orlando Guilhon, o diretor do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação, Celso Schoroeder; o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo. e o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ).
 

O Ministério da Comunicação, apesar de convidado, não apareceu.  O deputado Jorge Bittar justificou a ausência do ministério. Segundo ele, a equipe ministerial já tinha um compromisso anteriormente assumido. Por unanimidade, a mesa concordou sobre a necessidade de se realizar uma Conferência Nacional de Comunicação. “Seria a possibilidade histórica de subvertermos esse costume de não debater a comunicação”, comentou Celso Schoroeder, do FNDC. 

No mesmo dia, na parte da tarde, um ato político-cultural na praça XV, centro do Rio, também pautou o tema. Durante o ato, o Teatro do Oprimido fez esquetes debatendo a necessidade de democratização da comunicação. Vídeos também foram exibidos e os participantes registraram depoimentos para a TV Comunitária de Niterói. Quem passava por ali era convidado a assinar o abaixo assinado pela realização da Conferência Nacional de Comunicação. 

Leia cobertura completa em nossa página: http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=3722&topico=Comunicação Alternativa  



Em defesa da Conferência Nacional de Comunicação

[Por Sheila Jacob] A legislação das telecomunicações no Brasil é do tempo da TV em preto e branco. Não tinha internet, TV por assinatura e as ligações telefônicas levavam até duas horas para serem completadas por meio de telefonistas. Uma nova legislação deve contemplar as mudanças tecnológicas, sociais e econômicas que se consolidaram ao longo dos últimos quase 40 anos, quando foi aprovada a Lei Geral de Telecomunicações, em 1962. 

Para debater os rumos de uma nova lei nessa área, o governo federal destinou 6 milhões de reais para a realização da Conferência Nacional de Comunicação, envolvendo a participação dos 26 estados e mais de 5 mil municípios brasileiros. Enquanto cerca de 50 conferências temáticas foram realizadas ao longo dos governos Lula, a Conferência Nacional de Comunicação não aconteceu até agora.  

A Conferência será um bom momento para se tratar das concessões de importantes emissoras de TV que ainda não foram renovadas, como Globo, Bandeirantes e Record. A renovação automática dessas concessões foi suspensa na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. Isso representa uma oportunidade para debater novos critérios para a exploração comercial dos canais de TV, que são concessões públicas fornecidas pelo Estado em nome do povo brasileiro. As renovações só poderão acontecer após a realização de audiência pública no Congresso Nacional, prevista para novembro.  

Outras atividades estão previstas pela Comissão Rio Pró-Conferência Nacional de Comunicação. A programação está disponível no endereço http://rioproconferencia.blogspot.com/




NPC Informa


Documentário Meu Brasil será lançado em novembro

O que leva alguém a lutar contra todos os tipos de discriminação, enfrentando a pressão do tráfico e de partidos políticos, com o objetivo de melhorar a condição de vida de sua comunidade? Depois de pesquisar durante quatro anos sobre a vida e o trabalho de mais de 100 líderes comunitários de favelas do Rio, a diretora Daniela Broitman se propõe a responder essa questão no filme Meu Brasil 

O filme conta a história de Gaúcha, cujo sonho era ser cantora. Ela vai do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro à procura de uma vida melhor. Trabalhando como cozinheira na casa da família de Irineu Marinho, ela começa a se politizar. Já o carismático instrutor de mergulho Carlos, depois de sofrer uma grande desilusão amorosa, tenta reerguer sua auto-estima promovendo ecologia e cidadania nas favelas. Enquanto isso, a corajosa travesti Juliana luta pela implementação do terceiro banheiro na pequena cidade de Três Rios. 

Em busca de seus ideais, eles embarcam para Porto Alegre com outros 30 líderes comunitários rumo ao Fórum Social Mundial, o maior evento global sobre temas relacionados à justiça social.  

O filme, além de apresentar os 33 líderes comunitários, nos traz falas de personalidades como José Saramago, Eduardo Galeano, Ignácio Ramonet, presidente Lula, Hugo Chávez, Gilberto Gil, Frei Betto e Leonardo Boff.  

O trailer do filme e mais informações podem ser conferidos no site www.videoforum.tv/meubrasil   



Seminário sobre a relação entre literatura e trabalhadores no Brasil

trabalhadores

O Sinpro-Rio promove nos dias 7 e 8 de novembro, na Academia Brasileira de Letras, o seminário Os Trabalhadores na Literatura Brasileira. O objetivo é ressaltar a importância, no imaginário nacional, do lugar dos trabalhadores na nossa sociedade, e o papel da literatura brasileira nesta construção identitária. Dentre os palestrantes estão o autor Moacyr Scliar, a poeta e romancista Ana Miranda e o professor e escritor Ítalo Moriconi, da Uerj.  

As inscrições podem ser feitas na sede e nas subsedes do Sinpro-Rio. O Sindicato fica na Rua Pedro Lessa, 35, 2º e 3º andares. Informações pelo telefone (21) 3262-3440 e pelo e-mail escola@sinpro-rio.org.br  

A programação completa do seminário pode ser conferida em http://www.sinpro-rio.org.br/eventos/semilit.html



Conheça o Instituto Zequinha Barreto

O Instituto Zequinha Barreto (IZB) é uma entidade dedicada à formação política, ao resgate da memória do movimento operário e popular e à difusão das idéias e dos ideais socialistas. Seu nome é uma homenagem ao revolucionário José Campos Barreto, o Zequinha, militante operário histórico, líder da greve dos metalúrgicos de Osasco, em 68. Zeca foi assassinado, junto com o capitão Carlos Lamarca, no sertão da Bahia, em 1971.  

O IZB foi fundado oficialmente no dia 14 de junho de 2003, em assembléia, na sede do Sindicato dos Químicos Unificados, em Osasco. O lançamento público do Instituto foi em um ato realizado no dia 19 de julho de 2003, com a participação de cerca de 300 pessoas na subsede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Neste ato teve destaque a presença de líderes da greve dos metalúrgicos de Osasco de 68, como José Ibrahim, João Joaquim, Inácio Gurgel, Roque Aparecido e do irmão de Zequinha, Olderico Campos Barreto.

Dentre os objetivos do Instituto Zequinha Barreto estão a promoção de debates, cursos e seminários sobre socialismo e democracia; a recuperação de memória e história das lutas populares e socialistas, especialmente a do militante José Campos Barreto e demais lutadores sociais; e ainda elaboração de políticas públicas com destaque para questões ligadas à educação, saúde, habitação, meio ambiente, cultura, mulheres etc. 

Os endereços são:  

Instituto Zequinha Barreto

http://www.zequinhabarreto.org.br/ 

Blog do IZB

http://blog.zequinhabarreto.org.br/




Imagens da Vida


III Fórum Social das Américas

vida

Cartaz contra a lesbofobia e pelo direito de a mulher decidir sobre o seu corpo. Exibido nos pátios da Universidade de San Carlos, na Guatemala, durante o III Fórum Social das Américas.




De Olho Na Vida


Debate marcará o lançamento nacional do “Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus”

O Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus será realizado nos dias 04, 05 e 06 de dezembro de 2008, em São Paulo. Está sendo organizado por entidades ligadas à luta pelos Direitos Humanos e por uma série de Movimentos Sociais. O debate “A violência do Estado brasileiro contra os que lutam por moradia: Movimentos sem-teto, comunidades despejadas e o povo da rua” marcará o lançamento nacional do tribunal. Será no dia 22 de outubro, às 19h, na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, em São Paulo. 

Desmistificando as celebrações nacionais e internacionais em razão dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, a idéia do Tribunal Popular é julgar e condenar o Estado Brasileiro pelas sistemáticas violações de direitos que a população mais pobre tem sido submetida de forma crescente, principalmente jovens e negros de favelas e periferias urbanas. Também será um tema importante a criminalização dos movimentos sociais e do movimento sindical, da luta pela terra, meio-ambiente e direitos indígenas e quilombolas.     

Para isto, o Tribunal Popular selecionou alguns casos emblemáticos envolvendo violência institucional e militar do Estado e de seus agentes. Dentre eles, a chacina no Complexo do Alemão no Rio de Janeiro, em 2007. Sob o pretexto de segurança pública em comunidades urbanas pobres, a força policial executou 19 pessoas. Também será abordada a violência estatal no interior das prisões do sistema carcerário baiano, e as execuções sumárias da juventude negra pobre na Bahia; e também a criminalização dos movimentos sociais e sindicais, escancarada na recente tentativa de aniquilação do MST no Rio Grande do Sul.  

Mais informações: www.tribunalpopular2008.blogspot.com




Memória


Ano de 2009: ano de avançar na discussão do socialismo

[Por Vito Giannotti] Em 2009, há três datas que merecem um grande destaque por aqueles que pensam numa sociedade socialista. Três aniversários para pensar, refletir, aprender as lições históricas positivas e negativas. Lições para quem quer avançar na construção de uma nova sociedade com um nome bem definido: uma sociedade socialista, isto é, anti-capitalista. A negação da sociedade neoliberal que está aí. 

Em janeiro de 1919, há 90 anos, Rosa Luxemburgo foi assassinada, na Berlim revolucionária, pelas forças da direita e a conivência do Partido Social-democrata do qual Rosa tinha sido dirigente. Quais as lições desta revolução alemã derrotada? E do seu assassinato? E das idéias que Rosa deixou, vivas e provocadoras até hoje?  

Em 26 de Julho de 1959, há 50 anos, Fidel Castro, Che Guevara e os famosos “barbudos” derrotaram a ditadura fascista de Batista e iniciaram a construção do socialismo, em Cuba. Esta revolução está viva até hoje e desafia os que gostariam de esquecer o legado de Marx, Engels e das revoluções que estes orientaram e incentivaram a partir de 160 anos atrás quando publicaram o famoso “Manifesto Comunista”. 

Em novembro de 89, ao final do século XX, é a vez da queda do muro de Berlim. Já se passaram 20 anos. Na ocasião, a direita e muitos esquerdistas que estavam ansiosos para abandonar as fileiras da esquerda se apressaram em proclamar o “fim do socialismo”. Virou moda falar no “fim da História”, isto é, fim das classes, fim da luta de classes.  

E aí, como ficam hoje estes ilustres cavaleiros do neoliberalismo anglo-saxônico reinante até a queda do “Muro de Wall Street”?  Como ficam com a queda das bolsas provocada pelo país-guia do capitalismo mundial?

Estas e mais trocentas reflexões poderão ser feitas a partir da reflexão sobre as três datas de 2009: a) assassinato de Rosa Luxemburgo; b) Vitória da revolução Cubana; c) Queda do Muro de Berlim.



Memória esquecida de 1968: para combater o mito do brasileiro “bonzinho”

[por Vito Giannotti] Em casa, na escola e mais ainda pela TV e pelo rádio, o brasileiro sempre ouve a frase “brasileiro é bonzinho”. Este frasezinha não é nada inocente. Tem um peso ideológico grave e serve muito bem para o sistema criar, estimular e alimentar a passividade. Dizer que o povo brasileiro é despolitizado é uma coisa. É um fato que salta aos olhos de cada um. Mas o que está por trás da frase “brasileiro é bonzinho” é outra coisa bem diferente. Vejamos os fatos. 

Durante o quarto ano de ditadura militar, em 1968, quantos manifestantes morreram em passeata? Não vale responder o nome de Edson Luís. Esse, até os postes lembram. Mas ele não foi o único. Na missa de sétimo dia da sua morte a Ditadura matou mais dois. E nas vésperas da “Passeata dos cem mil” não foi morto ninguém? E antes do 7 de Setembro daquele ano, ninguém mais foi morto? Por que o deputado Márcio Moreira Alves fez aquele discurso que o levou à cassação e foi o pretexto da implantação do terrorismo da Ditadura com o AI-5? Na ocasião, ele falou “seria necessário que cada pai, que cada mãe se compenetrasse de que a presença de seus filhos nesse desfile é um auxílio aos carrascos que os espancam e os metralham nas ruas”. E depois desse do 7 de Setembro?  

No começo deste mês de outubro, em São Paulo foi relembrada a “Batalha da Maria Antônia”. Na capital paulista, no dia 3 de outubro, em mais uma manifestação contra a Ditadura, o estudante secundarista José Guimarães foi assassinado pela direita, que atuava junto com as forças repressivas da Ditadura.    

No Rio, nova morte de estudante. No dia 22 de outubro, um tiro disparado por policiais, durante a repressão a uma pacífica manifestação de estudantes de medicina em frente ao Hospital Universitário da UERJ, atingiu o estudante Luiz Paulo da Cruz Nunes na cabeça. Neste dia 24 faz quarenta anos que a formatura da turma de medicina na qual estava o Luiz Paulo foi interrompida e suspensa. Esta cerimônia será completada nesta quinta-feira na Capela Ecumênica da Uerj, com 40 anos de atraso.  

Foram só estes os mortos em batalhas de rua contra a Ditadura. Não. Há mais. É só completar a lista. 

Em Tempo. Quantos manifestantes morreram no famoso “Maio francês”, em Paris, naquele ano de 1968? O professor da Unicamp Reginaldo Moraes reafirma sem titubear: nenhum.

Sim, mas e daí? Então, o brasileiro não é tão bonzinho e pacífico como se quer fazer acreditar?




Proposta de Pauta


Movimentos Sociais lançam no Pará campanha com o lema ‘Lutar por Direitos Humanos Não é Crime’

“Não dá mais para agüentar a perseguição de quem protege os direitos humanos, os direitos ambientais. Hoje se fala somente em defesa e proteção a bancos, enquanto os defensores dos direitos coletivos são tratados como criminosos”, acusa Margarida Pantoja, integrante do Comitê Dorothy Stang. O grupo é uma das 75 entidades que integram uma campanha contra a criminalização dos movimentos sociais, lançada no dia 17 de outubro, em Belém, Pará. O lema da campanha é Lutar por Direitos Humanos não é crime.

No Pará, existem hoje mais de 30 lideranças dos movimentos sociais investigadas e respondendo processo na justiça por coordenarem mobilizações em defesa do direito a um desenvolvimento sustentável. Outras dez lideranças, entre sindicalistas e religiosos estão ameaçados de morte por contrariarem os interesses de grandes fazendeiros e madeireiros.

Para enfrentar tal quadro de injustiça e inversão de valores, o fórum de entidades que integra a campanha contra a criminalização dos movimentos sociais no Pará tem propostas bem claras. O primeiro passo será gerar mais informação através da elaboração de um dossiê sobre os casos e a dimensão do problema no estado. Como resultado, deve ser construído um Mapa da Criminalização no Pará.

O segundo passo será colocar em debate e evidência internacional uma realidade até agora pouco reconhecida e combatida. O Fórum Social Mundial, no início do próximo ano, em Belém, servirá como um excelente espaço para denunciar e debater a questão. A partir daí, pretende-se acionar entidades internacionais de direitos humanos, como a Federação Internacional de Direitos Humanos e a Anistia Internacional, para a realização de um Tribunal Popular Internacional.




De Olho No Mundo


III Fórum Social das Américas defende maior integração no continente

[por Sheila Jacob] De 7 a 12 de outubro, a Universidade de São Carlos, na Guatemala, foi sede do III Fórum Social das Américas. Dentre os cerca de 7000 inscritos estiveram representantes de organizações sociais e sindicais de todo o continente. Do Brasil, participaram o MST, a Marcha Mundial de Mulheres, a CUT, e outros grupos organizados. O encontro foi uma prévia do próximo Fórum Social Mundial, que ocorre de 27 de janeiro a 01 de fevereiro de 2009 em Belém do Pará, no Brasil.

No encontro foi destacado o momento atual de crise do sistema financeiro mundial, que significa o fracasso do modelo econômico adotado mundialmente sob o prisma do neoliberalismo. Foi debatida a urgência da reforma agrária e a defesa da soberania alimentar no continente. Também a luta contra os transgênicos, contra a exploração dos trabalhadores e contra a criminalização dos movimentos sociais. 
 

O Fórum pautou o combate aos tratados de livre comércio propostos pelos Estados Unidos e pela Europa, o fortalecimento das organizações sindicais e, principalmente, uma maior articulação e integração dos países latino-americanos. Em muitas mesas foi pautada a democratização da comunicação e a luta contra discriminações de gênero, cor, etnia, orientação sexual e principalmente de classe.  

No evento mereceu destaque a resistência dos povos indígenas. Nessa pauta incluem-se a defesa do território, o combate à degradação ambiental e à exploração da Terra Mãe (Pachamama), a valorização das diversas línguas originárias e dos lugares sagrados, e a situação de jovens e mulheres indígenas.

No sábado, último dia de atividades do Fórum, foi realizada uma Assembléia dos Movimentos Sociais. Entre outras questões, o documento produzido ao longo do encontro reitera a solidariedade com os governos da Bolívia e Equador, celebra os cinqüenta anos da revolução socialista cubana e pronuncia-se pela retirada imediata das tropas estrangeiras do Haiti.

O documento completo pode ser lido em http://www.movimientos.org/fsa2008/show_text.php3?key=13177




Pérolas da edição


III Fórum Social das Américas

Hoje, 7 de outubro de 2008, nos encontramos no campo central da Universidade de São Carlos, para dar inicio ao III Fórum Social das Américas. Iniciamos aqui um encontro de bocas e palavras, de braços e mãos, de luta, de resistência. Estamos reunidos homens e mulheres de diversos povos e países do continente para fazer ouvir nossa voz. Para alçar nosso coração e compartilhar nossas experiências e nossas idéias. Um aplauso para todos os povos da América.

(Cerimônia de abertura do III Fórum Social das Américas, na Guatemala)  

Nós, como crianças indígenas, protestamos porque não temos espaço para nos expressar, tampouco os adolescentes. Não se pode dizer que se pode construir uma América justa sem saber o que estamos pensando.

(O menino Augustin Kaysa, representante das crianças do continente americano, no III FSA) 

É importante ter o acesso a informações de vários movimentos, atividades e experiências, para serem socializadas no próprio país e com outros povos de outras regiões. Isso os meios de comunicação da burguesia não vão fazer. Por isso, a comunicação alternativa é um instrumento fundamental para a transformação.

(Joaquim Pinheiro, do MST, em entrevista durante o III FSA)



Educação – Comemoração do 15 de outubro

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."

(Paulo Freire) 

“Paulo Freire é representante de uma época onde surgiram vários movimentos sociais que têm símbolos fortes, exemplos de luta por liberdade, emancipação (Florestan Fernandes, Zumbi, Che Guevara, etc). Lembrá-los significa recuperar algo fundamental; é fazer educação colada com grandes lutas, grandes ideais”.   

(Miguel Arroyo)




Novas entrevistas em nossa página


Cientista social da Guatemala fala sobre concentração dos meios de comunicação no país

[por Sheila Jacob] De 7 a 12 de outubro, foi realizado na capital da Guatemala o 3° Fórum Social das Américas. Antes do evento, o pesquisador Enrique Alvarez, diretor do grupo Incidência Democrática (IDEM), falou sobre a atual situação econômica e política do país, os movimentos sociais e a concentração dos meios de comunicação. O IDEM é um centro de investigação de ciência democrática, especializada em análises políticas, econômicas, sociais e em termos de segurança. 

Leia a entrevista completa em nossa página: http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=3723&topico=Entrevistas




Novos artigos em nossa página


O “merchandising social” da TV Globo e os desertos verdes

[Por Gustavo Barreto] Foi o professor Arlindo Machado, pelo que me lembro, que conceituou de forma brilhante a importância de analisarmos a televisão não como um meio em si – tal como Adorno ou McLuhan, para se odiar ou venerar a tevê –, mas pelo conteúdo dos seus programas. Os brasileiros preocupados com os rumos democráticos da nossa Nação precisam ficar atentos ao conteúdo específico de cada programa de grande repercussão e rediscuti-los urgentemente, a julgar pelo que se passou na novela “A Favorita”, da TV Globo, no sábado 4 de outubro. 

Entrou em pauta neste dia o tema da celulose e o respeito ao meio ambiente, de forma explícita, na fala entre a personagem Donatela (interpretada por Claudia Raia) e Augusto César (interpretado por José Mayer). Contextualizando: Donatela é uma mulher que está atualmente do lado do “bem” no imaginário simbólico dos telespectadores (que “torcem” por ela), buscando justiça contra sua adversária Flora (Patrícia Pillar), uma criminosa da pior estirpe (capaz de seqüestrar a própria filha por dinheiro).

Donatela argumenta com Augusto (o “delirante”) que ele deveria vender suas terras. Augusto se defende com dois argumentos: construiu sua vida ali, naquela terra, ao lado da esposa (a que foi “abduzida”, que ele pensa ser a Donatela) e acredita que “esse pessoal só pensa em lucrar”. Donatela (a justiceira, do “bem”), por sua vez, deu outros dois argumentos: “Quê que tem? Todo mundo precisa de papel” e “Pelo que sei, é tudo 100% reflorestado”. 

É curioso que a TV Globo faça uma campanha semelhante – para não dizer igual – às campanhas, por exemplo, das empresas Aracruz Celulose e Stora Enso, líderes no mercado da indústria de celulose. Teria sido mais um exemplo do “merchandising social” – uma espécie de inserção de temas sociais para debate público no conteúdo de mídia – ou uma propaganda política? 

Leia o texto completo na nossa página: http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=3719&topico=M%EDdia



Expediente



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Jornalista responsável: Claudia Santiago

Estagiárias: Luisa Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob

 

Colaboraram nesta edição: Jéssica Santos (RJ), Marcelo Durão (RJ), Sérgio Domingues (RJ) e Tatiana Lima (RJ).



Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.

 

ÍNDICE
Clique nos ítens abaixo para ler os textos.

Notícias do NPC
Encerramento do Curso de Comunicação Comunitária será no próximo sábado


Domingo é Dia de Cinema apresenta ‘O Aborto dos Outros’

A Comunicação que queremos
Inscrições abertas para o 14º Curso Anual do NPC

De Olho Na Mídia
Globo censura Sindicato dos Bancários em Pernambuco
‘Mentirinha’ sobre um estupro: o escárnio da revista Trip

Democratização da Comunicação
Audiência no Rio reafirma necessidade de uma Conferência Nacional de Comunicação
Em defesa da Conferência Nacional de Comunicação

NPC Informa
Documentário Meu Brasil será lançado em novembro
Seminário sobre a relação entre literatura e trabalhadores no Brasil
Conheça o Instituto Zequinha Barreto

Imagens da Vida
III Fórum Social das Américas

De Olho Na Vida
Debate marcará o lançamento nacional do “Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus”

Memória
Ano de 2009: ano de avançar na discussão do socialismo
Memória esquecida de 1968: para combater o mito do brasileiro “bonzinho”

Proposta de Pauta
Movimentos Sociais lançam no Pará campanha com o lema ‘Lutar por Direitos Humanos Não é Crime’

De Olho No Mundo
III Fórum Social das Américas defende maior integração no continente

Pérolas da edição
III Fórum Social das Américas
Educação – Comemoração do 15 de outubro

Novas entrevistas em nossa página
Cientista social da Guatemala fala sobre concentração dos meios de comunicação no país

Novos artigos em nossa página
O “merchandising social” da TV Globo e os desertos verdes

Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge