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Boletim do
NPC —
Nº 132
— De 15 a 30/9/2008
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Inscrições abertas para o Curso Anual do NPC
“Mídia dos Trabalhadores e Política” será o tema central do 14º Curso Anual do NPC, de 19 a 23 de novembro, no auditório do Sindicont, no Rio de Janeiro. No dia 19, haverá oficinas opcionais sobre prática de comunicação e apresentação de trabalhos. De 20 a 23, serão realizadas mesas temáticas com a presença de jornalistas, professores, representantes de movimentos sociais e intelectuais comprometidos com uma comunicação contra-hegemônica. No dia 20, na mesa de abertura, estarão presentes Ignácio Ramonet, do Le Monde Diplomatique, e João Pedro Stédile, do MST, falando sobre A Comunicação do Império e a resistência dos movimentos sociais. Também no dia 20 haverá uma noite em memória dos 90 anos do assassinato de Rosa Luxemburgo. Confira a programação completa aqui. Para se inscrever, preencha a ficha de inscrição disponível na nossa página ou solicite pelo e-mail npiratininga@uol.com.br. A ficha preenchida deve ser enviada para o mesmo endereço eletrônico ou pelo fax (21)2220-4895, juntamente com o comprovante do depósito de pagamento do curso. Mais informações pelos telefones (21) 2220-5618 e 9628-5022.
A Comunicação que queremos
Vídeo de conclusão de curso de jornalismo resgata a memória de subúrbio carioca
O vídeo Estação Realengo foi o trabalho de conclusão de curso de jornalismo de Carlos Eduardo Maia dos Santos, das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). A idéia do trabalho é resgatar e preservar a memória do bairro Realengo, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Entrevistas com moradores antigos e jovens, pesquisas em arquivos e na associação de moradores do bairro fazem parte do documentário. Carlos Eduardo resgata, por exemplo, que Padre Miguel, considerado o primeiro cineasta do Brasil, era de Realengo. “Durante o curso de jornalismo percebi que a grande maioria dos alunos desconhecia a realidade do subúrbio, o que é péssimo para futuros comunicadores sociais, que tenderão a continuar a reproduzir caricaturas sobre uma realidade que só conhecem através de jornais sensacionalistas, novelas e filmes que abordam esses lugares pelo viés da violência ou pelo exótico. Acredito que uma melhor cobertura de áreas periféricas só será possível quando aprendermos a ter um outro olhar para essas regiões”, fala Carlos Eduardo. O trabalho foi orientado pelo professor Nailton Agostinho. Carlos Eduardo Maia também participou do Curso Comunidades, promovido pelo NPC com o apoio do Ceris [Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais], em 2006.
Da Lama ao Caos (1994) - Chico Science e Nação Zumbi
Esqueça a bobagem do rótulo de "mangue beat". O primeiro disco de Chico Science e Nação Zumbi é uma referência obrigatória. Todas as músicas do disco viraram "clássicos". E pudera, o disco é um caldeirão fervilhante, com sonoridade pesada, letras inteligentes e o vocal vibrante de Chico Science. [Fonte: www.revolutas.net]
Rap do grupo O Levante continua na barricada com a música Abalando as Estruturas Globais
O rap do grupo é uma crítica à TV brasileira. “Especialmente à Globo diz Gapa, membro do Luta Armada. “A música é uma resposta ao seu jornalismo tendencioso com suas mensagens subliminares cheias de preconceitos sobretudo contra os pretos”. O rap de O Levante não usa meias palavras. Denuncia a Rede Globo por racismo e por ataques aos movimentos sociais, principalmente aos Sem terra. A Reforma Agrária para a rede brasileira é um tabu a ser impedido de qualquer jeito. A música faz uma analogia entre os 500 anos da invasão portuguesa com Álvares Cabral chamada de descobrimento e as ocupações do MST. Em seguida, o rap se esmera em denunciar a manipulação de eleições para conservar tudo como está, nas mãos da mesma elite que domina o Brasil há 500 anos. Fala dos vários programas da rede. Do programa “Criança Esperança” ao Jornal Nacional, passando pelo Domingão, pelo Caldeirão do Hulk, por Malhação, Show da Vida e Fantástico. É a mesma manipulação. No Yootube você pode encontrar este rap. É só procurar pelo título Abalando as Estruturas Globais.
De Olho Na Mídia
Caros Amigos, Brasil de Fato e Carta Capital: quem não lê continua vítima da mídia da direita
[Por Vito Giannotti] Há três publicações essenciais para todo militante, lutador ou ativista social: as três listadas acima. Caros Amigos é uma revista mensal que há mais de dez anos é um alimento sério e um contra-veneno para as intoxicações da chamada grande mídia ou, mais concretamente, a mídia empresarial, patronal, corporativa ou simplesmente burguesa. É um apanhado do mês que traz informações, fatos e dados que esclarecem o que, às vezes, ficou confuso ou incompreendido durante o período. Traz uma visão crítica, de esquerda, que é a antítese da versão e do enfoque que a direita vomita diariamente sobre a cabeça dos caros ouvintes, caros leitores, ou mais ainda caríssimos telespectadores. Brasil de Fato é uma publicação de esquerda que a cada semana trata de vários temas centrais e atuais no debate político. Serve como um desinfetante contra a mídia que está do outro lado, o lado patronal, o lado do capitalismo, seja ele financeiro, industrial, comercial, nacional ou internacional. É uma publicação plural que abriga, em suas fileiras, desde bispos a tradicionais comunistas de vários partidos: do PCB, PCdoB, PSTU, PSOL, PT, PDT ao PSB. Reúne desde ativistas militantes de vários movimentos sociais, com destaque para o MST, que é a alma do semanário, a renomados professores, comunicadores e cientistas políticos. Dele participam ativistas ambientalistas, feministas, lutadores pelos direitos humanos e, especificamente, o direito de os trabalhadores construírem sua sociedade. O fio condutor do Brasil de Fato é a construção de outra sociedade, com nome e sobrenome: uma sociedade socialista. Uma alternativa a esta sociedade capitalista neoliberal. Carta Capital não é uma revista de nenhum grupo ou partido de esquerda. Definiria como uma revista social-democrata assumida. Como tal, não aceita a sociedade e as injustiças por ela produzidas. Combate e apresenta sempre outra versão da comunicação truncada, distorcida ou simplesmente falsificada que a sociedade produz para se sustentar. Com extrema clareza e coragem, fustiga o sistema e seu aparato de divulgação e sustentação ideológica, a mídia. Sua marca, até hoje, tem sido a independência e a distância do poder. É riquíssima em informações, dados e fatos que só ela conhece, investiga e publica, sem medo. É uma ferramenta essencial para quem quer agir e mudar este mundo. Essas três publicações não podem faltar na bolsa, sacola, mesa ou nas mãos de todo lutador por uma nova sociedade. Ler estes três veículos não é uma opção. É uma condenação. Sem eles é como brincar de cabra cega. Em tempo: essa condenação é um enorme prazer, como o nascer do sol após uma noite sem lua.
Grande mídia insiste na utilização da palavra “invasão” para caracterizar ocupações feitas por movimentos sociais
A ocupação da reitoria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) durou 20 dias. Terminou no dia 30 de setembro. Os estudantes reivindicam, sobretudo, que os 6% da receita tributária líquida do Estado do Rio seja repassado à Universidade, como já está previsto em lei aprovada na Assembléia Legislativa. A grande mídia noticiou o fato, insistindo em chamar de invasão a ocupação dos estudantes, como faz também com ocupações organizadas por outros movimentos, como os Sem Terra e Sem Teto. Diante disso, o desenhista Latuff fez uma charge explicativa sobre o termo. Confira:
Veja, desta vez superou a si mesma para defender a medalha de ouro de “revista do Império”
Na edição de 24 de setembro veja fez sua maior declaração de paixão pelos EUA. Enquanto o mundo está se estrebuchando sob os golpes da crise econômica provocada pelo Tio Sam, “A única revista norte-americana do mundo escrita em português” como a define José Arbex Jr. se desmancha em elogios ao governo daquele país. Em sua capa traz um simpático Tio Sam, com um punhado de dólares na mão e o dedo em riste meio ameaçador, meio assegurador e em letras garrafais sua mensagem: “Eu salvei você!”. É isso. Para a revista da classe média assustada, não há problemas. Ele nos salvou. Não precisa nem de Cristo para nos salvar. Já estamos salvos. E nosso salvadores são eles. Os que Evo Morales e Chavez expulsaram o seu embaixador da Bolívia e os que estão passando férias na IV Frota nas costas do Brasil. Carta Capital foi pra cima. Não agüentou tanta palhaçada. Na semana seguinte saiu com a mesma imagem, com uma pequena diferença: os dólares na mão do salvador da Veja estão pegando fogo. E, detalhe... o título é exatamente os contrário: “Ele não salva ninguém”.
Democratização da Comunicação
Políticos detêm concessões de emissoras com outorgas vencidas
Uma reportagem da Folha de São Paulo de segunda-feira, dia 29 de setembro, divulgou que 184 concessões de emissoras de rádio e TV têm outorga vencidas. A maioria delas pertence a políticos e familiares, mas a reportagem não cita a ilegalidade do fato. "Há casos de emissoras que estão com concessões expiradas há mais de 20 anos, e cujos pedidos de renovação de outorga ficaram emperrados no Ministério das Comunicações e Congresso Nacional”. Em resposta, o Ministério declarou que as emissoras podem funcionar, desde que tenham entrado com o pedido de outorga no período determinado. Assim, as concessões são mantidas em “caráter precário”.
Para Jerry Oliveira, coordenador da Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) de São Paulo, isso comprova que a legislação de radiodifusão “é feita de remendos”. Ele acredita que a intenção do ministério é evitar a ida dos processos para o Congresso Nacional, onde “seriam pleiteados a partir do novo ato-normativo que coloca critérios na renovação de outorga, pois se a emissora tem processos trabalhistas ou não cumprir com as atividades culturais, por exemplo, não teria as concessões renovadas”. Outra questão que não é citada na reportagem é a proibição, por lei, de conceder emissoras de rádio e TV a parlamentares. Segundo Jerry, eles saem ilesos porque o próprio Ministro das Comunicações, Hélio Costa, possui concessões. Ele explica que os políticos, quando eleitos, repassam o controle acionário das emissoras para os familiares. Contudo, “eles não deixam de ter controle político da emissora”, enfatiza Jerry. Como representante da radiodifusão comunitária, Jerry lamenta que a situação seja muito diferente para as rádios comunitárias que são constantemente fechadas pela Anatel na espera pela outorga. [Fonte: Agência Pulsar]
NPC Informa
Livro traz memória de militantes do PT
Muitos caminhos, uma Estrela: Memórias de Militantes do PT reúne 12 depoimentos de militantes do partido, entre eles o de Manoel de Conceição, Apolonio de Carvalho, Antonio Candido, Raul Pont, Irmã Passoni, entre outros. O livro é organizado por Alexandre Fortes e Marieta de Moraes Ferreira e editado pela Perseu Abramo. Outros dois volumes com mais depoimentos estão previstos. A publicação resulta dos trabalhos desenvolvidos na primeira fase do Projeto de História Oral do PT, uma parceria estabelecida desde 2004 entre o Centro Sérgio Buarque de Holanda – Documentação, Memória e Política, da Fundação Perseu Abramo, e o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC-FGV).
Mostra Geração de Cinema apresenta produções inéditas de várias partes do mundo
A mostra Geração é um segmento do Festival de Cinema do Rio com programações e atividades dedicadas a crianças e jovens de todas as faixas etárias. A programação começou no dia 26 de setembro e vai até o dia 9 de outubro. Entre as atividades está o Programa Internacional, com filmes da Espanha ("Cobardes"), Estados Unidos e Israel ("O Pequeno Traidor"), Suécia ("Borboletas"), Irã ("O Prêmio"), Dinamarca ("A substituta"), Japão ("5 Centímetros Por Segundo") e Índia ("Somos Todos Diferentes"). Também faz parte da programação o Programa Vídeo Fórum, com exibição de curtas-metragens realizados por crianças e jovens do Brasil e do mundo. E também o Encontro de Educadores, que é uma sessão de cinema realizada especialmente para professores e profissionais da área de educação. Acesse a programação completa em: http://mostrageracao.blogspot.com/2008/09/programao-completa-mostra-gerao-2008.html
Livro discute a nação e o nacionalismo
“O que é a identidade nacional? Qual sua gênese? Que papéis históricos cumpriu? Qual o futuro das nações no século que se inicia? Os Estados nacionais são meras sobrevivências de um passado em vias de superação ou permanecem sendo estruturas insubstituíveis na organização da convivência humana?” Essas são algumas das perguntas sobre as quais o livro Um Mapa da Questão Nacional, organizado Gopal Balakrishnan, pretende refletir.
O livro traz contribuições de teóricos como Eric Hobsbawm, Tom Nairn, Jürgen Habermas, entre outros. A publicação é da editora Contraponto.
MST do Rio pede doação de livros e brinquedos para Encontro dos Sem Terrinha
O XI Encontro Estadual dos Sem Terrinha será realizado de 10 a 12 de outubro, no Rio de Janeiro. O movimento pede doações de livros e brinquedos para serem distribuídos às crianças durante o encontro. As doações podem ser entregues na Secretaria Estadual do MST (Rua Pedro I, nº 7 - sala 402 - Centro - Rio de Janeiro), de 9h às 11h, ou de 14h às 18h. O tema do Encontro estadual dos Sem Terrinha será Como fazer a escola transformando a história?
Imagens da Vida
Por Jéssica Santos
Rosalina Barros, funcionária da Uerj, em greve, concede entrevista a Raquel Junia, do NPC.
De Olho Na Vida
Mais mortes na Petrobrás: Petroleiros já alertavam sobre falta de condições de segurança
No dia 23, uma explosão na Estação de Tratamento de Óleo de Furado, em São Miguel dos Campos (AL), matou quatro trabalhadores de empresas que prestavam serviço à Petrobras. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) noticiou que, no dia 24, os petroleiros da Refinaria de Paulínia (REPLAN) e de Duque de Caxias (REDUC) atrasaram a entrada do expediente em solidariedade aos familiares e amigos das quatro vítimas do acidente do dia anterior. No dia 25, a FUP também organizou manifestações em memória dos trabalhadores. Em nosso Boletim nº 27 divulgamos uma nota do Sindipetro-RJ que denunciava a falta de condições para um trabalho seguro na Petrobrás. Na ocasião, morreu o petroleiro Alessandro Paulo da Cruz, que também trabalhava para uma empresa terceirizada. Diante desse novo acidente, o Sindipetro-RJ questiona as condições de trabalho na empresa. Diz que, apesar de não haver números oficiais, pois a Petrobras não divulga esse tipo de dados, foram registradas pelo menos 16 mortes em 2008. “O Sindipetro-RJ compreende que os acidentes não são casos isolados, mas sim reflexos da lógica de produção da Petrobrás, orientada pela maximização dos lucros a qualquer preço. A pressão por produtividade, assim como as precárias condições de segurança e a opção pela terceirização da mão-de-obra são alguns dos elementos responsáveis pelo alto número de acidentes, que jogam por terra o tão repetido discurso de responsabilidade social da empresa”, alertam mais uma vez os petroleiros.
Memória
18 de outubro é Dia Internacional pela Democratização da Mídia
(Imagem divulgada na página eletrônica da Enecos) O dia 18 de outubro como dia Internacional da Democratização da Mídia foi instituído no ano de 2000, em Toronto, no Canadá. Segundo informações divulgadas no Centro de Mídia Independente (CMI), dois anos depois, no dia 18 outubro, já estavam sendo realizadas atividades em 11 países. No Brasil, a data começa a ser comemorada com mais visibilidade a partir de 2003. Em várias partes do país, sobretudo nas capitais, são organizadas atividades de rua, debates, produções de vídeos sobre o tema e uma série de outras mobilizações, organizados por veículos alternativos, populares e comunitários, movimentos sociais, sindicatos e pela Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação, a Enecos. Como um dia passou a ser pequeno para todas as atividades, foi criada, então, a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, sempre em torno do dia 18 de outubro. Em 2008 teremos a VI Semana. Em várias das capitais do país haverá atividades, se informe!
Proposta de Pauta
No Brasil, 56,7% das terras boas para a agricultura são latifúndios
Os dados são da Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra. Outros índices foram apresentados: os minifúndios representam 62,2% das propriedades rurais, e ocupam 7,9% da área total; enquanto os latifúndios representam 2,8% do total das propriedades, e ocupam 56,7% das terras boas. A Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra foi criada pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça (FNRA), do qual participam 47 entidades. A Campanha propõe uma emenda constitucional que limite as propriedades rurais em 35 módulos fiscais. “O módulo fiscal é uma referência, estabelecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que define a área mínima suficiente para prover o sustento de uma família de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Ele varia de região para região, e é definido para cada município a partir da análise de várias regras, como por exemplo a situação geográfica, qualidade do solo, o relevo e condições de acesso. A aprovação da emenda afetaria somente pouco mais que 50 mil proprietários de terras”, explica a página da campanha. A página eletrônica do movimento também disponibiliza um mapa da distribuição da terra no Brasil. Ao clicar em cada estado, o internauta tem acesso a dados como o tamanho e a quantidade de latifúndios, bem como a área ocupada pelas grandes propriedades. Acesse em http://www.limitedapropriedadedaterra.org.br/conteudo.php?pagina=campanha
IBGE divulga que mais de um milhão de crianças ainda trabalham no Brasil
O IBGE divulgou no dia 18 de setembro que 1,2 milhão de crianças de até 13 anos são vítimas de exploração de seu trabalho. As que mais sofrem a exploração do trabalho infantil são negras e pardas, de famílias de baixa renda e moradoras de áreas rurais. De acordo com a pesquisa, 60% destas crianças estavam ocupadas em atividades agrícolas, sendo que 45% delas tinham uma rotina diária de até 14 horas de trabalho. A lei proíbe o trabalho de qualquer cidadão até os 14 anos de idade, com apenas uma exceção: quando o menor está regularmente contratado como aprendiz e não tem obrigação de produzir como um profissional. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) constatou ainda que 4,8 milhões de crianças entre 5 e 17 anos trabalharam no Brasil em 2007. A pesquisa foi feita com 400 mil pessoas em 851 municípios brasileiros.
De Olho No Mundo
Bolívia: o massacre feito pela direita em Pando e que a mídia patronal nunca passará
[Por Fundação Lauro Campos] Veja em http://www.youtube.com/watch?v=cH8Y_FQAkuY os testemunhos de camponeses que sobreviveram à emboscada executada por paramilitares fascistas e sicários peruanos e brasileiros contratados pelo governador Leopoldo Fernández. Confira aqui o que nem a rede Globo nem as outras emissoras comerciais mostram.
Associação Mundial de Rádios Comunitárias denuncia atentados a rádios bolivianas
Em nota, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) América Latina e Caribe denunciou atentados contra as rádios bolivianas San Miguel de Riberalta, Beni; Alternativa de Santa Cruz de La Sierra; Juan XXIII de San Ignácio de Velasco; Aclo de Tarija; Parapeti de Camiri e outras. “Calar as rádios que defendem e promovem o respeito pelas liberdades individuais e coletivas é um modo de calar todo o país e seu projeto democrático. Os responsáveis por essas agressões são grupos minoritários que reagem em defesa dos seus privilégios e criam uma situação de terror”, afirma a nota. A Amarc chama as rádios comunitárias e populares de toda a América Latina e Caribe para “romper o cerco de silêncio” e divulgar essas e outras informações sobre a Bolívia. Não é a primeira vez que rádios comunitárias, radialistas e jornalistas identificados pelos opositores como favoráveis ao governo de Evo Morales sofrem atentados. No final do ano passado, a Rádio Pátria Nueva, de Sucre, foi saqueada e o jornalista Juan Quiroga, que se encontrava no local, agredido.
Sobre a liberdade de imprensa
Do blog Crônicas e Críticas da América Latina. Por Pedro Ayres - pedroayres.blogspot.com
Fórum Social das Américas será na Guatemala
[Por Sheila Jacob] Entre os dias 7 e 12 de outubro será realizado, na Universidade de São Carlos de Guatemala, o Terceiro Fórum Social das Américas. O encontro é uma prévia do Fórum Social Mundial, que será realizado em janeiro de 2009, no Brasil, na cidade de Belém, no Pará. O primeiro Fórum Social das Américas foi realizado em julho de 2004 na cidade de Quito, capital do Equador. Desde a sua primeira edição, participam diversos setores do movimento social: indígenas, campesinos, sindicalistas, jovens, GLBT, ambientalistas, comunicadores alternativos, acadêmicos, e outros. O Fórum serve como espaço importante de construção de uma estratégia única para garantir a liberdade dos povos do continente, defender os recursos naturais e o território, em oposição ao atual modelo neoliberal. Quase oitocentas organizações se inscreveram no encontro deste ano. Estão sendo esperados cerca de seis mil participantes de todo o hemisfério. A concentração agrária, a exploração e as alternativas de defesa da terra e dos recursos naturais são temas que despertaram a atenção de organizações sociais relativas à defesa das condições de vida frente ao capitalismo depredador. Estão previstas ainda cerca de 30 atividades de juventude e uma gama de atividades culturais, em que já está confirmada a participação de artistas de Porto Rico, México, Equador, Venezuela, Cuba e Guatemala. Saiba mais sobre o Fórum Social das Américas na Guatemala em http://www.forosocialamericas.org.
Campanha de apoio a Cuba será lançada dia 10, sexta, no Rio
[Por Fátima Lacerda – APN] Os cubanos que vivem no Brasil, reunidos na Associação José Martí, estão a frente de uma ampla campanha de ajuda humanitária a Cuba. A campanha será lançada no Rio, no próximo dia 10, em local a ser definido. Em menos de 10 dias, a ilha foi devastada por dois furacões. Os prejuízos são calculados em cinco milhões de dólares. Cerca de 3 milhões de pessoas, quase um quarto da população, teve que abandonar suas casas. Os furacões Gustav e Ike danificaram 470 mil prédios, derrubando 168 mil.
Pérolas da edição
De Leandro Konder, direita boliviana, Tupak Katari, Joseph Stiglitz
Por Leandro Konder “Eu gosto muito de etimologia. Etimologia é um grande barato, a origem das palavras. Então, pensamos assim, reflexão, o que é reflexão? É o caminho que a gente vai ter que trilhar para rever nossos valores éticos, nossa escala de valores. Reflexão – flexão, dobrar. Re: outra vez. Quer dizer, você não se satisfaz com a primeira impressão: “ah, a sociedade é isso mesmo, a vida é assim, não temos nada a fazer, nós não podemos dar murro em ponta de faca”. Aí você volta, se vê, debruça, reflete e tenta não se convencer de uma coisa que não pode ser”. (Leandro Konder, filósofo, em entrevista ao BoletimNPC) Por direita boliviana "Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo desse índio infeliz". (Jorge Chávez, líder da oposição boliviana, referindo-se ao presidente Evo Morales - Folha de S. Paulo – 09/09/2008). "É um povo de não-cristãos. Não compartilham conosco os valores ocidentais e o amor ao capitalismo". (Andrés Gómez, editor, branco, sobre os moradores do "Plán 3000", favela com população majoritariamente indígena, em Santa Cruz, Bolívia - Folha de S.Paulo - 14/09/2008.) Por Tupak Katari "Voltarei e serei milhões" Tupac Katari, líder indígena boliviano assassinado em 1871, durante um cerco a La Paz. Por Joseph Stiglitz, economista "A queda de Wall Street representa para o fundamentalismo do mercado o que a queda do Muro de Berlim representou para o comunismo: ela diz que essa forma de organização econômica não funciona". (Joseph Stiglitz, economista - O Estado de S.Paulo – 18/09/2008.)
Por Dentro da Universidade
UFF promove lançamento de livro sobre a formação da classe trabalhadora no Brasil
[Por Sheila Jacob] O livro Escravizados e livres: experiências comuns na formação da classe trabalhadora carioca foi lançado no dia 17 de setembro na Universidade Federal Fluminense (UFF). O autor é Marcelo Badaró Mattos, professor do Departamento de História da UFF e pesquisador de História Social do Trabalho, área que aborda o mundo do trabalho e dos trabalhadores. O livro privilegia o momento de formação da classe trabalhadora no Brasil, levando em conta a forte convivência entre escravos e livres no mercado de trabalho do Rio de Janeiro. A abordagem une a história de trabalhadores livres e escravos, artesãos e ex-escravos, apresentando o início do processo de formação da classe de trabalhadores a partir da segunda metade do século XIX. Como o autor explica na introdução, este livro trabalha com a hipótese de que, para a conformação do perfil da nova classe de trabalhadores assalariados, foram decisivos certos fatores relacionados à escravidão, como: as lutas de escravos pela liberdade e as formas pelas quais as classes dominantes locais buscaram controlar seus escravos e conduzir um processo de desescravização sem maiores abalos em sua dominação. A abordagem começa em 1850, auge e começo do declínio da presença escrava na cidade, fase dos primeiros confrontos grevistas e momento inicial da publicação de periódicos de trabalhadores. E termina nos primeiros anos da década de 1910, quando as experiências grevistas já eram comuns, os partidos operários/ socialistas surgiram, e as instituições sindicais já estavam constituídas.
Novas entrevistas em nossa página
“Precisamos recuperar a garra do velho Marx”, entrevista com Leandro Konder
Crédito: Tatiana Lima
[Por Raquel Junia] Em maio deste ano a equipe do BoletimNPC decidiu, em homenagem ao 1º de Maio, fazer uma entrevista com alguém muito importante para a luta dos trabalhadores. Um nome foi consenso: o de Leandro Konder. Cada um tinha uma história para contar envolvendo o filósofo comunista. A editora do Boletim, Claudia Santiago, voltou aos 18 anos, lembrando que, naquela ocasião, fora mandada pelo PCB, de Vila Velha, do Espírito Santo, para uma conversa sobre cultura com Leandro. “Quanta pretensão!”, lembra ela. Por contratempos, a entrevista acabou não sendo realizada em maio. Quatro meses depois, nos voltamos, novamente, para a nossa meta. Leandro se rendeu e nos recebeu para esta entrevista que tanto nos honra.
Entrevista: ERIC HOBSBAWM- A crise do capitalismo e a importância atual de Marx
[Marcello Musto - Sin Permiso, em 29.09.2008] Em entrevista a Marcello Musto, o historiador Eric Hobsbawm analisa a atualidade da obra de Marx e o renovado interesse que vem despertando nos últimos anos, mais ainda agora após a nova crise de Wall Street. E fala sobre a necessidade de voltar a ler o pensador alemão: "Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda até que se compreenda que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista".
Novos artigos em nossa página
A comunicação na Constituinte de 87/88
[Por Venício A. de Lima – Observatório da Imprensa] No debate contemporâneo sobre a relação entre história e memória, uma vertente teórica representada, dentre outros, pelo historiador americano Hayden White, argumenta que a história não só é construída pela ação de seres humanos em situações específicas como também por aqueles que escrevem sobre essas ações e dão significado a elas. A referência vem a propósito do aniversário da Constituição de 1988, comemorado em 5 de outubro, e dos vários comentários e análises que, duas décadas depois, tentam "dar significado" ao processo constituinte, reconstruindo o que nele se passou, quais atores e interesses estavam em jogo e quais acabaram por prevalecer. O eventual leitor encontrará abaixo mais uma dessas tentativas. Só que escrita e originalmente publicada ainda em 1987. Muitas das questões que ainda hoje se colocam como fundamentais para um Estado democrático e, portanto, para a formulação das políticas públicas de comunicações, são as mesmas que estavam presentes na Constituinte. Algumas foram consensuais e sobre elas não havia disputa. Por exemplo: a garantia da liberdade de expressão através do total banimento da censura de qualquer natureza. Outras, sobretudo aquelas com implicações diretas na democratização das comunicações, encontraram enorme resistência. Por exemplo: o uso de concessões de radiodifusão como moeda de barganha política; a criação de um órgão regulador autônomo com poderes para outorgar, renovar e cancelar concessões de emissoras de rádio e televisão; a regionalização da produção jornalística, cultural e artística; a concentração da propriedade e a "propriedade cruzada" de diferentes veículos de comunicação; o equilíbrio entre os sistemas privado, público e estatal de comunicações. [30/9/2008]
Era (mais) uma vez a criminalização da favela
[Por Adriana Facina - UFF/Observatório da Indústria Cultural] Cheguei ao cinema acompanhada de minha filha de 13 anos. O cenário, uma daquelas salas multiplex de shoppings, bem grandes, que vendem pipocas e refrigerantes em tamanho família, ao estilo supersize dos irmãos do Norte. Preços muito salgados. Eu e ela pagamos ao todo 21 reais em plena terça-feira, e o cinema estava bem cheinho. O filme, Era uma vez, apresentado na mídia como um Romeu e Julieta contemporâneo, contando a história de amor entre uma menina do asfalto e um rapaz da favela.
O Rosto do fascismo na Bolívia
[Por Marcos Domich] A prisão do Prefeito do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, responsável pela morte de dezenas de pessoas e cerca de uma centena de desaparecidos naquele departamento, se reafirma o caráter fascista dos separatistas, revela também que o Governo e as forças sociais e políticas que apóiam o processo de mudanças em curso estão em condições de derrotar os golpistas, como Marcos Domich demonstra neste texto.
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Jornalista responsável: Claudia Santiago Estagiárias: Luisa Santiago, Raquel Junia e Sheila Jacob Colaboraram nesta edição: Jéssica Santos (RJ), Marcelo Durão (RJ), Sérgio Domingues (RJ) e Tatiana Lima (RJ).
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ÍNDICE
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Notícias do NPC
Inscrições abertas para o Curso Anual do NPC
A Comunicação que queremos
Vídeo de conclusão de curso de jornalismo resgata a memória de subúrbio carioca
Da Lama ao Caos (1994) - Chico Science e Nação Zumbi
Rap do grupo O Levante continua na barricada com a música Abalando as Estruturas Globais
De Olho Na Mídia
Caros Amigos, Brasil de Fato e Carta Capital: quem não lê continua vítima da mídia da direita
Grande mídia insiste na utilização da palavra “invasão” para caracterizar ocupações feitas por movimentos sociais
Veja, desta vez superou a si mesma para defender a medalha de ouro de “revista do Império”
Democratização da Comunicação
Políticos detêm concessões de emissoras com outorgas vencidas
NPC Informa
Livro traz memória de militantes do PT
Mostra Geração de Cinema apresenta produções inéditas de várias partes do mundo
Livro discute a nação e o nacionalismo
MST do Rio pede doação de livros e brinquedos para Encontro dos Sem Terrinha
Imagens da Vida
Por Jéssica Santos
De Olho Na Vida
Mais mortes na Petrobrás: Petroleiros já alertavam sobre falta de condições de segurança
Memória
18 de outubro é Dia Internacional pela Democratização da Mídia
Proposta de Pauta
No Brasil, 56,7% das terras boas para a agricultura são latifúndios
IBGE divulga que mais de um milhão de crianças ainda trabalham no Brasil
De Olho No Mundo
Bolívia: o massacre feito pela direita em Pando e que a mídia patronal nunca passará
Associação Mundial de Rádios Comunitárias denuncia atentados a rádios bolivianas
Sobre a liberdade de imprensa
Fórum Social das Américas será na Guatemala
Campanha de apoio a Cuba será lançada dia 10, sexta, no Rio
Pérolas da edição
De Leandro Konder, direita boliviana, Tupak Katari, Joseph Stiglitz
Por Dentro da Universidade
UFF promove lançamento de livro sobre a formação da classe trabalhadora no Brasil
Novas entrevistas em nossa página
“Precisamos recuperar a garra do velho Marx”, entrevista com Leandro Konder
Entrevista: ERIC HOBSBAWM- A crise do capitalismo e a importância atual de Marx
Novos artigos em nossa página
A comunicação na Constituinte de 87/88
Era (mais) uma vez a criminalização da favela
O Rosto do fascismo na Bolívia
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Sobre o Boletim
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