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Boletim do
NPC —
Nº 126
— De 15 a 30/6/2008
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Domingo é Dia de Cinema debate Reforma Agrária e Meio Ambiente
No dia 6 de julho, a próxima edição do projeto Domingo é Dia de Cinema apresentará curta-metragens sobre o tema Reforma Agrária e Meio Ambiente – Ocupar, Resistir e Produzir, mas...sem transgênicos. Após a exibição dos curtas haverá debate com o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile e com o professor e militante social no movimento agroecológico e no MST, Denis Monteiro. A sessão é especial para pré-vestibulares comunitários. Os estudantes receberão uma apostila com questões sobre o tema tratado. O Domingo é Dia de Cinema começa às 9 horas, no Cine Odeon, na Cinelândia, centro do Rio. O projeto é uma iniciativa de pré-vestibulares comunitários, do Núcleo Piratininga e da Oficina Cine-Escola do Grupo Estação, com o apoio da ong Justiça Global.
Radiografia da Comunicação Sindical
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos faz campanha de comunicação contra redução de direitos
Contra a ofensiva da General Motors (GM) de reduzir salários e implementar o Banco de Horas, os trabalhadores da empresa vêm organizando uma política de comunicação com o objetivo de divulgar a luta em defesa de seus direitos. A campanha tem inclusive esse nome – Campanha em Defesa dos Direitos – e inclui panfletos, outdoors na cidade, spot nas rádios e uma página na internet. Um DVD sobre o tema também será distribuído aos trabalhadores, além de veiculação de propagandas na televisão. “O objetivo é discutir sobre os prejuízos aos trabalhadores e à cidade com a proposta da GM e dos empresários de reduzir salários e implantar Banco de Horas”, afirmam os organizadores da campanha. Segundo o sindicato, a GM anunciou em janeiro que contrataria 600 trabalhadores por um ano, mas condicionou a abertura dessas vagas à implementação do Banco de Horas e à redução da grade salarial. Os trabalhadores rechaçaram em assembléia a proposta, que voltou a ser apresentada pelos patrões no mês de maio. “Dessa vez, a pressão é ainda maior. O discurso da empresa inclui até a ameaça de fechar a fábrica de São José dos Campos, caso suas imposições não sejam aceitas. A pressão e o terrorismo contra os trabalhadores é muito forte e as armas da multinacional são chantagens e calúnias. Além disso, associações de empresários, Prefeitura (PSDB), vereadores e setores da imprensa fazem pressão contra o Sindicato e apóiam a GM”, denunciam. Os materiais da campanha estão disponíveis em www.emdefesadosdireitos.com.br.
A Comunicação que queremos
Vídeos produzidos pelo Sinttel – MT estão disponíveis na Internet
O Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos do Estado do Mato Grosso (Sinttel/MT) disponibiliza em sua página na Internet vários vídeos produzidos pelo sindicato desde o ano de 1991. Sinttel-MT-42 anos de Luta – 1965-2007 e Insensibilidade Social são alguns dos últimos materiais produzidos pelo sindicato. O vídeo Insensibilidade Social narra o fechamento do site Cuiabá (unidade de telemarketing) pela Brasil Telecom S/A e o drama vivenciado pelos trabalhadores e as ações sindicais executadas e em execução pelo Sinttel. Confira os vídeos em www.sinttelmt.org.br
Estudantes lançam página eletrônica de contra-informação
O nome é engraçado O Comprimido: sua dose diária de contra-informação, mas o conteúdo é sério no que diz respeito à proposta do novo veículo: fazer uma comunicação contra-hegemônica. A página eletrônica faz parte de um projeto desenvolvido pelo coletivo do Rio de Janeiro Brigada Saci – Socialismo, Agitação, Cultura e Informação. Na página há notícias internacionais, sobre movimentos sociais, discussões sobre mídia, charges e também vídeos, na seção TV Comprimida. Acesse em http://ocomprimido.tdvproducoes.com/
Brasil de Fato traz encarte para debate e formação política sobre alto preço dos alimentos
A edição especial encartada na edição do Brasil de Fato de 5 a 11 de junho traz reportagens que investigam os motivos que levam os alimentos estarem mais caros. “Alimento mais caro é culpa das grandes empresas transnacionais”, diz o título da reportagem de capa. O Jornal mostra ainda porque a agricultura familiar é a solução para o problema, já que é nas pequenas e médias propriedades que se geram mais empregos e a produção de alimentos é mais saudável, segundo fundamenta o encarte com gráficos e dados. A edição denuncia que, apesar disso, faltam políticas públicas para os pequenos agricultores. “A maior parte dos produtos da mesa do brasileiro (a cesta básica) vem da produção camponesa. Mas é o agronegócio que sai privilegiado pelas políticas públicas e financiamentos promovidos pelo Estado”, questiona a publicação.
De Olho Na Mídia
Grande mídia esquece trabalhadores no Caso Varig
Nas páginas e mais páginas dedicadas a supostas irregularidades na venda da Varig, um tema ficou de fora: como ficaram os trabalhadores da empresa? A edição do Jornal O Globo do dia 12 de junho traz três páginas de reportagem sobre o assunto. Nos textos, o depoimento da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, a repercussão do depoimento no governo, uma entrevista com o juiz Luiz Roberto Ayub, um dos responsáveis pelo processo de recuperação judicial da empresa. O jornal inclusive aponta algumas perguntas sem respostas. Mas nenhuma delas toca na situação dos antigos trabalhadores da empresa. A matéria se refere apenas ao fato de que as dívidas fiscais e trabalhistas não foram, no caso, repassadas aos novos proprietários. E como ficaram os trabalhadores da Varig? No dia 15 de junho, eles fizeram uma manifestação na praia de Ipanema, no Rio. Segundo noticiou a página eletrônica do Partido Democrático Trabalhista (PDT), um dos poucos a noticiar o ato, 10 mil trabalhadores da antiga Varig ficaram sem qualquer tipo de amparo. Nenhum desses trabalhadores recebeu os direitos trabalhistas até hoje e foram eles que trabalharam de graça para impedir o fim da empresa.
Jornal de Alagoas denuncia censura imposta pelo Bradesco
Diante do indiciamento de vários deputados estaduais de Alagoas e da ausência de notícias a respeito nos grandes jornais do Rio e São Paulo, o jornal Extra de Alagoas denuncia que o silêncio pode ser conseqüência das pressões do Bradesco, banco envolvido nos esquemas de corrupção. “Trata-se, tudo indica, de pressão de um de seus principais anunciantes, o Bradesco, maior banco privado da América Latina e um dos maiores anunciantes na imprensa, comprometido com o esquema de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, e, especificamente, de empréstimos ilegais tomados por deputados e pagos pela Assembléia. O superintendente de Gestão Pública do Bradesco, Renan Mascarenhas, foi indiciado e não se leu nenhuma manifestação daquela instituição bancária. A mídia nacional está amordaçada”, afirma o jornal, em maio deste ano. O Extra de Alagoas afirma que a TV Globo e a Folha de S.Paulo “se limitaram a pequenos registros”.
Democratização da Comunicação
Fórum de Mídia Livre aprova pressão ao governo federal
Durante os dias 14 e 15 de junho, no Rio de Janeiro, o Fórum de Mídia livre (FML) reuniu cerca de 300 pessoas. Entre os participantes estavam comunicadores populares, educadores, estudantes, militantes sociais e jornalistas. O evento contou com plenárias, oficinas e Grupos de Trabalho que discutiram democratização das verbas públicas, diversidade cultural, políticas públicas, formação, convergência tecnológica, entre outros temas. “Só o fato de mais de 300 pessoas terem participado de um encontro nos moldes do Fórum da Mídia Livre já bastaria para afirmar que houve uma inovação. É preciso agora que se coloque em prática o que foi decidido. Aí sim teremos uma vitória total, não apenas parcial”, afirma o jornalista Mario Augusto Jakobskind, um dos participantes do evento. Apesar da grande quantidade de propostas que surgiram em alguns GT’s, algumas não foram encaminhadas na plenária final. Entre as propostas aprovadas está a mobilização pela Conferência Nacional de Comunicação e a realização de um ato em Brasília para entrega de reivindicações aos poderes públicos. “Além do aspecto quantitativo, que garantiu a sua representatividade, o fórum teve uma qualidade que deve ser preservada e valorizada: a sua pluralidade. Durante os dois dias do evento na UFRJ, houve a convivência madura e franca entre distintas concepções e variadas experiências. Desde os que priorizam as iniciativas atomizadas e autonomistas, até os que encaram esta batalha como eminentemente política, na qual a pressão sobre o Estado é decisiva”, avalia em seu blog Altamiro Borges, um dos organizadores do Fórum. Já está marcado para o Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009, na cidade de Belém do Pará, um novo encontro dos Midialivristas, como foram chamados os participantes do evento. Para o segundo semestre de 2009, também já está programado um novo Fórum de Mídia Livre, ainda sem local fechado. O estado de Espírito Santo já se candidatou para ser a sede do FML 2009. “É necessário ter clareza sobre o que queremos do Fórum de Mídia Livre e não deixar de problematizar as diferenças existentes entre os participantes para que, assim, se construa uma organização que seja efetiva e atue no dia-a-dia”, alerta Mardônio Barros, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no FML.
NPC Informa
Ex-presos políticos fazem fórum no Memorial da Resistência
A partir do dia 21 de junho, no terceiro sábado de cada mês, será realizado o Sábado Resistente, um fórum de ex-presos e perseguidos políticos de São Paulo. O objetivo é reunir companheiros, amigos, estudiosos e estudantes para o debate de temas ligados à resistência ao regime implantado com o golpe de 1964, e todas as formas de opressão. A atividade será realizada no auditório do Memorial da Resistência, no antigo Dops de São Paulo, hoje administrado pela Pinacoteca do Estado.
Colóquio “Processos de Hegemonia e Contra-Hegemonia” recebe trabalhos
O Colóquio Nacional “Processos de Hegemonia e Contra-Hegemonia” será realizado de 13 a 15 de novembro na Universidade Federal da Bahia (UFBA).Os trabalhos podem ser inscritos até o dia 30 de junho. O evento é uma realização do grupo de pesquisa Processos de Hegemonia e Contra-Hegemonia, em parceria com o Departamento de Ciência Política e o Departamento de Pós-gradução em Ciências Sociais da UFBA, o Instituto de Estudos Latino Americano (IELA) da UFSC e a Revista Crítica Marxista – Unicamp. Outras informações em: http://www.hegemoniaecontrahegemonia.ufba.br/index.php/apresentacao
Fenaj realiza Congresso Nacional no mês de agosto
Já estão definidos os critérios para participação de delegados no Congresso Nacional da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que será realizado de 20 a 24 de agosto, em São Paulo. Os eixos centrais da pauta do 33º Congresso Nacional dos Jornalistas são: ▪Conjuntura econômica e política no Brasil; ▪ O jornalismo e a transformação no mundo do trabalho; ▪ Regulamentação e Conselho Federal de Jornalistas; ▪ A afirmação do jornalismo nas novas tendências da comunicação; ▪ Os 200 anos de Imprensa no Brasil e; ▪ A luta pela liberdade de expressão e a Conferência Nacional de Comunicação. O prazo de inscrição de teses, com garantia de reprodução, é o dia 4 de agosto.
Revista História e Luta de Classes recebe artigos
Até o dia 31 de julho a Revista História e Luta de Classes recebe artigos para a edição nº 7,com o tema Estado e Poder. Os artigos poderão ser enviados através de e-mail em arquivo anexado em formato Word para o endereço eletrônico historiaelutadeclasses@uol.com.br . “Em tempos de domínio social da barbárie neoliberal e de hegemonia conservadora no pensamento acadêmico, com destaque para a área da História e das Ciências Sociais, a REVISTA História & Luta de Classes procura servir como ferramenta de intervenção daqueles historiadores e produtores de conhecimento que se recusam a aderir e se opõem a essa dominação. As diferentes manifestações dos conflitos sociais ao longo do tempo; a história social do mundo do trabalho; as propostas e processos revolucionários; os temas políticos e as contradições econômico-sociais atuais e passadas; a cultura vista por uma perspectiva materialista são alguns dos temas e áreas de estudo que serão abordados nos artigos publicados por REVISTA História & Luta de Classes”, afirma a proposta da publicação disponível na 1ª edição.
Seminário Internacional sobre Direitos Humanos recebe trabalhos
O II Seminário Internacional Direitos Humanos, Violência e Pobreza: a situação de crianças e adolescentes na América Latina hoje será nos dias 5,6 e 7 de novembro, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Os trabalhos devem ser enviados até o dia 30 de junho. Outras informações pelos contatos: (55XX) 21 2587-7344 / proealc@gmail.com.
Página eletrônica traz notícias alternativas sobre cidades do interior do Rio
A página independente Notícia Pescada www.noticiapescada.com.br traz notícias dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Paraty e Rio Claro, na Costa Verde do estado do Rio. O veículo possui sessões como Cultura e História, Direito e Cidadania, economia e esportes.
Segundo o coordenador da iniciativa, Jorge Henrique Sírio, a página tem o objetivo de democratizar a informação nessas cidades.
Imagens da Vida
ATO NA CANDELÁRIA
Foto: Fábio Caffé/Imagens do Povo Mães de vítimas da violência policial em ato de um ano da Chacina do Alemão, na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro
De Olho Na Vida
Sindipetro-RJ denuncia mortes de trabalhadores da Petrobrás
Dois trabalhadores da Petrobrás, José Geraldo Pereira de Oliveira Filho e Adeilson dos Anjos de Jesus, morreram na última semana em decorrência de acidentes na empresa. José Geraldo era trabalhador concursado e trabalhava na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe (Fafen –SE), Adeilson de Jesus era terceirizado, contratado pela empresa Transocean e trabalhava na Bacia de Campos. O primeiro faleceu no dia 15 e o segundo, no dia 11 de junho. Segundo denuncia o Sindipetro, muitos acidentes vêm ocorrendo com trabalhadores da Petrobrás, sobretudo terceirizados. “Embora seja um serviço terceirizado, a Petrobrás, como contratante, não está isenta da responsabilidade sobre os acidentes ocorridos em ambiente de trabalho”, ressalta nota publicada na Agencia Petroleira de Notícias (apn). O Sindicato alerta também para a quantidade de acidentes que vêm ocorrendo na Bacia de Campos. Exemplifica com o acidente que ocorreu este ano, no dia 26 de fevereiro, quando cinco trabalhadores morreram devido a um pouso forçado em alto mar do helicóptero Super Puma, da empresa BHS Táxi Aéreo, que estava a serviço da Petrobrás. “Em 2008, foram registrados seis acidentes que resultaram em óbitos, quatro deles de trabalhadores terceirizados. De 1998 a 2007, foram 90 mortos nas cerca de 40 plataformas da Bacia de Campos, sendo 27 trabalhadores da Petrobrás e 63 funcionários terceirizados”.
Memória
Há um ano, 19 pessoas foram assassinadas no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro
No dia 27 de junho de 2007, a polícia matou 19 pessoas no chamado Complexo de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro com a justificativa de repressão ao tráfico. A maioria nada tinha a ver com o comércio de drogas e mesmo se tivesse, a execução não se justificaria, como afirmou na ocasião a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, militantes de direitos humanos, a mídia alternativa e o nosso bom senso. Um ano depois, a violência institucional não deixou de ser uma realidade. Há poucos dias, as vítimas foram três jovens moradores do Morro da Providência, entregue a bandidos pelo Exército. “Depois do 27 de junho, não há mais condição de considerarmos o governo estadual, e talvez nem mesmo o governo federal, como interlocutores legítimos na luta por direitos humanos. São pessoas responsáveis por homicídios qualificados, porque premeditados. Pensar que atuamos nas condições de um Estado de direito é hoje não só uma ilusão, é um erro político grave que nos leva à derrota em nossa luta”, afirmou, na ocasião da Chacina do Complexo do Alemão, o militante da Rede de Comunidades contra a Violência, Maurício Campos. No dia 27, sexta-feira, houve uma manifestação no centro do Rio para lembrar os mortos do Complexo do Alemão e as vítimas da violência do estado. Foi o Ato pela Vida, Contra o Extermínio – Um ano da Chacina no Complexo do Alemão. “Meu filho saiu de mim, e não saiu uma sementinha do mal como dizem por aí. Quando ele nasceu, o médico disse apenas se era do sexo feminino ou masculino, eu nunca ouvi falar que um médico dissesse quando a criança nasce que ela é bandida”, disse, na manifestação, Mônica Cunha, fazendo referência a expressão atribuída ao exército de que “as crianças da favela” são sementes do mal. O filho de Mônica, Rafael da Silva Cunha, foi morto pela polícia.
Proposta de Pauta
Ataque ao MST desnuda ação dos governos criminalizando a classe trabalhadora
O MST divulgou nessa semana um documento no qual denuncia a forte violência que tem sofrido no Rio Grande do Sul pelas forças conservadoras desse estado. O movimento identifica que o governo de Yeda Crusius, a Brigada Militar, o poder judiciário local e a mídia atacam o movimento defendendo os interesses das empresas transnacionais. Neste ano já foram vários casos de agressões armadas contra militantes do MST e da Via Campesina. Trabalhadores informais também são alvo de violência governamental nos centros das grandes cidades. É comum o clima de tensão entre os camelôs que, ao perceberem que as guardas municipais ou forças do gênero se avizinham, saem concorrendo e às vezes perdem pelo caminho uma parte considerável de suas mercadorias. “Se a gente rouba, o governo reclama, se a gente trabalha do jeito que dá, também reclama. Então, pobre tem mesmo é que morrer”, comentou, certa vez, um senhor vendo estarrecido guardas municipais apreendendo mercadorias de trabalhadores informais no centro do Rio de Janeiro. A criminalização oficial não para por aí. Comunicadores populares de rádios comunitárias de todo o país também sofrem com a violência imposta pela polícia federal, que apreende os equipamentos, e, muitas vezes, também os trabalhadores das rádios, como se fossem verdadeiros criminosos. Toda essa criminalização é sustentada pela mídia burguesa. Basta lermos os jornais ou assistirmos aos telejornais no dia seguinte a alguma manifestação da classe trabalhadora. Entre as manchetes mais comuns está “Manifestantes provocam engarrafamento". E em seu bairro, sua cidade, seu estado... a classe trabalhadora está sendo criminalizada?
De Olho No Mundo
Indígenas bolivianos lançam filme sobre atuação de grupos econômicos
Reportagem do jornal Brasil de Fato (edição de 5 a 11 de junho) mostra o lançamento do filme El Grito de La Selva, uma ficção longa-metragem realizada por indígenas do estado boliviano do Beni. “[O filme mostra] uma realidade que tem a ver com o controle de poder, dos recursos naturais da região. Mostra como se mantêm os latifúndios, e a concentração de poder nas mãos de poucas famílias, que controlam o governo departamental e as prefeituras”, explica o cineasta Ivan Sanjinés, diretor do Centro de Formação e Realização Cinematográfica (Cefrec) e membro da equipe de realização do longa. (Trecho do Jornal Brasil de Fato) Segundo consta na reportagem os indígenas participaram de todo o processo de produção – desde a construção do roteiro até a direção – inclusive, foram também os autores.
Pérolas da edição
Por Joel Zito, um trabalhador anônimo e Blanca Eekhout
"Ator negro entra na novela para fazer papel de negro. Ator branco entra na novela como ser humano". "Como vamos romper com esse massacre do racismo nas nossas cabeças?" (Joel Zito - no debate do Domingo é dia de Cinema do dia 8/6). “Se a gente rouba, o governo reclama, se a gente trabalha do jeito que dá, também reclama. Então, pobre tem mesmo é que morrer”. (Anônimo, no centro do Rio de Janeiro, diante da repressão da guarda municipal aos trabalhadores informais). “Aqui todos compartilham: a comunidade que está sendo protagonista, o produtor que pode ter sido editor antes, que agora está sendo produtor e que amanhã pode estar de câmera” (Blanca Eekhout, coordenadora da Vive TV da Venezuela, sobre o processo de produção dos programas da emissora).
Novas entrevistas em nossa página
Se hoje você é cameraman, amanhã pode ser repórter!
[Por Mario Camargo e Raquel Júnia] A coordenadora da emissora Vive TV da Venezuela Blanca Eekhout relata ao Boletim do NPC como este canal público aposta em uma nova forma de fazer comunicação. Segundo ela, na Vive TV os trabalhadores da emissora participam de todo o processo de produção dos programas. Ela fala também sobre como a população venezuelana vivencia, hoje, o direito à comunicação. Confira a entrevista.
Novos artigos em nossa página
Carta aberta ao Presidente da República
[Por movimentos sociais] Nós, cidadãos e organizações da sociedade civil abaixo assinados, manifestamo- nos profundamente indignados com os sucessivos casos de violações de direitos humanos na comunidade da Providência pelas forças militares que a ocupam, e que culminaram com os bárbaros sequestro e morte dos jovens Marcos Paulo Rodrigues Campos, Wellington Gonzaga Costa Ferreira, e David Wilson Florêncio da Silva, no último dia 14/06/2008.
Pesquisa sobre movimentos chega a resultados contraditórios
[Por Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] A pesquisa demonstra apoio da sociedade e do povo brasileiro ao MST, com 46% de aprovação à nossa luta. No entanto, a pesquisa apresenta resultados contraditórios, que atestam o bombardeio de notícias e caracterizações distorcidas dos movimentos sociais pela mídia. Logo, a pesquisa serve muito mais para condenar a mídia pela cobertura limitada e parcial do que a atuação dos movimentos sociais do nosso país.
A favorita não vai facilitar nosso trabalho
[Por Sergio Domingues] Provavelmente, “A favorita” acabará por convencer a grande maioria de sua audiência de que plantar eucalipto e preservar o meio-ambiente e os direitos das populações pobres é perfeitamente possível. Que conflitos sindicais são mais uma questão de desarmar os espíritos. E que a política pode ser muito boa se nos livrarmos dos corruptos. Como se não houvesse parlamentares que foram legalmente comprados através do financiamento de suas campanhas. Bem pagos para defender os interesses de empresas como a Aracruz, Suzano, Vale e a própria Globo.
A Guerra Fria do MP gaúcho
[Por Maria Inês Nassif] Seria uma caricatura, não fosse sério. Um relatório secreto do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul decreta guerra ao MST, prega dissolver o movimento a bem da "segurança nacional" e define linhas de ataque ao movimento. A ata secreta de reunião no dia 3 de dezembro do ano passado revela que o Conselho constituiu uma força-tarefa para "promover uma ação civil pública com vistas à dissolução do MST e a declaração de sua ilegalidade".
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Jornalista responsável: Claudia Santiago
Estagiárias: Raquel Junia Luisa Santiago Vieira Souto Colaboram nesta edição: Mario Camargo e Fábio Caffé
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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