[Por Marcelo Salles] A Telesul acaba de anunciar que vai dar início às transmissões em português. Num primeiro momento, o noticiário terá apenas 25 minutos e será veiculado de segunda a sexta, às 20h, pela TV Educativa do Paraná. Quem mora no estado pode captar pelo sinal aberto; já os forasteiros podem sintonizar pelo canal 25 da parabólica ou então via telesurtv.net. A equipe inicial terá apenas sete jornalistas, brasileiros em sua maioria, todos sediados em Caracas.

[http://www.fazendomedia.com/diaadia/protoblog.htm]

Democratização da Comunicação


Concessões de Rádio e TV continuam obscuras

Concessões de Rádio e TV – Quem manda é você. Esse é o nome da campanha lançada em outubro de 2007 para exigir transparência e democracia nas concessões públicas das emissoras de rádio e TV brasileiras. Em janeiro, a Tela Viva News noticiou que a Casa Civil e o Ministério das Comunicações chegaram a um acordo quanto à renovação das concessões de grandes empresas de comunicação. Segundo a reportagem, “as emissoras se comprometem a declarar (mas não provar) que cumpriram os princípios da Constituição e a comprovar que suas programações atendem aos percentuais exigidos pela regulamentação por meio de suas grades diárias atuais. Com isso, o processo pode ir ao Congresso, onde, se houver questionamentos, mais informações podem ser exigidas pelos parlamentares”.  O movimento pela democratização da comunicação precisa estar atento e mobilizado.

O Pensamento de um jornalista militante pela democratização da comunicação

O livro Tudo isso e mais aquilo - As comunicações na perspectiva do jornalista Carlos Eduardo Zanatta, foi lançado no último dia 19, em Brasília. Organizado por Samuel Possebon, a coletânea traz textos produzidos por Zanatta. O jornalista é conhecido pela militância em defesa da democratização e universalização dos meios de comunicação, também já atuou no Partido dos Trabalhadores (PT). Zanatta faleceu em 2007. A publicação não será vendida, os leitores das revistas Teletime, Tela Viva e Pay TV, nas quais o autor trabalhava, receberão gratuitamente um exemplar

NPC Informa


Estudantes de Comunicação se encontram no Rio

O Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecom) será no Rio de Janeiro, provavelmente no mês de julho. Os temas centrais que nortearão as atividades do Enecom serão democratizações da comunicação, educação de qualidade e combate às opressões. As decisões foram tomadas pelo Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação (Cobrecos) realizado em janeiro, na cidade de Maceió-AL. Em 2007, o Enecom não foi realizado por problemas estruturais e políticos dentro da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecos), entretanto, para esse ano, a executiva está disposta junto a Centros e Diretórios Acadêmicos a garantir a realização do encontro. O Enecom pretende ser uma construção coletiva dos estudantes e movimentos sociais. As reuniões organizativas já começaram com a presença de representantes de vários cursos de comunicação do Rio. É necessário que mais estudantes se somem na construção do Enecom.

Seminário: A TV Brasil e os desafios para a constituição de um Sistema Público de Comunicação

A criação de um canal de TV público de âmbito nacional pode ser a chave para a criação de um sistema público de comunicação? Como fazer isso possível? Quais experiências podem servir de exemplo nesta empreitada? Estas são algumas perguntas que devem pautar o seminário “A TV Brasil e os Desafios para a Constituição de um Sistema Público de Comunicação”, marcado para o dia 7 de março, no Auditório da Escola de Comunicações e Artes da USP.

A partir das 9h30, a presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Tereza Cruvinel, e Jorge da Cunha Lima, presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, participam da primeira mesa de debates, que discute “Os rumos da nova TV pública brasileira”. Também apresentam suas contribuições o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, presidente do Conselho Curador da EBC, e João Brant, do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.

Na parte da tarde, serão discutidos “Os desafios para a construção de um Sistema Público de Comunicação”. Apresentam suas reflexões sobre o tema o diretor-executivo da EBC, Orlando Senna; o professor da ECA-USP, Laurindo Leal Filho; Wilma Madeira, membro do Grupo de Trabalho em Comunicação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, e Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP.

O seminário será marcado também pela apresentação de pesquisa realizada pelo Intervozes sobre os sistemas públicos de comunicação em 12 países. O estudo é parte do projeto Centro de Referência do Direito à Comunicação, realizado pela organização.Informações: 11 3877-0824. [www.direitoacomunicacao.org.br] 

Concurso para professor de Jornalismo em Santa Maria

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) já está recebendo inscrições para o concurso público destinado a professores de jornalismo. A Universidade oferece vagas para professor de jornalismo digital, telejornalismo e radiojornalismo. Os candidatos precisam ter mestrado na área. As inscrições estão abertas até o dia 19 de março apenas no campus da UFSM, no prédio da Reitoria, sétimo andar, sala 748. O edital pode ser acessado em www.ufsm.br e outras informações pelo telefone (55) 3220-8211.

Documentário debate direito a uma alimentação adequada

As comunidades de Sururu de Capote, em Maceió (AL), e da Vila Santo Afonso, em Teresina (PI) são as protagonistas do documentário, “Peraí, é nosso direito!”, lançado em 26 de janeiro, simultaneamente em Brasília, Teresina e Maceió. O filme dirigido por Renato Barbiere, mostra a realização de um projeto-piloto sobre direito à alimentação desenvolvido nessas comunidades pela Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH) em total parceria com os moradores de Sururu e Vila Santo Afonso. Com 33 minutos, o documentário traz depoimentos desses personagens, o que pensam e sentem sobre a ausência de direitos constitucionais a qual estão submetidos. Sururu do Capote situa-se em uma área de preservação de mangue, em barracos de lona, madeira e papelão, a comunidade existe há 20 anos e ainda não foi reconhecida oficialmente. Vila Santo Afonso surgiu de uma ocupação, em 2001. A comunidade já resistiu a ações de despejo e recentemente conquistou o direito de residir na localidade.

Ibase faz pesquisa sobre juventude e integração Sul-Americana

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais – Polis estão apresentando nesse mês os resultados da pesquisa “Juventude e Integração Sul-Americana”. Coordenada pelos dois institutos e em parceria com outras organizações na Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, a pesquisa observou e entrevistou grupos juvenis como os canavieiros no Brasil e os secundaristas do Chile.  

Os resultados mostram, entre outros aspectos, como esses jovens atuam e constroem as suas necessidades, sobretudo nos campos da educação, trabalho, meio ambiente, cultura, lazer, transporte e direitos humanos. Os resultados já foram apresentados em Brasília no dia 18 de fevereiro. Nos próximos dias 25 e 26 haverá um seminário no Rio de Janeiro no qual novamente haverá a apresentação dos resultados e debate com os pesquisadores responsáveis pelo estudo. O seminário será no auditório do Clube de Engenharia, na Avenida Rio Branco, 124/22º andar, no Centro.

Pérolas da edição


Cristóvam Buarque e Paulo Henrique Amorim

“A abolição dos escravos no Brasil somente será completada quando a escola dos filhos da senzala for igual à escola dos filhos da casa-grande”.

Cristóvam Buarque – senador da República (PDT) 

“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformam num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista.”

Paulo Henrique Amorim

Proposta de Pauta


Crianças morrem menos, adolescentes e jovens morrem mais

O Brasil subiu 27 posições na classificação mundial sobre mortalidade infantil da Unicef, ou seja, os índices de mortalidade infantil em nosso país estão diminuindo. Entretanto, como bem lembrou nossa colaboradora Jô Portilho, o Brasil está diminuindo as taxas de mortalidade infantil, mas permite que muitas dessas crianças morram já na adolescência. O Mapa da Violência dos Municípios brasileiros de 2007 mostra altas taxas de mortalidade entre jovens de 15 a 24 anos.  

Esses indicadores também possuem variantes de gênero e cor, homens e negros morrem mais. A criminalização da pobreza é constante e a cada dia se intensifica, a população pobre e favelada é potencialmente vista como criminosa. “Antes senzala, hoje favela, a luta continua”, diz a frase difundida entre comunidades e sindicatos em camisetas e atividades. Boas fontes para a realização da reportagem são Institutos que possuem dados de violência como o Instituto Carioca de Criminologia (ICC), além das estatísticas oficiais do Estado, como as da própria polícia. Apesar de geralmente serem maquiadas, ainda assim apresentam números alarmantes. Por outro lado, vítimas da violência nas comunidades já estão organizadas em várias partes do país. Esses movimentos e moradores seriam as fontes principais, afinal são os que podem e devem narrar toda a crueldade da situação.

Jornada de trabalho de mais de 40 horas faz mal à saúde

Isso foi comprovado pelo governo de Barcelona e divulgado pela BBC Brasil. As conseqüências podem ser ansiedade, depressão e problemas cardíacos. As mulheres estão mais suscetíveis aos problemas, devido a jornadas duplas ou triplas de trabalho. A pauta abre margem para discussões e bandeiras históricas de movimentos e sindicatos como a diminuição da jornada de trabalho e a igualdade entre homens e mulheres.  

Segue a nossa proposta de pauta:

. Que políticas os movimentos sociais e sindicatos brasileiros defendem para a solução da questão e como a avaliam o quadro em nosso país?

.  Avançamos ou não em termos de direitos trabalhistas e na igualdade de gênero e o que mais ainda nos falta conquistar:

.  Uma pergunta central seria: com esse modelo de sociedade teríamos condições de avanço significativo na garantia de direitos para homens e mulheres trabalhadores e trabalhadoras?

De Olho Na Vida


Unaí: assassinato dos fiscais do trabalho completa 4 anos

Ainda não houve condenação de nenhum dos noves acusados e indiciados pela morte dos auditores fiscais do trabalho Ertóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e do motorista Ailton Pereira de Oliveira. O crime ocorreu em Unaí, Minas Gerais, em 28 de janeiro de 2004.

Quatro anos depois dos assassinatos, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) organizou um protesto em frente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília exigindo o julgamento dos acusados. “A exigência é apenas uma, legítima e natural: que o julgamento dos criminosos seja marcado, para que a JUSTIÇA possa ser, finalmente, aplicada. O crime já foi consumado, os mortos não retornarão – embora a memória os faça presentes –, mas os responsáveis pela barbaridade devem pagar por seus atos”, diz o documento divulgado pelo Sinait e pela Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (AAFIT/MG)

Morro do Estado cobra justiça

Em 2005, cinco pessoas foram mortas durante ação policial no Morro do Estado, em Niterói. José Maicon dos Santos, de 16 anos, Luciano Rocha Tavares, de 12 anos, Wedson da Conceição, de 24 anos, Wellington Santiago Oliveira Lima, de 11 anos e Edmilson Santos da Conceição, de 15 anos. Mais de dois anos depois, os policiais acusados pelos assassinatos ainda não foram julgados.  

Na ocasião, o Ministério Público apresentou denúncia contra os quatro policiais que participaram da ação, ambos lotados no 12º batalhão de Polícia Militar, comandado na época pelo Coronel Marcus Jardim. O laudo da perícia no local das mortes apontou indícios de que os PM´s foram os únicos a atirar, como a presença de marcas de bala nas paredes apenas do lado oposto ao que se encontravam os policias.  

“Acabou né. Na hora era a mídia, na época todo mundo falava, agora parece que jogaram um pano em cima e esqueceram. Parece que é como se tivessem matado cinco cachorros, nem se tivessem matado cinco cachorros era para ter sido esquecido dessa maneira”, indigna-se a irmã de uma das vítimas, Monique Edilaine da Conceição. 

O Morro do Estado cobra a realização do Júri Popular ao qual os policiais militares devem ser submetidos.

Imagens da Vida


Marcela Choque – Deputada boliviana

Foto: Raquel Junia – março/2007

Memória


Nesta edição, nosso boletim faz uma retrospectiva de algumas lutas dos trabalhadores no Brasil, ocorridas no mês de fevereiro

Para começar convidamos você, leitor do Boletim do NPC, para fazer uma viagem ao ano de 1908, em Fortaleza, no Ceará, mais precisamente, no dia dois de fevereiro, e acompanhar a fundação do clube socialista Maximo Gorki.  

De Fortaleza, seguimos para o Rio de Janeiro, no dia quatro de fevereiro de 1921. Foi nessa data que os estivadores e portuários do Rio em paralisação geral sofreram forte repressão policial. A violência resultou em várias mortes.  

Ainda no Rio, vamos até o ano de 1935 quando o Correio da Manhã noticia a greve geral dos bancários contra a Lei de Segurança Nacional. Ali, ao lado do Rio, está São Paulo e é até lá que chegamos em primeiro de fevereiro de 1985, na cidade de Franca, onde 22 mil trabalhadores entraram em greve. Mais repressão e um saldo de 80 feridos.

O nosso passeio foi apenas um retrato de uma das muitas cenas que compõem a história de mobilizações de homens e mulheres de nosso país. Em fevereiro, dedicamos esse espaço aos lutadores e lutadoras reprimid@s e mort@s em pleno combate em defesa de direitos.

[Fonte: AgendaNPC 2009, em fase de execução]

Novos artigos em nossa página


Em nome da mercadocracia. Por Adriana Facina

De noite, já cansada de trabalhar, liguei a televisão para ver o Jornal da Globo e me deparei com algumas das cenas mais bizarras de toda a minha vida. Tudo bem que o tal jornal é um veículo de desinformação, mas a cobertura sobre a renúncia de Fidel Castro parecia uma farsa gritante. O tom era de uma comemoração de um fim definitivo do socialismo e uma vitória da democracia e da liberdade. “Exilados” cubanos festejando nos EUA, ideólogos do mercado vomitando previsões que apontavam para a adoção do modelo chinês de abertura ao capital, políticos brasileiros saudando o fim da ditadura castrista. Entre estes, o coronel Tasso Jereissati, dono do Ceará, declarando que agora a democracia poderia reinar em Cuba. [www.fazendomedia.com // Em 23.02.2008].

Fidel Castro e o futuro de Cuba. Por Altamiro Borges

Enquanto a mídia e os seus mercenários rastaqüeras, como Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, rezam pela morte de Fidel Castro e especulam sobre a regressão capitalista de Cuba, intelectuais sérios tentam analisar os efeitos da decisão do líder cubano de deixar a presidência do Conselho de Estado. Como corrigiu Hugo Chávez, presidente da Venezuela e seu amigo íntimo, “Fidel não renuncia nem abandona nada. Como ele mesmo disse, passa a ocupar outro posto na batalha da revolução cubana e da América Latina. Estará sempre na vanguarda. Homens como Fidel nunca se aposentam”. Corrigida a distorção midiática, fica a pergunta: e qual será o futuro de Cuba? [22.02.2008]

Bilhete à esquerda. Por Marcelo Salles

Lá está o diretor com sua touca laranja a comemorar o prêmio. Lá está o ator principal a dizer que o prêmio cala a boca dos críticos. Lá está a atriz a beijar o troféu, conquistado em cima do sangue daqueles que tombam pelas mãos das tropas das elites. [www.fazendomedia.com // Em 22.02.2008]

Os milionários da milionária revista. Por Leandro Uchoas, jornalista e jeca-tatu.

Em incansável esforço semanal por reinventar a maneira de se fazer jornalismo, arquitetando de forma criativa e inovadora formas novas de escamotear em texto seu compromisso com as empresas que a financiam e com os políticos que a protegem, a revista Veja do dia 23 de janeiro criou mais um capítulo ímpar. [Fazendo Media. Edição Nº 61 -impressa // Em 22.02.2008]

Expediente Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação Jornalista responsável: Claudia Santiago Estagiária: Raquel Junia Web: Luisa Santiago Vieira Souto   Colaboram nesta edição: Jô Portilho (RJ) / Sergio Domingues (RJ) Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.