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Boletim do
NPC —
Nº 108
— De 1 a 15/7/2007
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Domingo é dia de Cinema apresenta filme sobre a Amazônia
O diretor do filme, Alexandre Rampazzo, o professor carioca Paulo Alentejano e o dirigente do MST João Pedro Stedile dirigiram o rico debate após a apresentação do filme "Nas terras do bem-virá". O documentário trata da ocupação da Amazônia desde a década de 1970 até hoje, protagonizada por muitos "severinos", ou gaúchos esperançosos - e desesperados. Sem nada nos bolsos ou nas mãos, deixaram sua história para trás e partiram em direção a uma terra que, pelo menos em recursos naturais, prometia alternativas de sobrevivência.
O 13º CURSO ANUAL do NPC acontecerá no Rio, de 22 a 25 de novembro
Estamos fechando a programação, os convidados e a logística do próximo Curso Anual. Antes de tudo estamos fechando o tema-chave deste ano. Queremos que sejam tratadas questões teóricas, mas, ao mesmo tempo, que sejam discutidas ações práticas que cada participante possa realizar ao retornar ao seu trabalho, em seu estado. Está em fase final de fechar o local e o custo. Queremos ver se é possível manter o custo do ano passado, mesmo com um dia a mais de programação. Pensamos em abrir o 13º Curso Anual na quinta. dia 22, pela manhã e encerrá-lo no domingo com um almoço de confraternização. Haveria quatro estadias: quarta dia 21, quinta 22, sexta 23 e sábado 24. Por enquanto é só... Só reservar as datas. Até lá.
Saiu a segunda edição do livro História das Lutas dos Trabalhadores de Vito Giannotti
No começo de julho, saiu a segunda edição do livro sobre a história dos trabalhadores no Brasil, do coordenador do NPC. A primeira se esgotou em dois meses.O livro foi lançado em várias capitais do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Curitiba, Porto Alegre. Em Belo Horizonte foram feitos três lançamentos diferentes. Muitos sindicatos pediram grandes quantidades para usar na formação dos seus dirigentes e representantes de base. Foi o caso dos Trabalhadores da Justiça Federal de Minas, da Federação da Alimentação do Rio Grande do Sul, dos Metalúrgicos de Caçapava, dos Químicos Unificados de Osasco, dos Servidores Federais de Pernambuco, dos Servidores da Justiça do Paraná, dos Metalúrgicos de Limeira, dos Telefônicos de Brasília, dos Portuários do Espírito Santo, dos Professores Particulares do Rio de Janeiro e tantos outros. O interessante é que este livro está sendo lido por trabalhadores que nunca tinham lido um livro anteriormente, por professores de segundo grau ou de universidade, e ao mesmo está na estante de juízes do STF.
O NPC faz palestras e organiza atividades específicas para situações bem diferentes
No segundo semestre o Núcleo Piratininga está sendo solicitado para públicos e situações bem diferentes dos de costume. No começo de julho o coordenador do NPC esteve na plenária da FENAFISCO, em São Paulo para falar do tema do seu último livro. Na mesma época foi falar sobre História dos Trabalhadores para os servidores da Universidade do Rio Grande do Sul, numa “atividade de greve”. Todos dias estes grevistas ativos realizam palestras ou atividades formativas para aproveitar da melhor maneira o tempo da sua luta. Dia 25, no Rio, o NPC estará falando sobre os meios de comunicação e a disputa de hegemonia para coordenadores dos Cursos Pré-Vestibulares Comunitários da Educafro. Em setembro o NPC dará curso de Comunicação Sindical para estudantes e professores da Universidade Federal do Amazonas. Agora só faltam dois estados brasileiros para o NPC chegar: Roraima e Amapá.
Capa da Revista Sem Terra traz artigo de Virgínia Fontes, colaboradora NPC
O número 39 da revista Sem Terra ao lado de um artigo do Noam Chomsky sobre “Quatro anos de guerra no Iraque” traz uma entrevista com Virgínia Fontes com um título instigante: “A luta dos trabalhadores não pode perder seu viés de classe”. O título já traduz o tom do texto. Virgínia estará novamente expondo sua visão marxista da realidade e da conjuntura atual, no 13º Curso Anual do NPC que, neste ano, acontecerá no último fim de semana de novembro.
O NPC participou do ato contra a violência policial, a remoção de favelas em ocasião do PAN e pelos direitos dos trabalhadores
O Brasil inteiro acompanhou as notícias sobre a invasão e a violência policial, de iniciativa do poder local com apoio do federal, no Morro do Alemão, na Zona Norte do Rio, nas vésperas da abertura dos Jogos. Ao mesmo tempo é aplicada, pelos governos municipal e estadual, uma política de remoção das favelas próximas às instalações e aos apartamentos do PAN. O fio condutor destas políticas é repetido de mil formas através de toda a mídia dos patrões: criminalização e combate às populações pobres, como se em seu conjunto fossem responsáveis pela violência do mundo do tráfico. A essas coisas específicas agudizadas pela realização dos Jogos Panamericanos se acrescenta uma situação de desemprego e abandono da Saúde e da Escola pública que, especificamente no caso do Rio, estão se tornando um caso de “genocídio”, como reconheceu num momento de lucidéz, mas que não teve nenhuma seqüência, um dos governantes locais. Os trabalhadores sobretudo os dos serviços públicos se mobilizaram, num ato conjunto com os movimentos sociais, para reivindicar o fim das Reformas neoliberais, sobretudo a trabalhista que está na pauta, que só vêm tirar direitos e piorar sua situação dos trabalhadores. Contra estas realidades foi organizado um ato, no Rio, onde o NPC participou junto com Sindicatos, Centrais, Movimentos e várias Organizações.
A Comunicação que queremos
Documentário resgata história da primeira ocupação de terra no RS
O documentário “Sarandi”, dos diretores Carlos Carmo e Ayrton Centeno, é uma rememoração da ocupação de terra ocorrida no dia 7 de setembro de 1979, quando um grupo de 185 famílias Sem Terra ocupou as granjas Macali (1.630 hectares) e Brilhante (1.433 hectares), duas fatias de um imenso latifúndio, a Fazenda Sarandi, no Norte gaúcho.
Programa de rádio da CUT consolida-se como mídia alternativa
O Jornal dos Trabalhadores, programa de rádio da CUT, completou três anos no dia 9 de julho. Para comemorar, foi produzido um programa especial que foi ao ar na segunda (9), pela Rádio 9 de Julho. A apresentação é do jornalista Oswaldo Colibri Vita, um dos criadores do projeto. O Jornal dos Trabalhadores vai ao ar de segunda a sexta-feira pela Rádio 9 de Julho de São Paulo – AM 1600 das 7h00 às 8h00. O Jornal também pode ser acompanhado simultaneamente no Portal do Mundo Trabalho e pelo site www.bastidoresdoradio.com.br. Para falar com o Jornal dos Trabalhadores: tel (11) 3936.1508 / 3936.1303 ou jornaldostrabalhadores@yahoo.com.br.
No Pará, Sem Terra põem no ar mais uma rádio comunitária
No dia 8 de julho foi ao ar mais uma rádio comunitária. É a rádio Comunitária Camponesa Palmares FM que fica no assentamento Palmares II no município de Parauapebas/Pará. O raio de transmissão da rádio atinge o assentamento e parte da cidade de Parauapebas. Antes de ir ao ar, foi realizada uma oficina de comunicação popular para um coletivo de militantes onde foi discutido o caráter e os objetivos da rádio. O evento de lançamento foi marcado por um grande ato político-cultural em frente à rádio com apresentação de capoeira, quadrilhas juninas, grupos de pagode, gincanas e finalizando a atividade com a apresentação do filme “Uma onda no ar, Rádio Favela” e sendo tudo retransmitido pela programação da rádio.
Comunicação sindical: para os dirigentes ou para a base?
[Por Fabrício Menezes- Sinttel / MG] - Imagine o jornal do sindicato mais atrativo, com uma roupagem nova, textos claros, objetivos e bem demarcados. Agora imagine esse mesmo jornal em MP3. Ops! Você não sabe o que é MP3, né?! MP3 é um formato eletrônico que permite ouvir músicas e gravações de áudio em computadores, celulares, MP3 Player, com ótima qualidade. Já pensou como seria se, ao invés de ler o jornal, você pudesse ouvi-lo enquanto dirige, almoça, espera o ônibus ou caminha? Com certeza seria muito mais atrativo. Qual seria a resposta de um dirigente sindical se o assessor de imprensa fizesse a proposta de produção e distribuição de um vídeo sobre a reforma trabalhista, fugindo do formato “horário eleitoral” e sendo postado no You Tube? A resposta seria em tom de dúvida: Isso funciona? Assista o vídeo da chapa Muda Sinttel que venceu as eleições no Sinttel/MG, e descubra também o que é You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=yq2akytq-gQ Foram distribuídos 1400 dvd’s para os trabalhadores, além da disseminação no You Tube e Orkut. Não importa o quanto o sindicato é atuante. Se ele não comunica fica isolado. São inúmeras as formas de receber e enviar informações, mas é preciso ter sensibilidade para perceber aquela mais eficaz, levando em conta cada categoria. É preciso entender as ferramentas de comunicação nos dias de hoje, e se o sindicato quer ser ouvido ele tem que se adaptar ao meio, aliás, ele tem que sentir a base, apenas isso.
Sindicato de Nova Friburgo lança blog amanhã
[Por Renata Fernandes - Feeb / RJ-ES] No último 14 de julho, Dia da Liberdade de Pensamento, o Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo lançou o primeiro blog sindical bancário da base da Federação dos Bancários do Rio/Espítito Santo. De acordo com Max Bezerra, diretor de Imprensa do Sindicato de Nova Friburgo, o sindicato aposta no blog como mais uma forma de comunicação com a base. “Mas nada substitui o contato diário com o bancário”, ressalta Max. “Espero que os bancários, não só da nossa base, mas de todo o país, acessem o blog e possam compar-tilhar idéias com a gente. Queremos nos tornar uma ferramenta de comunicação cada vez melhor. A intenção é que nossos leitores também enviem suas suges-tões”, completa. Inicialmente, o Blog conta com artigos de diretores, uma relação das parcerias do sindicato e a lista dos aniversari-antes do mês. Nos links, entidades do movimento sindical como a Federação, a CUT e a OIT, jornais e revistas alternativos, como Carta Capital, Brasil de Fato e Caros Amigos, e parceiros como o chargista Amorim, o formador Emilio Gennari e o Núcleo Piratininga de Comunicação.
Radiografia da Comunicação Sindical
Nesta edição, o Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco
BoletimNPC - Quais os veículos de comunicação que o sindicato possui? Deyse Lemos - O Sindsep possui um informativo diário, chamado "Garra Diário", tamanho ofícil. A publicação é enviada por fax para os órgãos filiados, para outros sindicatos, imprensa local e demais pessoas e empresas que ao longo do tempo solicitaram. Ela é fixada no quadro no mural do Sindicato para ser lida pelos filiados que vêm diariamente à Entidade. A sua cópia fica disponível na recepção para quem quiser levar para casa. Possuímos uma coluna semanal, o "Garra" , publicada na Folha de Pernambuco e no Jornal do Commercio aos domingos. O site do Sindsep (www.sindsep-pe.com.br) é alimentado diariamente com as matérias que saem nessas publicações. Além disso temos o "Garra" mensal com seis páginas, tamanho (mais cumprido que o tabloíde), que chega na casa de todos os filiados, sindicatos e demais entidades. São 13.500 exemplares. Ele fica disponível também na recepção. Além disso temos o "Giro Sindical", um boletim diário de 1 ou 130 que vai ao ar na Rádio 103 Mhz FM. BoletimNPC - Quando foram criados? Deyse Lemos - Exceto o de rádio que existe há cinco anos, os demais estão sendo veiculados há oito anos. BoletimNPC - Qual a tiragem? Qual a forma de distribuição? Deyse Lemos - Só dá para ter uma noção exata O Garra mensal que é de 13.500 exemplares. BoletimNPC - A distribuição foi interrompida em algum período? Deyse Lemos - Não. BoletimNPC - Como são definidas as matérias? Deyse Lemos - Para o Garra Diário, coluna e rádio, as notícias são voltadas para o que está acontecendo para a categoria. Já no mensal, além disso, publicamos charges, matérias de cultural e saúde. Ou seja, de interesse de toda a sociedade. BoletimNPC - Os trabalhadores costumam dar sugestão de matérias? Deyse Lemos - Sim. BoletimNPC - Qual o tipo de matéria que a categoria mais se identifica? Deyse Lemos - Todas. BoletimNPC - Vocês fazem algum tipo de pesquisa para saber a opinião dos trabalhadores? Deyse Lemos - O termômetro são as ligações que recebemos. BoletimNPC - Quantos profissionais trabalham na área de comunicação? Deyse Lemos - Duas jornalistas e uma estagiária. BoletimNPC - Existe algum projeto em discussão para melhorar a qualidade da comunicação no sindicato? Deyse Lemos - Sim. Agora estamos reformulando nosso site. BoletimNPC - Vocês costumam fazer reportagens? Deyse Lemos - Com certeza. As matérias nossas são apuradas junto aos nossos diretores e junto aos diretores da Condsef. Deyse Lemos é jornalista do Sindisep-PE
De Olho Na Mídia
Professores de Sergipe repudiam programa da Rede Globo
Os professores da rede estadual e de redes municipais aprovaram na última sexta-feira, 13, moção de repúdio contra a Rede Globo. O motivo da moção foi a exibição no programa humorístico Casseta e Planeta no dia 11 de julho de um quadro onde apresentava uma educadora como “professora de programa”. De acordo com o documento aprovado, por unanimidade no encerramento da quarta edição das Oficinas Pedagógicas da Resistência, os educadores sergipanos consideraram o tratamento “desrespeitoso, agressivo e de ataque contra a honra e a dignidade das professoras e professores brasileiros. Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe – SINTESE a atual conjuntura em que vivem os professores com baixos salários, infra-estrutura e material didático insuficiente, violência urbana e condições indignas de trabalho não justifica a desqualificação dos profissionais de forma tão grotesca e de baixo nível. O SINTESE argumenta que a emissora como concessionária de um serviço público deve debater em seus programas “os verdadeiros problemas da Educação Pública no Brasil”. “É inadmissível que uma televisão com o alcance da Rede Globo apresente um dos mais importantes atores na formação do povo brasileiro de forma tão caricata e desrespeitosa”, disse Joel Almeida, presidente do SINTESE. Os professores sergipanos exigem que a emissora de televisão admita o equívoco cometido e peça desculpas aos educadores brasileiros e a sociedade pela imagem negativa e preconceituosa vinculada aos professores com grandes prejuízos no imaginário da sociedade brasileira.
Revistas justificam ataque da Polícia como “A guerra necessária para a reconstrução do Rio”
[Por Sérgio Domingues] A grande mídia foi quase unânime no elogio à mortandade no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. A edição de Veja de 4 de julho de 2007 justificava o ataque como “A guerra necessária para a reconstrução do Rio”. A revista Época, de 29 de junho, trouxe uma capa digna dos piores filmes de Rambo. Um soldado leva num braço o fuzil e na mão um charuto. Atrás dele, três corpos estendidos. Sob o título “Um ataque inovador”, a legenda explica que se trata do inspetor Leonardo da Silva Torres. Conhecido como “Trovão”, o texto interno diz que o inspetor: “...encarna não só a batalha no Alemão, mas a força policial inovadora que hoje combate nos morros. Formado pela Swat americana e pelo Centro de Inteligência da Marinha Brasileira, Torres integrou a patrulha avançada de ocupação do Alemão. Seu uniforme de campanha e o charuto que mantém aceso mesmo em serviço deram uma cara nova aos agentes da invasão. Mais que isso, eles fizeram de Trovão alguém com quem a população pode se identificar”. Um soldado carniceiro. Este é o novo herói que a grande mídia inventou para a população. E ainda sugere que os heróis antigos seriam os traficantes. Ainda assim, a comparação tem suas razões. Os dois tipos de “herói” se impõem pelo medo. E estão a serviço do bom funcionamento do sistema. Uns viabilizando a entrega da droga ilegal com enormes lucros para os de pele branca e endereço no asfalto. O outro, com funções já suficientemente esclarecidas. É o povo da senzala apavorado entre tais “heróis” e governantes bem adaptados à casa grande.
Democratização da Comunicação
Petição ao Senado Federal pelo debate e transparência no PL de Controle da Internet
A SaferNet Brasil; o Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas; Projeto Software Livre Brasil; a Free Software Foundation América Latina; a Rede de Informações para o Terceiro Setor; o Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura, o Comitê para Democratização da Informática em Pernambuco; o Coletivo Intervozes; o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e o Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática, formaram uma coalizão para exigir a realização de audiências públicas e cobrar transparência na tramitação do projeto de lei proposto pelo Senador Eduardo Azeredo (Substitutivo ao PLS 76/2000, PLS 137/2000 e PLC 98/2003) que pretende tipificar os chamados "crimes cibernéticos ou de informática" e estabelecer um marco regulatório criminal para controlar a rede mundial de computadores no Brasil. O projeto de lei proposto pelo Senador Eduardo Azeredo representa uma série de custos para a sociedade brasileira. São custos sociais, políticos, jurídicos, econômicos e tecnológicos. Depois de quase 15 anos de acesso público à internet no país, o Brasil ainda não definiu qual é o marco regulatório civil da rede no país. Esse marco regulatório é fundamental para inovação, e foi o primeiro passo definido pelos países desenvolvidos. A definição do marco regulatório também é fundamental para a definição dos aspectos criminais da rede. Privilegiar a regulamentação criminal da Internet antes de sua regulamentação civil tem como consequência o aumento de custos públicos e privados, o desincentivo à inovação e, sobretudo, a ineficácia. (Leia mais em: http://www.safernet.org.br/petitioner/projeto_lei_azeredo/)
Usuários transformam a Wikipédia num megajornal
[Por Carlos Castilho - Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão] Quando ela nasceu, a proposta de seus dois fundadores era criaruma enciclopédia online escrita por seus usuários. Mas hoje, seis anos depois, a Wikipedia começa a dar sinais de que está fugindo do seu modelo original e tomando um rumo surpreendente. Blogueiros e críticos da mídia online já haviam profetizado há quase um ano e meio, que a wikipedia passaria por uma gradual modificação, se transformando em uma enciclopédia em tempo real, ou seja, com notícias de atualidade. A transformação consolida também o fenômeno da perda de controle dos criadores sobre a criatura a partir do momento em que um projeto é lançado na rede. Não é a primeira vez que isto acontece na Web, mas é seguramente uma das mais surpreendentes tendências surgidas no universo da informação online. A polêmica sobre a credibilidade e veracidade de conteúdos publicados na Wikipedia começa agora a ser ofuscada por outra, a do seu futuro. Está claro que ela já não é mais uma enciclopédia convencional. O que está acontecendo com a Wikipedia abre uma nova área de investigação sobre as mudanças no jornalismo e na informação.
NPC Informa
Debate de lançamento do novo site da Agência de Notícias das Favelas
“No mundo das favelas ou as favelas do mundo? Democratizando as notícias das favelas”. É este tema que vai animar o debate entre Caco Barcellos, jornalista; Caio Ferraz, sociólogo e fundador da Casa da Paz de Vigário Geral, Mauricio Campos, da Frente de Luta Popular e Mister Catra, representando o funk. Vai ser nesta quinta-feira, dia 19 de julho, às 18h, no auditório 11 da Uerj, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Plantados no Chão: livro-reportagem denuncia os assassinatos políticos no Brasil hoje
A jornalista Natalia lançou o livro “Plantados no Chão” que trata de seis casos de assassinatos políticos no Brasil. São eles: . Dorothy Stang, missionária norte-americana que participava da Pastoral da Terra no Pará, foi morta em uma emboscada encomendada por fazendeiros. . Miguel José dos Santos, líder dos sem-terra do acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, MG, foi morto num massacre que custou mais quatro vidas, além de outros 13 feridos. . Josenilson José dos Santos e José Ademilson Barbosa, índios da etnia xukuru, de Pernambuco, assassinados durante a luta pela demarcação das suas terras. . Anderson Amaurílio da Silva, militante do movimento pelo passe livre, morto durante protestos no Terminal Urbano de Londrina. . Jair Antônio da Costa, membro do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, morto por policiais após um protesto contra uma onda de demissões que assolava a indústria de sapatos do Rio Grande do Sul. . Anderson Luís, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Frios e Laticínios do RJ e Baixada.
O Segredo da Pirâmide é tema de seminário na UFSM
Há 20 anos foi publicada a primeira edição do livro “O Segredo da Pirâmide – Para uma teoria marxista do jornalismo”, do jornalista Adelmo Genro Filho (falecido em fevereiro de 1988). Para marcar o transcurso das duas décadas, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no RS, realizará um seminário que reunirá pesquisadores e alunos em torno da obra, no dia 26 de julho. O evento é também comemorativo aos 30 anos da Intercom. [Fonte: FNDC]
Jovens de periferia do Rio fazem cobertura crítica do Pan
[Por José Carlos Mattedi – Ag. Brasil] Cinqüenta jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro (RJ) vão acompanhar e relatar os acontecimentos dos jogos Pan-Americanos, não só os esportivos, mas fazendo um contra-ponto com a realidade da cidade. Texto, fotos, áudio e vídeo serão produzidos pelos integrantes do Projeto PapoPan, uma parceria da Revista Viração com o Observatório de Favelas e os ministérios dos Esportes, da Justiça e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Todo o material será veiculado no Blog PapoPan, da Agência Brasil. A jornalista Renata Souza, do Núcleo Piratininga de Comunicação participa do projeto como integrante da equipe da Viração.
Comunicação do PT defende Conferência Nacional
A Secretaria Nacional de Comunicação do PT os secretários estaduais de comunicação do partido para fazer uma discussão sobre o projeto de criação da rede pública de TV e, ainda, debater novos projetos para a área de comunicação partidária. Representantes de diretórios de 20 estados participaram da reunião. Foram discutidos os seguintes temas: criação da rede de cobertura do 3º Congresso do PT; debate sobre a concepção e estrutura do novo portal do PT; organização da Conferência Nacional de Comunicação e propostas sobre o tema para o 3º Congresso; e planejamento e criação do Sistema Nacional de Comunicação do PT.
Proposta de Pauta
Polícia do Rio mata 41 civis para cada policial morto
De acordo com matéria publicada na Folha de S. Paulo, em 16 de julho, “morre um policial do Rio para cada grupo de 41 pessoas mortas pelas forças de segurança do Estado. A proporção é o quádruplo da média internacional, segundo estudo do professor da Universidade de Nova York, Paul Chevigny, adotado internacionalmente.” Ainda segundo o jornal, “foram dez policiais militares e um policial civil mortos em confronto em 2007 até abril, contra 449 supostos criminosos que agentes mataram no mesmo período, em ações registradas como "autos de resistência". O número de policiais representa 2,4% do total de baixas "adversas".
O que pensam os entrevistados pela Folha “ Em São Paulo a relação era de 11 mortos por policial, em 2005, e de 14 para um, em 2006, ano dos ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Mesmo em 2006, a proporção manteve-se inferior à metade daquela do Rio.” José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM, ex-secretário nacional de Segurança Pública e diretor do Instituto Pró-Polícia. "É um escândalo. As mortes oficiais de policiais em ação correspondem a 14%. E policiais matam mais em folga que em serviço. Os índices internacionalmente "tolerados" são de 1% a 3%, no máximo; ou seja, no máximo de um quarto daqueles do Rio. O caso de uso de força excessiva pela polícia do Rio é não apenas o mais grave do Brasil, como o mais grave do mundo. Só a polícia do Rio mata mais que a polícia dos EUA inteira, que matou 375 em 2006, em uma população de 300 milhões de pessoas. A polícia de Portugal, país com população semelhante à do Rio, matou só uma pessoa em 2006, contra 1.063 do Rio." Silvia Ramos, do Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Universidade Candido Mendes).
De Olho Na Vida
No dia 23 de julho, ato no Rio contra a redução da idade penal
[Por Claudia Santiago] No dia 23 de julho de 1993 fiz um roteiro turístico para apresentar o Rio de Janeiro a um amigo paulista que acabava de se instalar na cidade. Quando o dia já chegava ao fim, por volta das 22h, mostrei a ele a Igreja da Candelária e seguimos tranqüilos para terminar o passeio nos bares de Vila Isabel. Poucas horas depois, horrorizada, tomei conhecimento do que tinha acontecido enquanto eu dormia feliz. Crianças e adolescentes que dormiam nas proximidades da Igreja da Candelária foram vítimas de uma chacina, a Chacina da Candelária. Oito crianças foram fuziladas e outras ficaram feridas. Dez anos depois, em 2003, fui fazer uma reportagem na favela do Borel, na Tijuca, pertinho de uma das maravilhas do mundo, a Floresta da Tijuca. É que havia acontecido uma outra chacina. Quatro moradores foram assassinados pela Polícia Militar sem sequer poder se identificar. Entre os entrevistados estava a moradora Sônia. Conversando descobri que ela era irmã de Wagner dos Santos, um dos sobreviventes da Chacina da Candelária. Que destino cruel tem esse povo! Hoje, as imediações da Candelária continuam cheias de meninos e meninas iguais aqueles. E a sociedade ao invés de se preocupar verdadeiramente com a vida deles, sente medo e deseja vê-los atrás das grades. Por tudo isso, neste dia 23, haverá uma missa na Candelária pelas crianças e jovens mortos. Em seguida, um ato contra a redução da idade penal. Levantamento divulgado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal, realizado em 2004, revela que apenas 0,2% da população entre 12 e 18 anos havia cometido algum tipo de crime. Destes, 73,8% eram crimes contra o patrimônio, e não contra a vida.
Imagens da Vida
O pintor iraniano Iman Maleki ganhou o prêmio William Bouguereau.
O pintor iraniano Iman Maleki, genio do realismo, ganhou o prêmio William Bouguereau e o "Chairman´s Choise" no II Concurso Internacional de Art Renewal Center. Muitos o consideram o melhor pintor de arte realista do mundo. "Seus desenhos competem com as câmeras digitais de 10 Megapixeles", afirmam os especialistas!
Novos artigos em nossa página
Por que uma conferência democrática de comunicações? - Por Jonas Valente O ativista estadunidense Robert McChesney desenvolveu interessante trabalho em seu livro “Batle for the Control of US Broadcasting: 1928-1935” ao buscar nos primórdios do rádio em seu País a existência de forte conflito sobre qual modelo este meio adotaria no País que saía da 1a Guerra Mundial buscando sua condição de maior potência militar e econômica do mundo. Nesta obra ele mostrou que a formação do sistema baseado em grandes cadeias de emissoras comandadas por cabeças-de-rede, como a NBC e a CBS, não foi algo natural e apesar de grande resistência de radiodifusores ligados a universidades que buscavam um equilíbrio entre as rádios comerciais e educativas
Rádios Comunitárias: O coronelismo eletrônico de novo tipo (1999-2004) - Por Venício A. de Lima e Cristiano Aguiar Lopes
As rádios comunitárias existem entre nós desde a década de 1980, muito antes de serem regularizadas em 1998. Mais recentemente elas têm ocupado com freqüência as páginas e o espaço da grande mídia. Delas se tem notícia por supostas interferências no nosso caótico tráfego aéreo ou quando a Polícia Federal e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) executam as constantes ordens de apreensão de equipamentos transmissores e a prisão de operadores de rádios não-legalizadas. Em 26/6/2007, no Observatório da Imprensa.
Classificação indicativa - as críticas e os fatos - Por Gustavo Gindre
O Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (DJCTQ) do Ministério da Justiça produziu uma das mais interessantes reflexões sobre a televisão brasileira. E isso apenas porque resolveu cumprir o disposto no capítulo de Comunicação da Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigos 74, 75, 76 e 254). Através da Portaria 264 de 9 de fevereiro de 2007, o Ministério da Justiça instituiu a classificação etária da programação de televisão. [julho - 2007]
TV Globo enquadra o governo Lula - Por Altamiro Borges
As poderosas emissoras de TV do Brasil, que manipulam as informações e deformam o comportamento, acabam de obter mais uma vitória diante do governo Lula. Após um intenso bombardeio, que contou com vários artistas globais – tendo a frente o “anarquista-tucano” Jô Soares –, com milionários anúncios e com uma cobertura parcial e agressiva da própria mídia hegemônica, o Ministério da Justiça anunciou na semana passada alterações na portaria que normatiza a classificação indicativa para os programas de TV. O projeto inicial, editado pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, previa mecanismos de classificação da programação das emissoras – e não de censura, como elas alardearam de maneira terrorista e maldosa. No final da contenda, o governo Lula é que acabou novamente sendo enquadrado pelos “donos da mídia”. Na portaria anterior (264), a exemplo do que ocorre na maioria dos países, caberia ao ministério a análise prévia para a classificação indicativa de um determinado programa. Já na nova (1.220), esse papel caberá exclusivamente às redes privadas, que deverão realizar uma pretensa “autoclassificação” e terão o prazo de 60 dias – no qual o programa já poderá ser exibido com todas as suas deformações – para que a Justiça “monitore” o seu conteúdo. Na prática, as TVs privadas, que usam gratuitamente uma concessão pública, é que definirão arbitrariamente a programação – com todos os seus valores mercantis apodrecidos. [16.07.2007]
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Editora-responsável: Claudia Santiago Editores-assistentes: Kátia Marko (RS), Gustavo Barreto (RJ) e Bruno Zornitta (RJ) Web: Luisa Santiago Colaboradores: Carlos Maia, Eliane Amaral, Ligia Coelho, Marcela Figueiredo e Renata Souza Colaboram nesta edição: Altamiro Borges (SP), Glauco Gouvêa (Fenafisco-PB), Jesus Carlos (SP) e Latuff (RJ) Consultores: Leon Diniz, Lycia Ribeiro, Reginaldo Moraes, Sérgio Domingues, Virgínia Fontes e Vito Giannotti
Se você não quiser receber o Boletim
do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
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