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Boletim do
NPC —
Nº 104
— De 1 a 15/4/2007
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias do NPC
Trabalhadores prestigiam lançamento de livro de Vito Giannotti.
[Por Lígia Coelho] Bancários, petroleiros, metalúrgicos, professores, jornalistas e metroviários, entre representantes de diversas outras categorias, prestigiaram o lançamento do livro História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil, do escritor e ex-metalúrgico Vito Giannotti. O evento, no último dia 27 de março, no Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro, foi marcado pela informalidade e pela camaradagem que normalmente ocorrem quando velhos amigos se encontram. [Março-2007]
1º de Maio. Dia de Luta
A partir desta segunda-feira, estará à venda em nossa sede o caderno 1º de Maio: cem anos de lutas operárias, produzido pelo Núcleo Piratininga de Comunicação. As entidades que já fizeram encomendas receberão em suas sedes até o dia 18 de abril. Aqueles que fizeram depósitos bancários em nossa conta também receberão o material no endereço indicado até o dia 18. Interessados em obter maiores informações devem entrar em contato com o NPC através dos telefones (21) 2220-5618 / 9923-1092 e npiratininga@uol.com.br.
Mostra de vídeos populares em Fortaleza
A Prefeitura de Fortaleza e o Núcleo Piratininga de Comunicação promovem, nos dia 2, 3 e 4 de maio, uma Mostra de Vídeos Populares. Haverá exibições em bairros populares e no centro na cidade. A programação completa será divulgada no próximo boletim. A mostra é fruto do projeto “Artes e histórias para contar e mostrar” que está sendo desenvolvido pelo NPC com o patrocínio da Eletrobrás, através da lei Rouanet.
Domingo foi dia de Cinema
[Por Renata Souza] Domingo ensolarado, 1º de abril, no Rio de Janeiro. Onde estavam os jovens, às 9 da manhã? Discutindo ditadura militar no cinema Odeon Br. Não é piada de primeiro de abril! Aproximadamente, 400 jovens de pré-vestibulares comunitários assistiram ao filme “Á margem do Concreto” e encararam um debate sobre o Golpe Militar, que completam, nesta data, 43 anos, até às 14h. Está sessão deu início ao projeto “Domingo é dia de cinema”, que ocorre há 8 anos. Na mesa de discussão, após o documentário, o professor de História e deputado estadual, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), fez um retrato das conseqüências sociais impostas pelos Atos Institucionais da época e traçou um paralelo entre a ditadura e os dias atuais. “Na época do Golpe, os inimigos públicos eram os subversivos e a esquerda. Hoje o inimigo é o favelado, por ser pobre e negro. E a tortura ainda é a principal arma do Estado nos presídios e favelas”, afirmou. O debate com os pré-vestibulandos não se restringiu ao tema ditadura militar. O público ávido por soluções, para uma sociedade mais justa, questionou se a saída seria a luta armada. “Sou defensor dos Direitos Humanos e acho que não será com armas em punho que mudaremos a atual situação da sociedade”, disse Freixo. Vito Giannotti fez coro: “não podemos lutar por direitos com mais violência. Essa é uma discussão que me recuso a fazer, pois a luta armada não dá em nada”, afirmou. Caveirão No Odeon foi exposta uma faixa com os seguintes dizeres: “Nem remoção e nem caveirão! Favela é cidade!”, feita pela Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, uma das entidades que promove a Campanha Contra o Caveirão. Segundo a representante do movimento, Isabel Mansur, a Campanha utiliza o veículo blindado, empregado no regime de apharteid na África, como um dos símbolos mais ilustrativo da política de (in) segurança pública promovida pelo Estado. “O carro blindado que percorre as favelas com a polícia militar é só um símbolo. Nós somos contra ao uso que é feito do caveirão e a política de segurança que é extremamente nociva aos direitos humanos”, disse. No evento, foram distribuídos postais, com o caveirão impresso, que serão encaminhados ao governador Sérgio Cabral. Durante sua campanha eleitoral, em 2006, Cabral se posicionou contra a utilização do carro blindado. Domingo é Dia de Cinema Com o mote de cinema educacional foi criado, em 2000, através do programa do Grupo Estação, Oficina Cine-Escola, o projeto cultural “Domingo é dia de cinema”. Em parceria com o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e Pré-vestibulares Comunitários, o projeto pretende ser uma complementação curricular. Para isso, são exibidos filmes e documentários, seguidos de debates com especialistas e professores, para alunos de cursos pré-vestibulares comunitários do Rio de Janeiro. As sessões são realizadas mensalmente pela manhã, a preços populares, no Odeon BR.
A Comunicação que queremos
CUT Pernambuco realiza I Seminário de Comunicação Sindical
A CUT-PE realizou entre os dias 10 e 12 de abril o seu I Seminário de Comunicação Sindical. O encontro reuniu diretores de imprensa e assessores de comunicação das entidades filiadas à Central. Segundo o presidente da CUT-PE, Sérgio Goiana, a luta dos movimentos sociais e do sindicalismo cutista pela democratização dos veículos de comunicação deixou de ser uma bandeira histórica. "Estar bem informado e saber informar é uma questão central de sobrevivência, não só para os diferentes sindicatos e organizações, como para o próprio êxito e fortalecimento do projeto democrático-popular", afirmou. O Núcleo Piratininga de Comunicação participou do seminário.
Agência de Notícias Carta Maior continua, mas precisa do apoio do Movimento Social
“A todas e a todos que se manifestaram ou acompanharam esse momento de dúvida da Carta Maior, o nosso muito obrigado. A luta continua.” Assim o editor chefe da agência, Flávio Aguiar, finaliza o editorial onde anunciou a continuidade do trabalho da Carta Maior. “Agradecemos a enorme solidariedade de nossos leitores, que, diante da iminência do fechamento de Carta Maior, pediram e até exigiram que nossa página não saísse do ar. As inúmeras mensagens recebidas ressaltavam a importância de pensamentos alternativos aos dominantes na imprensa conservadora, que se quer hegemônica na área, para a democracia da comunicação no Brasil.” A manutenção de veículos alternativos é uma luta de todos, principalmente dos movimentos sindical e sociais, que têm na Carta Maior uma aliada na defesa do direito à comunicação.
De Olho Na Mídia
Perguntas que não querem calar, berram!
[Por Sérgio Domingues] Vejamos duas manchetes do Jornal do Brasil de 29 de março de 2007. A primeira: "No Rio, estudantes enfrentam a polícia pelo passe livre", sobre uma foto mostrando ação repressiva da polícia sobre estudantes. Era uma manifestação contra o fim do passe-livre na cidade carioca. A segunda: "Já em Brasília, ameaçam a democracia com ações racistas", mostrando um jovem negro diante de uma porta que foi incendiada na UNB. Trata-se de um incêndio de autoria e motivos ainda não esclarecidos em dependências da moradia estudantil da Universidade de Brasília. O alvo seriam estudantes africanos, que moram no local. Como assim? Os estudantes que lutavam por passe livre seriam os mesmos que teriam agredido estudantes africanos? É o que a manchete dá a entender. Mas, em um caso, trata-se de uma manifestação contra a retirada de um direito. No outro caso, de um crime, que pode ter motivos racistas ou não. O País estaria sendo dominado por baderneiros e racistas? Ambos seriam a mesma coisa? É isso o que o jornal quer dizer? E por que fazer essa ligação direta entre manifestações e racismo? Será que tem a ver com uma polêmica que surgiu no dia anterior sobre uma declaração da titular da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que é negra? Pois é, perguntas que não querem calar, berram!
Campinas terá novo jornal
[Agildo Nogueira Jr.] Hegemônica na mídia impressa de Campinas, com a publicação três jornais na cidade, dois na região e uma revista, a Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) aposta em um novo nicho de mercado e lança, no dia 16 de abril, o Notícia Já, um jornal que será distribuído em 12 municípios. A elevação do poder de compra das classes B, C, D - resultante dos programas sociais do governo - é um dos motivos que levam a RAC a lançar o novo jornal. A aposta nesse nicho está assentada em uma linha editorial focada na prestação de serviço e vendas diretas ao leitor que - aliada ao preço acessível (R$ 0,50) - tentará conquistar um público dito popular. A RAC já publica os jornais Correio Popular e Diário do Povo (diários), a Gazeta do Cambuí (que circula as sextas-feiras), as Gazetas de Piracicaba e de Ribeirão (que circulam as terças, quintas e sábados) e a revista semanal Metrópole. O motivo econômico para o novo empreendimento é a detecção, pela Rede, da expansão dos jornais populares brasileiros, cuja participação no mercado de jornais cresceu 13% entre 2005 e 2006. Esse crescimento foi capaz de reverter a estagnação na venda de jornais, segmento ainda dominado pelos veículos de referência - como os já editados pelo grupo. Em entrevista à jornalista Vilma Gasques, do Correio Popular, o editor do Notícia Já, Luís César de Souza Pinto afirma que tal modelo já é sucesso no Brasil e que espera que aqui o sucesso também se repita. O novo jornal terá formato tablóide; com muitas fotos. Circulará de segunda a sábado, com tiragem inicial de 50.000 exemplares. Será distribuído nos municípios de Americana, Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Santa Bárbara dOeste, Sumaré, Valinhos e Vinhedo - todas da Região Metropolitana de Campinas. A estratégia de vendas inclui 350 bancas de jornal, 350 pontos comerciais e 120 gazeteiros. Para atingir um público estimado em 812.000 leitores, a Rede investiu em equipamentos e contratou 120 profissionais de Campinas e região.
NPC Informa
Para conhecer Chica da Silva será lançado no Rio no dia 17
As historiadoras Lúcia Grinberg, Keila Grinberg e Anita Correia Lima de Almeida lançam na próxima terça-feira, dia 17, às 19h, o livro Para Conhecer Chica da Silva. Na livraria Unibanco Arteplex, que fica na Praia de Botafogo, nº 316. De acordo com texto da editora, “Chica da Silva é uma das mulheres mais conhecidas na história do Brasil. Contrariando os padrões da sociedade de sua época, conseguiu libertar-se e acabou por se transformar em senhora — assim como várias mulheres alforriadas na sociedade mineradora do Brasil Colônia. Em estilo leve e agradável, usando recursos ficcionais, as historiadoras, também autoras de Para conhecer Machado de Assis, narram a vida dessa ex-escrava que passou a ser uma das senhoras mais ricas e poderosas da sociedade mineira no século XVIII. Ao longo do texto, trechos explicativos ilustram os eventos históricos da época, as legislações, as formas de escravização, o tráfico de escravos e o trabalho negro nas minas.”
Araguaya - Conspiração do Silêncio
O filme “Araguaya – Conspiração do Silêncio”, do diretor Ronado Duque, estará sendo exibido até o dia 19 de abril, sempre às 21h, no Cine Clube Paradiso, na Rua Barão de Jaguará, 936, Centro de Campinas. Com Norton Nascimento, Françoise Forton e Danton Mello, a fita recebeu o Prêmio Especial do Júri do Festival de Gramado. O filme narra de maneira ficcional o confronto ocorrido entre o Exército brasileiro e os jovens guerrilheiros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no interior do país durante a ditadura militar. Neste cenário se insere o Padre Chico, um religioso francês que chegou à região do Araguaia no início dos anos 1960. A profunda identidade de Padre Chico com o povo local, associada ao seu sentimento religioso e dúvidas existenciais, fazem com que ele, pouco a pouco, se envolva com o drama dos explorados e com a causa dos guerrilheiros.
Documentário aborda trabalho escravo e conflitos de terra no Pará
O Pará é o campeão brasileiro em trabalho escravo: só em 2006, fiscalizações do governo federal libertaram no estado 1.180 trabalhadores da escravidão - desde 1995, quando elas começaram, foram 8.177 libertações ali: 36,5% do total. O estado também está em primeiro lugar nos rankings de desmatamento ilegal e de conflitos de terra - segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), respectivamente. Estes dados ganham vida e mostram relações estreitas no longa-metragem "Nas Terras do Bem-Virá", que estreiou no festival É Tudo Verdade no dia 26 de março, em São Paulo (SP), e no dia 28, no Rio de Janeiro (RJ). Histórias de peões, imagens de arquivo, depoimentos de autoridades e pessoas de movimentos sociais que atuam na região costuram a teia de conflitos e desrespeito ao meio-ambiente e aos direitos humanos no estado. Segundo documentário do diretor Alexandre Rampazzo e da produtora Tatiana Polastri, o filme acompanha alguns trabalhadores desde as suas saídas de casa, em cidades pobres do Nordeste, até a chegada ao Pará, invariavelmente esperançosos com as promessas do "gato" (aliciador de mão-de-obra a serviço do fazendeiro). Outros peões são retratados pelas câmeras de Alexandre no momento em que uma ação dos grupos móveis de fiscalização chega para libertá-los - e então demonstram toda a decepção de quem descobriu que a empreita nas carvoarias ou fazendas não era nada do que lhes foi prometido.
O filme também se preocupa em demonstrar que a situação atual do Pará remonta à ditadura militar, tempo de uma campanha pelo desenvolvimento da Amazônia - "terra sem homens para homens sem-terra" - que promoveu a migração e a concentração fundiária a despeito de uma defesa do meio-ambiente e das populações mais pobres. E sugere o quanto os peões de hoje tendem a cair ciclicamente na rede da escravidão, enquanto uma mudança estrutural na divisão das terras e no modelo excludente de agronegócio não acontece. Mais informações sobre futuras exibições e obtenção de cópias pelo e-mail eclipseproducoes@terra.com.br
10 anos da revista Caros Amigos
A Revista Caros Amigos está promovendo até o dia 13 de abril uma extensa programação para comemorar seus 10 anos de vida. Todas as atividades acontecem no teatro da Aliança Francesa, em São Paulo. Buscando atender aos leitores de todo o país que querem participar das comemorações, as palestras são transmitidas em tempo real no Terra TV. Basta acessar www.terra.com.br no horário de cada palestra. Os internautas podem ainda participar de um chat durante a fala do palestrante.
Audiência Pública vai debater “A mulher na televisão brasileira”
O Ministério Público Federal, a Procuradoria da República em São Paulo e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão vão promover no dia 23 de abril uma audiência pública para debater o tema “A mulher na televisão brasileira”. O objetivo é levantar informações e propostas sobre o documento entregue por diversas organizações da sociedade civil, intitulado “Manifesto das Mulheres Pelo Direito de Resposta à TV”. A reunião acontece das 14h às 18h, no Auditório da Procuradoria da República em São Paulo, na Rua Peixoto Gomide, nº 768 – Térreo – Cerqueira César – São Paulo/SP.
Em comemoração ao profeta Gentileza
[Portal da EDUFF] Se estivesse vivo, José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza, completaria 90 anos de idade no próximo dia 11 de abril. Para celebrar a data, a Editora da Universidade Federal Fluminense promoveu no dia 12 de abril, um bate-papo com Leonardo Guelman, professor do Departamento de Arte da UFF e autor do livro Brasil - Tempo de Gentileza (EdUFF, 2000, R$60). José Datrino era dono de uma transportadora de cargas no Rio de Janeiro, quando, após a queima de um grande circo na cidade de Niterói, recebeu um chamado divino para que deixasse tudo e fosse viver uma missão na Terra, assumindo uma nova identidade: Jozze Agradecido ou Gentileza. Como ele mesmo contava, sua atribuição era "vir como São José, representar Jesus de Nazaré na Terra". De estandarte em punho, Gentileza caminhava por vários bairros do Rio de Janeiro, cidades da Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo, espalhando seus ensinamentos proféticos. Entre Rio e Niterói, ficou conhecido como o "pregador da barca". Gentileza inspirou artistas como Gonzaguinha - que lhe dedicou uma música no álbum “Cavaleiro Solitário” - e Marisa Monte que o homenageou no álbum “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”. Na música “Gentileza”, ela observa que "nós que vivemos apressados pelas ruas da cidade merecemos ler as letras e as palavras de Gentileza". O carnavalesco Joãosinho trinta dedicou-lhe seu enredo de 2001 na Escola Grande Rio, que ele denominou "Gentileza - profeta do fogo". Leonardo Guelman dedicou ao profeta um extenso estudo, a partir de sua tese de mestrado orientada por Leonardo Boff. O trabalho resultou nas publicações Univvverrsso Gentileza e Brasil: Tempo de Gentileza. Mestre em Filosofia pela UERJ, Guelman é também idealizador e coordenador do projeto “Rio com Gentileza”, responsável pela restauração da obra de Gentileza nos pilares do Viaduto do Caju, no Rio de Janeiro.
Democratização da Comunicação
Intervozes divulga contribuição ao Fórum de TVs Públicas
[Por Jonas Valente] O Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação lançou no último dia 9, durante a apresentação do II caderno de debates do Fórum de TVs Públicas, no Rio de Janeiro, um documento com contribuições ao debate sobre a instituição de um Sistema Público de Radiodifusão. No documento de 25 páginas, o Intervozes apresenta uma proposta síntese da visão da organização sobre os principais obstáculos existentes hoje no país para a regulamentação do art. 223 da Constituição Federal. Trata-se de uma apresentação sobre princípios e objetivos, definição e organização, gestão, financiamento, conteúdo, direitos dos usuários e, finalmente, propostas para transição do atual modelo para um novo modelo que corresponda às definições da Constituição Federal. O documento indica uma série de políticas públicas para a efetivação desse sistema, o que implica na necessidade de mudanças no marco regulatório das comunicações. A entidade lançou também o portal do Observatório do Direito à Comunicação no Brasil. Acesse o sítio pelo endereço: www.direitoacomunicacao.org.br.
Observatório do Direito à Comunicação
O Observatório do Direito à Comunicação tem como objetivo criar um ambiente de acompanhamento, fiscalização e reflexão sobre as políticas públicas do campo da comunicação. Com o Observatório, o Intervozes pretende reunir, organizar e oferecer às pessoas e organizações da sociedade civil envolvidas na luta pelo direito à comunicação referências concretas que potencializem sua intervenção política, no Brasil e em fóruns internacionais. Acesse e contribua www.direitoacomunicacao.org.br
Comunicação digital e a construção dos commons: redes virais, espectro aberto e as novas possibilidades de regulação
Este livro reúne textos de Gustavo Gindre, João Brant, Kevin Werbach, Sérgio Amadeu da Silveira e Yochai Benkler. Interessa a quem quiser entender melhor os impactos que os commons representam na distribuição e no compartilhamento de informação e produção cultural. Traz exemplos como a Wikipedia, o YouTube e o licenciamento flexível de obras de arte, músicas e livros denominado creative commons. O fenômeno Commons tem sido fundamental nas muitas batalhas pela democratização das comunicações. Como o próprio nome sugere, commons significa aquilo que é comum a todos. Um espaço em que as coisas são públicas, uma comunidade em que a produção intelectual é compartilhada. Seu efeito atinge o capitalismo informacional em todas as suas manifestações e contradições, revolucionando a produção simbólica da humanidade. Em suma, esse é um livro que, ao tratar das questões técnicas e jurídicas relacionadas ao commons, aborda fundamentalmente da idéia de ampliação da liberdade, da criatividade e da democracia. Mais informações Editora Fundação Perseu Abramo, e-mail: imprensa@fpabramo.org.br tel.: (11) 8354-5647. www.efpa.com.br
Fórum de TVs Públicas lança 2º caderno
Os grupos temáticos de trabalho do I Fórum Nacional de TVs Públicas concluíram a etapa de mapeamento do diagnóstico do segmento do campo público de televisão e de elaboração das pautas a serem levadas para a plenária do encontro, que ocorrerá em maio deste ano. As conclusões e os relatórios estão reunidos no Caderno de Debates Volume 2, que foi apresentado nesta segunda, 9 de abril, durante uma cerimônia no Palácio Gustavo Capanema, Sede do Ministério da Cultura (Minc) no Rio de Janeiro. No mesmo evento, o Intervozes apresentou aos membros do governo federal, das associações das emissoras do campo público e das organizações sociais que participam do fórum um documento com reflexões e propostas para a constituição de um Sistema Público de Radiodifusão (confira o documento clicando aqui). Fórum de TVs Públicas As plenárias finais para a realização do Fórum Nacional de TVs Públicas serão em Brasília, entre os dias 8 e 11 de maio, com a participação de representantes de emissoras de TV e radiodifusoras públicas e educativas, TVs universitárias, TVs comunitárias, TVs legislativas, expositores internacionais, instituições participantes dos grupos temáticos de trabalho, autoridades do Governo Federal, secretários estaduais de Cultura, organizações da sociedade civil e parlamentares.
Radiografia da Comunicação Sindical
Nesta edição, o Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Sul (Ugeirm Sindicato).
Entrevista com o jornalista da entidade Fábio Carvalho.
[Por Katia Marko] BoletimNPC- Quais os veículos de comunicação que o sindicato possui? Ugeirm - Fábio Carvalho – Jornal bimestral, boletim impresso e eletrônico e site. BoletimNPC- Quando foram criados? Ugeirm - O primeiro veículo criado foi o jornal, desde a fundação do sindicato há 27 anos. O site foi após o ano 2000 e ainda está sofrendo ajustes. O boletim eletrônico, uma das nossas principais ferramentas, começou a ser utilizado em meados de 2003. BoletimNPC- Qual a tiragem? Qual a forma de distribuição? Ugeirm – 8,5 mil, distribuído por mala direta a todos os filiados, outros sindicatos, os três poderes e também nas delegacias. BoletimNPC- A distribuição foi interrompida em algum período? Ugeirm - Sim. BoletimNPC- Como são definidas as matérias? Ugeirm – Reunião de pauta com a diretoria, onde são analisadas as sugestões dos diretores, do jornalista e as enviadas pela categoria. BoletimNPC- Os trabalhadores costumam dar sugestão de matérias? Ugeirm - Sim, em toda a edição é publicada pelo menos uma notícia sugerida pela categoria. BoletimNPC- Qual o tipo de matéria com que a categoria mais se identifica? Ugeirm - Matérias sobre a realidade dos policiais civis e sobre o governo estadual. BoletimNPC- Vocês fazem algum tipo de pesquisa para saber a opinião dos trabalhadores? Ugeirm - Não. BoletimNPC- Quantos profissionais trabalham na área de comunicação? Ugeirm – Dois, um jornalista e um diagramador. A comunicação é atendida pela empresa Engenho Comunicação e Arte. BoletimNPC- Existe algum projeto em discussão para melhorar a qualidade da comunicação no sindicato? Ugeirm – Foram feitos alguns cursos com o NPC. O jornal tem melhorado nos últimos 4 anos, tanto no conteúdo como no visual, passou a ser impresso todo em cor. O site teve duas ou três alterações em 2006 e existe o desejo de editar uma revista, mas ainda esbarra em dificuldades operacionais. BoletimNPC- Vocês costumam fazer reportagens? Ugeirm - Sim, reportagens e entrevistas, mas o jornal não tem apenas um viés noticioso. A maioria das matérias contêm interpretações e opiniões da direção do sindicato. Elas são matérias editorializadas. Não é um jornal imparcial, tem um lado, o dos agentes policiais do RS. Maiores informações www.ugeirm.com.br
Por Dentro da Universidade
Trabalho e Cidadania: Do fordismo ao pós-fordismo
O livro “Trabalho e Cidadania: produção e direitos na era da globalização”, do professor da UFRJ Giuseppe Cocco, enfrenta corajosamente a complexa conjuntura de transição do mundo contemporâneo: ancorado na herança da Modernidade, ele se dispõe a combater as falácias da pós-modernidade sem renunciar à incorporação do que lhe parece ser a travessia para uma nova idade sociocultural. Recusando a ideologia do “fim da história”, busca - com inegável rigor - desvendar a negação da factualidade presente que estaria contida em antagonismos sociais menos visíveis e epidérmicos.
Ao longo das páginas, Giuseppe Cocco vai tecendo uma crítica da ordem estabelecida em que esses vetores articulam uma perspectiva de análise discretamente inclusiva: o mote do pós-fordismo propicia-lhe uma revisitação original do Estado de bem-estar social e seus suportes (econômico-políticos), permite-lhe um questionário pertinente da teologia social e da cultura própria do segundo pós-guerra, dá-lhe a oportunidade para retematizar o conservadorismo que se oculta (?) no neoliberalismo e abre-lhe a alternativa para argüir as metamorfoses da topologia urbana. E tudo isso no âmbito de uma posição de esquerda que reivindica insistentemente o estandarte libertário e emancipatório.
Giuseppe Mario Cocco, italiano com cidadania francesa, é cientista político. Doutorou-se em História Social na Université de Paris I. Radicado no Brasil desde 1995, ensina na área de "trabalho" e realiza diversas pesquisas sobre as dinâmicas produtivas dos territórios. É atualmente Professor Titular em Sociologia do Trabalho da Escola de Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Coordenador Geral do Laboratório Território e Comunicação (LABTeC) ESS/UFRJ. Ele, ainda, participa da rede Universidade Nômade.
Pérolas da edição
Marc Bloch, Contardo Calligaris, Luis Fernando Verissímo e Joe Hill.
“Não se recua diante da responsabilidade. E, em matéria intelectual, horror da responsabilidade não é sentimento muito recomendável”. Marc Bloch, historiador francês, torturado pela Gestapo, e depois fuzilado em 16.07.44, em Daint Didier de Formans, nos arredores de Lyon, devido à sua participação na Resistência francesa. " Desculpe-me por tê-lo escravizado no passado" é um jeito de lembrar que o passado continua valendo, e, nesse passado, você foi escravo, eu não. Ou seja, não somos bem humanos da mesma forma. Contardo Calligaris, sobre as comemorações dos 200 anos da abolição do comércio de escravos na Inglaterra. Folha de S. Paulo – 29/03/2007 “ Igualar racismo de negro com racismo de branco não resiste a um teste elementar. O negro pode dizer - distinguindo com nitidez preconceito de discriminação - "Não precisa me amar, só me dê meus direitos." Qual a frase mais próxima disto que um branco poderia dizer, sem provocar risos? "Não precisa me amar, só tenha paciência?" "Me ame, apesar de tudo?" Pouco convincente. Luis Fernando Verissímo – O Globo 01/04/2007 “ Chave para prender a atenção do leitor é escrever apenas as coisas que ele quer ler. Porque se você não pode ir direto ao ponto, sempre haverá alguma coisa boa na TV. Joe Hill, escritor e filho de Stephen King – O Globo – 05/04/2007
Proposta de Pauta
Desocupação de sem-teto, na cidade de São Paulo, em 9 de abril de 2007.
Dicas
Uma poesia para você
Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores rurais foram executados pela polícia do Pará. Esta chacina ficou conhecida como o massacre de Eldorado dos Carajás. Em homem aos que lutam pela terra, a poesia de Pedro Tierra.
A pedagogia dos aços de Pedro Tierra
Candelária, Carandiru, Corumbiara, Eldorado dos Carajás...
A pedagogia dos aços golpeia no corpo essa atroz geografia...
Há cem anos Canudos, Contestado, Caldeirão...
A pedagogia dos aços golpeia no corpo essa atroz geografia...
Há uma nação de homens excluídos da nação Há uma nação de homens excluídos da vida Há uma nação de homens calados, excluídos de toda palavra. Há uma nação de homens combatendo depois das cercas. Há uma nação de homens sem rosto, soterrados na lama, sem nome soterrados no silêncio
Eles rondam o arame das cercas alumiados pela fogueira dos acampamentos.
Eles rondam o muro das leis e ataram no peito urna bomba que pulsa: sonho da terra livre.
sonho vale uma vida? Não sei. Mas aprendi da escassa vida que gastei: a morte não sonha.
A vida vale um sonho? A vida vale tão pouco do lado de fora da cerca...
A terra vale um sonho? A terra vale infinitas reservas de crueldade, do lado de dentro da cerca.
Hoje, o silêncio pesa como os olhos de uma criança depois da fuzilaria.
Candelária, Carandiru, Corumbiara, Eldorado dos Carajás não cabem na frágil vasilha das palavras...
Se calarmos, as pedras gritarão...
Imagens da Vida
600 meninos. Por Antonio Veronese.
"O Estado perde, por omissão, seus melhores filhos". Euclides da Cunha
Novas entrevistas em nossa página
Raimundo Pereira: Um grande repórter
Por Bruno Zornitta e Marcela Figueiredo para o BoletimNPC Ele queria ser jogador de futebol. Esse era seu grande sonho. Tentou a carreira e não foi bem sucedido. Acabou tornando-se jornalista profissional "por acidente", pois, como acredita, a pessoa "vai sendo empurrada por forças muito maiores para certos lugares". Sorte nossa, pois ganhamos um verdadeiro craque da imprensa. Estamos falando de Raimundo Pereira, 66 anos, 40 destes dedicados ao jornalismo. Pernambucano de Exu, Raimundo inventou de ser comentarista esportivo em sua cidade, na adolescência, em uma rádio local, com serviço de auto-falantes. Era apenas o primeiro passo em uma carreira com passagem pelos principais veículos, tanto da imprensa alternativa, quanto da imprensa burguesa. Editou, à época da ditadura, os jornais Opinião e Movimento, de resistência ao regime. Agora se prepara para empregar toda sua experiência no projeto de um jornal popular diário e de circulação nacional, em conjunto com o amigo Mino Carta, jornalista responsável pela revista Carta Capital. Leia a seguir a entrevista concedida por esse incansável repórter ao Boletim do NPC.
Peter Burke: O Brasil como um grande caldeirão da cultura globalizada
Por Eduardo Veras para o Zero Hora
Peter Burke, historiador, professor emérito da Universidade de Cambridge, é autor de mais de 30 livros, a maioria deles editados no Brasil e disponíveis em catálogo. Entre os mais recentes, figuram justamente aqueles que se referem ao tema da Cultura, mote da conferência que ele faz na semana que vem em Porto Alegre - caso, por exemplo, de Hibridismo Cultural (Editora Unisinos, 2003) e O que É História Cultural? (Jorge Zahar Editor, 2005).
Novos artigos em nossa página
A perda de credibilidade da mídia. Por Altamiro Borges
O Observatório da Imprensa publicou na semana passada reveladora entrevista com o jornalista Marcelo Beraba, ombudsman da Folha de S.Paulo, que encerrará a sua função no cargo no próximo domingo, 8 de abril. Após cumprir três mandatos anuais, monitorando a cobertura deste veículo da famiglia Frias, ele se mostra pessimista com relação ao futuro dos jornais brasileiros. [Abril-2007]
Aprender com Florestan Fernandes e a Revolução Cubana. Por Antonio Ozaí da Silva “Proponho-me uma tarefa que é, inextricavelmente, intelectual e política; e pretendo enfrentá-la como tal, com a objetividade do sociólogo e o ardor do militante socialista” Florestan Fernandes
O profeta Gentileza. Por Leonardo Boff
O Profeta Gentileza No dia 17 de dezembro de 1961 ocorreu um fenomenal incêndio do Circo Norte-americano em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, vitimando cerca de 500 pessoas. Tal fato, como nos tempos bíblicos, serviu de estopim para o surgimento de um profeta, o Profeta Gentileza que no dia 11 de abril celebraria, se vivo fosse, 90 anos. José Datrino era seu nome, caminhoneiro do bairro Guadalupe no Rio de Janeiro. Seis dias após, véspera do Natal, por volta da 13 horas, enquanto descarregava um caminhão, confessou ter ouvido por três vezes uma mensagem divina: deveria abandonar os três caminhões, casa, terrenos e família e ir logo para ao local do incêndio "para ser o consolador de todos os que perderam seus entes queridos". Tomou um dos caminhões, carregou-o com duas pipas de vinho de cem litros e foi a Nitéroi para cumprir sua missão. Distribuíu vinho em copinhos de plástico sob uma condição: que todos pedissem "por gentileza" e não "por favor" e que dissessem "agradecido" em vez de "muito obrigado". Aqui está a essência de sua mensagem, "gentileza" e "agradecido". [Abril-2007]
Por que acentuamos Petrobrás. Por Alessandra Murteira
Em resposta aos petroleiros que nos criticam pelo fato de estarmos acentuando Petrobrás em nossos boletins e informativos, fazemos os seguintes esclarecimentos. [11.04.2007]
Imprensa discrimina ministra negra. Por Nelson Breve
Uma rápida consulta aos dicionários Michaelis e Houaiss, disponíveis no portal UOL, é suficiente para se verificar que a palavra “racismo” tem como significado original a “teoria que afirma a superioridade de certas raças humanas sobre as demais” ou “conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias”, ou ainda, a “doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras”. [Abril-2007]
Imprensa e História Política: Gramsci como alternativa . Por Leonardo da Rocha Botega
Desde os anos 1970, o campo da história política tem dialogado com um conjunto de novas temáticas, num processo desenvolvido a partir de uma perspectiva de renovação teórico-metodológica deste campo historiográfico. Entre estas novas temáticas vêm ganhando destaque as análises do papel que a imprensa escrita tem tido ao longo da história, trazendo a tona uma noção mais ampla das formas de difusão da ideologia dominante em nossa sociedade.
Expediente
Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação
Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130 www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br Coordenador: Vito Giannotti Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915) Redação: Claudia e Kátia Marko Edição gráfica e envio: Luisa Santiago Colaboraram nesta edição: Bruno Zornitta (RJ), Cristina Braga (RJ), Marcela Figueiredo (RJ), Maria Claudia (RJ), Renata Souza (RJ) e Sérgio Domingues (SP)
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