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Boletim do NPC
— Nº 72
— De 1 a 15.8.2005
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias
do NPC
O
Boletim do NPC e a crise atual
O Brasil de hoje é
uma fogueira criada pela mídia ou teve sua origem própria?
Esta
é uma das tantas perguntas que nossos leitores se fazem. Junto com
esta, há dezenas de outras interrogações que cada
um de nós, leitores e editores nos colocamos. Os leitores do Boletim
do NPC acompanham, quase on line, os fatos políticos dos
últimos dois meses. Por isso começamos a produzir uma edição
especial com artigos de jornalistas, comunicadores, professores e militantes
sociais que vão responder à pergunta que intitula esta nota
“O Brasil de hoje é uma fogueira criada pela mídia ou teve
sua origem própria?” e a outras que cada um se faz: Aguarde.
Cursos
do NPC em agosto
Neste mês acontecem vários
cursos do Núcleo para categorias bem diferenciadas.
• Em São Luiz,
o Sindicato dos Bancários realiza o curso História das lutas
dos trabalhadores. Contato com raimundocosta@seebma.org.br
• No Rio, dias 11 e 12,
o Sindicato dos Petroleiros e o Sinpd-RJ realizam um curso de Oratória.
Contato com Adriana: seforma@sindipetro.org.br
• No Rio, 23 e 24 a Comissão
de Mulheres da CUT/RJ realiza um curso de Oratória dirigido especificamente
para mulheres. Contato com Carminha no telefone 22196-6700 ou através
do e-mail formacao@cutrj.org.br ; As inscrições vão
até o dia 18 de agosto. As vagas são limitadas.
• No Rio Grande do Sul,
o Sindicato dos policiais civis vai fazer um curso de comunicação
precedido de uma introdução, na véspera, sobre a história
e a função dos sindicatos no Brasil.
Virgínia
Fontes lança novo livro, no Rio
A historiadora e professora
da UFF, Virgínia Fontes, lança no próximo dia 16 de
agosto, às 18h, na livraria Divulgação e Pesquisa,
na Rua São Clemente, nº 134, em Botafogo, no Rio de Janeiro,
o livro Reflexões Im-pertinentes: história e capitalismo
contemporâneo. Virgínia faz parte da equipe do Núcleo
Piratininga de Comunicação. Um resumo da obra está
nas palavras de Carlos Nelson. Vejamos o que ele escreveu na contra-capa:
“Os ensaios reunidos neste livro
de Virgínia Fontes, embora tratem de muitos e variados temas (econômicos,
políticos, culturais), possuem uma profunda unidade estrutural,
decorrente do fato de que Virgínia é marxista e, portanto,
adota em suas análises o ponto de vista da totalidade. Isso significa
que ela não aceita nem a falsa departamentalização
imposta pelo saber acadêmico atual, nem o fragmentarismo anti-universalista
proposto pela moda do chamado pós-modernismo.
Virgínia, certamente,
é historiadora, mas o é somente no sentido forte da expressão,
ou seja, aquele que Marx e Engels indicavam quando disseram que só
existe uma ciência, precisamente a ciência da história.
Quer trate do capitalismo contemporâneo, das questões da democracia
no mundo e no Brasil de hoje, da relação entre poesia e política
na obra de Chico Buarque, Virgínia tem sempre algo de novo a nos
dizer. Muito temos de aprender com ela, mesmo quando eventualmente
possamos discordar de suas análises. Afinal, como ela bem nos lembra,
o marxismo — ainda que vise à totalidade e, portanto, ao rigor sistemático
— se alimenta e vive do debate e da polêmica.”
(Por Carlos
Nelson Coutinho)
.
A Comunicação
que queremos
Caros
Amigos: 100 edições de contra-hegemonia
Dirigida pelo jornalista Sérgio
de Souza, a revista Caros Amigos colocou nas bancas, em julho, a
sua edição número 100, oito anos depois de seu nascimento.
"Parece pouco, mas, na verdade, resistiu bravamente ao pensamento único
neoliberal que dominou a imprensa, a universidade e a intelectualidade",
comentaram os editores do jornal Brasil de Fato. No número
2, de dezembro de 1998, a revista trouxe em sua capa a reportagem "Brazil
Inc.", que falava minuciosamente sobre o esquema do governo FHC e a entrega
do patrimônio nacional. Na edição, ainda associada
à Oficina
de Informações, Raimundo Rodrigues Pereira descreve em
"As Contas o Brasil" como o governo de Fernando Henrique Cardoso quebrou
o país. Atualmente, José Arbex Jr., Emir Sader, Frei Betto,
Gilberto F. Vasconcelos e outros grandes nomes da resistência ao
discurso único escrevem mensalmente na Caros
Amigos.
Hamilton
de Souza na Caros Amigos
O jornalista e professor de
Comunicação Hamilton Octavio de Souza estreou, em julho,
uma seção na revista Caros Amigos número 100
denominada "ENTRELINHAS - A MÍDIA COMO ELA É". É mais
um espaço na grande rede que se forma para combater a imprensa burguesa
e lutar pela democratização das comunicações.
Filme
sobre favelas cariocas será exibido na Suíça
O Comitê Suíço
em Apoio aos Direitos Humanos nas Favelas do Rio de Janeiro promove no
dia 3 de setembro exibição do filme Entre Muros e Favelas,
que trata da ação da polícia nos locais onde vivem
os pobres no município. Para comprar a fita entre em contato com
frentedelutapopular@bol.com.br
Brasil
de Fato: Leia nesta edição
• Em crise, esquerda busca
novos rumos
A crise do governo e do Partido
dos Trabalhadores (PT) abre uma oportunidade: a reconstrução
da esquerda brasileira. Sobre isso, dez dirigentes políticos de
diversas correntes de esquerda concordam. Em entrevista ao Brasil de Fato,
dizem que têm que tomar para si essa responsabilidade, mas discordam
sobre os caminhos dessa reconstrução. Os entrevistados da
esquerda do PT consideram que se deve lutar dentro do partido, sobretudo
para definir uma nova direção. Outros dirigentes afirmam
que se deve abandonar o PT, cujo ciclo estaria esgotado. Em um ponto, a
análise é geral: a política econômica é
um desastre para os pobres e beneficia os investidores internacionais.
• Telesul, a revolução
está no ar
A data não poderia ser
mais propícia. Em 24 de julho, no mesmo dia do nascimento do libertador
Simon Bolívar, os governos de Argentina, Cuba, Venezuela e Uruguai
lançaram a Telesul – um novo canal de comunicação
no continente. Impulsionada por Hugo Chávez, a Telesul terá
programas bilíngües (em português e espanhol) e abrirá
espaço para os movimentos sociais divulgarem suas lutas. A iniciativa
incomoda os poderosos e os Estados Unidos já preparam ações
contra o novo canal. Leia aqui como assistir à Telesul.
• Na Bolívia, o presidente
contraria o povo
O novo presidente da Bolívia,
Eduardo Rodríguez, tomou nos últimos dias duas decisões
contrárias às reivindicações de seu povo. Passou
a negociar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos
e decidiu não romper o contrato com a transnacional francesa que
controla os serviços de água em El Alto. Veja reportagem
exclusiva.
.
.
Palavra
Latina: mais um jornal popular
Segundo o jornal Brasil
de Fato (ed. 121), já está em circulação
o número 7 do jornal A Palavra Latina, editado por estudantes
da USP e militantes sociais, e que analisa as lutas populares na América
Latina. Contato pelo endereço eletrônico apalavralatina@yahoo.com
ou pelo telefone (11) 3231-0692. Outro lançamento importante é
do jornal do Movimento dos Cursinhos Populares, que reúne
milhares de estudantes que não podem pagar as mensalidades dos cursinhos
particulares. A publicação já está circulando
em várias universidades. Mais informações no endereço
eletrônico jornalmcp@yahoo.com.br
Centro
de Imprensa Alternativa volta à ativa
A página do Centro de
Imprensa Alternativa (CIA), criado pelo Diretório Acadêmico
23 de Maio do Centro de Ciências da Comunicação da
UniSantos, está de volta. A atualização das notícias
e artigos voltará a ser diária e os organizadores prometem
colocar em prática projetos que ficaram na gaveta para o segundo
semestre. "Contamos com a participação de todos na construção
da Semana pela Democratização da Comunicação,
em outubro, e na campanha pelo direito humano à comunicação
da CRIS Brasil", diz um dos coordenadores, Carlos Gustavo Yoda. Para acessar
o CIA entrem em www.da23demaio.org/cia
Fazendo
Media de cara nova
O
Fazendo
Media, publicação coordenada e editada por estudantes
de comunicação social da Universidade Federal Fluminense
(UFF), está de cara nova e com muitas novidades. Foram inauguradas
seis novas seções (Movimentos Sociais, Política, Cultura,
Educação, Esportes e Internacional), além de sete
colunistas fixos, entre escritores e jornalistas. As matérias exclusivas
do Fazendo Media incluem entrevistas com grandes nomes da esquerda nacional
e internacional, tais como Ignácio Ramonet, Tariq Ali, Luis Fernando
Verissimo e Mino Carta. Há também reportagens regulares sobre
política e cultura, sempre com foco nas lutas dos movimentos populares.
Vale a pena conferir: www.fazendomedia.com
Visite
a Folha Cultural Pataxó: www.fcpataxo.cjb.net
O site da Folha Cultural
Pataxó foi criado em junho de 2003. Conta com a colaboração
e participação de pessoas, grupos culturais e movimentos
populares. A Pataxó é discutida coletivamente
com o Centro de Cultura Proletária (CCP). O CCP reúne grupos
e pessoas que atuam nos movimentos culturais numa perspectiva de transformação
radical da sociedade. “Para nós, as atividades culturais (música,
poesia, teatro, literatura, ensino, esportes, etc.), mesmo quando realizadas
em comunidades que geralmente não têm acesso a elas, não
deve se constituir em simples entretenimento, em mera diversão.
Através da cultura popular, proletária, alternativa e contracultura
(cultura esta que afronta a cultura oficial vigente e imposta - assim como:
capoeira, samba, punk, hip-hop, etc), devemos fazer um trabalho permanente
de conscientização dos trabalhadores e de todos os explorados
e oprimidos pela sociedade capitalista”, diz trecho de texto de apresentação
do CCP.
De Olho Na Mídia
Pesquisa
americana confirma: rádio empata com televisão, em audiência,
no Brasil
Uma pesquisa da consultoria
norte-americana NOP World reafirmou o que todos já constatávamos
empiricamente. O rádio e a televisão continuam sendo os grandes
meios de informação, no Brasil. O levantamento vai de dezembro
de 2004 a fevereiro de 2005. A pesquisa traz dados interessantes e outros
fantasiosos, como quando afirma que o brasileiro lê, em média,
durante 5,2 horas por semana. Isso só se for entre os professores
da USP, Unicamp ou UFRJ. Esse dado sobre leitura é totalmente ilusório,
quando comparamos a tiragem diária do nosso maior jornal, a Folha
de S. Paulo (uns 400 mil) com o japonês, o Yomiuri Shinbum
(uns 15 milhões). Ou se quisermos, quando relembramos que, pelos
dados do IBGE de 2001, dos 5.506 municípios, somente 1927 possuem
algum tipo de Livraria. Mas, esquecendo desta ilusão crônica
de quase todas as pesquisas sobre leitura no Brasil, o que fica é
a confirmação da constatação de que o grosso
do povo se informa pelo rádio e pela televisão.
Enquanto isso, a Anatel continua
sua batalha campal contra as rádios comunitárias... Tudo
tem lógica. Alguém não quer que o povo ouça
algo diferente do que a Rádio Globo com suas afiliadas ou
suas competidoras estão dando para o povo comer. Só para
lembrar. Neste ano, na Venezuela, foram abertas mil rádios comunitárias
que estão nas mãos do povo, dos moradores dos morros de Caracas.
Conferência
debate racismo na mídia
Comunicadores,
jornalistas e voluntários que atuam em meios de comunicação
voltados para o público negro criaram um grupo próprio dentro
da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade
Racial, realizada no começo de julho em Brasília, para debater
a participação dos negros na mídia nacional. A moção
encaminhada pela mídia alternativa afro-descendente, relatando a
questão do racismo na mídia, foi discutida na plenária
da Conferência.
De acordo
com o articulista da Federação das Associações
de Imprensa do Brasil, Heitor Reis, a Secretaria Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) decidiu trabalhar
com uma mídia alternativa, mais afro-brasileira. "A pequena mídia
é interessante para o movimento negro. O pessoal decidiu não
trabalhar com os demais grupos que estavam programados e criar um grupo
próprio para poder fazer uma análise", disse.
"É
importante que a gente tenha consciência de que no processo de desconstrução
do edifício racista, a mídia, os meios de comunicação
de massa, as novas tecnologias, como a internet, têm um papel fundamental",
avalia o jornalista Dojival Vieira, da Agência Afroétnica
de Notícias (Afropress). Segundo Dojival, a Afropress é um
projeto da ONG ABC sem Racismo, de São Paulo, que pretende constituir-se
em um espaço de acesso à informação, reflexão
e debate sobre a questão étnica e racial no Brasil e no mundo.
"Nós partimos da idéia de que o racismo é um problema
não apenas da população negra, é um problema
da sociedade brasileira. A mídia é racista por essência.
A existência do racismo na sociedade se reflete em todas instituições",
disse. As informações são da Agência Brasil.
Campanha
contra a baixaria na TV em ação conjunta com o MEC
O Conselho
Federal de Psicologia (CFP) participou, no último dia 6/7, no Ministério
da Educação, de reunião para discutir uma parceria
entre a Campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania"
e o MEC, com a finalidade de levar às escolas brasileiras os objetivos
da Campanha, bem como implementar a diretriz da Lei de Diretriz de Base,
LDB, no sentido de fomentar uma consciência sobre a programação
do meios de comunicação. (...) Foi definida, durante a reunião,
a realização de um seminário sobre Direitos Humanos
e Diversidade na Mídia, com data indicativa para o mês de
setembro próximo. "Vamos discutir com o Comitê de Educação
para Direitos Humanos e o Conselho Superior de Ensino a parceria desses
órgãos", ressalta o conselheiro do CFP, Odair Furtado. Mais
informações no site Psicologia
Online.
NPC Informa
Latino-americana:
uma enciclopédia sobre a América Latina e o Caribe
Está
para sair, em julho de 2006, uma obra sobre os processos políticos,
sociais, econômicos, ambientais e culturais que caracterizam o continente
nos últimos cinqüenta anos. Não é a clássica
enciclopédia histórico-geográfica. Vai ser uma ferramenta
atual, para entender para onde andou nos últimos anos e para onde
pode ir nos próximos o continente latino-americano. Poderemos ver
as lutas, as vitórias e derrotas deste continente, analisadas por
especialistas como: Emir Sader, Laura Tavares, Pablo Gentili, Atílio
Boron, Chico de Oliveira, Michel Löwy e Eduardo Galeano, entre tantos
outros. A coordenação está a cargo de pesquisadores
brasileiros e a coordenação editorial fica com a Boitempo
Editorial. Mais informações com: latinoamericana@lpp-uerj.net
Atenção
jornalista sindicais: 15º ENJAC será no Rio em setembro
O Rio
de Janeiro vai ser a sede do 15.º Encontro Nacional dos Jornalistas
em Assessoria de Comunicação (Enjac). O encontro promovido
pela Fenaj será de 22 a 24 de setembro e terá como tema central
“O Mercado da Comunicação: oportunidades e ameaças”.
Um dos objetivos do evento é atualizar o Manual dos Jornalistas
em Assessoria de Comunicação, editado pela Federação.
Inscrições: http://www.fenaj.org.br/mobicom/ficha_inscricao.pdf
Fundação
Perseu Abramo promove novo espaço de debate político
A Fundação
Perseu Abramo colocou no ar a página especial Teoria e Debate
Urgente. Com duas atualizações semanais, a Teoria
e Debate Urgente publica artigos e entrevistas sobre o momento político
brasileiro e a crise que atinge o Partido dos Trabalhadores. A página
contará também com um espaço dedicado aos candidatos
a presidente nacional do partido. Tome nota: www.fpabramo.org.br
Revista
OCAS faz três anos. Com muito a comemorar
Para
comemorar os três anos da revista Ocas'', foi criada uma exposição
em São Paulo de painéis com capas da revista e publicações
de rua de outros países, além de fotos e depoimentos dos
vendedores. A Ocas'' é um projeto de comunicação
e geração de renda, no qual moradores de rua participam do
processo de construção da publicação e ainda
se habilitam a vendê-la nas ruas, gerando renda para sair da situação
de rua em que se encontra. Até o dia 31 de julho, a exposição
fica no Centro Cultural São Paulo, na Vergueiro, e de 3 a 24 de
agosto vai para o Conjunto Nacional. No dia 30 de julho, o jornalista Paulo
Pereira Lima, editor do Brasil de Fato e da revista Viração,
faz uma palestra abordando o tema "Como a grande mídia lida com
temas sociais e a importância da terminologia". Será no Centro
Cultural São Paulo, a partir das 14 horas. Contatos no (11) 3208-6169
ou em ocas@ocas.org.br
Encontro
Nacional de Direitos Humanos discute Direito à Comunicação
Foi confirmada
para 17 e 18 de agosto a relização do Encontro Nacional
de Direitos Humanos. O Encontro terá como tema central o Direito
Humano à Comunicação e se realizará nas
dependências da Câmara dos Deputados. As plenárias serão
no auditório Nereu Ramos. Na parte da manhã do dia 17, haverá
uma sessão solene na abertura do Encontro, e logo depois um debate
com convidados especiais. No início da tarde haverá painéis
simultâneos. Dois estão confirmados: um painel debatendo aspectos
mais operativos da luta pelo direito humano à comunicação,
coordenados pelas entidades da CRIS
Brasil - articulação de organizações da
sociedade civil e movimentos sociais –, e outro sobre educação
e comunicação para os direitos humanos, coordenado pela Secretaria
Especial de Direitos Humanos, ligada ao Governo Federal. Outros temas estão
previstos para o evento. Sugestões e outras informações
podem ser encaminhadas para os emails caiovarela@inesc.org.br e ivonio@rits.org.br
Escola
de cinema no Rio
Começam
no dia 8 de agosto as aulas em cursos da Escola de Cinema Darcy Ribeiro.
Informações: www.escoladarcyribeiro.org.br
ou através dos telefones 2233-0224 – 2516-3514.
Democratização
da Comunicação
Continua
a repressão às rádios comunitárias
No começo de julho,
a Polícia Federal fechou mais cinco rádios comunitárias
que operavam no bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ).
A ordem, novamente, foi dada pela Justiça Federal do estado. Só
neste mês, a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel), em parceria coma Polícia Federal (PF), fechou 14 rádios
na região, que tiveram seus equipamentos apreendidos. Para se ter
idéia do absurdo, só neste ano foram fechadas 2.204 rádios,
sendo 118 no RJ. A Anatel considera estas rádios clandestinas por
não possuírem autorização do Ministério
das Comunicações. Cerca de 15 mil rádios operam ilegalmente
no país, isso porque, não conseguem concessão do governo
federal. (Fonte: Abraço)
Por Dentro da Universidade
Professores
de história e geografia criam Observatório do Mundo Contemporâneo
Os laboratórios de ensino
de História e da Geografia da Unioeste criou, no mês passado,
o Observatório do Mundo Contemporâneo. Através dele
serão analisados acontecimentos históricos a partir das reflexões
da “História do Tempo Presente” e da “História Imediata”.
Consiste na produção de materiais para serem divulgados em
murais e em veículos de imprensa. Os murais serão expostos
em campus da Unioeste e expostos em três escolas do municio de Marechal
Rondon. Em destaque estarão conflitos interimperialistas, guerras,
crises sociais, econômicas e políticas, manifestações
culturais, dentre outros. O pano de fundo das análises são
as diferentes coberturas dadas pela imprensa, buscando comparar a cobertura
da grande imprensa e da “imprensa alternativa”.
A cada duas semanas é
produzido um texto. Escolas, sindicatos, instituição que
quiserem reproduzir o mural completo do projeto ou artigos, sem qualquer
custo, devem procurar a coordenação do projeto.
Tome nota:
Laboratório de Ensino
de História e Laboratório de Ensino da Geografia
UNIOESTE - Campus de Marechal
Candido Rondon
Rua Pernambuco, 1777, cep.
85.960-000
Fone: 45. 3254.3216, ramal
214
Email para contato: carlasilva@unioeste.br;
carlalssilva@uol.com.br
De Olho No Mundo
TV
Sul: primeira ameaça
A mais
nova rede de televisão sul-americana começou a funcionar
neste domingo (24/7), já enfrentando pressões por parte do
governo dos Estados Unidos, conforme publicou
a Agência Carta Maior. A Telesur (TV Sul), iniciativa conjunta
dos governos de Venezuela, Cuba, Argentina e Uruguai, já transmite
sua programação com uma proposta de oferecer um contra-ponto
ao domínio midiático e simbólico exercido pelos grandes
meios de comunicação norte-americanos na região. A
reação em Washington foi imediata, mesmo antes do início
das transmissões. De acordo com apuração do jornalista
Marco Aurélio Weissheimer, a Câmara dos Representantes do
Congresso dos EUA aprovou, dias atrás, uma emenda que autoriza a
transmissão de “imagens e sons especiais” para a Venezuela, com
o objetivo de interferir e neutralizar a programação emitida
pelo sinal da Telesur.
A medida
autorizaria o governo dos EUA a realizar transmissões de rádio
e televisão, por um espaço de 30 minutos, que ofereçam
aos venezuelanos uma “fonte de notícias precisa, objetiva e completa”
para se contrapor ao “antiamericanismo” da Telesur. “Seria uma reação
diante da apresentação de mensagens com estilo antiamericano
na Telesur. Se o comentário feito na Telesur não for antiamericano,
não haverá necessidade de uma reação”, disse
no jornal O GLOBO (27/7) o embaixador dos Estados Unidos na Venezuela,
William Brownfield. Ele negou que Washington esteja pensando em “violar
o espaço radioelétrico” da Venezuela, mas não deu
maiores informações sobre qual seria a reação
americana.
Inauguração
com mobilização popular
O sinal
de satélite da TV Sul foi retransmitido pelas TVs Comunitárias
do Rio de Janeiro (canal 6 da Net) e de Brasília, assim como pela
TV
Educativa do Paraná. No Rio, a TVC promoveu um debate,
exibido antes e depois da cerimônia, para esclarecer a opinião
pública sobre o tema. Na sexta-feira anterior ao início das
transmissões, dia 22, diversos movimentos que lutam pela democratização
da comunicação realizaram um ato público na Lapa,
com início às 19h. O documentário "A revolução
não será televisionada", que mostra o golpe midiático
sofrido por Chávez em abril de 2002, foi projetado nos Arcos da
Lapa. Em seguida, manifestantes explicaram o projeto da TV Sul. Os organizadores
do ato também levaram faixas, cartazes e panfletos com mensagens
de apoio à TV Sul.
Canais comunitários
retransmitem TV-SUR
Os canais
regionais comunitários que transmitirão o sinal na América
Latina são: Canal 7, da Argentina; TV Caribe, na Colômbia;
Canal 5, no Uruguai e a TV Comunitária do Rio de Janeiro (canal
6 da NET), no Brasil.
Memória
Debate
sobre o operário brasileiro que desafiou Moscou em 1922
O
livro Um cadáver ao Sol, de Iza Salles, será apresentado
no dia 17 de agosto, às 18h, no auditório do Bloco O, 2º
Andar, ICHF, Campus do Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense.
Haverá debate com a autora sobre a história do operário
brasileiro que desafiou Moscou. Delegado brasileiro ao IV Congresso da
Internacional Comunista, em 1922, Antonio Bernardo Canellas, com 24 anos,
votou contra uma resolução que deveria ser aprovada por unanimidade
e acabou rechaçado e condenado pelo PCB. Editora Ediouro. Promoção:
Grupo de Estudos do Anarquismo (GEA), Núcleo de Estudos Contemporâneos
(NEC), Departamento de história (GHT) e Universidade Federal Fluminense
(UFF) / 2005. Contatos: (21) 2629-2949 (GEA/NEC) ou 9783-1219 / gea_nec2@yahoo.com.br
ou rafaelous10@yahoo.com.br / http://nec-uff.sites.uol.com.br/geha.html
Pérola da
edição
Foto: Robson Oliveira
Proposta de Pauta
Por
que não se criam concessões de rádio TV para
os movimentos sociais?
Vejamos a notícia
abaixo:
“Redes privadas controlam
80% das emissoras de TV
Levantamento
da FNDC revela dados esclarecedores. Distribuído por quase a totalidade
do território nacional, o sistema brasileiro de televisão
é composto, atualmente, de 332 emissoras. Deste total, 263 estão
vinculadas às redes Globo, SBT, Record, Bandeirantes, Rede TV e
CNT, representando 79,2% de todas as emissoras brasileiras de TV aberta.
Os dados foram coletados e processados no final de julho pelo Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação
(FNDC), a partir de consulta ao Sistema de Controle de Radiodifusão
(SRD) gerenciado pelo Ministério das Comunicações,
e dão a dimensão da atual concentração da mídia
eletrônica brasileira. De acordo com a classificação
do órgão, Globo e SBT possuem, respectivamente, 20 e 11 emissoras
próprias. Pelo artigo 12 do decreto-lei 236, uma mesma entidade
só pode deter um máximo de 10 concessões de radiodifusão
de sons e imagens (TV aberta) em todo o território nacional. (...)
Outro
fenômeno relativamente novo é o surgimento de emissoras ligadas
às igrejas. Juntas, as redes Família e Mulher (Igreja Universal),
Vida e Canção Nova (Assembléia de Deus) somam 9 emissoras.
Se computadas as 37 da Rede Record, controlada pela Igreja Universal, as
emissoras religiosas de TV significam 14% do total de geradoras brasileiras.
A esses números acrescentem-se as Redes da Igreja Católica,
capitaneadas pela Rede Vida. (...)”
Como Sugestão
de Pauta, três perguntas merecem ser aprofundadas e respondidas
nas nossas publicações:
1– É
possível mudar o atual sistema das assim chamadas “concessões
públicas” de rádio e TV?
2– O
que precisa para que isso aconteça?
3– É
possível pensar em concessões de rádio e TV, de alcance
nacional e não pelo sistema de assinatura, feitas explicitamente
para os movimentos sociais ou entidades nacionais como: Movimento sindical,
Centrais sindicais, MST, MAB, UNE, Abong?
Cartas ao Boletim
do NPC
Parabéns
pelo trabalho
“Olá,
gostaria
de expressar nesta mensagem de correio eletrônico o quanto fico satisfeita
e feliz com o nível e qualidade do material de vocês.
Fica
aqui a parabenização para vocês.
Continuem
assim!!!!” (Geiza- Jornalisa - PE)
Parabéns
pelo trabalho 2
“Parabéns,
excelente trabalho, continue.
Atenciosamente”
(Ailton
Araújo – presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Passo
Fundo-RS)
Gostei
da edição nº 71
“Vocês
estão de parabéns. Esta edição está
du-ca! Me orgulho de ter o "dedo" do Vito em parte da minha formação.
Beijuuuusssssssssssssssssssssssssss”
(Lea
Okseanberg – jornalista - PR)
ESPECIAL - Uma reportagem
de Rogério Almeida em nossa página
Comunicação
popular em Marabá, um sobrevôo nos anos 1980-90
Sete jornais alternativos,
vídeo e rádio numa região explosiva
Rogério Almeida
é jornalista e especialista na questão rural brasileira.
Embora não seja garimpeiro, encontrou preciosidades na área
da comunicação produzidas pelos movimentos populares em arquivos
na cidade de Marabá, no sudeste do Pará. “Um sobrevôo”,
explica. Acompanhe em nossa página artigo de Rogério e entre
em contato com a comunicação popular do Pará. Leia
em nossa página: www.piratininga.org.br
Nova entrevista
em nossa página
Telesur
será uma TV em favor da integração dos povos, diz
Beto Almeida, diretor multinacional do canal.
Por Érica Santana
Democratizar a informação
e criar um canal que reflita a diversidade e realidade das Américas.
Esses são principais objetivos da Telesur, canal via satélite
que, a partir deste domingo (24/7), passa a funcionar experimentalmente
24 horas por dia. De acordo com o jornalista brasileiro Beto Almeida, diretor
multinacional da Telesur, o canal resgatará e revelará histórias
e tradições da América Latina. A emissora será
transmitida em espanhol e em português e contará com o apoio
de oito correspondentes permanentes em Brasília (Brasil), Bogotá
(Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Cidade
do México (México), Havana (Cuba), Montevidéu (Uruguai),
La Paz (Bolívia) e Washington (Estados Unidos). Além de uma
rede de colaboradores em todos o continente. Leia a entrevista exclusiva
que ele concedeu à Agência Brasil, diretamente de Caracas
(Venezuela): www.piratininga.org.br
Novos artigos em
nossa página
Na
“Terra dos Mortos", junte-se ao time dos não vivos.
Por Sérgio Domingues
George Romero explicou seu
último filme com a seguinte frase: “Sempre achei que os zumbis são
a classe operária na sociedade dos monstros”. Com essa dica, é
possível ver no filme uma crítica ao capitalismo. A nós
cabe nos juntar aos zumbis contra os monstros.
Fantástico:
um show de terrível competência.
Por Sérgio Domingues
O Fantástico é
a revista eletrônica da TV Globo há mais de 30 anos. Trata-se
de um exemplo de programa bem feito, sob todos os pontos de vista. Principalmente,
do ponto de vista de quem quer manter uma sociedade injusta e desigual
como a nossa.
Combate
ao monopólio das comunicações requer fortalecimento
da mídia alternativa.
Por Notícias ComCiência
"A mídia tem tido uma
grande contribuição em aumentar os problemas e sufocar as
esperanças". Foi com essa constatação que João
Batista de Andrade, cineasta e atual secretário da cultura do estado
de São Paulo, iniciou sua participação no seminário
"Mídia e cultura no contexto da América Latina", realizado
no contexto do Fórum Permanente de Arte & Cultura da Unicamp
no dia 7 de julho. O evento centrou fogo nas conseqüências para
a América Latina do monopólio das comunicações
nas mãos da iniciativa privada e apontou como caminho o fortalecimento
da mídia alternativa; destacam-se as iniciativas da TV Sur, TVE
e Televisão da América Latina (TAL). Para tanto, ficou evidente
a necessidade de uma efetiva integração entre os povos dos
países latino-americanos para superação dos problemas
técnicos, legislativos, políticos e culturais.
Tirem
a Tevê do quarto. Por
Raid Younes para Carta Capital
Fixar os olhos nas telas de
televisão pode não ser tão inofensivo quanto se pensa.
A preocupação constante de pais, educadores e autoridades
de saúde sobre os problemas potenciais de crianças passarem
parte considerável de seus dias vendo tevê ou brincando em
computadores pode ter fundamento. A revista Archives of Pediatrics &
Adolescent Medicine apresentou recentemente trabalhos científicos
que tentam quantificar e mostrar com detalhes os eventuais efeitos prejudiciais
da televisão, tanto a curto quanto a longo prazos.
O
jornalismo manipulador da revista Veja se volta contra escritores.
Por Ademir Assunção
A revista Veja publicou neste
fim de semana (na segunda semana de julho) uma matéria sobre
o Movimento Literatura Urgente, deflagrado no ano passado, com o propósito
de discutir propostas de políticas públicas para a literatura,
e que enviou ao Ministério da Cultura um manifesto com dez propostas
iniciais (disponível no site www.literatura-urgente.com.br), assinado
por 181 escritores de todo o País. A matéria da Veja é
superficial e maldosa, como era de se esperar.
Apoio
às rádios e TVs comunitárias.
Por Claudia Jardim para Brasil de Fato
Manhã de segunda-feira,
véspera do Dia da Independência da Venezuela, conquistada
em 5 de julho de 1911. O taxista Tony Julio dirige em meio ao caótico
trânsito da capital Caracas. A programação de umas
das rádios locais o acompanha. "Hoje, também temos que comemorar.
É Dia da Independência", comenta uma das locutoras, em alusão
ao 4 de julho estadunidense. Tony Julio se indigna. "Por isso, ninguém
acredita no que esses jornalistas dizem. Vivem aqui mas pensam que são
gringos".
Esta pequena cena da vida cotidiana
reflete a atuação dos meios de comunicação
venezuelanos. Nos quatro cantos do país, ouve-se a falta de credibilidade
que resultou do golpe midiático de abril de 2002. "Os meios de comunicação
tomaram o lugar dos partidos políticos e esqueceram do principal:
a informação. Tudo que fazem tem como fim derrubar o presidente,mais
nada", comenta Tony Julio.
Diante desse cenário,
o presidente venezuelano Hugo Chávez, passou a estimular a criação
de rádios e televisões comunitárias. A Comissão
Nacional de Telecomunicações (Conatel) entregou mais de mil
concessões de rádios comunitárias ou livres, nesse
esforço de contra-atacar a força dos meios de comunicação
privados, que detêm o controle de 90% do espaço radioelétrico
venezuelano.
Propaganda
e dominação. Por
Júlia Gaspar
Nos outdoors do Rio de Janeiro,
esta é a mensagem: "Todo o mundo PODE, todo o mundo USA". Os grifos
em "pode" e "usa" não são meus, é assim que a Mercatto,
comércio de roupas define a sua marca.
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Redação:
Gustavo Barreto, Kátia Marko e Rosângela Gil
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Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram
nesta edição: Bruno Zornitta (RJ), Carla Silva
(PR), Júlia Gaspar (RJ), Kátia Marko (RS), Pedro Amaral (RJ),
Rogério Almeida (MA), Sérgio Domingues (SP). [voltar]
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