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Boletim do NPCNº 72De 1 a 15.8.2005
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais


Notícias do NPC

O Boletim do NPC e a crise atual
O Brasil de hoje é uma fogueira criada pela mídia ou teve sua origem própria? Esta é uma das tantas perguntas que nossos leitores se fazem. Junto com esta, há dezenas de outras interrogações que cada um de nós, leitores e editores nos colocamos. Os leitores do Boletim do NPC acompanham, quase on line, os fatos políticos dos últimos dois meses. Por isso começamos a produzir uma edição especial com artigos de jornalistas, comunicadores, professores e militantes sociais que vão responder à pergunta que intitula esta nota “O Brasil de hoje é uma fogueira criada pela mídia ou teve sua origem própria?” e a outras que cada um se faz: Aguarde.

Cursos do NPC em agosto
Neste mês acontecem vários cursos do Núcleo para categorias bem diferenciadas.

• Em São Luiz, o Sindicato dos Bancários realiza o curso História das lutas dos trabalhadores. Contato com raimundocosta@seebma.org.br

• No Rio, dias 11 e 12, o Sindicato dos Petroleiros e o Sinpd-RJ realizam um curso de Oratória. Contato com Adriana: seforma@sindipetro.org.br

• No Rio, 23 e 24 a Comissão de Mulheres da CUT/RJ realiza um curso de Oratória dirigido especificamente para mulheres. Contato com Carminha no telefone 22196-6700 ou através do e-mail formacao@cutrj.org.br ; As inscrições vão até o dia 18 de agosto. As vagas são limitadas.

• No Rio Grande do Sul, o Sindicato dos policiais civis vai fazer um curso de comunicação precedido de uma introdução, na véspera, sobre a história e a função dos sindicatos no Brasil. 

Virgínia Fontes lança novo livro, no Rio

A historiadora e professora da UFF, Virgínia Fontes, lança no próximo dia 16 de agosto, às 18h, na livraria Divulgação e Pesquisa, na Rua São Clemente, nº 134, em Botafogo, no Rio de Janeiro, o livro Reflexões Im-pertinentes: história e capitalismo contemporâneo. Virgínia faz parte da equipe do Núcleo Piratininga de Comunicação. Um resumo da obra está nas palavras de Carlos Nelson. Vejamos o que ele escreveu na contra-capa:

“Os ensaios reunidos neste livro de Virgínia Fontes, embora tratem de muitos e variados temas (econômicos, políticos, culturais), possuem uma profunda unidade estrutural, decorrente do fato de que Virgínia é marxista e, portanto, adota em suas análises o ponto de vista da totalidade. Isso significa que ela não aceita nem a falsa departamentalização imposta pelo saber acadêmico atual, nem o fragmentarismo anti-universalista proposto pela moda do chamado pós-modernismo. 

Virgínia, certamente, é historiadora, mas o é somente no sentido forte da expressão, ou seja, aquele que Marx e Engels indicavam quando disseram que só existe uma ciência, precisamente a ciência da história.  Quer trate do capitalismo contemporâneo, das questões da democracia no mundo e no Brasil de hoje, da relação entre poesia e política na obra de Chico Buarque, Virgínia tem sempre algo de novo a nos dizer.  Muito temos de aprender com ela, mesmo quando eventualmente possamos discordar de suas análises. Afinal, como ela bem nos lembra, o marxismo — ainda que vise à totalidade e, portanto, ao rigor sistemático — se alimenta e vive do debate e da polêmica.” 

(Por Carlos Nelson Coutinho)
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A Comunicação que queremos

Caros Amigos: 100 edições de contra-hegemonia
Dirigida pelo jornalista Sérgio de Souza, a revista Caros Amigos colocou nas bancas, em julho, a sua edição número 100, oito anos depois de seu nascimento. "Parece pouco, mas, na verdade, resistiu bravamente ao pensamento único neoliberal que dominou a imprensa, a universidade e a intelectualidade", comentaram os editores do jornal Brasil de Fato. No número 2, de dezembro de 1998, a revista trouxe em sua capa a reportagem "Brazil Inc.", que falava minuciosamente sobre o esquema do governo FHC e a entrega do patrimônio nacional. Na edição, ainda associada à Oficina de Informações, Raimundo Rodrigues Pereira descreve em "As Contas o Brasil" como o governo de Fernando Henrique Cardoso quebrou o país. Atualmente, José Arbex Jr., Emir Sader, Frei Betto, Gilberto F. Vasconcelos e outros grandes nomes da resistência ao discurso único escrevem mensalmente na Caros Amigos

Hamilton de Souza na Caros Amigos
O jornalista e professor de Comunicação Hamilton Octavio de Souza estreou, em julho, uma seção na revista Caros Amigos número 100 denominada "ENTRELINHAS - A MÍDIA COMO ELA É". É mais um espaço na grande rede que se forma para combater a imprensa burguesa e lutar pela democratização das comunicações.

Filme sobre favelas cariocas será exibido na Suíça

O Comitê Suíço em Apoio aos Direitos Humanos nas Favelas do Rio de Janeiro promove no dia 3 de setembro exibição do filme Entre Muros e Favelas, que trata da ação da polícia nos locais onde vivem os pobres no município. Para comprar a fita entre em contato com frentedelutapopular@bol.com.br

Brasil de Fato: Leia nesta edição

Em crise, esquerda busca novos rumos
A crise do governo e do Partido dos Trabalhadores (PT) abre uma oportunidade: a reconstrução da esquerda brasileira. Sobre isso, dez dirigentes políticos de diversas correntes de esquerda concordam. Em entrevista ao Brasil de Fato, dizem que têm que tomar para si essa responsabilidade, mas discordam sobre os caminhos dessa reconstrução. Os entrevistados da esquerda do PT consideram que se deve lutar dentro do partido, sobretudo para definir uma nova direção. Outros dirigentes afirmam que se deve abandonar o PT, cujo ciclo estaria esgotado. Em um ponto, a análise é geral: a política econômica é um desastre para os pobres e beneficia os investidores internacionais. 

Telesul, a revolução está no ar
A data não poderia ser mais propícia. Em 24 de julho, no mesmo dia do nascimento do libertador Simon Bolívar, os governos de Argentina, Cuba, Venezuela e Uruguai lançaram a Telesul – um novo canal de comunicação no continente. Impulsionada por Hugo Chávez, a Telesul terá programas bilíngües (em português e espanhol) e abrirá espaço para os movimentos sociais divulgarem suas lutas. A iniciativa incomoda os poderosos e os Estados Unidos já preparam ações contra o novo canal. Leia aqui como assistir à Telesul.

Na Bolívia, o presidente contraria o povo
O novo presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez, tomou nos últimos dias duas decisões contrárias às reivindicações de seu povo. Passou a negociar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos e decidiu não romper o contrato com a transnacional francesa que controla os serviços de água em El Alto. Veja reportagem exclusiva.
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Palavra Latina: mais um jornal popular
Segundo o jornal Brasil de Fato (ed. 121), já está em circulação o número 7 do jornal A Palavra Latina, editado por estudantes da USP e militantes sociais, e que analisa as lutas populares na América Latina. Contato pelo endereço eletrônico apalavralatina@yahoo.com ou pelo telefone (11) 3231-0692. Outro lançamento importante é do jornal do Movimento dos Cursinhos Populares, que reúne milhares de estudantes que não podem pagar as mensalidades dos cursinhos particulares. A publicação já está circulando em várias universidades. Mais informações no endereço eletrônico jornalmcp@yahoo.com.br

Centro de Imprensa Alternativa volta à ativa
A página do Centro de Imprensa Alternativa (CIA), criado pelo Diretório Acadêmico 23 de Maio do Centro de Ciências da Comunicação da UniSantos, está de volta. A atualização das notícias e artigos voltará a ser diária e os organizadores prometem colocar em prática projetos que ficaram na gaveta para o segundo semestre. "Contamos com a participação de todos na construção da Semana pela Democratização da Comunicação, em outubro, e na campanha pelo direito humano à comunicação da CRIS Brasil", diz um dos coordenadores, Carlos Gustavo Yoda. Para acessar o CIA entrem em www.da23demaio.org/cia

Fazendo Media de cara nova
O Fazendo Media, publicação coordenada e editada por estudantes de comunicação social da Universidade Federal Fluminense (UFF), está de cara nova e com muitas novidades. Foram inauguradas seis novas seções (Movimentos Sociais, Política, Cultura, Educação, Esportes e Internacional), além de sete colunistas fixos, entre escritores e jornalistas. As matérias exclusivas do Fazendo Media incluem entrevistas com grandes nomes da esquerda nacional e internacional, tais como Ignácio Ramonet, Tariq Ali, Luis Fernando Verissimo e Mino Carta. Há também reportagens regulares sobre política e cultura, sempre com foco nas lutas dos movimentos populares. Vale a pena conferir: www.fazendomedia.com

Visite a Folha Cultural Pataxó: www.fcpataxo.cjb.net
O site da Folha Cultural Pataxó foi criado em junho de 2003. Conta com a colaboração e participação de pessoas, grupos culturais e movimentos populares.  A Pataxó é discutida coletivamente com o Centro de Cultura Proletária (CCP). O CCP reúne grupos e pessoas que atuam nos movimentos culturais numa perspectiva de transformação radical da sociedade. “Para nós, as atividades culturais (música, poesia, teatro, literatura, ensino, esportes, etc.), mesmo quando realizadas em comunidades que geralmente não têm acesso a elas, não deve se constituir em simples entretenimento, em mera diversão. Através da cultura popular, proletária, alternativa e contracultura (cultura esta que afronta a cultura oficial vigente e imposta - assim como: capoeira, samba, punk, hip-hop, etc), devemos fazer um trabalho permanente de conscientização dos trabalhadores e de todos os explorados e oprimidos pela sociedade capitalista”, diz trecho de texto de apresentação do CCP.
 


De Olho Na Mídia

Pesquisa americana confirma: rádio empata com televisão, em audiência, no Brasil
Uma pesquisa da consultoria norte-americana NOP World reafirmou o que todos já constatávamos empiricamente. O rádio e a televisão continuam sendo os grandes meios de informação, no Brasil. O levantamento vai de dezembro de 2004 a fevereiro de 2005. A pesquisa traz dados interessantes e outros fantasiosos, como quando afirma que o brasileiro lê, em média, durante 5,2 horas por semana. Isso só se for entre os professores da USP, Unicamp ou UFRJ. Esse dado sobre leitura é totalmente ilusório, quando comparamos a tiragem diária do nosso maior jornal, a Folha de S. Paulo (uns 400 mil) com o japonês, o Yomiuri Shinbum (uns 15 milhões). Ou se quisermos, quando relembramos que, pelos dados do IBGE de 2001, dos 5.506 municípios, somente 1927 possuem algum tipo de Livraria. Mas, esquecendo desta ilusão crônica de quase todas as pesquisas sobre leitura no Brasil, o que fica é a confirmação da constatação de que o grosso do povo se informa pelo rádio e pela televisão.

Enquanto isso, a Anatel continua sua batalha campal contra as rádios comunitárias... Tudo tem lógica. Alguém não quer que o povo ouça algo diferente do que a Rádio Globo com suas afiliadas ou suas competidoras estão dando para o povo comer. Só para lembrar. Neste ano, na Venezuela, foram abertas mil rádios comunitárias que estão nas mãos do povo, dos moradores dos morros de Caracas.

Conferência debate racismo na mídia
Comunicadores, jornalistas e voluntários que atuam em meios de comunicação voltados para o público negro criaram um grupo próprio dentro da 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, realizada no começo de julho em Brasília, para debater a participação dos negros na mídia nacional. A moção encaminhada pela mídia alternativa afro-descendente, relatando a questão do racismo na mídia, foi discutida na plenária da Conferência.

De acordo com o articulista da Federação das Associações de Imprensa do Brasil, Heitor Reis, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) decidiu trabalhar com uma mídia alternativa, mais afro-brasileira. "A pequena mídia é interessante para o movimento negro. O pessoal decidiu não trabalhar com os demais grupos que estavam programados e criar um grupo próprio para poder fazer uma análise", disse.

"É importante que a gente tenha consciência de que no processo de desconstrução do edifício racista, a mídia, os meios de comunicação de massa, as novas tecnologias, como a internet, têm um papel fundamental", avalia o jornalista Dojival Vieira, da Agência Afroétnica de Notícias (Afropress). Segundo Dojival, a Afropress é um projeto da ONG ABC sem Racismo, de São Paulo, que pretende constituir-se em um espaço de acesso à informação, reflexão e debate sobre a questão étnica e racial no Brasil e no mundo. "Nós partimos da idéia de que o racismo é um problema não apenas da população negra, é um problema da sociedade brasileira. A mídia é racista por essência. A existência do racismo na sociedade se reflete em todas instituições", disse. As informações são da Agência Brasil.

Campanha contra a baixaria na TV em ação conjunta com o MEC
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, no último dia 6/7, no Ministério da Educação, de reunião para discutir uma parceria entre a Campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" e o MEC, com a finalidade de levar às escolas brasileiras os objetivos da Campanha, bem como implementar a diretriz da Lei de Diretriz de Base, LDB, no sentido de fomentar uma consciência sobre a programação do meios de comunicação. (...) Foi definida, durante a reunião, a realização de um seminário sobre Direitos Humanos e Diversidade na Mídia, com data indicativa para o mês de setembro próximo. "Vamos discutir com o Comitê de Educação para Direitos Humanos e o Conselho Superior de Ensino a parceria desses órgãos", ressalta o conselheiro do CFP, Odair Furtado. Mais informações no site Psicologia Online.
 


NPC Informa

Latino-americana: uma enciclopédia sobre a América Latina e o Caribe
Está para sair, em julho de 2006, uma obra sobre os processos políticos, sociais, econômicos, ambientais e culturais que caracterizam o continente nos últimos cinqüenta anos. Não é a clássica enciclopédia histórico-geográfica. Vai ser uma ferramenta atual, para entender para onde andou nos últimos anos e para onde pode ir nos próximos o continente latino-americano. Poderemos ver as lutas, as vitórias e derrotas deste continente, analisadas por especialistas como: Emir Sader, Laura Tavares, Pablo Gentili, Atílio Boron, Chico de Oliveira, Michel Löwy e Eduardo Galeano, entre tantos outros. A coordenação está a cargo de pesquisadores brasileiros e a coordenação editorial fica com a Boitempo Editorial. Mais informações com: latinoamericana@lpp-uerj.net

Atenção jornalista sindicais: 15º ENJAC será no Rio em setembro
O Rio de Janeiro vai ser a sede do 15.º Encontro Nacional dos Jornalistas em Assessoria de Comunicação (Enjac). O encontro promovido pela Fenaj será de 22 a 24 de setembro e terá como tema central “O Mercado da Comunicação: oportunidades e ameaças”. Um dos objetivos do evento é atualizar o Manual dos Jornalistas em Assessoria de Comunicação, editado pela Federação. Inscrições: http://www.fenaj.org.br/mobicom/ficha_inscricao.pdf

Fundação Perseu Abramo promove novo espaço de debate político
A Fundação Perseu Abramo colocou no ar a página especial Teoria e Debate Urgente. Com duas atualizações semanais, a Teoria e Debate Urgente publica artigos e entrevistas sobre o momento político brasileiro e a crise que atinge o Partido dos Trabalhadores. A página contará também com um espaço dedicado aos candidatos a presidente nacional do partido. Tome nota: www.fpabramo.org.br

Revista OCAS faz três anos. Com muito a comemorar
Para comemorar os três anos da revista Ocas'', foi criada uma exposição em São Paulo de painéis com capas da revista e publicações de rua de outros países, além de fotos e depoimentos dos vendedores. A Ocas'' é um projeto de comunicação e geração de renda, no qual moradores de rua participam do processo de construção da publicação e ainda se habilitam a vendê-la nas ruas, gerando renda para sair da situação de rua em que se encontra. Até o dia 31 de julho, a exposição fica no Centro Cultural São Paulo, na Vergueiro, e de 3 a 24 de agosto vai para o Conjunto Nacional. No dia 30 de julho, o jornalista Paulo Pereira Lima, editor do Brasil de Fato e da revista Viração, faz uma palestra abordando o tema "Como a grande mídia lida com temas sociais e a importância da terminologia". Será no Centro Cultural São Paulo, a partir das 14 horas. Contatos no (11) 3208-6169 ou em ocas@ocas.org.br

Encontro Nacional de Direitos Humanos discute Direito à Comunicação
Foi confirmada para 17 e 18 de agosto a relização do Encontro Nacional de Direitos Humanos. O Encontro terá como tema central o Direito Humano à Comunicação e se realizará nas dependências da Câmara dos Deputados. As plenárias serão no auditório Nereu Ramos. Na parte da manhã do dia 17, haverá uma sessão solene na abertura do Encontro, e logo depois um debate com convidados especiais. No início da tarde haverá painéis simultâneos. Dois estão confirmados: um painel debatendo aspectos mais operativos da luta pelo direito humano à comunicação, coordenados pelas entidades da CRIS Brasil - articulação de organizações da sociedade civil e movimentos sociais –, e outro sobre educação e comunicação para os direitos humanos, coordenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, ligada ao Governo Federal. Outros temas estão previstos para o evento. Sugestões e outras informações podem ser encaminhadas para os emails caiovarela@inesc.org.br e ivonio@rits.org.br

Escola de cinema no Rio
Começam no dia 8 de agosto as aulas em cursos da Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Informações: www.escoladarcyribeiro.org.br ou através dos telefones 2233-0224 – 2516-3514.
 
 


Democratização da Comunicação

Continua a repressão às rádios comunitárias
No começo de julho, a Polícia Federal fechou mais cinco rádios comunitárias que operavam no bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ). A ordem, novamente, foi dada pela Justiça Federal do estado. Só neste mês, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em parceria coma Polícia Federal (PF), fechou 14 rádios na região, que tiveram seus equipamentos apreendidos. Para se ter idéia do absurdo, só neste ano foram fechadas 2.204 rádios, sendo 118 no RJ. A Anatel considera estas rádios clandestinas por não possuírem autorização do Ministério das Comunicações. Cerca de 15 mil rádios operam ilegalmente no país, isso porque, não conseguem concessão do governo federal. (Fonte: Abraço)
 


Por Dentro da Universidade

Professores de história e geografia criam Observatório do Mundo Contemporâneo
Os laboratórios de ensino de História e da Geografia da Unioeste criou, no mês passado, o Observatório do Mundo Contemporâneo. Através dele serão analisados acontecimentos históricos a partir das reflexões da “História do Tempo Presente” e da “História Imediata”. Consiste na produção de materiais para serem divulgados em murais e em veículos de imprensa. Os murais serão expostos em campus da Unioeste e expostos em três escolas do municio de Marechal Rondon. Em destaque estarão conflitos interimperialistas, guerras, crises sociais, econômicas e políticas, manifestações culturais, dentre outros. O pano de fundo das análises são as diferentes coberturas dadas pela imprensa, buscando comparar a cobertura da grande imprensa e da “imprensa alternativa”.

A cada duas semanas é produzido um texto. Escolas, sindicatos, instituição que quiserem reproduzir o mural completo do projeto ou artigos, sem qualquer custo, devem procurar a  coordenação do projeto.

Tome nota:
Laboratório de Ensino de História e Laboratório de Ensino da Geografia
UNIOESTE - Campus de Marechal Candido Rondon
Rua Pernambuco, 1777, cep. 85.960-000
Fone: 45. 3254.3216, ramal 214
Email para contato: carlasilva@unioeste.br; carlalssilva@uol.com.br
 


De Olho No Mundo

TV Sul: primeira ameaça
A mais nova rede de televisão sul-americana começou a funcionar neste domingo (24/7), já enfrentando pressões por parte do governo dos Estados Unidos, conforme publicou a Agência Carta Maior. A Telesur (TV Sul), iniciativa conjunta dos governos de Venezuela, Cuba, Argentina e Uruguai, já transmite sua programação com uma proposta de oferecer um contra-ponto ao domínio midiático e simbólico exercido pelos grandes meios de comunicação norte-americanos na região. A reação em Washington foi imediata, mesmo antes do início das transmissões. De acordo com apuração do jornalista Marco Aurélio Weissheimer, a Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA aprovou, dias atrás, uma emenda que autoriza a transmissão de “imagens e sons especiais” para a Venezuela, com o objetivo de interferir e neutralizar a programação emitida pelo sinal da Telesur.

A medida autorizaria o governo dos EUA a realizar transmissões de rádio e televisão, por um espaço de 30 minutos, que ofereçam aos venezuelanos uma “fonte de notícias precisa, objetiva e completa” para se contrapor ao “antiamericanismo” da Telesur. “Seria uma reação diante da apresentação de mensagens com estilo antiamericano na Telesur. Se o comentário feito na Telesur não for antiamericano, não haverá necessidade de uma reação”, disse no jornal O GLOBO (27/7) o embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, William Brownfield. Ele negou que Washington esteja pensando em “violar o espaço radioelétrico” da Venezuela, mas não deu maiores informações sobre qual seria a reação americana.

Inauguração com mobilização popular
O sinal de satélite da TV Sul foi retransmitido pelas TVs Comunitárias do Rio de Janeiro (canal 6 da Net) e de Brasília, assim como pela TV Educativa do Paraná. No Rio, a TVC promoveu um debate, exibido antes e depois da cerimônia, para esclarecer a opinião pública sobre o tema. Na sexta-feira anterior ao início das transmissões, dia 22, diversos movimentos que lutam pela democratização da comunicação realizaram um ato público na Lapa, com início às 19h. O documentário "A revolução não será televisionada", que mostra o golpe midiático sofrido por Chávez em abril de 2002, foi projetado nos Arcos da Lapa. Em seguida, manifestantes explicaram o projeto da TV Sul. Os organizadores do ato também levaram faixas, cartazes e panfletos com mensagens de apoio à TV Sul.

Canais comunitários retransmitem TV-SUR
Os canais regionais comunitários que transmitirão o sinal na América Latina são: Canal 7, da Argentina; TV Caribe, na Colômbia; Canal 5, no Uruguai e a TV Comunitária do Rio de Janeiro (canal 6 da NET), no Brasil.
 


Memória

Debate sobre o operário brasileiro que desafiou Moscou em 1922
O livro Um cadáver ao Sol, de Iza Salles, será apresentado no dia 17 de agosto, às 18h, no auditório do Bloco O, 2º Andar, ICHF, Campus do Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense. Haverá debate com a autora sobre a história do operário brasileiro que desafiou Moscou. Delegado brasileiro ao IV Congresso da Internacional Comunista, em 1922, Antonio Bernardo Canellas, com 24 anos, votou contra uma resolução que deveria ser aprovada por unanimidade e acabou rechaçado e condenado pelo PCB. Editora Ediouro. Promoção: Grupo de Estudos do Anarquismo (GEA), Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC), Departamento de história (GHT) e Universidade Federal Fluminense (UFF) / 2005. Contatos: (21) 2629-2949 (GEA/NEC) ou 9783-1219 / gea_nec2@yahoo.com.br ou rafaelous10@yahoo.com.br / http://nec-uff.sites.uol.com.br/geha.html
 


Pérola da edição


Foto: Robson Oliveira


Proposta de Pauta

Por que não se criam concessões de rádio TV  para os movimentos sociais?

Vejamos a notícia abaixo:

“Redes privadas controlam 80% das emissoras de TV
Levantamento da FNDC revela dados esclarecedores. Distribuído por quase a totalidade do território nacional, o sistema brasileiro de televisão é composto, atualmente, de 332 emissoras. Deste total, 263 estão vinculadas às redes Globo, SBT, Record, Bandeirantes, Rede TV e CNT, representando 79,2% de todas as emissoras brasileiras de TV aberta. Os dados foram coletados e processados no final de julho pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), a partir de consulta ao Sistema de Controle de Radiodifusão (SRD) gerenciado pelo Ministério das Comunicações, e dão a dimensão da atual concentração da mídia eletrônica brasileira. De acordo com a classificação do órgão, Globo e SBT possuem, respectivamente, 20 e 11 emissoras próprias. Pelo artigo 12 do decreto-lei 236, uma mesma entidade só pode deter um máximo de 10 concessões de radiodifusão de sons e imagens (TV aberta) em todo o território nacional. (...)

Outro fenômeno relativamente novo é o surgimento de emissoras ligadas às igrejas. Juntas, as redes Família e Mulher (Igreja Universal), Vida e Canção Nova (Assembléia de Deus) somam 9 emissoras. Se computadas as 37 da Rede Record, controlada pela Igreja Universal, as emissoras religiosas de TV significam 14% do total de geradoras brasileiras. A esses números acrescentem-se as Redes da Igreja Católica, capitaneadas pela Rede Vida. (...)”

Como Sugestão de Pauta, três perguntas merecem ser aprofundadas e respondidas nas nossas publicações:

1– É possível mudar o atual sistema das assim chamadas “concessões públicas” de rádio e TV?
2– O que precisa para que isso aconteça?
3– É possível pensar em concessões de rádio e TV, de alcance nacional e não pelo sistema de assinatura, feitas explicitamente para os movimentos sociais ou entidades nacionais como: Movimento sindical, Centrais sindicais, MST, MAB, UNE, Abong?
 


Cartas ao Boletim do NPC

Parabéns pelo trabalho
“Olá,
gostaria de expressar nesta mensagem de correio eletrônico o quanto fico satisfeita e feliz com o nível e qualidade do material de vocês.
Fica aqui a parabenização para vocês.
Continuem assim!!!!” (Geiza- Jornalisa - PE)

Parabéns pelo trabalho 2
“Parabéns, excelente trabalho, continue.
Atenciosamente” (Ailton Araújo – presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo-RS)

Gostei da edição nº 71
“Vocês estão de parabéns. Esta edição está du-ca! Me orgulho de ter o "dedo" do Vito em parte da minha formação.
Beijuuuusssssssssssssssssssssssssss” (Lea Okseanberg – jornalista - PR)
 


ESPECIAL - Uma reportagem de Rogério Almeida em nossa página

Comunicação popular em Marabá, um sobrevôo nos anos 1980-90
Sete jornais alternativos, vídeo e rádio numa região explosiva

Rogério Almeida é jornalista e especialista na questão rural brasileira. Embora não seja garimpeiro, encontrou preciosidades na área da comunicação produzidas pelos movimentos populares em arquivos na cidade de Marabá, no sudeste do Pará. “Um sobrevôo”, explica. Acompanhe em nossa página artigo de Rogério e entre em contato com a comunicação popular do Pará. Leia em nossa página: www.piratininga.org.br
 


Nova entrevista em nossa página

Telesur será uma TV em favor da integração dos povos, diz Beto Almeida, diretor multinacional do canal. Por Érica Santana 
Democratizar a informação e criar um canal que reflita a diversidade e realidade das Américas. Esses são principais objetivos da Telesur, canal via satélite que, a partir deste domingo (24/7), passa a funcionar experimentalmente 24 horas por dia. De acordo com o jornalista brasileiro Beto Almeida, diretor multinacional da Telesur, o canal resgatará e revelará histórias e tradições da América Latina. A emissora será transmitida em espanhol e em português e contará com o apoio de oito correspondentes permanentes em Brasília (Brasil), Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Cidade do México (México), Havana (Cuba), Montevidéu (Uruguai), La Paz (Bolívia) e Washington (Estados Unidos). Além de uma rede de colaboradores em todos o continente. Leia a entrevista exclusiva que ele concedeu à Agência Brasil, diretamente de Caracas (Venezuela): www.piratininga.org.br
 


Novos artigos em nossa página

Na “Terra dos Mortos", junte-se ao time dos não vivos. Por Sérgio Domingues
George Romero explicou seu último filme com a seguinte frase: “Sempre achei que os zumbis são a classe operária na sociedade dos monstros”. Com essa dica, é possível ver no filme uma crítica ao capitalismo. A nós cabe nos juntar aos zumbis contra os monstros.

Fantástico: um show de terrível competência. Por Sérgio Domingues
O Fantástico é a revista eletrônica da TV Globo há mais de 30 anos. Trata-se de um exemplo de programa bem feito, sob todos os pontos de vista. Principalmente, do ponto de vista de quem quer manter uma sociedade injusta e desigual como a nossa.

Combate ao monopólio das comunicações requer fortalecimento da mídia alternativa. Por Notícias ComCiência
"A mídia tem tido uma grande contribuição em aumentar os problemas e sufocar as esperanças". Foi com essa constatação que João Batista de Andrade, cineasta e atual secretário da cultura do estado de São Paulo, iniciou sua participação no seminário "Mídia e cultura no contexto da América Latina", realizado no contexto do Fórum Permanente de Arte & Cultura da Unicamp no dia 7 de julho. O evento centrou fogo nas conseqüências para a América Latina do monopólio das comunicações nas mãos da iniciativa privada e apontou como caminho o fortalecimento da mídia alternativa; destacam-se as iniciativas da TV Sur, TVE e Televisão da América Latina (TAL). Para tanto, ficou evidente a necessidade de uma efetiva integração entre os povos dos países latino-americanos para superação dos problemas técnicos, legislativos, políticos e culturais.

Tirem a Tevê do quarto. Por Raid Younes para Carta Capital
Fixar os olhos nas telas de televisão pode não ser tão inofensivo quanto se pensa. A preocupação constante de pais, educadores e autoridades de saúde sobre os problemas potenciais de crianças passarem parte considerável de seus dias vendo tevê ou brincando em computadores pode ter fundamento. A revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine apresentou recentemente trabalhos científicos que tentam quantificar e mostrar com detalhes os eventuais efeitos prejudiciais da televisão, tanto a curto quanto a longo prazos.

O jornalismo manipulador da revista Veja se volta contra escritores. Por Ademir Assunção
A revista Veja publicou neste fim de semana (na segunda semana de julho)  uma matéria sobre o Movimento Literatura Urgente, deflagrado no ano passado, com o propósito de discutir propostas de políticas públicas para a literatura, e que enviou ao Ministério da Cultura um manifesto com dez propostas iniciais (disponível no site www.literatura-urgente.com.br), assinado por 181 escritores de todo o País. A matéria da Veja é superficial e maldosa, como era de se esperar.

Apoio às rádios e TVs comunitárias. Por Claudia Jardim para Brasil de Fato
Manhã de segunda-feira, véspera do Dia da Independência da Venezuela, conquistada em 5 de julho de 1911. O taxista Tony Julio dirige em meio ao caótico trânsito da capital Caracas. A programação de umas das rádios locais o acompanha. "Hoje, também temos que comemorar. É Dia da Independência", comenta uma das locutoras, em alusão ao 4 de julho estadunidense. Tony Julio se indigna. "Por isso, ninguém acredita no que esses jornalistas dizem. Vivem aqui mas pensam que são gringos".

Esta pequena cena da vida cotidiana reflete a atuação dos meios de comunicação venezuelanos. Nos quatro cantos do país, ouve-se a falta de credibilidade que resultou do golpe midiático de abril de 2002. "Os meios de comunicação tomaram o lugar dos partidos políticos e esqueceram do principal: a informação. Tudo que fazem tem como fim derrubar o presidente,mais nada", comenta Tony Julio.

Diante desse cenário, o presidente venezuelano Hugo Chávez, passou a estimular a criação de rádios e televisões comunitárias. A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) entregou mais de mil concessões de rádios comunitárias ou livres, nesse esforço de contra-atacar a força dos meios de comunicação privados, que detêm o controle de 90% do espaço radioelétrico venezuelano.

Propaganda e dominação. Por Júlia Gaspar
Nos outdoors do Rio de Janeiro, esta é a mensagem: "Todo o mundo PODE, todo o mundo USA". Os grifos em "pode" e "usa" não são meus, é assim que a Mercatto, comércio de roupas define a sua marca.

 Leia em nossa página: www.piratininga.org.br



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Kátia Marko e Rosângela Gil
Redação: Gustavo Barreto, Kátia Marko e Rosângela Gil
Projeto Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram nesta edição: Bruno Zornitta (RJ), Carla Silva (PR), Júlia Gaspar (RJ), Kátia Marko (RS), Pedro Amaral (RJ), Rogério Almeida (MA), Sérgio Domingues (SP). [voltar]


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ÍNDICE
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Notícias do NPC
O Boletim do NPC e a crise atual
Cursos do NPC em agosto
Virgínia Fontes lança novo livro, no Rio

A Comunicação que queremos
Caros Amigos: 100 edições de contra-hegemonia
Hamilton de Souza na Caros Amigos
Filme sobre favelas cariocas será exibido na Suíça
Brasil de Fato: Leia nesta edição
Palavra Latina: mais um jornal popular
Centro de Imprensa Alternativa volta à ativa
Fazendo Media de cara nova
Visite a Folha Cultural Pataxó: www.fcpataxo.cjb.net

De Olho Na Mídia
Pesquisa americana confirma: rádio empata com televisão, em audiência, no Brasil
Conferência debate racismo na mídia
Campanha contra a baixaria na TV em ação conjunta com o MEC

NPC Informa
Latino-americana: uma enciclopédia sobre a América Latina e o Caribe
Atenção jornalista sindicais: 15º ENJAC será no Rio em setembro
Fundação Perseu Abramo promove novo espaço de debate político
Revista OCAS faz três anos. Com muito a comemorar
Encontro Nacional de Direitos Humanos discute Direito à Comunicação
Escola de cinema no Rio

Democratização da Comunicação
Continua a repressão às rádios comunitárias

Por Dentro da Universidade
Professores de história e geografia criam Observatório do Mundo Contemporâneo

De Olho No Mundo
TV Sul: primeira ameaça

Memória
Debate sobre o operário brasileiro que desafiou Moscou em 1922

Pérola da edição
A Marcha de Um Povo, por Robson Oliveira

Proposta de Pauta
Por que não se criam concessões de rádio TV  para os movimentos sociais?

Cartas ao Boletim do NPC

Uma reportagem em nossa página
Comunicação popular em Marabá, um sobrevôo nos anos 1980-90; Sete jornais alternativos, vídeo e rádio numa região explosiva

Nova entrevista em nossa página
Telesur será uma TV em favor da integração dos povos, diz Beto Almeida, diretor multinacional do canal

Novos artigos em nossa página
Na “Terra dos Mortos", junte-se ao time dos não vivos
Fantástico: um show de terrível competência
Combate ao monopólio das comunicações requer fortalecimento da mídia alternativa
Tirem a Tevê do quarto
O jornalismo manipulador da revista Veja se volta contra escritores
Apoio às rádios e TVs comunitárias
Propaganda e dominação

Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge