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Boletim do NPCNº 70De 16 a 30.6.2005
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais


Notícias do NPC

A quantas andam os cursos do NPC?
No primeiro semestre os cursos mais procurados foram uma combinação dos cursos de Oratória, História, Comunicação e Hegemonia

O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) tem sua marca ligada à comunicação alternativa. Alternativa a essa sociedade resultado de 500 anos de exploração e opressão sobre a classe trabalhadora. O primeiro curso criado foi Comunicação Sindical – básico. Depois veio o segundo módulo, o “avançado”.

Em seguida houve muitas solicitações de um curso sobre como falar em público. Aí nasceu o Curso de Oratória. Para atender, sobretudo, às necessidades de jornalistas sindicais criamos o curso de História das Lutas dos trabalhadores e das Centrais Sindicais. Em 2000 estruturamos o curso de Comunicação e Disputa de Hegemonia.

Hoje está havendo uma mudança no perfil dos cursos para atender às necessidades do movimento social. Quase todos os sindicatos que nos procuram estão solicitam uma combinação de vários cursos. Quem pede o curso de Oratória quer umas horas sobre História dos trabalhadores. No curso de Comunicação houve uma forte ampliação para a disputa de hegemonia. No primeiro semestre de 2005, nos vários cursos em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Acre, Minas, Maranhão, São Paulo, Sergipe, Alagoas e Rio aconteceu exatamente esta combinação. Ao que tudo indica, esta tendência revelaria a necessidade de uma maior politização dos dirigentes sindicais, para entender o mundo no qual estamos vivendo e ver qual a intervenção ter para mudar a situação.

Domingo é dia de Cinema: Guerra de Canudos e debate com Paulo Betti e João Pedro Stédile
25 de Julho é o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Para homenagear as lutadoras e os lutadores que tiram da terra o seu sustento, o Projeto Domingo é Dia de Cinema apresenta, no dia 3 de julho, Guerra de Canudos, de Sérgio Resende. Após a exibição haverá debate com Paulo Betti, ator do filme, e João Pedro Stédile, do MST. O público preferencial é formado por estudantes de cursos Pré-vestibulares Comunitários e lutadores dos movimentos popular e sindical.  Mas... todo mundo que vier, será bem-vindo! O projeto é uma realização da Oficina Cine-Escola do Grupo Estação, do NPC e de diversos pré-vestibulares comunitários. O apoio é do Comitê Rio Contra Guerra e Violência/SINTUFRJ.
 


A Comunicação que queremos

Reportagem, Brasil de Fato e Carta Capital: úteis, necessárias, indispensáveis!


Algumas capas da Revista Reportagem, projeto coordenado por Raimundo Rodrigues Pereira
Mino Carta, idealizador e editor de Carta Capital
Lançamento do jornal Brasil de Fato, em fevereiro de 2003, no 3º FSM

A mídia é, hoje, o grande instrumento para a disputa de hegemonia. Não era assim 200 anos atrás. Nem há cem anos. Há dois tipos de mídia. Há mídia e mídia. Há a revista Veja, a Folha de S. Paulo, as Organizações Globo, O Estado de S. Paulo e outros veículos menores de comunicação. Todos estes são bem estruturados economicamente e, sobretudo, ideologicamente. Todos servem perfeitamente bem para manter a situação atual. Um Brasil que está em 129º lugar sobre 130 países analisados pela ONU em pior distribuição de renda. Brasil, país onde continua alegremente a divisão vergonhosa entre Casa Grande e Senzala disfarçada de várias maneiras. 

Mas não existe só este tipo de mídia. Há três órgãos, bem diferentes um do outro, mas que têm em comum o fato de não noticiar fatos e seus desdobramentos apenas do ponto de vista da Casa Grande.

Com composição política bem diferente uma da outra, temos, no País, três publicações que não podem deixar de ser lidas por aqueles que querem que o Brasil deixe de ocupar o penúltimo lugar no mundo em justiça social. São elas: Reportagem, revista mensal, corajosa e teimosa na defesa do Brasil, dos trabalhadores e do fim da Senzala. Brasil de Fato, um jornal (quase revista) semanal. Com dois cadernos (Brasil e mundo), informa sobre as lutas do povo, da cidade e do campo por sua libertação. Não pode faltar na mão de cada militante que quer manter acesa a chama da esperança da possibilidade de outro mundo. Por fim a revista Carta Capital, uma revista semanal de ampla informação, séria, riquíssima em dados e fatos. Um instrumento mais do que útil, necessário para quem quer discutir para onde vai nosso país.

(Por Claudia Santiago)
.
Agência ADITAL expande perspectivas da imprensa engajada e séria
Animada pelo reconhecimento da UNESCO e da CNBB, a Agência ADITAL (www.adital.com.br) começa a abrir espaço para anúncios de propaganda em seu site. Uma propaganda, ressaltam seus coordenadores, que respeite os valores e a filosofia da Agência. "Tomamos esta decisão frente à necessidade de financiar nosso trabalho e de continuar a oferecer gratuitamente nossos serviços". De março até junho, a ADITAL ganhou mais de 4.000 assinantes, chegando, hoje, a um total de 18.000, podendo chegar em breve a 25 ou 30.000. Apóie a imprensa comprometida com os movimentos sociais, em www.adital.com.br

Universidade Metodista veicula radiojornal on-line
A Universidade Metodista de São Paulo informa a veiculação do seu primeiro radiojornal on-line. O programa é apresentado por Elaine Freires, de segunda a sexta, das 9h às 9h30 na rádio Universitária da Metodista pelo site www.metodista.br/radio ; O objetivo desse radiojornal é informar os principais acontecimentos do Brasil e do mundo e, além disso, veicular reportagens, entrevistas e prestação de serviços produzidas pelos alunos do curso de Jornalismo da Universidade. Participação, sugestões e críticas por meio do endereço eletrônico: programas@metodista.br. O NPC deseja uma longa vida ao rádio jornal.

Pesquisa sobre Direito à Comunicação no Brasil lançada em São Paulo
O Intervozes (www.intervozes.org.br) lançou nesta sexta (17/6), às 19h, pesquisa sobre o Direito à Comunicação no Brasil, que discute as políticas (ou ausência destas) de Estado para assegurá-lo, ações da Sociedade Civil para lutar por ele, marco legal, tendências e perspectivas no País. Na ocasião do evento "Produções e reflexões sobre comunicação e democracia", foram lançados também os vídeos "Midiatopia" e "Domingo no parque", ambos sobre comunicação e democracia. O evento ocorreu na Ação Educativa, em Vila Buarque. Promoção: Realização: Ação Educativa, Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, Brasil de Fato e Fundação Friedrich Ebert / C3.
 


NPC Informa

Estudantes da Comunicação da UFRJ ocupam gabinete do diretor
A Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ viveu no último 15 de junho um dia tenso, quando cerca de 50 alunos dos cursos de graduação da Unidade ocuparam o gabinete da Direção, exigindo melhorias. O ato, organizado pelo Centro Acadêmico da Escola (CAECO) e pelo DCE Mário Prata, contou com a presença do Pró-Reitor de Graduação (PR-1) da UFRJ, Profº José Roberto Meyer, conforme o pedido dos estudantes. Por volta das 13 horas, os alunos que estavam concentrados no Laguinho, jardim central da Escola, começaram a ocupação, com panelaço, apitaço e faixas de protesto contra a situação atual da Unidade, cobrando a presença de um representante da reitoria, a quem pudessem apresentar suas reivindicações.

Segundo Laura Abrantes, coordenadpra do Centro Acadêmico, apesar de instaurada uma sindicância, algumas medidas administrativas podem ser tomadas pela Reitoria, independentemente das apurações em curso. "Fizemos uma assembléia com alunos das quatro habilitações de comunicação e decidimos realizar esse ato. Entendemos ser possível a tomada de medidas mais concretas, como a reforma de banheiros, contratação de professor substituto ou mesmo um novo projeto pedagógico para a ECO, independente da sindicância". (Com informações de Diego do Carmo)


De Olho Na Mídia

A televisão hipnótica segundo Samuel Pinheiro Guimarães
Qual o peso da mídia na formação da consciência política do povo? Qual sua influência nas atitudes políticas do nosso povo? Há uma relação direta entre a ideologia e as atitudes que a TV Globo e as outras menores propõem, toda noite, em cada segundo de sua programação, e o nível de mobilização e compromisso com a política dos telespectadores? Para o embaixador que foi afastado do cargo por se inimizar com o governo Bush, a resposta é sim.

Em trecho de artigo veiculado pelo site Carta Maior, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães afirma o seguinte: “As classes pobres foram atendidas pelo neo-assistencialismo da distribuição de alimentos e por outros esquemas semelhantes de solidariedade, anestesiadas pela liberdade irrestrita conferida à televisão hipnótica e alienante que invadiu o vazio cultural, iludidas por estratégias paliativas de luta pelos direitos humanos que, em realidade, não enfrentam as causas reais das violações nem da criminalidade de que são os pobres as principais vítimas.”

(Notícia a partir do jornal Brasil de Fato,
nº 119, de 9 a 15 de junho, 2005).
Conflito se agrava no Pará, mas mídia ignora
Enquanto as lentes e microfones em Brasília continuam pautando o País com acusações de corrupção, o secretário de segurança do Pará, Manoel Santino, afirmou na última quinta (9/6) que a ação da polícia militar vai continuar. Desde seu início, no sábado (5/6), já contabilizou a primeira execução. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), trata-se do sindicalista do município de Parauapebas conhecido como Antonio do Alho. O sindicalista foi executado na noite da última quarta (8/6).

O dirigente trabalhava na secretaria de agricultura do município governado pelo PT. Na tarde do mesmo dia as tropas da PM partiram para ofensiva contra militantes do MST na ocupação Lourival Santana (um dos executados no Massacre de Eldorado dos Carajás, 1996), na fazenda Peruano, que seria da família Mutran. A promessa é que a tropa retire todos na marra. Apesar das diversas denúncias da íntima relação entre os latifundiários e o governo Simão Jatene, a mídia tem ignorado profundamente o caso. A última vez que os crimes contra defensores dos direitos humanos tiveram espaço na grande imprensa foi em ocasião da morte da norte-americana Dorothy Stang, em fevereiro deste ano.

A disputa pela hegemonia é cada dia mais forte: Monsanto perde chance de fazer cabeça de crianças com dinheiro público
A batalha contra os transgênicos é uma das grandes lutas do Brasil de Fato. Com satisfação, o semanário contou uma derrota da grande multinacional da alimentação, dos adubos, das sementes transgênicas e ... do agente laranja (lembram o veneno mortal usado no Vietnã, proibido pelas leis internacionais?). Pois é, a Monsanto, que sozinha controla mais de 90% do mercado internacional de sementes geneticamente modificadas, foi uma das empresas contratadas pelos Estados Unidos para desenvolver o agente laranja (dioxin kilss) como informa Carta Capital em sua última edição.

Vejamos o que diz o jornal Brasil de Fato: 

“A pretensão da Monsanto de entrar nas escolas para ensinar agricultura através da revista Horizonte Geográfico foi ameaçada. No dia 26 de abril, uma nota publicada pelo Ministério da Cultura (MinC) determinou a suspensão da distribuição do número 96 da publicação, cartazes e materiais didáticos direcionados para professores, que integram um kit de seis edições (91 a 96) e faz parte do projeto “Janela Sudeste”, patrocinado pela transnacional de biotecnologia.

Tal medida foi tomada, segundo a nota do MinC, porque algumas reportagens e materiais sobre o tema, que não estavam previstos no projeto original, foram inseridos no produto final. Com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), o kit tinha começado a ser distribuído em bibliotecas de escolas brasileiras do ensino fundamental e médio de cidades do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Bahia, Goiânia e Distrito Federal.”

(Notícia a partir do jornal Brasil de Fato,
nº 119, de 9 a 15 de junho, 2005)
Veja denuncia corrupção no IBAMA de olho na internacionalização da Amazônia
A revista Veja está se deliciando com as denúncias contra o governo. Longe de ser uma gritaria contra todo tipo de corrupção, a revista defende seu projeto político perseguido a cada semana. Nos números de 1 e 8 de junho Veja deita e rola. No caso das denúncias da corrupção dos Correios o objetivo salta aos olhos: defender as privatização deste enorme serviço público.

Em relação às denúncias sobre o Ibama, Veja torce e distorce o caso em favor de outros objetivos. Ou seja, da proteção ao agronegócio e da justificação do projeto de abrir as florestas nacionais à exploração por empresas privadas. Na edição de 8 de junho, a matéria Ratos e, agora, cupins fala sobre a Operação Curupira, que prendeu 102 pessoas em Mato Grosso. Madeireiros, fiscais do Ibama e outros funcionários públicos estariam envolvidos na extração ilegal de madeira da floresta.

Pois bem, as denúncias devem ser apuradas, e os responsáveis punidos. Mas, Veja quer algo mais. Quer mostrar que este governo é corrupto. Mas não só. Tenta insinuar que qualquer governo é incompetente para cuidar das florestas brasileiras. Então traz a matéria Da floresta ao deserto, em que cita os exemplos da Malásia e da Indonésia. Segundo a revista, "foi seguindo um roteiro semelhante a esse que nações como a Malásia e a Indonésia devastaram quase totalmente suas florestas. A corrupção também foi uma das forças motrizes que impulsionaram a motosserra".

Ora, o desmatamento das florestas desses dois países foi resultado exatamente da entrega de sua exploração a empresas privadas. Deve ter havido corrupção, mas não o suficiente para acabar com florestas inteiras. O pior é que algo muito parecido com isso é que está em discussão no Congresso Nacional por iniciativa do governo petista. E Veja, simplesmente, quer apressar a aprovação deste projeto que se insere perfeitamente no projeto político da revista. 

(Por Sérgio Domingues; leia a íntegra do
artigo em www.piratininga.org.br)
Reportagem denuncia privatização das florestas amazônicas
A revista Reportagem, no seu número 68, de maio de 2005, estampou em sua capa: "O plano da nova Amazônia: O governo Lula parece acreditar que só o grande capital pode salvar a grande floresta". A revista revela que o Plano Nacional de Florestas proposto pelo atual governo pode ser uma reedição piorada do Projeto de Lei 7492, apresentado por FHC, em dezembro de 2002.

Segundo Reportagem, a proposta de FHC:
“Previa a concessão de 50 milhões de hectares para exploração de madeira em terras públicas através de concessões por 60 anos, prorrogáveis por mais 60. É esse projeto que foi reformulado pelo governo Lula e está no Congresso. O projeto não estabelece, mas instruções que o Ibama está fazendo circular entre seus técnicos estabelecem a meta de 65 milhões de hectares de concessões (haveria um período de teste, de 10 anos, com concessão de 13 milhões de hectares).”

O único ponto ligeiramente melhorado da proposta de Lula é o fato de que:
“Foi acrescentada ao projeto de FHC a parte que chamamos de compensatória, a garantia de que o governo protegerá ribeirinhos, quilombolas e sem terra - 90.000 famílias no Plano da BR-163.”

Comparando com a revista Veja de 8/6 percebe-se a distância entre uma revista de direita e uma de esquerda. A matéria de Veja deveria destacar algo tão importante em um caso de denúncia envolvendo Ibama e florestas. Deveria, não. Se ela fizesse isso, não seria mais a Veja, o verdadeiro panfleto semanal do conservadorismo brasileiro.

(Por Sérgio Domingues; leia a íntegra do
artigo em www.piratininga.org.br)

Democratização da Comunicação

Decisão dos vereadores de São Paulo melhora a esperança das rádios comunitárias
Finalmente a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o projeto de lei dos vereadores Carlos Neder, do PT (que agora é deputado estadual), e Ricardo Montoro, do PSDB, que transfere a outorga das rádios comunitárias do governo federal para o âmbito municipal. Apesar do debate sobre a constitucionalidade da lei, ela representa um avanço para democratizar a comunicação social. O jogo não terminou. A burguesia vai querer manter seu controle de todo jeito. Mas esta rodada foi positiva para a batalha contra o fim do monopólio da informação pelos grupos de mídia com seus associados, afiliados e testas de ferro.
 
 
 

(Notícia a partir do jornal Brasil de Fato,
nº 119, de 9 a 15 de junho, 2005)
"Lei Geral" exclui outorgas e monopólios
Decreto publicado no dia 26 de abril cria "Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) com a finalidade de elaborar anteprojeto de lei de regulamentação dos artigos 221 e 222 da Constituição e da organização e exploração dos serviços de comunicação social eletrônica". O grupo é a resposta do governo a uma demanda de movimentos sociais no setor para a confecção de uma Lei Geral da Comunicação Social Eletrônica, que apareceu de forma bem concreta durante o debate sobre a criação da Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (ANCINAV). O GTI do governo, no entanto, exclui da suposta Lei Geral a possibilidade de regulamentar os artigos 220 e 223 da Constituição Federal. O parágrafo 5 do artigo 220 veda a formação, direta ou indireta, de monopólios ou oligopólios da mídia. Já o artigo 223 estipula as regras para expedição das outorgas de rádio e TV, além de definir a existência de um sistema público, não-estatal, de comunicação.
(Com informações do Boletim Prometheus)
"Quanto vale, ou é por quilo?”. Não deixe de assistir
Na última edição do Boletim-NPC trazíamos a opinião do jornalista Maringoni sobre o filme de Sérgio Bianchi, “Quanto vale ou é por quilo?” “Uma obra-prima. Trata-se do melhor filme a retratar nossos impasses e mazelas sociais dos últimos tempos”, dizia Maringoni. Influenciados por ele fomos ao cinema e constatamos: o filme é bom e merece ser visto e debatido. Trata dos principais problemas da nossa sociedade. Temas como desemprego, chacinas policiais, filantropia e pilantropia, papel das ONGs na manutenção da sociedade neoliberal, favelas, discriminação, segregação racial e escravidão se entrelaçam num jogo fantasmagórico. Não deixe de assistir.
(Por Claudia Santiago)
Em Porto Alegre nasce o jornal eletrônico FotoJornal
Foi lançado o jornal eletrônico FotoJornal, editado pelos alunos do curso de fotojornalismo da Foto Oficina Brasil Imagem. O FotoJornal é resultado do trabalho da primeira turma de fotojornalismo da escola, que teve como professor o fotógrafo Carlos Carvalho. Os temas abordados pelos alunos refletem um momento vivido pelos gaúchos, tanto em questões sociais, como na cultura e no esporte.

"Morro do Osso" aborda a resistência dos índios Caingangs em permanecer em uma área que sofreu forte especulação imobiliária e que agora confronta o passado dos índios Caingangs gaúchos com a expansão urbana sofisticada. "Idosos: duas realidades sociais" descreve as diferenças de estrutura e acesso a uma qualidade de vida melhor quando se tem recursos, ou quando a terceira idade chega para aprofundar uma exclusão social. "Desperdício x Fome" mostra que enquanto toneladas de comida são desperdiçadas diariamente, milhares de pessoas encontram nesse lixão social, o prato de cada dia. O jornal eletrônico está disponível no endereço:  www.brasilimagem.com.br/fotojornal

Inscrições abertas para o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
Já estão abertas as inscrições para a 27ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. A premiação, este ano, tem uma nova categoria – reportagem para internet – e reveste-se de um importante simbolismo na defesa dos direitos humanos e da justiça social, já que coincide com o 30º aniversário do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro. O Prêmio Vladimir Herzog é promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, pela Comissão de Direitos Humanos da OAB e pela Arquidiocese de São Paulo e foi criado três anos após o assassinato de 'Vlado' pelos agentes da repressão política.

Ao longo de sua história, a premiação se consolidou como uma das mais importantes do jornalismo brasileiro. As inscrições para a edição deste ano podem ser feitas até o dia 2 de setembro, nas seguintes categorias: artes (ilustrações, cartuns, caricaturas e quadrinhos); fotografia; Televisão (subdividia em três quesitos: imagem, reportagem do noticiário diário, documentário ou reportagem especial); rádio; jornal; revista; livro-reportagem; internet ou site noticioso. O regulamento e a ficha de inscrição do XXVII Prêmio podem ser obtidos no site do Sindicato dos Jornalistas, em www.sjsp.org.br

Seminário debate papel da mulher na mídia, na publicidade e na dramaturgia em SP
Promovido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o seminário vai debater o papel da mulher na mídia, na publicidade e na dramaturgia. O evento, que também vai discutir o tratamento editorial dos meios de comunicação à diversidade e à pluralidade de gênero, reunirá jornalistas e profissionais de comunicação do Brasil e da América Latina em torno de quatro painéis de debate: 'As questões de gênero na dramaturgia - mitos, verdades e mentiras'; 'A mulher na publicidade - muito além da imaginação'; 'A mulher ao vivo e em cores - os programas e publicações voltados para o universo feminino'; e 'Movimentos da mulher na mídia - conquistas de espaços e avanços na abordagem da temática da mulher'. Dias 18 e 19 de junho, na rua Teixeira Silva, 647, São Paulo capital. Maiores informações: (61) 2104-9358.

Livros da Perseu Abramo com até 50% de desconto
Inúmeros títulos da Editora Fundação Perseu Abramo, abordando os mais variados temas, estão com descontos de até 50%. A promoção vigora até 31 de julho ou enquanto durar o estoque. Informações: www.efpa.com.br/Telas/promocoes.asp

Leandro Konder lança novo livro
As Artes da Palavra, elementos para uma poética marxista, de Leandro Konder, acaba de ser lançado pela Boitempo Editorial. A obra é dividida em duas partes. Na primeira, Konder analisa cinco gêneros da expressão literária: poesia, romance, teatro, ensaio, crônicas e cartas. Na segunda, “parte para um desenvolvimento original do conceito de realismo na literatura, a partir da análise e comparação de um romancista notadamente realista, Honoré de Balzac, com a busca ao que existe de realismo na obra de Fernando Pessoa, um poeta que inventava inclusive os autores de seus poemas. Fortemente inspirado pelo filósofo húngaro Georg Lukács, Konder busca uma definição do que é realismo e sua relação com a força das grandes obras de arte.”


Por Dentro da Universidade

Professor de Comunicação diz que mídia controla a sociedade
O estudante de Comunicação da Faculdade de Comunicação Hélio Alonso (FACHA), no Rio de Janeiro, Douglas Pego, entrevistou o seu professor Sady Bianchin, para o Boletim do NPC.

BoletimNPC. Quem é você?

Sady. Sou Sady Bianchin, nasci no Mato Grosso do Sul e me registrei no Paraná. A grande parte da minha vida vivi no Rio de Janeiro, onde moro, no bairro do Jardim Botânico. Sou poeta, ator, diretor, sociólogo, professor e jornalista.

BoletimNPC. Qual a sua formação acadêmica?

Sady. Sou formado em arte cênica na UNIRIO, assistente social na UFF, em Comunicação Social na FACHA; tenho mestrado em ciência da arte e doutorado em teatro e sociedade pela Universidade de Roma.

BoletimNPC. Como você começou a lecionar na FACHA?

Sady. Em 1995, ministrando para o curso de teatro, dramaturgia e Realidade Brasileira e História do Teatro Brasileiro. Em seguida passei a lecionar a matéria Formação da Cultura Brasileira e Sociologia da Comunicação.

BoletimNPC. Você já ganhou algum prêmio por seus trabalhos como ator e diretor? Qual foi à repercussão deste trabalho na mídia?

Sady. Tenho dois prêmios Mambembes com o espetáculo Mambembe de Artur de Azevedo, um Prêmio Shell, pela continuidade do trágico Um Édipo Rei; como diretor recebi o prêmio Festival de Monólogo, do Piauí, Festival de Canelas, no Rio Grande do Sul, Festival de Curitiba, Festival de Londrina e São José do Rio Preto. A repercussão da mídia foi pequena e muito tímida, pois a mídia dá mais ênfase às pessoas que são ligadas aos donos dos meios de comunicação.

BoletimNPC. Como você vê a atuação dos  meios de comunicação de massa no Brasil?

Sady. Eles atuam para não deixar o leitor e/ou telespectador ter uma postura crítica dos assuntos que estão no cotidiano da população. Ocorre uma exclusão da maioria das pessoas sobre o poder de educação e formação do indivíduo. Então, a mídia trabalha de uma forma massificadora para persuadir em função de seus interesses, através de produtos e/ou ideologias infiltradas no psicológico da massa, assim controlando e administrando a sociedade.
 


De Olho No Mundo

Os ensinamentos do bonde da Revolução do século 20
''Revoluções do Século 20'' revê as experiências soviética, chinesa e cubana. Ao final da leitura permanece a grande pergunta lançada por Lênin, em 1903: O que fazer?
Depois que o bonde das revoluções do século 20 passou, resta a pergunta: o que os erros do passado ensinam aos interessados em mudar os atuais regimes capitalistas? Este é o horizonte dos três primeiros livros da Coleção Revoluções do Século 20, organizada pela historiadora Emília Viotti e editada pela Unesp. As três primeiras publicações da coleção são: As Revoluções Russas e o Socialismo, de Daniel Aarão Reis, A Revolução Chinesa, de Wladimir Pomar e A Revolução Cubana, de Luis Fernando Ayerbe.

(Fonte: Giberto Tedéia – Revista Reportagem)

De Olho Na Vida

"Nova Daslu é um ato de violência", diz Marcelo Yuka
A Daslu, inaugurada há poucos dias, é hoje a loja mais cara do País. Localizada na zona mais cara de São Paulo, ela se define, na sua propaganda, como “o mais exclusivo endereço do país”. Nos fundos da mega loja há a Favela Coliseu, separada por um muro. O muro da vergonha do Brasil.

“Esse muro separa o lixo do luxo. Rico de lá e pobre pra cá”, disse um dos moradores.

De acordo com notícia de T. Stivaletti, da Folha de S. Paulo, “Marcelo Yuka, numa entrevista coletiva na ocasião do lançamento do o primeiro CD do grupo F.UR.T.O., Sangueaudiência, afirmou que, se tivesse que escolher um alvo para as letras do grupo, seria a elite econômica e cultural do país.

Essa nova Daslu que está sendo inaugurada em São Paulo, por exemplo, é um verdadeiro ato de violência. É um shopping feito da elite para a elite, um totem da má distribuição de renda. Soube que tem um dos melhores acessos para deficientes do país, mas não se pode entrar sem carro. Quer maior exclusão que essa? disse”.

Só para ter uma idéia da violência que representa este templo da burguesia paulista e de todo o país, basta ver um simples dado. Na Favela Coliseu, na mesma rua da loja, há 215 barracos. Dados do IBGE, atualizados pelo INPC, dizem que a renda total de um mês de todos os moradores é de R$ 10.725,00. Esta cifra corresponde ao preço de duas calças jeans, da marca Dolce e Gabbana, vendidas na Daslu pelo preço de R$ 4.920,00 cada. Ou seja, seria preciso juntar o que ganham todos os moradores de Favela Coliseu, durante 30 dias, para comprar duas calças jeans da loja vizinha. 

Ah! Vamos ficar de olho... a Daslu está pedindo a desocupação da área ocupada pela favela. Ela precisa limpar o terreno, tirar esses incômodos vizinhos, de qualquer maneira. É bem capaz que ganhe na “Justiça”. Já há ações rolando nesse sentido. Mas, e se não ganhar? O que irá acontecer com a favela Coliseu? Boa proposta de pauta!

(Por Vito Giannotti)

Memória

60 anos do fim da II Guerra: uma interpretação marxista do porquê do conflito
No livro Segunda Guerra Mundial, do professor da USP Osvaldo Coggiola, há uma introdução sobre a natureza desta guerra que ajuda a entender o fundo de suas razões. Vejamos:

“Sessenta milhões de homens em armas, entre 40 e 50 milhões de mortos (a maioria na população civil), como resultado direto dos combates, ou 80 milhões de pessoas, se se contar também as que morreram por fome e doença, como resultado direto da guerra (...) Os números da Segunda Guerra Mundial estão aí para mostrar a validade da alternativa histórica que Rosa Luxemburgo colocava imediatamente após a Primeira Guerra Mundial: Socialismo ou Barbárie.

(...) Era uma grande mentira a palavra-de-ordem de uma guerra da democracia contra o fascismo. Como se os operários tivessem esquecido que foi o governo britânico que ajudou Hitler e seu bando de carrascos a se apropriar do poder. As democracias imperialistas são na realidade as maiores aristocracias da História. A Inglaterra, a França. A Holanda, a Bélgica repousam sobre a submissão dos povos coloniais. A democracia americana repousa sobre o domínio das riquezas enormes de todo um continente.”
 


Pérola da edição

Durante os anos da Ditadura
“Quando se pegava um tenente roubando e se gritava 'ladrão', ele dizia: “está ofendendo as Forças Armadas”. E os generais concordavam. Hoje acontece o mesmo com o jornalismo. O jornalista faz uma barbaridade e alguém diz: ‘ele fez uma infâmia”. Os grandes jornais alertam: “a liberdade de imprensa está sob ameaça”. É a maior corporação existente hoje no país, com um poder infernal.”...Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político, na revista CartaCapital


Proposta de pauta

Leia na seção de De Olho na Vida.


Cartas ao NPC

“Camaradas do Boletim, 
importante e excelente trabalho.”
Abração, Alipio Freire – SP


Radiografia da Comunicação Sindical

Nesta edição, a imprensa do Sindipetro/RS
Por Aline Brum, assessora de Comunicação do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio Grande do Sul (Sindipetro/RS)

BNPC. Quando foi criado o jornal do sindicato?
Aline. O jornal, ou melhor, boletim do Sindipetro/RS, foi criado juntamente com a fundação da entidade em 1962. Na época eram datilografados e mimeografados.

BNPC. Sua circulação foi interrompida em algum período?
Aline.  Não.

BNPC. Qual o nome, tiragem e periodicidade do jornal?
Aline.  O boletim leva o nome da entidade: Sindipetro/RS, a tiragem é 2.500 exemplares, e a periodicidade semanal.

BNPC. O sindicato tem página na Internet?
Aline.  Sim, o endereço é www.sindipetro-rs.org.br

BNPC. Qual a forma de distribuição do jornal e boletins?
Aline. O boletim é entregue para os trabalhadores da ativa diretamente nos portões da refinaria e terminais. Para os aposentados é entregue via Correio.

BNPC. Quantos profissionais trabalham no departamento de comunicação?
Aline. Um

BNPC. Vocês costumam fazer reportagens?
Aline.  Sim.
 


Especial

Uma ENTREVISTA em nossa página com Mineirinho, do MST
 

Eliane Amaral..
Dando continuidade a série de reportagens e entrevistas especiais, o BoletimNPC traz para você a síntese de uma conversa de quatro horas entre a jornalista carioca Eliane Amaral e o responsável pelo setor de cultura do MST, o Mineirinho.

“Rico não gosta que pobre pense”
Por Eliane Amaral

...Mineirinho, ao violão
.Felinto Procópio dos Santos tem 37 anos. Ele é um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Mineirinho, como é mais conhecido, não gosta muito de dar entrevistas. Mas aceitou conversar com a jornalista Eliane Amaral, no Rio de Janeiro,  para o BoletimNPC. Vamos apresentar, com muitos detalhes, a vida de um lutador do povo, que não tem medo de defender suas idéias e o povo brasileiro. Ele já foi preso injustamente, mas para qualquer um afirma: “O que me move é a luta pela reforma agrária. É a vontade de ver um Brasil onde as pessoas tenham casa, comida e dignidade”.
 


Novos artigos em nossa página

"Veja" denuncia corrupção de olho na privatização. Por Sérgio Domingues
A revista "Veja" está se deliciando com as denúncias contra o governo. Numa cacetada só, a publicação tenta desmoralizar o governo Lula e defender as privatizações. Ao tentar abafar a CPI dos Correios, o governo ajuda a direita a puxar o tapete sob seus próprios pés. Por Sérgio Domingues, junho de 2005

Filme “Guerra nas Estrelas” despreza a política... e o povo. Por Sérgio Domingues
“A vingança dos Sith” é o último filme da fantasia espacial criada por George Lucas. Neste episódio fica mais claro o desprezo de Lucas pela política. Combinado com a ausência do povo, pode ser uma posição perigosa porque leva facilmente ao conservadorismo.



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912 - CEP 20031-130
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Kátia Marko e Rosângela Gil (interinas)
Redação: Gustavo Barreto, Kátia Marko e Rosângela Gil.
Projeto Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes.
Colaboraram nesta edição: Sérgio Domingues (SP). [voltar]


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ÍNDICE
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Notícias do NPC
A quantas andam os cursos do NPC?
Domingo é dia de Cinema: Guerra de Canudos e debate com Paulo Betti e João Pedro Stédile

A Comunicação que queremos
'Reportagem', 'Brasil de Fato' e 'Carta Capital': úteis, necessárias, indispensáveis!
Agência ADITAL expande perspectivas da imprensa engajada e séria
Universidade Metodista veicula radiojornal on-line
Pesquisa sobre Direito à Comunicação no Brasil lançada em São Paulo

NPC Informa
Estudantes da Comunicação da UFRJ ocupam gabinete do diretor

De Olho Na Mídia
A televisão hipnótica segundo Samuel Pinheiro Guimarães
Conflito se agrava no Pará, mas mídia ignora
A disputa pela hegemonia é cada dia mais forte: Monsanto perde chance de fazer cabeça de crianças com dinheiro público
'Veja' denuncia corrupção no IBAMA de olho na internacionalização da Amazônia
'Reportagem' denuncia privatização das florestas amazônicas

Democratização da Comunicação
Decisão dos vereadores de São Paulo melhora a esperança das rádios comunitárias
"Lei Geral" exclui outorgas e monopólios
"Quanto vale, ou é por quilo?”. Não deixe de assistir
Em Porto Alegre nasce o jornal eletrônico 'FotoJornal'
Inscrições abertas para o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
Seminário debate papel da mulher na mídia, na publicidade e na dramaturgia em SP
Livros da Perseu Abramo com até 50% de desconto
Leandro Konder lança novo livro

Por Dentro da Universidade
Professor de Comunicação diz que mídia controla a sociedade

De Olho No Mundo
Os ensinamentos do bonde da Revolução do século 20

De Olho na Vida
"Nova Daslu é um ato de violência", diz Marcelo Yuka

Memória
60 anos do fim da II Guerra: uma interpretação marxista do porquê do conflito

Pérola da edição
O poder infernal da mídia

Proposta de pauta
O que irá acontecer com a favela Coliseu?

Cartas ao NPC
Alipio Freire, de São Paulo

Radiografia da Comunicação Sindical
Nesta edição, a imprensa do Sindipetro/RS

Especial - Uma ENTREVISTA em nossa página
A jornalista Eliane Amaral entrevista Mineirinho, do MST

Novos artigos em nossa página
"Veja" denuncia corrupção de olho na privatização
Filme “Guerra nas Estrelas” despreza a política... e o povo

Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge