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Boletim do NPC
— Nº 68
— De 16 a 31.5.2005
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias
do NPC
Imprensa
alternativa pode ser arma contra a criminalização das populações
pobres
.
Foto:
Niko Júnior..
Por
Renata Souza
O papel
dos veículos alternativos de comunicação (fora da
órbita dos interesses comerciais e voltados para o movimento social)
na discussão sobre a violência reuniu jornalistas, representantes
de ONGs que trabalham com o assunto e uma mãe que perdeu seu filho
assassinado pela polícia num debate no Sindicato dos Engenheiros,
na semana passada. A jornalista Cláudia Santiago, do Núcleo
Piratininga de Comunicação (NPC), conclamou os jornalistas
presentes a construir uma rede para usar a comunicação como
uma arma contra todo tipo de violência. Cláudia Santiago chamou
atenção para o fato de os jornais sindicais não discutirem
a violência policial no Rio de Janeiro com profundidade e maior compromisso.
Na mesa, além da jornalista, estavam o coordenador da ONG Justiça
Global, Marcelo Freixo, e a representante das vítimas de violência,
Márcia de Oliveira. Na opinião de Cláudia Santiago,
a imprensa alternativa “pode e deve fazer a disputa de idéias e
denunciar a violência porque dispõe de bons profissionais,
tem qualidade, credibilidade e uma tiragem grande de jornais".
Marcelo
Freixo alertou que é necessário enfrentar o desafio de lutar
contra a criminalização das populações pobres
e a violação dos direitos humanos. “O processo de exclusão
vai além da questão capital e trabalho, porque há
uma marginalização de todos os movimentos populares”, afirmou
Freixo.
..Foto:
Thiago Vieira
Para
ele, a violência é uma questão de classe. “Um juiz
assinou um mandado de busca genérica, ou seja, qualquer casa de
portão na favela pode ser invadida, mas se eu disser que um bandido
perigoso está num prédio na Barra em um apartamento de porta
marrom, nenhum juiz vai assinar esse mandado de busca. Isso porque um é
espaço de direito e outro não. A favela e a prisão
não são vistos como espaços de direitos”, afirmou
o integrante da ONG Justiça Global.
A luta de Márcia
por justiça
Márcia
de Oliveira gostaria que a mídia “fizesse matérias sobre
a violência com mais ética, respeito e sinceridade para poder
sensibilizar as pessoas sobre esse assunto”, afirmou a mãe de Hanry.
Muito comovida, Márcia de Oliveira, dona de casa, mãe de
2 filhos, nascida e criada no Lins de Vasconcelos, narrou a trágica
história de seu filho Hanry, de 15 anos. Ele foi assassinado em
21 de novembro de 2002 por policiais quando voltava para casa.
..
.
Caderno
de Formação sobre centrais sindicais ontem e hoje
Está
no prelo o novo Caderno produzido pelo Núcleo Piratininga de Comunicação.
Desta vez, sob encomenda do Sindicato dos Trabalhadores na Justiça
Federal do Rio Grande do Sul (Sintrajufe-RS). Trata do tema Sindicatos
e Centrais no mundo e no Brasil: 200 anos de organização
dos Trabalhadores. O texto está dividido em três capítulos:
-
O nascimento
da classe operárias, dos sindicatos e das centrais no mundo: 1800-1900
-
Sindicatos
e centrais no Brasil: Da COB à CUT (1908-1983)
-
As centrais
sindicais no Brasil: De 1983 a 2005
Sobre
o envio do Boletim do NPC
Durante
o último envio de nossa mala-direta, tivemos um problema técnico
que resultou no envio de cinco mensagens indevidas para quase todos os
assinantes do Boletim NPC. Além disso, os que enviaram mensagens
para o endereço da lista receberam mensagem automática, gerada
pelo programa de mala-direta, com o texto "Sua mensagem foi avaliada de
forma inapropriada pelo moderador" ou coisa parecida. A todos vocês,
nossas desculpas pelo transtorno que involuntariamente causamos.
Gostaríamos
de esclarecer que o Núcleo Piratininga de Comunicação
respeita a privacidade de cada assinante da mala, não utilizando
esta para nada mais a não ser o envio do Boletim NPC, com periodicidade
quinzenal. Lamentamos o erro técnico que cometemos e esclarecemos
que os assinantes receberão apenas as referidas duas mensagens mensais,
não se constituindo portanto esta lista em um fórum virtual
de debates.
Aproveitamos
para solicitar que as mensagens ao Núcleo Piratininga de Comunicação
sejam enviadas para o endereço npiratininga@uol.com.br.
Os
outros endereços foram desativados. Se por acaso, em função
destes problemas, você parar de receber o Boletim NPC, solicite
recadastramento através do npiratininga@uol.com.br.
Caso tenha pedido descadastramento e o envio do Boletim NPC para
seu endereço não tenha sido interrompido, queira, por favor,
nos informar também neste endereço. Grata pela compreensão,
um abraço,
Claudia
Santiago
Editora
do Boletim do NPC
www.piratininga.org.br
A Comunicação
que queremos
Consumo
consciente em fotonovela
Consumir
— qualquer que seja o produto — não
é um ato inofensivo. Este é um dos principais alertas
da fotonovela "Consuma que eu te devoro" (20 pág.), produzida
pelo Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS)
e lançada em novembro de 2004 no Rio de Janeiro. Em formato A4,
a iniciativa pretende fazer com que o consumidor reflita sobre o consumo
diário e a atuação das empresas estrangeiras no nosso
dia-a-dia. "Para que empresa você está dando o seu dinheiro?
O que está sendo destruído da cultura e dos hábitos
alimentares dos povos pelo feitiço e poder da propaganda do consumismo?
Será que não existe uma forma alternativa de consumir?" Para
responder estas perguntas, a fotonovela reproduz uma situação
cotidiana em que dois vizinhos — Zeca e Joana
— se esbarram e passam a se conhecer melhor. As marcas
transnacionais Coca-Cola, Nestlé, Unilever (dona das marcas Omo,
Lux, Knorr, entre outras), Pfizer e Monsanto são questionadas, dando
espaço assim ao 'consumo consciente'. No decorrer da estória
e no final da publicação são oferecidas alternativas
ao leitor e indicações para a continuidade do questionamento.
Para conhecer melhor o PACS, entre em contato pelo telefone (21) 2210-2124
ou no www.pacs.org.br
Mestre
Bimba, a capoeira iluminada
É
este o nome do mais novo documentário de longa metragem de Luiz
Fernando Goulart, com imagens inéditas e raras do grande brasileiro
afrodescendente que, conforme suas palavras, “tirou a capoeira debaixo
do pé do cavalo”. “Se hoje a capoeira, o único esporte reconhecidamente
de origem brasileira, filho de pais africanos, é motivo de orgulho
para o nosso país em todo o mundo, com um alcance social que jamais
tivemos, devemos isso ao grande Mestre Bimba”, diz Goulart. Mestre Bimba,
no dizer de muitos historiadores, foi um dos negros mais importantes de
sua era em todo o mundo. ‘Iletrado’ nascido em 1900, em Salvador, quando
morriam os últimos africanos do Brasil, viu sua obra reconhecida
somente após sua morte, sendo agraciado com o título de Doutor
Honoris
Causa pela Universidade Federal da Bahia.
Adital
recebe outro prêmio
A Agência
de Informação Frei Tito para América Latina e Caribe
(ADITAL) recebeu nesta quarta (11/5) o Prêmio Dom Helder Câmara
de Imprensa 2005, na categoria Grande Mídia, conferido pela
Conferência Nacional dos Bispos (CNBB). A cerimônia de entrega
do prêmio foi na sede da Rede Vida de Televisão, em Brasília.
A ADITAL foi premiada pela prática da cidadania no jornalismo durante
a cobertura do Fórum Social Brasileiro, realizado em novembro de
2003, em Belo horizonte (MG). O Prêmio tinha como referência
o tema do Dia Mundial das Comunicações, "Os meios de comunicação:
a serviço da compreensão entre os povos". Para o diretor
da Agência, Padre Emanno Allegri, o prêmio tem um significado
simbólico para a ADITAL, já que Dom Helder Câmara promoveu
mudanças na Igreja Católica, no sentido de aproximá-la
mais da sociedade. Dom Hélder dedicou a vida à luta para
diminuição das desigualdades sociais, da miséria.
"A ADITAL, no seu esforço de colocar os protagonistas sociais na
mídia, assume o mesmo objetivo", ressaltou o diretor, durante a
entrega do Prêmio. Em março último, a ADITAL já
havia ganhado o reconhecimento da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
pelo seu trabalho. Na ocasião, foi eleita como uma das 20 melhores
iniciativas de comunicação da América Latina.
Bala
Perdida 'no ar'
Já
está no ar o número 16 do Bala Perdida (www.balaperdida.jor.br),
editado por Juçara Braga, com diagramação de Jussara
Magalhães. Este semanário carioca traz informações
sobre política, segurança, administração pública,
trabalho e muito mais. O NPC indica.
Cineasta
argentino finaliza longa sobre 'genocídio social'
O cineasta
argentino Fernando Solanas apresentou na semana passada, de passagem pelo
Rio de Janeiro, seu filme "Memória del saqueo", ainda inédito
comercialmente no Brasil. Em seu país, Solanas está às
voltas com a finalização de "Argentina latente", longa-metragem
complementar a "Memória", que pretende lançar ainda este
ano, no festival de Veneza ou no de San Sebastian. Solanas, de 69 anos,
conta que começou a fazer "Memória" em dezembro de 2001,
a fim de realizar uma reflexão histórica sobre seu país
após o fim do governo do presidente Fernando de La Rúa, os
problemas financeiros e a "grande mancha de fome que cobriu a Argentina".
Já no novo filme, ele conta um pouco da resistência do povo
argentino contra o que classifica de 'genocídio social'. "Esta resistência
se deu através de ações das próprias pessoas,
que criaram restaurantes populares para crianças e adultos, fizeram
organizações de desempregados etc. A câmera recolhe
o sentimento e o pensamento destas pessoas, num filme sobre a solidariedade
e a esperança", declarou. "Na Argentina, em vez de acontecer uma
democratização do uso das terras, houve crescimento do número
de latifúndios, e a venda para estrangeiros". Com informações
do jornal O GLOBO de 6/5/2005.
De Olho Na Mídia
VEJA:
mais panfletagem contra MST
A edição
1904 da Revista VEJA, de 11/5/2005, traz uma "reportagem"
de duas páginas em que trata de uma suposta ligação
entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Primeiro
Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua nos cárceres
paulistas. "Não se sabe ainda se é rasa ou profunda, mas,
ao
que tudo indica, ela existe", diz a matéria, citando um relatório
"preparado" pelo juiz Edmar de Oliveira Ciciliati, da Vara de Execuções
Criminais de Tupã (SP). As duas organizações teriam
participado da organização de uma manifestação
dos presidiários no dia 18 de abril, em São Paulo.
Para a
professora de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Carla Silva — que já fez uma tese sobre
VEJA e dedica um tópico apenas para a relação da publicação
com o MST — o texto não pode ser considerado
uma reportagem. "É mais um daqueles balões que eles jogam
no ar pra ver no que dá. O conjunto de páginas publicadas
contra o MST tem essa função: sistematicamente a revista
vai buscando meios de desconstruir a legitimidade do movimento e criminalizá-lo.
O que lemos ali nada tem de reportagem, é apenas um panfleto da
revista", afirma a historiadora ao Boletim NPC. "Como eles não
são nem um pouco desprevenidos, dizem: 'ao que tudo indica'
existiria essa ligação. A partir daí tudo é
afirmado como se verdade fosse".
Apesar
de ter sido feito a quatro mãos, VEJA não se preocupou em
ouvir o MST. Esse aspecto é lembrado por Sueli de Freitas, diretora
da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e colaboradora
do NPC. "Um dos princípios do jornalismo é ouvir os
dois lados de uma questão. E o leitor que tire suas conclusões
sobre as versões e os fatos apresentados. No caso da revista Veja,
o início dessa matéria já mostra seu propósito:
' Era o que faltava...'.", disse ao Boletim NPC. Ela concorda com
Carla Silva quanto ao tratamento dispensado aos movimentos sociais. "A
revista, por diversas vezes, divulgou matérias tentando criminalizar
o MST. A linha editorial é bem definida, há uma campanha
contra os movimentos sociais", afirmou Sueli. Carla lembrou, por fim, que
o direcionamento da matéria escondeu um aspecto importante. "Perceba
que o motivo da manifestação é deixado totalmente
de lado".
.
(Por
Gustavo Barreto)
.
VEJA
ganha comunidade no 'orkut'
O repúdio
às reportagens direcionadas da Revista VEJA já chegou até
ao “orkut”, sítio que congrega milhares de comunidades virtuais
pelo mundo. O usuário cadastrado neste sítio pode acessar
o http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2047473
e aderir à comunidade “Revista VEJA: eu boicoto”.
Cimi
processa o jornal 'O Estado de S.Paulo'
No dia
8 de maio, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matérias com os
títulos "Uma crise no horizonte de Roraima" e "ONGs são fachadas
para países ricos, diz relatório", nas quais acusa ONGs e
a Funai de estarem a serviço de "grupos e países interessados
nas riquezas minerais das reservas indígenas localizadas na fronteira
norte do pais". Segundo o jornal, a demarcação das terras
indígenas seria parte de uma estratégia de dominação
dos "paises hegemônicos". As matérias teriam sido baseadas
em um relatório secreto, produzido pelo coronel Gelio Augusto Barbosa
Fregapani, chefe do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), lotado
na Agência Brasileira de Informação (Abin), em Brasília.
Na última segunda (16/5), o Cimi se manifestou, afirmando que vai
"responsabilizar judicialmente" o jornal O Estado de S. Paulo.
Jornais,
manchetes e números —
sejamos sempre um pouco desconfiados...
"A manchete
é a bandeira do dono do jornal"; (...) Jornais – impressos ou eletrônicos
- costumam, periodicamente, "retratar" o desempenho da economia e do governo.
Para isso, precisam trabalhar com medidas, indicadores quantitativos. Contudo,
os indicadores que construímos (nós ou eles) não são
neutros, não são independentes do lugar em que estamos, na
sociedade. E não são independentes do rumo que pretendemos
dar à sociedade – o nosso projeto, a nossa ideologia.
.
Da
solidão diante da TV à produção de medo coletivo
Controle
da Mídia - Os espetaculares feitos da propaganda, livro do escritor
norte-americano Noam Chomsky, condensa idéias fundamentais do pensamento
do autor, como a denúncia da democracia do espectador, em que o
cidadão comum, vivendo sob aparentes condições de
liberdade mas solitário diante da TV, tem suas escolhas, na verdade,
manipuladas pela propaganda que fabrica consenso para atender aos interesses
do poder econômico. Nestes ensaios - o último deles escrito
em 2002, depois dos acontecimentos de 11 de setembro nos Estados Unidos
e do acirramento da chamada "guerra ao terror" - as peças demonstrativas
de como a propaganda fabrica consenso são tiradas das opções
da política externa norte-americana, sobretudo a partir da Guerra
do Golfo em 1991. Mas se encaixam, sem qualquer dificuldade, ao caso brasileiro.
96 páginas, da Graphia
Editorial.
Cúpula
América do Sul-Países Árabes: mais omissão
da Globo
Assistindo
aos telejornais da TV Bandeirantes (Jornal da Band) e da TV Globo (Jornal
Nacional), a professora de Educação da Universidade de Brasília
(UnB) Raquel Moraes afirmou ter se surpreendido. "Fiquei pasma ao perceber
que a Globo não mencionou, em seu tradicional noticiário
das 20h [que é o que o povo assiste], nada acerca da Cúpula
da América do Sul-Países Árabes, que está
acontecendo em Brasília, enquanto que a Band, minutos antes, até
reprisou alguns minutos da palestra do presidente venezuelano Hugo Chavez
que, em seu discurso, se referiu ao ex-presidente iugoslavo Tito como um
exemplo a ser seguido pela região". Segundo a pesquisadora, a Globo,
ao contrário, colocou em seu noticiário apenas reportagens
que enfatizaram sobretudo a ALCA e os EUA e coisas de menor importância.
"Imediatamente eu me lembrei do que essa emissora fazia nos tempos da ditadura
e na época das Diretas Já, quando todos os canais noticiavam
denúncias de torturas ou comícios pró-diretas, mas
ela omitia. Até que, um dia, a evidência de que o regime iria
cair a fez mudar de tática para continuar mantendo ["manipulando"]
a audiência", concluiu.
.
Democratização
da Comunicação
'Eles
fecham hoje, a gente abre amanhã', diz Joaquim Carvalho
Por Claudia Santiago
Organizado
pela Federação das Rádios Comunitárias do
Rio de Janeiro, com o apoio do Ibase e da CUT, foi realizado nos dias
12 e 13 de maio, na sede da CUT-RJ, um seminário estadual sobre
Rádios Comunitárias. Na opinião da secretária
executiva da Federação e responsável pela rádio
comunitária Novo Ar, de São Gonçalo, Maria das Graças
Rocha, o evento foi importante, principalmente, porque selou a parceria
entre as entidades o promoveram e apoiaram. Além das já citadas,
participaram a Associação Brasileira de Radiodifusão
Comunitária (Abraço) e a ONG Criar-Brasil. A secretária-executiva
da Associação Mundial de Rádios Comunitárias
(Amarc) no Brasil, que está debatendo e desenvolvendo ações
para reverter o quadro de repressão às rádios, também
participou do Seminário.
Após
o seminário, Joaquim Carvalho, coordenador jurídico
da Abraço, conversou com o Boletim do NPC.
BoletimNPC.
O fato de este seminário ter sido realizado dentro da CUT tem algo
de especial?
Joaquim
Carvalho. O Movimento de Rádios Comunitárias nasceu dentro
dos sindicatos e dos partidos de esquerda. Depois houve um afastamento
e os sindicatos não souberam se aproveitar do rádio como
ferramenta nas suas lutas. Os sindicatos distorceram o princípio
de gestão de uma rádio e tentaram fazer com que a programação
fosse determinada pelos sindicatos.
BoletimNPC.
Eu não concordo com isso. Os sindicatos não usam o rádio
porque ainda não despertaram para a sua importância.
Joaquim.
A Abraço tem feito a cobertura de diversos eventos do movimento
social. No momento estamos transmitindo a Marcha dos Sem-Terra.
Boletim
NPC. Por que você diz rádio comunitária não
é comunicação alternativa?
Joaquim.
Não nos consideramos imprensa alternativa. Somos mídia comunitária
e popular.
BoletimNPC.
Como assim?
Joaquim.
Em São Pedro do Gutiá, no Rio Grande do Sul, temos um bom
exemplo. Naquele município 92% da população escuta
a rádio comunitária. A rádio comercial do município
de Chiapete, em Santa Catarina, fechou por falta de audiência.
BoletimNPC.
Quantas rádios comunitárias estão funcionando regularmente
hoje?
Joaquim.
Umas 12 mil.
BoletimNPC.
O que você propõe ao movimento sindical? Poderíamos
cunhar o slogan “Ocupemos as rádios comunitárias”?
Joaquim.
Sim. Os princípios da rádio comunitária são
democráticos. O movimento sindical poderá fazer bom uso delas.
BoletimNPC.
E quanto ao fechamento das rádios. Qual pescoço vocês
querem apertar: o do Lula, da Anatel ou da Polícia Federal?
Joaquim.
A culpa é do governo. Se existe repressão é porque
o governo não tomou medidas para estabelecer seu fim.
BoletinNPC.
Que medidas podem ser tomadas?
Joaquim.
Já propusemos. O Ministério Público deve garantir
a outorga precária a todas as rádios que estão no
ar e montar um grupo de trabalho para estudar a outorga definitiva.
BoletimNPC.
Qual a resposta do governo?
Joaquim.
A realização de uma Conferência Nacional sobre Rádios
Comunitárias em setembro ou outubro.
BoletimNPC.
Quantas rádios vão sobrar até setembro?
Joaquim.
Todas. Eles fecham hoje, a gente abre amanhã. Isto quando não
abrimos no mesmo dia.
BoletimNPC.
Por que as rádios comunitárias estão sendo reprimidas?
Joaquim.
Porque o governo não manda nas estruturas inferiores da Anatel e
da Polícia Federal.
BoletimNPC.
A
serviço de quem estão estas estruturas inferiores?
Joaquim.
Da mídia comercial que patrocina a repressão. 80 rádios
que têm a participação de lideranças do movimento
de rádio comunitária foram fechadas, nos últimos 60
dias, em sinal de represália ao governo que tentou intervir para
que a rádio de Heliópolis, em São Paulo, não
fosse fechada.
BoletimNPC.
E por que o governo interveio no caso desta rádio?
Joaquim.
Porque foi pressionado pelo movimento. É uma rádio que funciona
numa grande favela e que já ganhou prêmios, inclusive internacionais.
BoletimNPC.
O movimento de favela usa mais as rádios comunitárias do
que o movimento sindical, não é?
Joaquim.
Sim. Muito Mais.
Sociedade
debate regulamentação de propagandas para crianças
e adolescentes no Brasil
O Fórum
Pernambucano de Comunicação (FOPECOM) promove audiência
pública sobre regulamentação da propaganda para criança
e adolescente no Brasil, no dia 25 de maio, das 8h às 12h30, no
auditório da Assembléia Legislativa, em Recife. Essa ação
faz parte de uma articulação com a Campanha Quem Financia
Baixaria é Contra a Cidadania. A audiência contará
com a participação do Conselho Nacional de Criança
e Adolescente (Conanda), do Ministério Público Estadual e
do professor e jornalista Edgar Rebouças, do Espírito Santo,
que está elaborando um estudo sobre o debate nacional. O FOPECOM
é um espaço de articulação da sociedade civil
composto por entidades, pessoas, órgãos representativos de
classe, movimentos sociais e organizações que atuam na área
de Comunicação Social e na defesa dos Direitos Humanos. O
Fórum tem por finalidade manter diálogo com o Poder Público,
empresas de comunicação e sociedade civil para a construção
de uma cultura da comunicação como Direito Humano. A Assembléia
Legislativa fica na rua da União, 439, em Boa Vista - Recife. A
audiência será no sexto andar do anexo um.
Rádio
livre da UFRJ volta a funcionar
A Rádio
Interferência (91,5 FM), que busca possibilitar a produção
de comunicação de uma forma aberta e sem controle, está
novamente no ar. Com abrangência na região próxima
ao campus da UFRJ na Urca, no Rio de Janeiro, a rádio é integrada
ao portal radiolivre.org.
Seus coordenadores a definem: "Um espaço onde não há
patrulhas estéticas ou ideológicas. Um lugar onde todos os
discursos podem coexistir e toda experimentação pode ser
feita. Um grupo onde todos têm autonomia mas onde ao mesmo tempo
há uma construção coletiva". Asseguram ainda que qualquer
um pode participar da programação. "Basta ter vontade de
produzir, cantar, gritar e interferir no mundo através da linguagem
radiofônica. Não há nenhum pré-requisito".
Em novembro
de 2003, a rádio chegou a ter seu transmissor desligado pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), que entregou
à época um Auto de Infração ao diretor da Escola
de Comunicação da UFRJ, José Amaral Argolo, apesar
de a instituição não ser responsável pela rádio.
Em abril do mesmo ano, a rádio já sofrera uma intervenção,
desta vez da Polícia Federal. Ambos os acontecimentos foram noticiados
por alunos da faculdade de comunicação. A rádio funciona
sem concessão em protesto à lei de radiodifusão comunitária
e à sua aplicação. Quem quiser ocupar esse espaço
deve mandar um email para os coordenadores (ver abaixo) ou comparecer
a reuniões, em que são realizadas oficinas de rádio
e exibidos filmes sobre Rádio Livre, entre outros acontecimentos.
A próxima reunião será no dia 25 de maio. Mais informações
pelo email radiointerferencia@gmail.com
Fórum
de Comunicação quer participar de discussões sobre
projeto de lei
As entidades
da sociedade civil ligadas aos setores de mídia e comunicação
protocolaram na Casa Civil e no Ministério da Cultura uma carta
na qual manifestam a vontade de participar das discussões de elaboração
do projeto da lei de Comunicação Social Eletrônica.
A carta é assinada por dezenas de entidades (veja abaixo).
Elas pedem representação no comitê consultivo a ser
formado pelo governo para colaborar nas discussões sobre a nova
lei. Segundo a carta, as entidades signatárias "têm diversidade
e legitimidade para contribuir na defesa do interesse público e
na construção de uma norma jurídica com maior grau
de legitimidade".
Além
disso, defendem que suas participações na discussão
da lei de regulamentação dos artigos 221 e 222 da Constituição
contribuirá para a defesa do interesse público e para a construção
de uma norma jurídica com maior grau de legitimidade. "Acreditamos
que só assim será evitada a reprodução, neste
âmbito, do desequilíbrio econômico que predomina na
sociedade brasileira", afirma a carta. Assinam o documento: Campanha pela
Ética na TV - Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania;
CBC - Congresso Brasileiro de Cinema; CRIS Brasil – Articulação
Nacional pelo Direito à Comunicação; FNDC - Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação;
Congresso
Brasileiro de Cinema; além de todas as associações
e entidades ligadas às citadas acima. No total, 82 associações
constam na carta. Com informações de Cristiana Nepomuceno,
da Telecom Online, e da TELA VIVA News.
.
NPC Informa
Revista
História
& Luta de Classes lançada em universidades do Rio
Foi lançada
nessa semana a Revista História & Luta de Classes em
universidades do Rio de Janeiro, com uma série de debates sobre
a atualidade do materialismo histórico. Em tempos de domínio
social da barbárie neoliberal e de hegemonia conservadora no pensamento
acadêmico, com destaque para a área da História e das
Ciências Sociais, a revista terá como principal objetivo servir
como ferramenta de intervenção daqueles historiadores e produtores
de conhecimento que se recusam a aderir e se opõem a essa dominação.
Na última terça (17/5), a colaboradora do NPC e professora
de História da UFF, Virgínia Fontes, esteve com Felipe Demier
e Adriana Facina debatendo e promovendo a História & Luta
de Classes, no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais (IFCS) da UFRJ, no Largo de São Francisco. Já na
quinta (19/5), Felipe Demier, Théo Lobarinhas e Marcelo Badaró
estiveram no Auditório do Instituto de Ciências Humanas e
Filosofia (ICHF) da UFF, no Campus do Gragoatá, Niterói.
Debate
Sindical nº 51 traz como tema principal a Reforma Sindical
Será
lançada neste mês a nova edição da revista Debate
Sindical nº 51. A publicação é editada pelo
Centro de Estudos Sociais e Sindicais 1º de Maio (CES). Em maio, o
tema principal é a Reforma Sindical, com artigos de José
Carlos Arouca, João Batista Lemos e Marcos Verlaine. As colunas
de Marcio Pochmann, Herval Pina Ribeiro, Antônio Augusto de Queiroz
e João Guilherme Vargas Netto trarão de temas de interesse
para o movimento sindical. Segundo o coordenador de Formação
Sindical do CES, Augusto César Petta, estão entre os temas
abordados nesta edição a importância da formação
política e sindical, o papel da oratória na atuação
sindical, a luta pela redução da jornada de trabalho no Brasil
e a crise fundiária no Pará. Cada exemplar da Debate Sindical
custa
R$ 6,00 (seis reais), com o acréscimo da taxa de postagem cobrada
pelos Correios, no caso de entidades situadas fora do município
de São Paulo. Para adquirir cotas da revista, ligue para o telefone
(11) 3106 0700 [Paulo Eduardo] ou mande um email para c.e.s.@uol.com.br
Jornalista
Altamiro Borges lança livro no Rio de Janeiro
Ainda
emocionado por ter participado há três dias de um debate com
a presença de 2.500 Sem-Terra que marchavam para Brasília,
o jornalista Altamiro Borges lançou seu último livro, na
terça, na CUT-RJ. “Venezuela, originalidade e ousadia” é
o título da obra. Borges disse que o objetivo do trabalho é
mostrar solidariedade concreta com o processo que acontece na Venezuela
hoje. Para ele, a revolução bolivariana é a experiência
mais avançada de resistência ao que se chama neoliberalismo
e aos Estados Unidos. Miro defendeu a integração latino-americana.
“O continente vive uma viragem do pensamento emburrecedor neoliberal para
um processo de ebulição”. O evento foi organizado pela CUT-RJ,
Núcleo Piratininga de Comunicação e TV-Comunitária
(RJ).
Sarau
Poético em Manguinhos, no Rio
O Pré-Vestibular
Comunitário de Manguinhos (Paróquia Santa Bernadete) promove
neste sábado, dia 21, às 14h, o seu 8º Sarau Poético.
Tome nota: Av. dos Democráticos, 896 - Higienópolis, no Rio
de Janeiro.
Evento
discute Mídia, Saúde e Trabalho no Sul, em outubro
A Universidade
do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), juntamente com a Cátedra da
UNESCO de Comunicação, no Brasil, vai realizar de 5 a 7 de
outubro de 2005, no campus de São Leopoldo (RS), o VIII COMSAÚDE,
evento que reúne instituições, professores, pesquisadores,
profissionais e estudantes dos campos da Comunicação e da
Saúde, em torno do tema "Mídia, Saúde e Trabalho".
A reunião de São Leopoldo é provocada por uma questão
que inquieta os profissionais dos dois campos: como a mídia está
contribuindo para prevenir e reduzir os problemas de saúde relacionados
ao trabalho? Em 2003, foram registrados 390.180 acidentes de trabalho (acidentes
típicos, acidentes de trajeto e doenças do trabalho) no Brasil,
2.582 óbitos e 12.649 casos de incapacidade permanente. Informações
sobre o evento com o professor Antônio Fausto Neto através
do e-mail fausto@unisinos.br
Centro
de Memória da CUT promove debate sobre estrutura sindical
O Centro
de Documentação e Memória Sindical da CUT promove
o Seminário Estrutura Sindical no Brasil: Memória, Atualidade
e Perspectiva, no dia 23 de maio, das 14 às 18h, no auditório
da sede Nacional da CUT (Rua Caetano Pinto, 575 – Brás). O objetivo
do evento é mostrar que os trabalhadores foram os principais protagonistas
na origem e evolução da estrutura sindical e de uma legislação
social no Brasil. No seminário também haverá Ato de
depósito no CEDEM (Centro de Documentação e Memória)
dos microfilmes com os documentos da Comissão Organizadora do 2º
Congresso Operário Brasileiro, realizado pela Confederação
Operária Brasileira (COB), criada em 1906. A organização,
microfilmagem e disponibilização dessa documentação
são resultados da parceria entre o Arquivo Geral da Cidade do Rio
de Janeiro, o Arquivo Nacional e o Centro de Documentação
e Memória Sindical da CUT.
Igualdade
Racial e as Políticas de Comunicação, em Salvador
Estiveram
reunidos durante os dias 9, 10 e 11 de maio, no Centro de Convenções
da Bahia, cerca de 80 representantes do poder público e mais de
120 entidades do movimento social, em especial as que integram a luta contra
o racismo, para a realização da 1º Conferência
Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial. Nos dias 10 e 11, os delegados e observadores se dividiram
em cinco Grupos de Trabalho que tiveram como tema: educação;
cultura e religião, comunicação; saúde; e emprego
e renda. Cada GT foi acompanhado por gestores do Município, especialistas
e representantes do movimento social. Uma novidade, foi a criação
do GT de Comunicação, para discutir os rumos da Comunicação
Social em Salvador e no Brasil, com a perspectiva da igualdade racial.
Veja em nosso site, em www.piratininga.org.br,
uma moção de repúdio ao racismo na mídia e
propostas aprovadas na Conferência.
(Com
Paulo Rogério Nunes)
.
RS:
Funcionários da TVE/FM Cultura promovem manifestação
em defesa das emissoras estatais
A campanha
"SOS TVE/FM Cultura", que pretende contar com o apoio dos mais diversos
setores sociais e culturais, visando buscar maiores investimentos do governo
para garantir a exibição de programas de qualidade, foi lançada
na quarta (18/5), em Porto Alegre (RS). Há três anos sem nenhum
reajuste salarial e diante da constante piora nas condições
de trabalho, com falta de investimentos em equipamentos e veículos,
os funcionários da TVE e FM Cultura promoveram uma paralisação
de uma hora para alertar o governo, os meios de comunicação
e a sociedade para a situação das únicas emissoras
públicas do Rio Grande do Sul. A campanha será divulgada
através de camisetas, outdoors, panfletagens e manifestações
públicas. O movimento conta com o apoio dos sindicatos dos Jornalistas
e Radialistas do Rio Grande do Sul.
Deputado
quer levar Michael Moore a Porto Alegre para Fórum Mundial da Paz,
em setembro
O coordenador
da campanha “Paz é a Gente que Faz” e deputado estadual Ronaldo
Zulke (PT-RS) esteve em Brasília semana passada (5 e 6 de maio)
para apresentar ao Governo Federal a proposta de organização
do Fórum Mundial da Paz, a ser realizado em Porto Alegre entre os
dias 21 e 23 de setembro. Entre os nomes propostos está o do documentarista
norte-americano Michael Moore, autor dos filmes Fahrenheit 9/11
e Tiros em Columbine. Centrado nos eixos Desarmamento, Mídia
e Cultura de Paz, o Fórum Mundial da Paz irá oferecer ainda
diversos painéis sobre violência urbana, violência doméstica,
violência no trânsito, internet, exploração sexual,
tráfico de mulheres e crianças, entre outros. A proposta
também sugere como painelistas nomes como o de Adolfo Perez Esquivel,
Ignácio Ramonet, Leonardo Boff, José Vicente Tavares, Caco
Barcellos e o presidente internacional da Cruz Vermelha, Michel Minning.
A expectativa
do parlamentar é de que o evento programado para se desenvolver
na capital gaúcha reúna pessoas do RS, do Brasil e do mundo
para debater questões relativas ao desarmamento, o papel da mídia
no combate à violência, a relação do planeta
com o meio ambiente e a ênfase de uma cultura de paz através
de ações concretas. “A campanha contra a violência
“Paz é a Gente que Faz” é exemplo vivo de um projeto concebido,
estruturado e disseminado por toda a sociedade”, defende Zulke.
Grande
mídia reafirma campanha da direita contra regulamentação
do setor
Reunidos
no 6º Encontro Brasileiro de Agências de Propaganda, em Brasília,
no começo de maio, alguns dos principais dirigentes de emissoras
privadas reafirmaram que se posicionam contra "qualquer restrição
à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa
e à liberdade comercial" (O Globo, 18/5/2005). Estavam no encontro
latifundiários
da informação como Nelson Sirotsky, presidente do grupo
RBS e da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Octávio
Florisbal, diretor-geral da Rede Globo, e Álvaro Ribeiro da Costa,
presidente dos Diários Associados. A matéria do jornal O
GLOBO também não deixou por menos, ao reduzir drásticamente
a intervenção do ministro da Secretaria de Comunicação
e Governo, Luiz Gushiken, dizendo que ele teria "admitido que o Estado
não tem capacidade de desenvolver uma política de comunicação
pública sem a ajuda da publicidade e da iniciativa privada".
.
De Olho No Mundo
Censura
cala mídia na Tunísia, sede de cúpula da informação
A política
de censura da Tunísia é tão rigorosa que um repórter
pode ter problemas só por escrever sobre o preço da cebola,
numa estratégia que conseguiu acabar com a imprensa crítica,
afirma o sindicato dos jornalistas do país. O governo da Tunísia,
localizada no norte da África, às margens do Mediterrâneo,
está sendo pressionado por entidades nacionais e estrangeiras de
defesa dos direitos humanos para amenizar o controle sobre a imprensa e
comprovar que o país merece ser a sede da Cúpula Mundial
da Sociedade da Informação, patrocinada pela ONU e programada
para acontecer em novembro. A Tunísia vem sendo duramente criticada
por amordaçar a imprensa, censurar o uso da Internet, espancar e
prender jornalistas e limitar a vida política.
"Por que
eles não prenderam nenhum jornalista nos últimos quatro anos?
O motivo é simples: nenhum jornalista se atreve a escrever, e os
jornais não se atrevem a publicar artigos que possam ofender as
autoridades", disse à Reuters Lotfi Hajji, presidente do Sindicato
Tunisiano dos Jornalistas. "Jornalistas foram punidos por artigos entregues
a seus editores e não publicados. Foram punidos por se atrever a
pensar a escrever sobre tais assuntos", disse ele. Os editores filtram
as reportagens com frequência para garantir que elas continuem favoráveis
às autoridades. O governo diz que a Tunísia, visitada por
milhões de turistas europeus todos os anos, está avançando
para uma política mais multipartidária, para uma maior liberdade
de expressão e para o respeito aos direitos humanos. Mas, rebate
Hajji, "sua política nos últimos dez anos transformou a mídia
num deserto silencioso". Com informações de Lamine Ghanmi,
de Túnis, para a Reuters.
Ameaça
à imprensa no México
O México
é o líder de um ranking nada positivo. No ano passado, o
país foi onde mais morreram jornalistas pelo exercício da
profissão na América Latina, segundo a organização
Repórteres Sem Fronteiras. O relatório foi apresentado como
motivo pelo Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, celebrado na terça
(3/5). No México, segundo a agência de notícias ADITAL,
o número de repórteres assassinados aumentou muito, uma vez
que não havia sido registrado nenhum caso desde 1997. Segundo o
balanço, no ano passado, foram dois jornalistas detidos no México,
15 agredidos e 13 ameaçados. Dez jornalistas foram citados para
revelar suas fontes e sete meios de comunicação foram atacados
ou censurados. Ainda segundo o relatório, "2004 será lembrado
como um ano negro, marcado por um recrudescimento da violência contra
os jornalistas, por parte dos cartéis da droga que assolam o norte
do país".
De Olho Na Vida
Reforma
Urbana: Cidades para Todos
A Prefeitura
do Rio de Janeiro admitiu que vai remover a Vila Autódromo e a Vila
Camorim, favelas vizinhas ao futuro Parque Olímpico do Rio, em função
dos Jogos Panamericanos. São 306 famílias no local. A resposta
veio rápida. Organizações sociais estão organizando
um seminario sobre os impactos sociais do Pan. Acontecerá no final
de julho. Em 1996, Cesar Maia já havia tentado remover as duas favelas.
Não obteve sucesso. Agora, ataca outra vez. Seria bom sabermos:
a quantas andam as remoções de favelas nas milhares de cidades
do nosso País? E... Fique Atento! Vem aí a II Conferência
Nacional das Cidades com o tema "Reforma Urbana: Cidades para Todos".
Vai ser em Brasília entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro
de 2005.
Radiografia da Comunicação
Sindical
Nesta
edição, o Jornal do Sindsepe/RS (Sindicato dos Servidores
do Estado do RS)
Kátia
Marko é assessora de Comunicação
do Sindsepe/RS
BNPC.
Quando foi criado o jornal do sindicato?
Kátia.
No final da década de 80.
BNPC.
Sua circulação foi interrompida em algum período?
Kátia.
A periodicidade sofreu alterações, deixando um vácuo
em alguns períodos.
BNPC.
Qual o nome, tiragem e periodicidade do jornal?
Kátia.
O nome é Jornal do Sindsepe/RS, a tiragem é de 8 mil exemplares
e a periodicidade é bimensal (no intervalo é editado o Boletim
do Sindsepe).
BNPC.
O sindicato tem página na Internet?
Kátia.
Sim. O endereço é www.sindsepers.org.br
BNPC.
Qual a forma de distribuição do jornal e boletins?
Kátia.
Na Capital, é entregue nos locais de trabalho. Para o Interior,
é enviado via Correio.
BNPC.
Quantos profissionais trabalham no departamento de comunicação?
Kátia.
Dois, uma jornalista e um webdesigner.
BNPC.
Vocês costumam trazer reportagens?
Kátia.
Raramente.
Por Dentro da Universidade
Charge
revela as contradições do Mundo do trabalho, diz estudo
Rozinaldo
Miani, autor da tese, é jornalista, doutor em História
pela Unesp de Assis-SP, professor da disciplina de Comunicação
Comunitária e Popular na Universidade Estadual de Londrina e coordenador
do curso de Especialização em Comunicação Popular
e Comunitária na mesma universidade. Sua tese de doutorado aborda
a influência da charge no sindicalismo brasileiro, mais especificamente
no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante a década de
90. E é sobre esse assunto que o NPC foi conversar com ele.
.
.
Proposta de Pauta
Assembléia
Popular: uma nova forma de organização e articulação
A Campanha
Nacional Contra a ALCA, a Rede Jubileu Sul/Brasil, juntamente com outros
movimentos sociais, estão inaugurando uma nova forma de articulação
e organização política da população:
a realização de Assembléias Populares. Em todo o Brasil
serão realizados cursos de formação em Assembléias
Populares para auxiliar no trabalho dos militantes políticos que
vão participar da organização das assembléias.
No
Rio de Janeiro, o primeiro Curso de Formação acontecerá
nos dias 11 e 12 de junho no Colégio Pedro II, no Campo de São
Cristóvão. As inscrições podem ser feitas pelo
telefone (21) 2210-2124 ou pelo correio eletrônico sec_operativa@click21.com.br
.
Memória
Holocausto
"O holocausto
não foi o único e nem provavelmente o maior massacre imperpetrado
pelos nazistas. Há estimativas que falam do assassinato, nos mesmos
moldes, de 3,5 a 6 milhões de civis eslavos, de 2,5 a 4 milhões
de prisionieiros de guerra soviéticos, de 2,5 a 3,5 milhões
de poloneses não-judeus, de 200 a 800 mil ciganos, de 10 a 25 mil
homossexuais masculinos e de até 2 mil prisioneiros testemunhas
de jeová". Para saber mais leia artigo de Bruno Sartori na revista
reportagem de março de 2005. (www.oficinainforma.com.br)
Cartas ao Boletim
NPC
Tô
gostando
Prezado
Vito e demais responsáveis pelo boletim e revista. Tô gostando
e muito. Gostaria de saber se posso anexar em um próximo e mail
alguns endereços de companheiros dirigentes e não dirigentes
para que posssam receber igualmente esse boletim eletrônico. Desde
já grata, Lorene, de Juíz de Fora
Primeiro
de Maio
Meus
queridos companheiros do Piratininga, Foi muito comovida que fiz a leitura
do último boletim do "nosso" Núcleo Piratininga. O Boletim
está da melhor qualidade, seja pela abrangência dos temas
em foco, seja pela qualidade da informação veiculada. Além
disso, minha grande alegria está ligada ao tema "primeiro de maio",
pelo lançamento da cartilha e filmes e debates. Toda minha alegria
e o desejo de sempre colaborar com o NPC. Hoje usei o boletim em sala de
aula na Universidade, para chamar a atenção dos alunos da
graduação em História para os temas silenciados ou
ocultados da mídia do "consenso fabricado", como diria Noam Chomski.
Meus parabéns. Adelaide Gonçalves, de Fortaleza
Edição
anteriores
Parabéns
pelo boletim, verdadeiro jornal, muito interessante para todo jornalista
brasileiro. Como tenho acesso a edições anteriores, para
consulta? Roberto Guedes
Resposta
do NPC: Olá Roberto. Basta visitar nossa página (www.piratininga.org.br)
e clicar na seção BOLETIM. Lá estão disponíveis
as edições anteriores, desde o número um até
a última edição.
Pérolas da
edição
Emocionante!!!
Eu estava lá.
Cleide
Alves, enfermeira e educadora feminista, de Santo André (SP), sobre
a Marcha do MST
(Foto de Cleide Alves)
Quando
encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração
parar de funcionar por alguns segundos, prestem atenção,
pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Carlos
Drummond de Andrade
(Enviado por Vera Level, do
Sindicato dos Previdenciários do Ceará)
Novas entrevistas
exclusivas para o Boletim do NPC
“A
informação é parte do aparato de guerra”
Correspondente
de guerra em diversas ocasiões – as duas últimas no Afeganistão
(2001) e no Iraque (2003) - o jornalista português Carlos Fino
esteve no final de abril na Escola de Comunicação da UFRJ,
na Urca, para falar sobre sua experiência como enviado especial da
tevê portuguesa RTP. Em entrevista ao Boletim NPC, comentou
sobre o desenvolvimento das coberturas nas últimas investidas bélicas
norte-americanas, afirmando que as novas tecnologias mudaram o papel do
jornalismo. “Qual que vai ser, ainda é difícil dizer. Mas
mudou”.
Ele criticou
ainda a instantaneidade com que as informações são
veiculadas, sem o devido espaço para a reflexão. “Tem que
investigar, e para isso é preciso ter tempo, é preciso ter
equipes no terreno, é preciso pesquisar. Cada vez há menos
investigação e reportagem de fundo nas redações”.
E alertou, durante a palestra: “A informação é parte
do aparato de guerra. Os poderes mundiais contam com a informação
para começar suas próprias guerras”. Por Gustavo Barreto,
em colaboração com o jornalista sindical Hélcio Duarte
Filho.
.
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Novos artigos em
nossa página
Comunicadores
se articulam para combater violência.
Por
Bruno Zornitta,
maio de 2005
Criar
uma rede de comunicadores ligados aos movimentos populares para denunciar
a situação da violência no Rio e a criminalização
da pobreza por parte da grande imprensa. Esse foi o objetivo que reuniu
estudantes, sindicalistas e ativistas no auditório do Sindicato
dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge), no dia 11 de maio.
O debate "Mídia alternativa e combate à violência"
contou com a presença de Cláudia Santiago, do Núcleo
Piratininga de Comunicação (NPC), Márcia de Oliveira
Jacintho, mãe de um menor assassinado pela Polícia Militar
do Rio, e Marcelo Freixo, pesquisador da ONG Justiça Global. O evento
foi promovido pelo NPC, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência
e Senge
.
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Jornais,
manchetes e números —
sejamos sempre um pouco desconfiados...
Por Regis Moraes,
maio de 2005
"A manchete
é a bandeira do dono do jornal"; (...) Jornais – impressos ou eletrônicos
- costumam, periodicamente, "retratar" o desempenho da economia e do governo.
Para isso, precisam trabalhar com medidas, indicadores quantitativos. Contudo,
os indicadores que construímos (nós ou eles) não são
neutros, não são independentes do lugar em que estamos, na
sociedade. E não são independentes do rumo que pretendemos
dar à sociedade – o nosso projeto, a nossa ideologia.
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Um
salto cego, mas em direção à luz.
Por Sérgio Domingues,
maio de 2005
"Cabra-Cega",
de Toni Ventura, é um excelente filme. Mostra os erros da esquerda
armada, que tentou desafiar a ditadura militar de forma isolada. Por outro
lado, honra a coragem de quem enfrentou as trevas saltando em direção
à luz
.
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Dono
de jornal manda prender jornalista.
Por
Alberto Dines,
3/5/2005, no Observatório da Imprensa
O único
jornal que registrou devidamente a condenação do jornalista
Jorge Kajuru a 18 meses de detenção foi a Folha de S.Paulo
(sexta 29/4, primeira página). Ao que consta é a primeira
prisão de um jornalista no Brasil desde o fim da ditadura. A Associação
Nacional dos Jornais terá mais um motivo para acionar suas poderosas
baterias e repudiar a nova violência cometida contra a liberdade
de expressão no Brasil junto à mídia e entidades internacionais.
Dificilmente o fará. Simplesmente porque a ANJ não irá
condenar um dos seus mais eminentes associados, autor da ação
contra Kajuru. Trata-se de Jaime Câmara Jr.
.
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A
reconstrução da memória.
Por
Venício A. de Lima,
10/5/2005, no Observatório da Imprensa
Passadas
as intensas celebrações dos 40 anos da TV Globo, o que mais
chama a atenção é o aparente sucesso com que o grupo
empresarial das Organizações Globo vem conseguindo reconstruir
a história do Brasil através de sua própria perspectiva.
Algo como uma "nova história global do Brasil contemporâneo".
O carro-chefe dessa empreitada é o projeto Memória Globo,
criado pelo grupo em 1999
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As
formas não se opõem à arte de escrever.
Por
Carlos Chaparro,
maio de 2005, no Comunique-se
É
lamentável que a narração jornalística se tenha
desumanizado, a ponto de nela se valorizarem coisas como índices
e percentagens, mais do que falas, emoções e identidades
humanas. Entretanto, continua a haver espaço para rebeldias criativas
nas redações. Até porque é sempre possível
dar trato de arte ao texto jornalístico – qualquer que seja a forma.
.
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Boletim do Núcleo
Piratininga de Comunicação
Av. Rio Branco, nº
277 sala 1706 CEP. 20040-009
Tel. (21) 2220-56-18
/ 9923-1093
www.piratininga.org.br
/ npiratininga@uol.com.br
Coordenador:
Vito Giannotti
Edição:
Claudia Santiago (MTB.14.915)
Redação:
Claudia Santiago, Rosângela Gil e Gustavo Barreto
Projeto
Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram
nesta edição: Bruno Zornita (RJ), Kátia
Marko (RS), Mário Camargo (PR), Niko Júnior (RJ), Renata
Souza (RJ), Reginaldo Moraes (SP), Samuel Tosta (RJ), Sérgio Domingues
(SP), Thiago Vieira (RJ) e Virgínia Fontes (RJ). [voltar]
Se
você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda
esta mensagem escrevendo REMOVA.
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