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Boletim do NPCNº 68De 16 a 31.5.2005
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais


Notícias do NPC

Imprensa alternativa pode ser arma contra a criminalização das populações pobres
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Foto: Niko Júnior..
Por Renata Souza

O papel dos veículos alternativos de comunicação (fora da órbita dos interesses comerciais e voltados para o movimento social) na discussão sobre a violência reuniu jornalistas, representantes de ONGs que trabalham com o assunto e uma mãe que perdeu seu filho assassinado pela polícia num debate no Sindicato dos Engenheiros, na semana passada. A jornalista Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), conclamou os jornalistas presentes a construir uma rede para usar a comunicação como uma arma contra todo tipo de violência. Cláudia Santiago chamou atenção para o fato de os jornais sindicais não discutirem a violência policial no Rio de Janeiro com profundidade e maior compromisso. Na mesa, além da jornalista, estavam o coordenador da ONG Justiça Global, Marcelo Freixo, e a representante das vítimas de violência, Márcia de Oliveira. Na opinião de Cláudia Santiago, a imprensa alternativa “pode e deve fazer a disputa de idéias e denunciar a violência porque dispõe de bons profissionais, tem qualidade, credibilidade e uma tiragem grande de jornais".

Marcelo Freixo alertou que é necessário enfrentar o desafio de lutar contra a criminalização das populações pobres e a violação dos direitos humanos. “O processo de exclusão vai além da questão capital e trabalho, porque há uma marginalização de todos os movimentos populares”, afirmou Freixo.

..Foto: Thiago Vieira
Para ele, a violência é uma questão de classe. “Um juiz assinou um mandado de busca genérica, ou seja, qualquer casa de portão na favela pode ser invadida, mas se eu disser que um bandido perigoso está num prédio na Barra em um apartamento de porta marrom, nenhum juiz vai assinar esse mandado de busca. Isso porque um é espaço de direito e outro não. A favela e a prisão não são vistos como espaços de direitos”, afirmou o integrante da ONG Justiça Global.

A luta de Márcia por justiça
Márcia de Oliveira gostaria que a mídia “fizesse matérias sobre a violência com mais ética, respeito e sinceridade para poder sensibilizar as pessoas sobre esse assunto”, afirmou a mãe de Hanry. Muito comovida, Márcia de Oliveira, dona de casa, mãe de 2 filhos, nascida e criada no Lins de Vasconcelos, narrou a trágica história de seu filho Hanry, de 15 anos. Ele foi assassinado em 21 de novembro de 2002 por policiais quando voltava para casa.
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Leia em www.piratininga.org.br artigo de Bruno Zornita
sobre o debate e a Rede de Jornalistas Populares.
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Caderno de Formação sobre centrais sindicais ontem e hoje
Está no prelo o novo Caderno produzido pelo Núcleo Piratininga de Comunicação. Desta vez, sob encomenda do Sindicato dos Trabalhadores na Justiça Federal do Rio Grande do Sul (Sintrajufe-RS). Trata do tema Sindicatos e Centrais no mundo e no Brasil: 200 anos de organização dos Trabalhadores. O texto está dividido em três capítulos:
  • O nascimento da classe operárias, dos sindicatos e das centrais no mundo: 1800-1900
  • Sindicatos e centrais no Brasil: Da COB à CUT (1908-1983)
  • As centrais sindicais no Brasil: De 1983 a 2005

Sobre o envio do Boletim do NPC
Durante o último envio de nossa mala-direta, tivemos um problema técnico que resultou no envio de cinco mensagens indevidas para quase todos os assinantes do Boletim NPC. Além disso, os que enviaram mensagens para o endereço da lista receberam mensagem automática, gerada pelo programa de mala-direta, com o texto "Sua mensagem foi avaliada de forma inapropriada pelo moderador" ou coisa parecida. A todos vocês, nossas desculpas pelo transtorno que involuntariamente causamos.

Gostaríamos de esclarecer que o Núcleo Piratininga de Comunicação respeita a privacidade de cada assinante da mala, não utilizando esta para nada mais a não ser o envio do Boletim NPC, com periodicidade quinzenal. Lamentamos o erro técnico que cometemos e esclarecemos que os assinantes receberão apenas as referidas duas mensagens mensais, não se constituindo portanto esta lista em um fórum virtual de debates. 

Aproveitamos para solicitar que as mensagens ao Núcleo Piratininga de Comunicação sejam enviadas para o endereço npiratininga@uol.com.br. Os outros endereços foram desativados. Se por acaso, em função destes problemas, você parar de receber o Boletim NPC, solicite recadastramento através do npiratininga@uol.com.br. Caso tenha pedido descadastramento e o envio do Boletim NPC para seu endereço não tenha sido interrompido, queira, por favor, nos informar também neste endereço. Grata pela compreensão, um abraço,

Claudia Santiago
Editora do Boletim do NPC
www.piratininga.org.br


A Comunicação que queremos

Consumo consciente em fotonovela
Consumirqualquer que seja o produtonão é um ato inofensivo. Este é um dos principais alertas da fotonovela "Consuma que eu te devoro" (20 pág.), produzida pelo Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) e lançada em novembro de 2004 no Rio de Janeiro. Em formato A4, a iniciativa pretende fazer com que o consumidor reflita sobre o consumo diário e a atuação das empresas estrangeiras no nosso dia-a-dia. "Para que empresa você está dando o seu dinheiro? O que está sendo destruído da cultura e dos hábitos alimentares dos povos pelo feitiço e poder da propaganda do consumismo? Será que não existe uma forma alternativa de consumir?" Para responder estas perguntas, a fotonovela reproduz uma situação cotidiana em que dois vizinhosZeca e Joanase esbarram e passam a se conhecer melhor. As marcas transnacionais Coca-Cola, Nestlé, Unilever (dona das marcas Omo, Lux, Knorr, entre outras), Pfizer e Monsanto são questionadas, dando espaço assim ao 'consumo consciente'. No decorrer da estória e no final da publicação são oferecidas alternativas ao leitor e indicações para a continuidade do questionamento. Para conhecer melhor o PACS, entre em contato pelo telefone (21) 2210-2124 ou no www.pacs.org.br

Mestre Bimba, a capoeira iluminada

Mestre Bimba; original aqui..
É este o nome do mais novo documentário de longa metragem de Luiz Fernando Goulart, com imagens inéditas e raras do grande brasileiro afrodescendente que, conforme suas palavras, “tirou a capoeira debaixo do pé do cavalo”. “Se hoje a capoeira, o único esporte reconhecidamente de origem brasileira, filho de pais africanos, é motivo de orgulho para o nosso país em todo o mundo, com um alcance social que jamais tivemos, devemos isso ao grande Mestre Bimba”, diz Goulart. Mestre Bimba, no dizer de muitos historiadores, foi um dos negros mais importantes de sua era em todo o mundo. ‘Iletrado’ nascido em 1900, em Salvador, quando morriam os últimos africanos do Brasil, viu sua obra reconhecida somente após sua morte, sendo agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia.

Adital recebe outro prêmio
A Agência de Informação Frei Tito para América Latina e Caribe (ADITAL) recebeu nesta quarta (11/5) o Prêmio Dom Helder Câmara de Imprensa 2005, na categoria Grande Mídia, conferido pela Conferência Nacional dos Bispos (CNBB). A cerimônia de entrega do prêmio foi na sede da Rede Vida de Televisão, em Brasília. A ADITAL foi premiada pela prática da cidadania no jornalismo durante a cobertura do Fórum Social Brasileiro, realizado em novembro de 2003, em Belo horizonte (MG). O Prêmio tinha como referência o tema do Dia Mundial das Comunicações, "Os meios de comunicação: a serviço da compreensão entre os povos". Para o diretor da Agência, Padre Emanno Allegri, o prêmio tem um significado simbólico para a ADITAL, já que Dom Helder Câmara promoveu mudanças na Igreja Católica, no sentido de aproximá-la mais da sociedade. Dom Hélder dedicou a vida à luta para diminuição das desigualdades sociais, da miséria. "A ADITAL, no seu esforço de colocar os protagonistas sociais na mídia, assume o mesmo objetivo", ressaltou o diretor, durante a entrega do Prêmio. Em março último, a ADITAL já havia ganhado o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) pelo seu trabalho. Na ocasião, foi eleita como uma das 20 melhores iniciativas de comunicação da América Latina.

Bala Perdida 'no ar'
Já está no ar o número 16 do Bala Perdida (www.balaperdida.jor.br), editado por Juçara Braga, com diagramação de Jussara Magalhães. Este semanário carioca traz informações sobre política, segurança, administração pública, trabalho e muito mais. O NPC indica.

Cineasta argentino finaliza longa sobre 'genocídio social'
O cineasta argentino Fernando Solanas apresentou na semana passada, de passagem pelo Rio de Janeiro, seu filme "Memória del saqueo", ainda inédito comercialmente no Brasil. Em seu país, Solanas está às voltas com a finalização de "Argentina latente", longa-metragem complementar a "Memória", que pretende lançar ainda este ano, no festival de Veneza ou no de San Sebastian. Solanas, de 69 anos, conta que começou a fazer "Memória" em dezembro de 2001, a fim de realizar uma reflexão histórica sobre seu país após o fim do governo do presidente Fernando de La Rúa, os problemas financeiros e a "grande mancha de fome que cobriu a Argentina". Já no novo filme, ele conta um pouco da resistência do povo argentino contra o que classifica de 'genocídio social'. "Esta resistência se deu através de ações das próprias pessoas, que criaram restaurantes populares para crianças e adultos, fizeram organizações de desempregados etc. A câmera recolhe o sentimento e o pensamento destas pessoas, num filme sobre a solidariedade e a esperança", declarou. "Na Argentina, em vez de acontecer uma democratização do uso das terras, houve crescimento do número de latifúndios, e a venda para estrangeiros". Com informações do jornal O GLOBO de 6/5/2005.


De Olho Na Mídia

VEJA: mais panfletagem contra MST
A edição 1904 da Revista VEJA, de 11/5/2005, traz uma "reportagem" de duas páginas em que trata de uma suposta ligação entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua nos cárceres paulistas. "Não se sabe ainda se é rasa ou profunda, mas, ao que tudo indica, ela existe", diz a matéria, citando um relatório "preparado" pelo juiz Edmar de Oliveira Ciciliati, da Vara de Execuções Criminais de Tupã (SP). As duas organizações teriam participado da organização de uma manifestação dos presidiários no dia 18 de abril, em São Paulo.

Para a professora de História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná Carla Silvaque já fez uma tese sobre VEJA e dedica um tópico apenas para a relação da publicação com o MSTo texto não pode ser considerado uma reportagem. "É mais um daqueles balões que eles jogam no ar pra ver no que dá. O conjunto de páginas publicadas contra o MST tem essa função: sistematicamente a revista vai buscando meios de desconstruir a legitimidade do movimento e criminalizá-lo. O que lemos ali nada tem de reportagem, é apenas um panfleto da revista", afirma a historiadora ao Boletim NPC. "Como eles não são nem um pouco desprevenidos, dizem: 'ao que tudo indica' existiria essa ligação. A partir daí tudo é afirmado como se verdade fosse".

Apesar de ter sido feito a quatro mãos, VEJA não se preocupou em ouvir o MST. Esse aspecto é lembrado por Sueli de Freitas, diretora da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e colaboradora do NPC. "Um dos princípios do jornalismo é ouvir os dois lados de uma questão. E o leitor que tire suas conclusões sobre as versões e os fatos apresentados. No caso da revista Veja, o início dessa matéria já mostra seu propósito: ' Era o que faltava...'.", disse ao Boletim NPC. Ela concorda com Carla Silva quanto ao tratamento dispensado aos movimentos sociais. "A revista, por diversas vezes, divulgou matérias tentando criminalizar o MST. A linha editorial é bem definida, há uma campanha contra os movimentos sociais", afirmou Sueli. Carla lembrou, por fim, que o direcionamento da matéria escondeu um aspecto importante. "Perceba que o motivo da manifestação é deixado totalmente de lado".
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(Por Gustavo Barreto)
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VEJA ganha comunidade no 'orkut'
O repúdio às reportagens direcionadas da Revista VEJA já chegou até ao “orkut”, sítio que congrega milhares de comunidades virtuais pelo mundo. O usuário cadastrado neste sítio pode acessar o http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=2047473 e aderir à comunidade “Revista VEJA: eu boicoto”.

Cimi processa o jornal 'O Estado de S.Paulo'
No dia 8 de maio, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matérias com os títulos "Uma crise no horizonte de Roraima" e "ONGs são fachadas para países ricos, diz relatório", nas quais acusa ONGs e a Funai de estarem a serviço de "grupos e países interessados nas riquezas minerais das reservas indígenas localizadas na fronteira norte do pais". Segundo o jornal, a demarcação das terras indígenas seria parte de uma estratégia de dominação dos "paises hegemônicos". As matérias teriam sido baseadas em um relatório secreto, produzido pelo coronel Gelio Augusto Barbosa Fregapani, chefe do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), lotado na Agência Brasileira de Informação (Abin), em Brasília. Na última segunda (16/5), o Cimi se manifestou, afirmando que vai "responsabilizar judicialmente" o jornal O Estado de S. Paulo.

Jornais, manchetes e números sejamos sempre um pouco desconfiados...
"A manchete é a bandeira do dono do jornal"; (...) Jornais – impressos ou eletrônicos - costumam, periodicamente, "retratar" o desempenho da economia e do governo. Para isso, precisam trabalhar com medidas, indicadores quantitativos. Contudo, os indicadores que construímos (nós ou eles) não são neutros, não são independentes do lugar em que estamos, na sociedade. E não são independentes do rumo que pretendemos dar à sociedade – o nosso projeto, a nossa ideologia.
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(Para ler a análise de Regis Moraes, colaborador
do NPC, clique aqui: www.piratininga.org.br)
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Da solidão diante da TV à produção de medo coletivo
Controle da Mídia - Os espetaculares feitos da propaganda, livro do escritor norte-americano Noam Chomsky, condensa idéias fundamentais do pensamento do autor, como a denúncia da democracia do espectador, em que o cidadão comum, vivendo sob aparentes condições de liberdade mas solitário diante da TV, tem suas escolhas, na verdade, manipuladas pela propaganda que fabrica consenso para atender aos interesses do poder econômico. Nestes ensaios - o último deles escrito em 2002, depois dos acontecimentos de 11 de setembro nos Estados Unidos e do acirramento da chamada "guerra ao terror" - as peças demonstrativas de como a propaganda fabrica consenso são tiradas das opções da política externa norte-americana, sobretudo a partir da Guerra do Golfo em 1991. Mas se encaixam, sem qualquer dificuldade, ao caso brasileiro. 96 páginas, da Graphia Editorial.

Cúpula América do Sul-Países Árabes: mais omissão da Globo
Assistindo aos telejornais da TV Bandeirantes (Jornal da Band) e da TV Globo (Jornal Nacional), a professora de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Raquel Moraes afirmou ter se surpreendido. "Fiquei pasma ao perceber que a Globo não mencionou, em seu tradicional noticiário das 20h [que é o que o povo assiste], nada acerca da Cúpula da América do Sul-Países Árabes, que está acontecendo em Brasília, enquanto que a Band, minutos antes, até reprisou alguns minutos da palestra do presidente venezuelano Hugo Chavez que, em seu discurso, se referiu ao ex-presidente iugoslavo Tito como um exemplo a ser seguido pela região". Segundo a pesquisadora, a Globo, ao contrário, colocou em seu noticiário apenas reportagens que enfatizaram sobretudo a ALCA e os EUA e coisas de menor importância. "Imediatamente eu me lembrei do que essa emissora fazia nos tempos da ditadura e na época das Diretas Já, quando todos os canais noticiavam denúncias de torturas ou comícios pró-diretas, mas ela omitia. Até que, um dia, a evidência de que o regime iria cair a fez mudar de tática para continuar mantendo ["manipulando"] a audiência", concluiu.
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Democratização da Comunicação

'Eles fecham hoje, a gente abre amanhã', diz Joaquim Carvalho
Por Claudia Santiago

Organizado pela Federação das Rádios Comunitárias do Rio de Janeiro, com o apoio do Ibase e da CUT, foi realizado nos dias 12 e 13 de maio, na sede da CUT-RJ, um seminário estadual sobre Rádios Comunitárias. Na opinião da secretária executiva da Federação e responsável pela rádio comunitária Novo Ar, de São Gonçalo, Maria das Graças Rocha, o evento foi importante, principalmente, porque selou a parceria entre as entidades o promoveram e apoiaram. Além das já citadas, participaram a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) e a ONG Criar-Brasil. A secretária-executiva da  Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Brasil, que está debatendo e desenvolvendo ações para reverter o quadro de repressão às rádios, também participou do Seminário.

Após o seminário, Joaquim Carvalho, coordenador jurídico da Abraço, conversou com o Boletim do NPC.

BoletimNPC. O fato de este seminário ter sido realizado dentro da CUT tem algo de especial?
Joaquim Carvalho. O Movimento de Rádios Comunitárias nasceu dentro dos sindicatos e dos partidos de esquerda. Depois houve um afastamento e os sindicatos não souberam se aproveitar do rádio como ferramenta nas suas lutas. Os sindicatos distorceram o princípio de gestão de uma rádio e tentaram fazer com que a programação fosse determinada pelos sindicatos.

BoletimNPC. Eu não concordo com isso. Os sindicatos não usam o rádio porque ainda não despertaram para a sua importância.
Joaquim. A Abraço tem feito a cobertura de diversos eventos do movimento social. No momento estamos transmitindo a Marcha dos Sem-Terra.

Boletim NPC. Por que você diz rádio comunitária não é comunicação alternativa?
Joaquim. Não nos consideramos imprensa alternativa. Somos mídia comunitária e popular.

BoletimNPC. Como assim?
Joaquim. Em São Pedro do Gutiá, no Rio Grande do Sul, temos um bom exemplo. Naquele município 92% da população escuta a rádio comunitária. A rádio comercial do município de Chiapete, em Santa Catarina, fechou por falta de audiência.

BoletimNPC. Quantas rádios comunitárias estão funcionando regularmente hoje?
Joaquim. Umas 12 mil.

BoletimNPC. O que você propõe ao movimento sindical? Poderíamos cunhar o slogan “Ocupemos as rádios comunitárias”?
Joaquim. Sim. Os princípios da rádio comunitária são democráticos. O movimento sindical poderá fazer bom uso delas.

BoletimNPC. E quanto ao fechamento das rádios. Qual pescoço vocês querem apertar: o do Lula, da Anatel ou da Polícia Federal?
Joaquim. A culpa é do governo. Se existe repressão é porque o governo não tomou medidas para estabelecer seu fim.

BoletinNPC. Que medidas podem ser tomadas?
Joaquim. Já propusemos. O Ministério Público deve garantir a outorga precária a todas as rádios que estão no ar e montar um grupo de trabalho para estudar a outorga definitiva.

BoletimNPC. Qual a resposta do governo?
Joaquim. A realização de uma Conferência Nacional sobre Rádios Comunitárias em setembro ou outubro.

BoletimNPC. Quantas rádios vão sobrar até setembro?
Joaquim. Todas. Eles fecham hoje, a gente abre amanhã. Isto quando não abrimos no mesmo dia.

BoletimNPC. Por que as rádios comunitárias estão sendo reprimidas?
Joaquim. Porque o governo não manda nas estruturas inferiores da Anatel e da Polícia Federal.

BoletimNPC. A serviço de quem estão estas estruturas inferiores?
Joaquim. Da mídia comercial que patrocina a repressão. 80 rádios que têm a participação de lideranças do movimento de rádio comunitária foram fechadas, nos últimos 60 dias, em sinal de represália ao governo que tentou intervir para que a rádio de Heliópolis, em São Paulo, não fosse fechada.

BoletimNPC. E por que o governo interveio no caso desta rádio?
Joaquim. Porque foi pressionado pelo movimento. É uma rádio que funciona numa grande favela e que já ganhou prêmios, inclusive internacionais.

BoletimNPC. O movimento de favela usa mais as rádios comunitárias do que o movimento sindical, não é?
Joaquim. Sim. Muito Mais.

Sociedade debate regulamentação de propagandas para crianças e adolescentes no Brasil
O Fórum Pernambucano de Comunicação (FOPECOM) promove audiência pública sobre regulamentação da propaganda para criança e adolescente no Brasil, no dia 25 de maio, das 8h às 12h30, no auditório da Assembléia Legislativa, em Recife. Essa ação faz parte de uma articulação com a Campanha Quem Financia Baixaria é Contra a Cidadania. A audiência contará com a participação do Conselho Nacional de Criança e Adolescente (Conanda), do Ministério Público Estadual e do professor e jornalista Edgar Rebouças, do Espírito Santo, que está elaborando um estudo sobre o debate nacional. O FOPECOM é um espaço de articulação da sociedade civil composto por entidades, pessoas, órgãos representativos de classe, movimentos sociais e organizações que atuam na área de Comunicação Social e na defesa dos Direitos Humanos. O Fórum tem por finalidade manter diálogo com o Poder Público, empresas de comunicação e sociedade civil para a construção de uma cultura da comunicação como Direito Humano. A Assembléia Legislativa fica na rua da União, 439, em Boa Vista - Recife. A audiência será no sexto andar do anexo um.

Rádio livre da UFRJ volta a funcionar
A Rádio Interferência (91,5 FM), que busca possibilitar a produção de comunicação de uma forma aberta e sem controle, está novamente no ar. Com abrangência na região próxima ao campus da UFRJ na Urca, no Rio de Janeiro, a rádio é integrada ao portal radiolivre.org. Seus coordenadores a definem: "Um espaço onde não há patrulhas estéticas ou ideológicas. Um lugar onde todos os discursos podem coexistir e toda experimentação pode ser feita. Um grupo onde todos têm autonomia mas onde ao mesmo tempo há uma construção coletiva". Asseguram ainda que qualquer um pode participar da programação. "Basta ter vontade de produzir, cantar, gritar e interferir no mundo através da linguagem radiofônica. Não há nenhum pré-requisito".

Em novembro de 2003, a rádio chegou a ter seu transmissor desligado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que entregou à época um Auto de Infração ao diretor da Escola de Comunicação da UFRJ, José Amaral Argolo, apesar de a instituição não ser responsável pela rádio. Em abril do mesmo ano, a rádio já sofrera uma intervenção, desta vez da Polícia Federal. Ambos os acontecimentos foram noticiados por alunos da faculdade de comunicação. A rádio funciona sem concessão em protesto à lei de radiodifusão comunitária e à sua aplicação. Quem quiser ocupar esse espaço deve mandar um email para os coordenadores (ver abaixo) ou comparecer a reuniões, em que são realizadas oficinas de rádio e exibidos filmes sobre Rádio Livre, entre outros acontecimentos. A próxima reunião será no dia 25 de maio. Mais informações pelo email radiointerferencia@gmail.com

Fórum de Comunicação quer participar de discussões sobre projeto de lei
As entidades da sociedade civil ligadas aos setores de mídia e comunicação protocolaram na Casa Civil e no Ministério da Cultura uma carta na qual manifestam a vontade de participar das discussões de elaboração do projeto da lei de Comunicação Social Eletrônica. A carta é assinada por dezenas de entidades (veja abaixo). Elas pedem representação no comitê consultivo a ser formado pelo governo para colaborar nas discussões sobre a nova lei. Segundo a carta, as entidades signatárias "têm diversidade e legitimidade para contribuir na defesa do interesse público e na construção de uma norma jurídica com maior grau de legitimidade".

Além disso, defendem que suas participações na discussão da lei de regulamentação dos artigos 221 e 222 da Constituição contribuirá para a defesa do interesse público e para a construção de uma norma jurídica com maior grau de legitimidade. "Acreditamos que só assim será evitada a reprodução, neste âmbito, do desequilíbrio econômico que predomina na sociedade brasileira", afirma a carta. Assinam o documento: Campanha pela Ética na TV - Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania; CBC - Congresso Brasileiro de Cinema; CRIS Brasil – Articulação Nacional pelo Direito à Comunicação; FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação; Congresso Brasileiro de Cinema; além de todas as associações e entidades ligadas às citadas acima. No total, 82 associações constam na carta. Com informações de Cristiana Nepomuceno, da Telecom Online, e da TELA VIVA News.
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NPC Informa

Revista História & Luta de Classes lançada em universidades do Rio
Foi lançada nessa semana a Revista História & Luta de Classes em universidades do Rio de Janeiro, com uma série de debates sobre a atualidade do materialismo histórico. Em tempos de domínio social da barbárie neoliberal e de hegemonia conservadora no pensamento acadêmico, com destaque para a área da História e das Ciências Sociais, a revista terá como principal objetivo servir como ferramenta de intervenção daqueles historiadores e produtores de conhecimento que se recusam a aderir e se opõem a essa dominação. Na última terça (17/5), a colaboradora do NPC e professora de História da UFF, Virgínia Fontes, esteve com Felipe Demier e Adriana Facina debatendo e promovendo a História & Luta de Classes, no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, no Largo de São Francisco. Já na quinta (19/5), Felipe Demier, Théo Lobarinhas e Marcelo Badaró estiveram no Auditório do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) da UFF, no Campus do Gragoatá, Niterói.

Debate Sindical nº 51 traz como tema principal a Reforma Sindical
Será lançada neste mês a nova edição da revista Debate Sindical nº 51. A publicação é editada pelo Centro de Estudos Sociais e Sindicais 1º de Maio (CES). Em maio, o tema principal é a Reforma Sindical, com artigos de José Carlos Arouca, João Batista Lemos e Marcos Verlaine. As colunas de Marcio Pochmann, Herval Pina Ribeiro, Antônio Augusto de Queiroz e João Guilherme Vargas Netto trarão de temas de interesse para o movimento sindical. Segundo o coordenador de Formação Sindical do CES, Augusto César Petta, estão entre os temas abordados nesta edição a importância da formação política e sindical, o papel da oratória na atuação sindical, a luta pela redução da jornada de trabalho no Brasil  e a crise fundiária no Pará. Cada exemplar da Debate Sindical custa R$ 6,00 (seis reais), com o acréscimo da taxa de postagem cobrada pelos Correios, no caso de entidades situadas fora do município de São Paulo. Para adquirir cotas da revista, ligue para o telefone (11) 3106 0700 [Paulo Eduardo] ou mande um email para c.e.s.@uol.com.br

Jornalista Altamiro Borges lança livro no Rio de Janeiro
Ainda emocionado por ter participado há três dias de um debate com a presença de 2.500 Sem-Terra que marchavam para Brasília, o jornalista Altamiro Borges lançou seu último livro, na terça, na CUT-RJ. “Venezuela, originalidade e ousadia” é o título da obra. Borges disse que o objetivo do trabalho é mostrar solidariedade concreta com o processo que acontece na Venezuela hoje. Para ele, a revolução bolivariana é a experiência mais avançada de resistência ao que se chama neoliberalismo e aos Estados Unidos. Miro defendeu a integração latino-americana. “O continente vive uma viragem do pensamento emburrecedor neoliberal para um processo de ebulição”. O evento foi organizado pela CUT-RJ, Núcleo Piratininga de Comunicação e TV-Comunitária (RJ).

Sarau Poético em Manguinhos, no Rio
O Pré-Vestibular Comunitário de Manguinhos (Paróquia Santa Bernadete) promove neste sábado, dia 21, às 14h, o seu 8º Sarau Poético. Tome nota: Av. dos Democráticos, 896 - Higienópolis, no Rio de Janeiro.

Evento discute Mídia, Saúde e Trabalho no Sul, em outubro
A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), juntamente com a Cátedra da UNESCO de Comunicação, no Brasil, vai realizar de 5 a 7 de outubro de 2005, no campus de São Leopoldo (RS), o VIII COMSAÚDE, evento que reúne instituições, professores, pesquisadores, profissionais e estudantes dos campos da Comunicação e da Saúde, em torno do tema "Mídia, Saúde e Trabalho". A reunião de São Leopoldo é provocada por uma questão que inquieta os profissionais dos dois campos: como a mídia está contribuindo para prevenir e reduzir os problemas de saúde relacionados ao trabalho? Em 2003, foram registrados 390.180 acidentes de trabalho (acidentes típicos, acidentes de trajeto e doenças do trabalho) no Brasil, 2.582 óbitos e 12.649 casos de incapacidade permanente. Informações sobre o evento com o professor Antônio Fausto Neto através do e-mail fausto@unisinos.br

Centro de Memória da CUT promove debate sobre estrutura sindical
O Centro de Documentação e Memória Sindical da CUT promove o Seminário Estrutura Sindical no Brasil: Memória, Atualidade e Perspectiva, no dia 23 de maio, das 14 às 18h, no auditório da sede Nacional da CUT (Rua Caetano Pinto, 575 – Brás). O objetivo do evento é mostrar que os trabalhadores foram os principais protagonistas na origem e evolução da estrutura sindical e de uma legislação social no Brasil. No seminário também haverá Ato de depósito no CEDEM (Centro de Documentação e Memória) dos microfilmes com os documentos da Comissão Organizadora do 2º Congresso Operário Brasileiro, realizado pela Confederação Operária Brasileira (COB), criada em 1906. A organização, microfilmagem e disponibilização dessa documentação são resultados da parceria entre o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, o Arquivo Nacional e o Centro de Documentação e Memória Sindical da CUT.

Igualdade Racial e as Políticas de Comunicação, em Salvador
Estiveram reunidos durante os dias 9, 10 e 11 de maio, no Centro de Convenções da Bahia, cerca de 80 representantes do poder público e mais de 120 entidades do movimento social, em especial as que integram a luta contra o racismo, para a realização da 1º Conferência Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Nos dias 10 e 11, os delegados e observadores se dividiram em cinco Grupos de Trabalho que tiveram como tema: educação; cultura e religião, comunicação; saúde; e emprego e renda. Cada GT foi acompanhado por gestores do Município, especialistas e representantes do movimento social. Uma novidade, foi a criação do GT de Comunicação, para discutir os rumos da Comunicação Social em Salvador e no Brasil, com a perspectiva da igualdade racial. Veja em nosso site, em www.piratininga.org.br, uma moção de repúdio ao racismo na mídia e propostas aprovadas na Conferência.

(Com Paulo Rogério Nunes)
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RS: Funcionários da TVE/FM Cultura promovem manifestação em defesa das emissoras estatais
A campanha "SOS TVE/FM Cultura", que pretende contar com o apoio dos mais diversos setores sociais e culturais, visando buscar maiores investimentos do governo para garantir a exibição de programas de qualidade, foi lançada na quarta (18/5), em Porto Alegre (RS). Há três anos sem nenhum reajuste salarial e diante da constante piora nas condições de trabalho, com falta de investimentos em equipamentos e veículos, os funcionários da TVE e FM Cultura promoveram uma paralisação de uma hora para alertar o governo, os meios de comunicação e a sociedade para a situação das únicas emissoras públicas do Rio Grande do Sul. A campanha será divulgada através de camisetas, outdoors, panfletagens e manifestações públicas. O movimento conta com o apoio dos sindicatos dos Jornalistas e Radialistas do Rio Grande do Sul.

Deputado quer levar Michael Moore a Porto Alegre para Fórum Mundial da Paz, em setembro
O coordenador da campanha “Paz é a Gente que Faz” e deputado estadual Ronaldo Zulke (PT-RS) esteve em Brasília semana passada (5 e 6 de maio) para apresentar ao Governo Federal a proposta de organização do Fórum Mundial da Paz, a ser realizado em Porto Alegre entre os dias 21 e 23 de setembro. Entre os nomes propostos está o do documentarista norte-americano Michael Moore, autor dos filmes Fahrenheit 9/11 e Tiros em Columbine. Centrado nos eixos Desarmamento, Mídia e Cultura de Paz, o Fórum Mundial da Paz irá oferecer ainda diversos painéis sobre violência urbana, violência doméstica, violência no trânsito, internet, exploração sexual, tráfico de mulheres e crianças, entre outros. A proposta também sugere como painelistas nomes como o de Adolfo Perez Esquivel, Ignácio Ramonet, Leonardo Boff, José Vicente Tavares, Caco Barcellos e o presidente internacional da Cruz Vermelha, Michel Minning.

A expectativa do parlamentar é de que o evento programado para se desenvolver na capital gaúcha reúna pessoas do RS, do Brasil e do mundo para debater questões relativas ao desarmamento, o papel da mídia no combate à violência, a relação do planeta com o meio ambiente e a ênfase de uma cultura de paz através de ações concretas. “A campanha contra a violência “Paz é a Gente que Faz” é exemplo vivo de um projeto concebido, estruturado e disseminado por toda a sociedade”, defende Zulke.

Grande mídia reafirma campanha da direita contra regulamentação do setor
Reunidos no 6º Encontro Brasileiro de Agências de Propaganda, em Brasília, no começo de maio, alguns dos principais dirigentes de emissoras privadas reafirmaram que se posicionam contra "qualquer restrição à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa e à liberdade comercial" (O Globo, 18/5/2005). Estavam no encontro latifundiários da informação como Nelson Sirotsky, presidente do grupo RBS e da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Octávio Florisbal, diretor-geral da Rede Globo, e Álvaro Ribeiro da Costa, presidente dos Diários Associados. A matéria do jornal O GLOBO também não deixou por menos, ao reduzir drásticamente a intervenção do ministro da Secretaria de Comunicação e Governo, Luiz Gushiken, dizendo que ele teria "admitido que o Estado não tem capacidade de desenvolver uma política de comunicação pública sem a ajuda da publicidade e da iniciativa privada".
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De Olho No Mundo

Censura cala mídia na Tunísia, sede de cúpula da informação
A política de censura da Tunísia é tão rigorosa que um repórter pode ter problemas só por escrever sobre o preço da cebola, numa estratégia que conseguiu acabar com a imprensa crítica, afirma o sindicato dos jornalistas do país. O governo da Tunísia, localizada no norte da África, às margens do Mediterrâneo, está sendo pressionado por entidades nacionais e estrangeiras de defesa dos direitos humanos para amenizar o controle sobre a imprensa e comprovar que o país merece ser a sede da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, patrocinada pela ONU e programada para acontecer em novembro. A Tunísia vem sendo duramente criticada por amordaçar a imprensa, censurar o uso da Internet, espancar e prender jornalistas e limitar a vida política.

"Por que eles não prenderam nenhum jornalista nos últimos quatro anos? O motivo é simples: nenhum jornalista se atreve a escrever, e os jornais não se atrevem a publicar artigos que possam ofender as autoridades", disse à Reuters Lotfi Hajji, presidente do Sindicato Tunisiano dos Jornalistas. "Jornalistas foram punidos por artigos entregues a seus editores e não publicados. Foram punidos por se atrever a pensar a escrever sobre tais assuntos", disse ele. Os editores filtram as reportagens com frequência para garantir que elas continuem favoráveis às autoridades. O governo diz que a Tunísia, visitada por milhões de turistas europeus todos os anos, está avançando para uma política mais multipartidária, para uma maior liberdade de expressão e para o respeito aos direitos humanos. Mas, rebate Hajji, "sua política nos últimos dez anos transformou a mídia num deserto silencioso". Com informações de Lamine Ghanmi, de Túnis, para a Reuters.

Ameaça à imprensa no México
O México é o líder de um ranking nada positivo. No ano passado, o país foi onde mais morreram jornalistas pelo exercício da profissão na América Latina, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras. O relatório foi apresentado como motivo pelo Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, celebrado na terça (3/5). No México, segundo a agência de notícias ADITAL, o número de repórteres assassinados aumentou muito, uma vez que não havia sido registrado nenhum caso desde 1997. Segundo o balanço, no ano passado, foram dois jornalistas detidos no México, 15 agredidos e 13 ameaçados. Dez jornalistas foram citados para revelar suas fontes e sete meios de comunicação foram atacados ou censurados. Ainda segundo o relatório, "2004 será lembrado como um ano negro, marcado por um recrudescimento da violência contra os jornalistas, por parte dos cartéis da droga que assolam o norte do país".


De Olho Na Vida

Reforma Urbana: Cidades para Todos
A Prefeitura do Rio de Janeiro admitiu que vai remover a Vila Autódromo e a Vila Camorim, favelas vizinhas ao futuro Parque Olímpico do Rio, em função dos Jogos Panamericanos. São 306 famílias no local. A resposta veio rápida. Organizações sociais estão organizando um seminario sobre os impactos sociais do Pan. Acontecerá no final de julho. Em 1996, Cesar Maia já havia tentado remover as duas favelas. Não obteve sucesso. Agora, ataca outra vez. Seria bom sabermos: a quantas andam as remoções de favelas nas milhares de cidades do nosso País? E... Fique Atento! Vem aí a II Conferência Nacional das Cidades com o tema "Reforma Urbana: Cidades para Todos". Vai ser em Brasília entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro de 2005.


Radiografia da Comunicação Sindical

Nesta edição, o Jornal do Sindsepe/RS (Sindicato dos Servidores do Estado do RS)

Kátia Marko é assessora de Comunicação do Sindsepe/RS

BNPC. Quando foi criado o jornal do sindicato?
Kátia. No final da década de 80.

BNPC. Sua circulação foi interrompida em algum período?
Kátia. A periodicidade sofreu alterações, deixando um vácuo em alguns períodos.

BNPC. Qual o nome, tiragem e periodicidade do jornal?
Kátia. O nome é Jornal do Sindsepe/RS, a tiragem é de 8 mil exemplares e a periodicidade é bimensal (no intervalo é editado o Boletim do Sindsepe).

BNPC. O sindicato tem página na Internet?
Kátia. Sim. O endereço é www.sindsepers.org.br

BNPC. Qual a forma de distribuição do jornal e boletins?
Kátia. Na Capital, é entregue nos locais de trabalho. Para o Interior, é enviado via Correio.

BNPC. Quantos profissionais trabalham no departamento de comunicação?
Kátia. Dois, uma jornalista e um webdesigner.

BNPC. Vocês costumam trazer reportagens?
Kátia. Raramente.


Por Dentro da Universidade

Charge revela as contradições do Mundo do trabalho, diz estudo
Rozinaldo Miani, autor da tese, é jornalista, doutor em História pela Unesp de Assis-SP, professor da disciplina de Comunicação Comunitária e Popular na Universidade Estadual de Londrina e coordenador do curso de Especialização em Comunicação Popular e Comunitária na mesma universidade. Sua tese de doutorado aborda a influência da charge no sindicalismo brasileiro, mais especificamente no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante a década de 90. E é sobre esse assunto que o NPC foi conversar com ele.
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(Para ler a entrevista de Mário Camargo, clique aqui: www.piratininga.org.br)
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Proposta de Pauta

Assembléia Popular: uma nova forma de organização e articulação
A Campanha Nacional Contra a ALCA, a Rede Jubileu Sul/Brasil, juntamente com outros movimentos sociais, estão inaugurando uma nova forma de articulação e organização política da população: a realização de Assembléias Populares. Em todo o Brasil serão realizados cursos de formação em Assembléias Populares para auxiliar no trabalho dos militantes políticos que vão participar da organização das assembléias. No Rio de Janeiro, o primeiro Curso de Formação acontecerá nos dias 11 e 12 de junho no Colégio Pedro II, no Campo de São Cristóvão. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (21) 2210-2124 ou pelo correio eletrônico sec_operativa@click21.com.br
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Memória

Holocausto
"O holocausto não foi o único e nem provavelmente o maior massacre imperpetrado pelos nazistas. Há estimativas que falam do assassinato, nos mesmos moldes, de 3,5 a 6 milhões de civis eslavos, de 2,5 a 4 milhões de prisionieiros de guerra soviéticos, de 2,5 a 3,5 milhões de poloneses não-judeus, de 200 a 800 mil ciganos, de 10 a 25 mil homossexuais masculinos e de até 2 mil prisioneiros testemunhas de jeová". Para saber mais leia artigo de Bruno Sartori na revista reportagem de março de 2005. (www.oficinainforma.com.br)


Cartas ao Boletim NPC

Tô gostando
Prezado Vito e demais responsáveis pelo boletim e revista. Tô gostando e muito. Gostaria de saber se posso anexar em um próximo e mail alguns endereços de companheiros dirigentes e não dirigentes para que posssam receber igualmente esse boletim eletrônico. Desde já grata, Lorene, de Juíz de Fora

Primeiro de Maio
Meus queridos companheiros do Piratininga, Foi muito comovida que fiz a leitura do último boletim do "nosso" Núcleo Piratininga. O Boletim está da melhor qualidade, seja pela abrangência dos temas em foco, seja pela qualidade da informação veiculada. Além disso, minha grande alegria está ligada ao tema "primeiro de maio", pelo lançamento da cartilha e filmes e debates. Toda minha alegria e o desejo de sempre colaborar com o NPC. Hoje usei o boletim em sala de aula na Universidade, para chamar a atenção dos alunos da graduação em História para os temas silenciados ou ocultados da mídia do "consenso fabricado", como diria Noam Chomski. Meus parabéns. Adelaide Gonçalves, de Fortaleza

Edição anteriores
Parabéns pelo boletim, verdadeiro jornal, muito interessante para todo jornalista brasileiro. Como tenho acesso a edições anteriores, para consulta? Roberto Guedes

Resposta do NPC: Olá Roberto. Basta visitar nossa página (www.piratininga.org.br) e clicar na seção BOLETIM. Lá estão disponíveis as edições anteriores, desde o número um até a última edição.

Pérolas da edição

Emocionante!!! Eu estava lá.


Cleide Alves, enfermeira e educadora feminista, de Santo André (SP), sobre a Marcha do MST
(Foto de Cleide Alves)
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, prestem atenção, pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Carlos Drummond de Andrade
(Enviado por Vera Level, do Sindicato dos Previdenciários do Ceará)

Novas entrevistas exclusivas para o Boletim do NPC

“A informação é parte do aparato de guerra”
Correspondente de guerra em diversas ocasiões – as duas últimas no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003) - o jornalista português Carlos Fino esteve no final de abril na Escola de Comunicação da UFRJ, na Urca, para falar sobre sua experiência como enviado especial da tevê portuguesa RTP. Em entrevista ao Boletim NPC, comentou sobre o desenvolvimento das coberturas nas últimas investidas bélicas norte-americanas, afirmando que as novas tecnologias mudaram o papel do jornalismo. “Qual que vai ser, ainda é difícil dizer. Mas mudou”.

Ele criticou ainda a instantaneidade com que as informações são veiculadas, sem o devido espaço para a reflexão. “Tem que investigar, e para isso é preciso ter tempo, é preciso ter equipes no terreno, é preciso pesquisar. Cada vez há menos investigação e reportagem de fundo nas redações”. E alertou, durante a palestra: “A informação é parte do aparato de guerra. Os poderes mundiais contam com a informação para começar suas próprias guerras”. Por Gustavo Barreto, em colaboração com o jornalista sindical Hélcio Duarte Filho.
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Novos artigos em nossa página

Comunicadores se articulam para combater violência. Por Bruno Zornitta, maio de 2005
Criar uma rede de comunicadores ligados aos movimentos populares para denunciar a situação da violência no Rio e a criminalização da pobreza por parte da grande imprensa. Esse foi o objetivo que reuniu estudantes, sindicalistas e ativistas no auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro (Senge), no dia 11 de maio. O debate "Mídia alternativa e combate à violência" contou com a presença de Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Márcia de Oliveira Jacintho, mãe de um menor assassinado pela Polícia Militar do Rio, e Marcelo Freixo, pesquisador da ONG Justiça Global. O evento foi promovido pelo NPC, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Senge
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Jornais, manchetes e números sejamos sempre um pouco desconfiados... Por Regis Moraes, maio de 2005
"A manchete é a bandeira do dono do jornal"; (...) Jornais – impressos ou eletrônicos - costumam, periodicamente, "retratar" o desempenho da economia e do governo. Para isso, precisam trabalhar com medidas, indicadores quantitativos. Contudo, os indicadores que construímos (nós ou eles) não são neutros, não são independentes do lugar em que estamos, na sociedade. E não são independentes do rumo que pretendemos dar à sociedade – o nosso projeto, a nossa ideologia.
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Um salto cego, mas em direção à luz. Por Sérgio Domingues, maio de 2005
"Cabra-Cega", de Toni Ventura, é um excelente filme. Mostra os erros da esquerda armada, que tentou desafiar a ditadura militar de forma isolada. Por outro lado, honra a coragem de quem enfrentou as trevas saltando em direção à luz
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Dono de jornal manda prender jornalista. Por Alberto Dines, 3/5/2005, no Observatório da Imprensa
O único jornal que registrou devidamente a condenação do jornalista Jorge Kajuru a 18 meses de detenção foi a Folha de S.Paulo (sexta 29/4, primeira página). Ao que consta é a primeira prisão de um jornalista no Brasil desde o fim da ditadura. A Associação Nacional dos Jornais terá mais um motivo para acionar suas poderosas baterias e repudiar a nova violência cometida contra a liberdade de expressão no Brasil junto à mídia e entidades internacionais. Dificilmente o fará. Simplesmente porque a ANJ não irá condenar um dos seus mais eminentes associados, autor da ação contra Kajuru. Trata-se de Jaime Câmara Jr.
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A reconstrução da memória. Por Venício A. de Lima, 10/5/2005, no Observatório da Imprensa
Passadas as intensas celebrações dos 40 anos da TV Globo, o que mais chama a atenção é o aparente sucesso com que o grupo empresarial das Organizações Globo vem conseguindo reconstruir a história do Brasil através de sua própria perspectiva. Algo como uma "nova história global do Brasil contemporâneo". O carro-chefe dessa empreitada é o projeto Memória Globo, criado pelo grupo em 1999
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As formas não se opõem à arte de escrever. Por Carlos Chaparro, maio de 2005, no Comunique-se
É lamentável que a narração jornalística se tenha desumanizado, a ponto de nela se valorizarem coisas como índices e percentagens, mais do que falas, emoções e identidades humanas. Entretanto, continua a haver espaço para rebeldias criativas nas redações. Até porque é sempre possível dar trato de arte ao texto jornalístico – qualquer que seja a forma.
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Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Av. Rio Branco, nº 277 sala 1706   CEP. 20040-009
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Redação: Claudia Santiago, Rosângela Gil e Gustavo Barreto
Projeto Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram nesta edição: Bruno Zornita (RJ), Kátia Marko (RS), Mário Camargo (PR), Niko Júnior (RJ), Renata Souza (RJ), Reginaldo Moraes (SP), Samuel Tosta (RJ), Sérgio Domingues (SP), Thiago Vieira (RJ) e Virgínia Fontes (RJ). [voltar]


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ÍNDICE
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Notícias do NPC
Sobre o envio do Boletim do NPC
A pauta necessária - Imprensa alternativa pode ser arma contra a criminalização das populações pobres
Comunicadores se articulam para combater violência
Caderno de Formação sobre centrais sindicais ontem e hoje

A Comunicação que queremos
Consumo consciente em fotonovela
Mestre Bimba, a capoeira iluminada
Adital recebe outro prêmio
Bala Perdida 'no ar'
Cineasta argentino finaliza longa sobre 'genocídio social'

De Olho Na Mídia
VEJA: mais panfletagem contra MST; revista ganha comunidade no 'orkut'
Cimi processa o jornal 'O Estado de S.Paulo'
Jornais, manchetes e números — sejamos sempre um pouco desconfiados...
Da solidão diante da TV à produção de medo coletivo
Cúpula América do Sul-Países Árabes: mais omissão da Globo

Democratização da Comunicação
Rádios comunitárias: coordenador jurídico da Abraço conversa com o Boletim do NPC
Sociedade debate regulamentação de propagandas para crianças e adolescentes no Brasil
Rádio livre da UFRJ volta a funcionar
Fórum de Comunicação quer participar de discussões sobre projeto de lei

NPC Informa
Revista História & Luta de Classes lançada em universidades do Rio
Debate Sindical nº 51 traz como tema principal a Reforma Sindical
Jornalista Altamiro Borges lança livro no Rio de Janeiro
Sarau Poético em Manguinhos, no Rio
Evento discute Mídia, Saúde e Trabalho no Sul, em outubro
Centro de Memória da CUT promove debate sobre estrutura sindical
Igualdade Racial e as Políticas de Comunicação, em Salvador
RS: Funcionários da TVE/FM Cultura promovem manifestação em defesa das emissoras estatais
Deputado quer levar Michael Moore a Porto Alegre para Fórum Mundial da Paz, em setembro
Grande mídia reafirma campanha da direita contra regulamentação do setor

De Olho No Mundo
Censura cala mídia na Tunísia, sede de cúpula da informação
Ameaça à imprensa no México

De Olho Na Vida
Reforma Urbana: Cidades para Todos

Radiografia da Comunicação Sindical
Nesta edição, o Jornal do Sindsepe/RS (Sindicato dos Servidores do Estado do RS)

Por Dentro da Universidade
Charge revela as contradições do Mundo do trabalho, diz estudo

Proposta de Pauta
Assembléia Popular: uma nova forma de organização e articulação 

Memória
Holocausto 

Cartas
'Primeiro de Maio' e edições anteriores

Pérolas da edição
MST e Drummond

Entrevistas exclusiva
Carlos Fino: “A informação é parte do aparato de guerra”

Novos artigos em nossa página
Comunicadores se articulam para combater violência. Por Bruno Zornitta
Jornais, manchetes e números — sejamos sempre um pouco desconfiados... Por Regis Moraes
Um salto cego, mas em direção à luz. Por Sérgio Domingues
Dono de jornal manda prender jornalista. Por Alberto Dines
A reconstrução da memória. Por Venício A. de Lima
As formas não se opõem à arte de escrever. Por Carlos Chaparro

Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge