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Boletim do NPCNº 67De 1o a 15.5.2005
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais


Notícias do NPC

NPC convida para debate sobre mídia e violência
A Rede de Movimentos Contra a Violência, o Núcleo Piratininga de Comunicação e o Sindicato dos Engenheiros estão promovendo o debate Imprensa Alternativa e Combate à Violência, no dia 11 de maio, às 19h, no Auditório do Sindicato dos Engenheiros. Estarão presentes Marcelo Freixo, da ONG Justiça Global, Claudia Santiago, jornalista e coordenadora do NPC, e Marcia de Oliveira Jacintho,  mãe representante das vítimas da violência. A presença de todos os jornalistas e comunicadores populares é muito importante, pois começará a ser formulada uma rede de informação que apoiará a luta das vítimas da violência no Estado do Rio de Janeiro.

"É importante reforçar que a violência urbana atinge diretamente as populações mais carentes, compostas normalmente por negros, pobres e sem escolaridade mínima. É preciso que saiamos da comoção e piedade para a ação de combate ao comportamento de conivência do Estado", explica Cristina Braga, uma das coordenadoras do evento. "É preciso conscientizar dirigentes sindicais e jornalistas não apenas da gravidade da situação, mas também do papel que têm nesta luta como comunicadores". O Sindicato dos Engenheiros fica na Av. Rio Branco nº 277 - 17º andar. Informações adicionais no email mcbraga@attglobal.net

NPC está em nova sede
Desde o dia 2 de maio o Núcleo Piratininga de Comunicação está funcionando em nova sede. Um pouco maior, mas ainda na velha e boa Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro. O espaço nos foi cedido por um professor universitário, que acompanha o NPC desde sua criação, como estímulo à nossa batalha diária pelo direito dos trabalhadores a ter uma comunicação sua, “que comunique o que lhes diz respeito e o que é e de interesse de sua classe”, como ensina o ex-jornalista sindical, atualmente professor na USP, Valdeci Verdelho. Essa batalha inclui o direito à informação como um bem inalienável aos seres humanos, de todas as classes. E ainda o direito do leitor de compreender um texto de seu interesse e que isso não seja impedido pela maneira de escrever do autor. Neste ponto tanto nos ajudou as pesquisas de François Richaudeau. No centro de tudo, diz Vito Giannotti, está a necessidade de preparar os trabalhadores para ter sua comunicação para disputar a hegemonia na sociedade. Os telefones continuam os mesmos: (21) 2220-56-18 / 9923-10-93 (Augusto).

(Por Claudia Santiago)
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NPC publica cartilha sobre o 1º de Maio
Nas vésperas do Dia dos Trabalhadores começou a ser distribuída em vários sindicatos, escolas e movimentos populares uma cartilha com o título: 1º de maio: dois séculos de lutas operárias. É uma recuperação da longa luta da classe trabalhadora contra o instrumento central da exploração capitalista que é a extenção da jornada de trabalho. Seguindo o fio condutor da luta pela diminuição da jornada o texto conta um pouco da história da luta de classe que se desenrolou neste dois séculos, no mundo e depois no Brasil. Das primeiras revoltas, aos primeiros sindicatos, ao Manifesto Comunista, à I e II Internacional. Da luta do Mártires de Chicago às inúmeras greves, no mundo todo, para conquistar as 8 horas. Da Revolução Russa, à criação da OIT e à conquista das 8 horas em quase todos os países do mundo, entre 1920 e 1940.
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Trecho da página 5..
A partir de 1900 o Brasil entra nesta história. São cem anos de greves, repressão patronal, perseguições, organização de sindicatos e de centrais sindicais. Resistência e lutas da classe trabalhadora. E nisso tudo a luta política pela construção de instrumentos políticos para construir um mundo socialista. Revoltas, revoluções, conquistas e derrotas. Esta história chega até os dias de hoje, sob o império do neoliberalismo, com a moda introduzida pela Força Sindical de transformar o 1º de Maio num dia de show com sorteios de carros e apartamentos. É uma cartilha estimulante. Provoca reflexão e esclarece muitas e muitas coisas. Coordenada por Vito Giannotti e pela jornalista Rosângela Gil, foi elaborada pela equipe de pesquisa do NPC e publicada a pedido de vários sindicatos. Está disponível a R$ 5,00 cada. Pedidos pelo telefone (21) 2220.5618 ou pelo email: npiratininga@uol.com.br

Domingo É Dia de Cinema no 1º de maio
O Projeto Domingo é Dia de Cinema exibiu na manhã do dia 1º de Maio o belíssimo filme de Mário Monicelli, Os Companheiros, para alunos de pré vestibulares comunitários e convidados. Na ocasião, foi lançada a Cartilha 1º de maio - dois séculos de luta operária, elaborada pela Núcleo Piratininga de Comunicação – NPC. O filme, extremamente atual, foi pensado pelo diretor em 1962 e filmado em 1963, no momento em que começa, na Itália, um forte movimento para repensar o papel dos sindicatos na luta dos trabalhadores. Retratando o estágio inicial da luta da classe operária pela redução da jornada de trabalho, Monicelli apresenta um olhar atento para a necessidade de continuação da luta e preservação de direitos conquistados. Atual, portanto.

É importante ressaltar que, em Os Companheiros, o que move a luta contra os patrões não é tão somente a melhoria salarial. As péssimas condições para os trabalhadores dentro das fábricas é seu estopim. Excesso da jornada, insalubridade, falta de assistência médica e tratamento desumano levam os operários ao caminho da disputa. Deslocando o cenário para nossa realidade veremos que muito ainda há para ser conquistado. Precisamos manter o que até aqui já é um direito e ampliá-lo. O debate após o filme contou com a participação do professor Ruy Moreira (UFF) e da dirigente sindical Neuza Pinto (Sintufrj). Veja algumas fotos de Thiago Braga:
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Estudantes de pré-vestibulares comunitários chegam ao Cinema
Vito Giannotti divulga a cartilha "1º de maio: dois séculos de lutas operárias"
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Vito Giannotti, Rui Moreira e Neuza Luzia Pinto: debate após a sessão
Cristina Braga e León Diniz (NPC) distribuem o "Repórter da Terra", na Cinelândia, no dia 1º de Maio
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Estudantes do Centro de Estudos e
Ações Solidárias da Maré (CEASM)
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(Por Cristina Braga; fotos de Thiago Braga)
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A Comunicação que queremos

Latuff decide encerrar lista de contatos e disponibiliza suas ilustrações através de sua página
Após anos servindo amigos e colaboradores com uma lista, o cartunista Latuff decidiu encerrá-la. "Muitas pessoas reclamam que não recebem minhas imagens talvez por problemas com meu provedor ou mesmo com contas gratuitas [de email]. Vários usuários não informam mudanças de endereço eletrônico e eu não estou conseguindo manter a lista atualizada", avisou. Latuff, conhecido por seu engajamento político, deixará no entanto a serviço dos jornalistas seus desenhos na página http://latuff2.deviantart.com ; Cerca de 263 imagens, incluíndo cartuns, ilustrações e fotos, estão disponíveis neste endereço para livre reprodução. A página inicial apresenta os dez trabalhos mais recentes, mas todas as artes podem ser vistas na seção 'Gallery'. "Vou manter esse site sempre atualizado", garantiu. "Vocês poderão manter contato comigo através do email latuff@uninet.com.br e todas suas mensagens serão bem vindas. Por favor, continuem apoiando meu trabalho, visitando freqüentemente minha página. Muito obrigado a todos, irmãos e irmãs-em-artes, por todo esse apoio durante estes anos. Sem ele, minha arte e meus esforços são inúteis".

Vamos votar na Carta Maior, a nossa agência de notícias
O portal da revista Imprensa está fazendo uma enquete sobre o melhor jornalismo do país, em várias categorias. A Agência Carta Maior está em segundo lugar na categoria site, na frente do JB, IG, Terra, UOL, só perdendo pra Folha Online. A equipe de Carta Maior está comemorando a votação recebida. "Pra gente, isso obviamente é uma grande coisa, porque somos pequenininhos e imprensa alternativa. É, de certa forma, também o reconhecimento de que há necessidade e vontade da opinião pública de que pautas ligadas aos movimentos sociais, ambientais, de direitos humanos e do debate político responsável sejam tratadas com mais profundidade, o que procuramos, dentro das nossas limitações, fazer." O NPC concorda com tudo isso e indica: Vamos votar na Carta Maior.
http://www.portalimprensa.com.br/enquete2/enquete.asp?id=11

80 anos do jornal A Classe Operária
O PCdoB convida os trabalhadores a participarem da exposição e do debate que relembrarão os 80 anos do jornal A Classe Operária. A história do diário estará exposta de 1° a 8 de maio, das 9h às 18 horas, no Parlamento Latino-Americano, em São Paulo. No dia 6/5, às 19h, acontece o debate Imprensa popular e sindical: os 80 anos de A Classe Operária, que vai contar com a presença de Renato Rabelo, Pedro de Oliveira, Apolinário Rebelo, José Carlos Ruy e Raimundo Pereira. O Parlamento Latino-Americano fica na Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564, Barra Funda (SP capital). Mais informações no www.vermelho.org.br ou pelo telefone (11) 3054-1800.

Mostra fotográfica "Trabalhador do Rio, trabalhador do Brasil": exploração em pleno século 21
No dia 3 de maio o deputado estadual Gilberto Palmares (PT),  presidente da Comissão de Trabalho da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), promoveu sessão em homenagem ao Dia do Trabalhador. Foram entregues Moções de Louvor a 16 trabalhadores escolhidos por seus sindicatos. No mesmo dia, às 19h, acontece a abertura da exposição de fotografias "Trabalhador do Rio, trabalhador do Brasil". Segundo Gilberto Palmares, o objetivo "é mostrar como em pleno século 21 ainda é grande a exploração de trabalhadores tanto no campo como na cidade". Serão mostrados trabalhos dos fotógrafos: J. R. Ripper, Nando Neves, Jorge Nunes, Eneraldo Carneiro, Everaldo Rocha, Vanor Correia,  Samuel Tosta, todos com trajetória ligada a movimentos sociais e sindicais, além de Mariana Magro, que é fotógrafa da Comissão Especial de Combate ao Trabalho Precarizado. As fotos são coloridas e em preto e branco e mostram tanto a realidade da cidade como a do campo. A exposição estará aberta à visitação durante todo o mês de maio, no terceiro andar do Palácio Tiradentes.

Curso de Comunicação Popular em São Paulo
A Associação Cantareira, em parceria com o Vicariato das Comunicações e a Pascom da Região Brasilândia, realiza nos dia 26, 27 e 28 de maio um Curso de Comunicação Popular que tem como objetivo capacitar agentes comunicadores, priorizando a linguagem da comunicação popular; desenvolver a prática de locução de textos, avisos, noticias etc.; e proporcionar técnicas de produção de textos de notícias, interpretação de textos a ser proclamados em assembléias, reuniões, celebrações e rádio. O curso destina-se a lideranças das comunidades, das pastorais, movimentos populares, comunicadores que atuam em rádios comunitárias e comerciais, estudantes e pessoas que desejam aprimorar a comunicação. Abordará ainda ética na comunicação, introdução à história do rádio brasileiro, filosofia da rádio comunitária, uso do microfone, técnicas de modulação e de interpretação de textos, reportagem para o rádio, entre outros. As inscrições vão até dia 20 de maio de 2005. Mais informações pelos telefones: (11) 3021-7586 (de terça à sexta, das 13h às 17h30) ou (11) 3924-0020. Emails: cantareirajc@terra.com.br ou pascombrasilandia@uol.com.br

FAZENDO MEDIA resgata função social da comunicação
Em tempos de neoliberalismo, é notável que a grande mídia possui relações com o poder político-econômico estabelecido e se utiliza de mecanismos que, mais do que formar opinião, são capazes de moldar percepções, criar paradigmas e reproduzir os interesses do status-quo, deixando em segundo plano sua função social. Tentando resgatar o sentido humanista da comunicação, um grupo de estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) criou o FAZENDO MEDIA, composto por um jornal impresso (com periodicidade quinzenal), um programa de televisão (semanal) e o sítio www.fazendomedia.com ; O NPC indica!

Sem-terra terão rádio exclusiva durante marcha
Cada participante do MST na marcha entre Goiânia e Brasília, que começou na última segunda (2/5), terá em mãos uma mochila preta com o logotipo do movimento e um rádio à pilha, no qual poderá sintonizar uma emissora exclusiva do movimento. A idéia da rádio surgiu no início do ano, no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Para motivar os sem-terra, que percorrerão 200 km em duas semanas, haverá programações diárias transmitidas de um estúdio instalado num caminhão. O veículo ficará no meio da caminhada, que deve atingir cerca de 5 km, do primeiro ao último da fila, na rodovia BR-060. Além de música, a programação terá notícias do dia, atividades do movimento e cuidados de saúde e alimentação.

O material radiofônico foi produzido pelo Setor de Comunicação do MST e pode ser veiculados gratuitamente por emissoras de todo o país. O MST se colocou à disposição dos jornalistas para a produção de matérias jornalísticas, spots e entrevistas de rádio para explicar as lutas do MST, principalmente com relação à Marcha. Entre os entrevistados estão: João Pedro Stedile, Dom Tomás Balduíno (presidente da CPT), Plinio de Arruda Sampaio (coordenador do Plano Nacional de Reforma Agrária), Ariovaldo Umbelino (professor de Geografia Agrária da USP), entre muitos outros. Para acessar o material para rádio, visite www.mst.org.br/informativos/especiais/marcha/vinhetas.htm ; Mais informações, entre em contato pelo tel/fax: (61) 322-5035 e pelo email semterra@mst.org.br

Uma realidade que não é brincadeira
Empregar crianças significa lucro fácil. A exploração infantil gera o desemprego dos pais, trabalho escravo, crianças doentes, subnutridas, morando em precárias condições, prejudicadas na sua capacidade intelectual e no seu direito à educação, lesadas no seu direito ao lazer, ao carinho, à alegria; enfim, sem infância. Doze milhões de crianças trabalham no Brasil, número superior à população de Portugal, país que colonizou o imenso território brasileiro. Entre os trabalhadores infantis, 7,5 milhões têm entre 10 e 14 anos e 4,5 milhões entre 14 e 17 anos. A exploração é tão grande que 57,8% não recebem nada pelo seu trabalho. Segundo divulgação recente do IBGE, meio milhão de crianças entre 5 e 9 anos trabalham no Brasil. Dessas, 92,2% trabalham de graça e são submetidas a uma jornada de 40 horas semanais, sem condições de freqüentar a escola. Infelizmente, 400 milhões de crianças trabalham em todo o mundo. Cerca de um milhão de crianças se prostituem e 12 milhões morrem por ano. Em todo o mundo, 143 milhões de crianças não vão à escola.

Nessas tristes estatísticas, o Brasil só não está atrás do Haiti e da República Dominicana. Seria impossível retratar em imagens, de forma plena, essa dura realidade. O fotógrafo João Roberto Ripper, no entanto, disponibiliza na Internet dez imagens chocantes dessa grande vergonha nacional, que não é conseqüência da pobreza, mas sim instrumento financiador dela. Veja na página www.imagenshumanas.com.br/infantil/index.htm


De Olho Na Mídia

Veja “engorda” ataque a Chaves e omite ações de movimentos populares
É o próprio editorial da revista que anuncia: a Veja desta semana tem 120 páginas de puro conteúdo editorial. São 40 acima da média: 26 reportagens, 38 infográficos e tabelas, 90 fotografias. O motivo? Endurecer o ataque àquele que a revista considera hoje seu principal inimigo: o presidente da Venezuela, Hugo Chaves, tratado pela publicação como o “monstro” que ameaça a tranqüilidade do continente latino-americano. (Ver também, neste boletim, o artigo “Quem precisa de Veja?”)

Em meio a informações mentirosas e análises contestáveis, a reportagem da revista também descreve porque a Venezuela deixou de ser uma democracia, colocando em risco as liberdades individuais do seu próprio povo. Matéria da Folha de São Paulo desta terça-feira (03/05) põe por terra 70,5% das críticas empreendidas: é esse o percentual de venezuelanos que aprovam o governo Chaves, conforme instituto de pesquisa credenciado daquele país.

A edição de Veja também não deixa de empreender ataques diretos a vários de seus outros inimigos históricos, como o comunismo de Fidel Castro, o fundamentalismo de Saddam Hussein e a vitalidade contestatória do MST de João Pedro Stédile. Manda recados até mesmo para o presidente Lula que, apesar de estar surpreendendo positivamente a elite internacional com a dita “condução racional da economia brasileira”, ainda não rompeu, em definitivo, as relações com a Venezuela.

Mas para entender, de fato, porque uma revista recruta até mesmo o tradicional espaço reservado à publicidade (leia-se lucro!) para ocupá-lo com matérias, é preciso analisá-la não só pelo que publica, mas também pelo que deixa de publicar. A edição de Veja desta semana deixa de reportar os dois principais acontecimentos na ótica dos movimentos populares: a queda do presidente do Equador, como marco na América Latina, e a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, no Brasil.

E não poderia mesmo ser diferente. Conforme Bernardo Kucinsk, Veja funciona como “a usina ideológica dos conceitos e pré-conceitos da classe média”. Como tal, precisa conquistar corações e mentes para combater o que é contrário ao status quo. Ou como costuma avisar o jornalista José Arbex, “Veja é a única revista estadunidense escrita em português”. Como tal, precisa defender os interesses do “império”. Torna-se desnecessário, neste quadro, esclarecer porque a deposição do presidente do Equador e a Marcha dos Sem-Terra no Brasil foram preteridas nas muitas páginas desta edição “mais do que recheada” de Veja.

(Por Najla Passos, jornalista e mestranda
em Comunicação Social pela UFMT)
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O Globo e as "classes perigosas"
Na madrugada do dia 26 de abril mais de 60 famílias que não têm onde morar ocuparam o prédio abandonado do antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transporte de Cargas (Iapetec), na Avenida Venezuela 53, no Centro do Rio de Janeiro. O prédio pertence ao INSS e está abandonado há mais de dez anos. A ação contou com o apoio de setores do movimento social que luta por moradia e de estudantes. Entre os ocupantes estavam grávidas, idosos e crianças.

A informação foi noticiada corretamente, numa página interna do Globo pela jornalista Ana Claudia Costa. Trocando a palavra invasão, usada pela mídia, por ocupação, usada pelo movimento social, o texto poderia ser publicado em qualquer jornal de esquerda. O perigo, porém, morava ao lado. Na página 2, uma foto imensa de estudantes que apoiavam o movimento, com camisas na cabeça, foi ali colocada estrategicamente para assustar as pessoas e causar medo. Medo de pobre. Medo de quem reage. Medo das eternas “classes perigosas”. Essa era a função da foto escancarada na página 2. Ilustrando a matéria de Ana Claudia, dentro do jornal, estava a foto das grávidas e dos idosos. Mas essas não mereceram destaque. Não existe acaso no jornalismo.

(Por Claudia Santiago)
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Entidades repudiam preconceito da TV Globo contra povos indígenas
Um grupo de entidades de Mato Grosso ligado à questão indígena e à defesa dos direitos humanos elaborou uma nota de repúdio contra a direção da novela "A lua me disse", da TV Globo, pela maneira como a personagem Bumba, uma nambiquara, vem sendo tratada. A atração televisiva passa às 19 horas e é dirigida por Miguel Falabella. As entidades denunciam que a emissora está esteriotipando e desrespeitando a dignidade dos povos indígenas. Na novela, Bumba - e este não é um nome indígena - é uma empregada maltratada pelos patrões. Em um dos episódios da semana passada a índia foi expulsa aos berros de um dos cômodos da residência onde trabalha ao som de um "Saia daqui, sua Nambiquara!".

No mesmo episódio, foi tratada como uma selvagem tarada. Correu atrás do ator Paulo Vilhena, que estava de toalha, dizendo "Índia, quando quer homem, fica nua na taba. Índia gosta de ver homem nu. Índia quer!". Assinam inicialmente a nota de repúdio a Pastoral da Criança Indígena, a CNBB e o Museu do Índio/Universidade Federal de Mato Grosso (antropólogo Aloir Pacini). Por lei, as emissoras de rádio e televisão são concessões públicas dadas pelo Estado por determinado tempo e devem se pautar por conteúdos que estimulem a educação, a cultura, a ciência e a formação da cidadania.

Abaixo, a nota de repúdio:

Nota de repúdio à novela de Miguel Falabella (TV Globo)
Constatamos com tristeza que a criatividade do Sr. Falabella, na sua mais recente novela ("A lua me disse"), atingiu a imagem do povo Nambiquara, que merece, pela sua história de resistência e sofrimento, o mais profundo respeito de cada um de nós, brasileiros. A índia Nambiquara, na caricatura da novela, está condenada ao estrato mais subalterno da sociedade, quase como se fosse um animal exótico, divertido, digno de riso. Uma imagem que não é totalmente alheia à nossa realidade, onde o preconceito legitima a exploração, a expropriação e o abandono do poder público. Cabe à televisão brasileira o importante papel de educar, todos sabemos. De um autor/ator respeitado  pelo seu público esperamos mais do que a confirmação de idéias e valores que os povos indígenas lutam tanto para superar, nas suas mais variadas formas de discriminação das diferenças. 

Aloir Pacini, Museu Rondon, UFMT
Eurípia de Faria Silva, Pastoral da Criança Indígena
Irmã Glória Antônia Mamani, Mutirão pela Superação da Fome e da Miséria, CNBB

Muito Além do Cidadão Kane: uma ditadura de 40 anos
Na data de comemoração dos 40 anos da Rede Globo, que a edição desta semana do jornal Brasil de Fato classificou de "uma ditadura de 40 anos", a sociedade brasileira deveria questionar sobre o que isso representou para sua vida. Muito se escreveu e muito mais ainda se escreverá. Mas o que ficou evidente nesses 40 anos foi a exclusão da sociedade na discussão de seus próprios anseios e problemas, a descarada manipulação da informação e o uso deste veículo de concessão pública como uma uma poderosa ferramenta de articulação das oligarquias do Brasil. A sociedade teve seu direito de decidir seqüestrado pela mídia hegemônica. Em especial pela Rede Globo.

Para contar um pouco da História real desta emissora, o Centro de Mídia Independente disponibilizou o excelente documentário Muito Além do Cidadão Kane, que explora bem a questão do oligopólio global. Sua exibição no Brasil tem sido, digamos, "limitada" de maneiras não conhecidas, pois é um documento histórico de fundamental importância. Mas, com todas as pressões, sempre haverá um link disponível na Internet. Ponto para a História. Pode ser baixado nos site: www.midiaindependente.org/media/ ; O arquivo está divido em 4 partes: kane1, 2, 3 e 4. O NPC indica!

Sociedade protesta contra propagandas de cerveja que exploram corpo da mulher
Ativistas do movimento negro, defensoras/es de direitos humanos, feministas e ativistas do movimento de mulheres em Pernambuco entraram, no dia 8 de março, com representação no Ministério Público Federal contra as propagandas de cerveja que exploram a objetificação do corpo da mulher. A ação junto ao MPF foi uma das atividades da sociedade civil que marcaram o Dia Internacional da Mulher, no Estado. As ações de protesto prosseguem agora através de e-mails e telefonemas para fabricantes de cerveja e agências de publicidade responsáveis pelas campanhas. Saiba mais no endereço http://conferencia.direitos.org.br/node/view/2939


Democratização da Comunicação

Rádios comunitárias fazem audiência púlica nesta quinta (5/5) em São João de Meriti
No dia 29 de março, sete rádios comunitárias de Vilar dos Teles, em São João de Meriti (RJ), tiveram seus transmissores lacrados por agentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo comunicadores ouvidos pela redação, a agência teria agido sem mandado judicial. As emissoras comunitárias da região vão promover uma audiência pública no dia 5 de maio, às 19h, na Câmara de Vereadores de São João de Meriti, para discutir o caso e propor ações. Nesta mesma data será apresentado um manifesto sobre a repressão às rádios comunitários. A apresentação contará com a presença de várias instituições, lideranças comunitárias, o deputado estadual Carlos Minc, artistas locais e entidades que lutam pela a democracia da comunicação. A audiência contou com o apoio do presidente da Câmara dos Vereadores, vereador Padre Abelar.

Segundo a radialista Susana Marques, da rádio Onda Livre, o apoio dos movimentos populares é fundamental para as rádios comunitárias. “Precisamos muito do apoio de todos para que possamos seguir nosso caminho, seguir contestando e combatendo as leis que protegem o monopólio das grandes empresas de comunicação e que impedem a sociedade civil de se organizar construindo seus próprios veículos. Temos que dar espaço para as comunidades despertarem para seus direitos e lutarem por espaço nesta sociedade, por direitos garantidos pela constituição”. Susana repudiou também a ação da ANATEL: “Nós não cometemos chacinas, não roubamos o INSS, nem tão pouco deixamos os hospitais sem aparelhos”.

Notificação judicial adia TV para CUT
Na semana passada chegou ao Ministério das Comunicações uma notificação judicial que impediu que o pedido de concessão de canal de TV à Central Única dos Trabalhadores fosse enviado ao Congresso por uma mensagem assinada pelo presidente Lula. De acordo com o Planalto, o Ministério Público pede que a Fundação Sociedade Comunicação Cultura e Trabalho, criada pela CUT para ser mantenedora do canal, registre mudanças recentes em seu estatuto. Lula disse na quinta-feira (21/04) que assinou "decreto" (na verdade uma mensagem) de concessão de 15 anos para a CUT manter canal com abrangência no Grande ABC (SP). Após a liberação da Justiça, a mensagem será encaminhada ao Congresso. Em discurso para dirigentes de centrais sindicais, Lula citou a importância do canal. "É um instrumento sério de comunicação para os trabalhadores". As informações são da Folha de S. Paulo.


NPC Informa

Retratos subversivos de José Carlos Mariátegui
Em uma curta e intensa vida, o jornalista, teórico e dirigente revolucionário peruano José Carlos Mariátegui (1894-1930) uniu pensamento e ação, arte e política, jornalismo e militância, construindo uma obra que fez dele o mais original dos pensadores marxistas latino-americanos. Empenhado em trazer as idéias de Marx para a realidade do continente, Mariátegui abriu caminhos para uma reflexão própria do marxismo, sempre lutando pelo papel dos povos e culturas indígenas na luta de classes e pela transformação social. Sua obra teórica – e sua visão sobre a formação social e étnica da indo-américa – influenciou desde a revolução cubana e Che Guevara até os zapatistas de Chiapas, e segue inspirando movimentos que lutam pela igualdade e pela emancipação em toda a América Latina. Dentre os vários livros que escreveu, destacam-se "Siete ensayos de interpretación de la realidad peruana" e "La escena contemporânea".

No recente "Do sonho às coisas – retratos subversivos" (foto), Luiz Bernardo Pericás reúne escritos nos quais nosso autor analisa personagens como Mussolini e a ascensão do fascismo, Mahatma Gandhi e a luta pela independência indiana, John Maynard Keynes e o tratado de Versalhes, André Gide e a Nouvelle Revue Française, Leon Trotski e suas reflexões sobre arte, Máximo Gorki e a revolução russa, H.G. Wells e a visão de mundo do Império Britânico, entre outros. Esses retratos - textos em permanente movimento, corajosos, apaixonados e demolidores - permitem também conhecer mais do seu autor: um homem de talento e inteligência afiada, que buscou ver a realidade com olhos latino-americanos que sonhavam e lutavam para transformar o mundo. Lançamento da Boitempo Editorial (www.boitempo.com), a obra faz parte da coleção "Marxismo e Literatura", coordenada por Leandro Konder, e tem 160 páginas.

"Venezuela, originalidade e ousadia" tem lançamento dia 17/5, no Rio
O jornalista Altamiro Borges lançará no Rio de Janeiro, no próximo dia 17 de maio, seu mais novo livro: "Venezuela, originalidade e ousadia". O evento será na sede da CUT/RJ, que, juntamente com o NPC e a TV Comunitária/RJ, promovem o evento. Às 18h, na Av. Presidente Vargas, 502/15o andar - Centro.

Dê bonecas de tricô. Fora a Barbie e o imperialismo cultural
Silvia Kirschbaum faz fantoches de dedo e boneca de tricô. Seus clientes são professores que utilizam o brinquedo no seu trabalho diário com crianças. Além de estimular a criatividade dos pequeninos, o trabalho de Sílvia é também um contra-ponto ao imperialismo cultural globalizado, que se concretiza na ditadura das Barbies e Ronalds Mc Donalds. Quem tiver interesse em entrar em contato com Sílvia, tome nota: (21) 2245-7902 / 9631-5800 ou silviabaum2@yahoo.com.br

Jovens de baixa renda entre 18 e 24 anos têm isenção de matrícula para Curso de Mídia e Educação na UFRJ
Dia 28 de maio é a última data para efetuar matrícula no Curso de Extensão e Capacitação em Mídia e Educação, que acontece entre os dias 4 de junho a 15 de outubro no campus da UFRJ, na Praia Vermelha (Urca). As matrículas poderão ser realizadas a partir da próxima sexta (6/5) e acontecerão todas as sextas, de 14h às 17h, na sala do Programa Avançado em Cultura Contemporânea (PACC) da UFRJ. O curso é organizado pelo Projeto Mão na Mídia em parceria com o PACC/UFRJ. A missão do grupo é trabalhar para a ampliação da participação de crianças, adolescentes e jovens na produção de mídia, através da criação de novos mecanismos de educomunicação, além de promover a geração de renda para jovens e a inclusão social nas instituições de ensino público e privado.

As aulas acontecem aos sábados de 13:30 às 17:00 no Auditório do PACC/UFRJ. O curso é ministrado por professores com experiência de trabalho e/ou pesquisa nas áreas de comunicação e educação. As inscrições vão até dia 4 de junho. Jovens de baixa renda entre 18 e 24 anos poderão receber isenção da matrícula e mensalidade do curso, além de um custo transporte, mediante entrevista que deverá ser feita por telefone e pessoalmente. A prioridade é para jovens que participam de movimentos sociais e tenham interesse em trabalhar com prestação de serviços em mídia e educação.

Comunicação, cultura e movimentos sociais em Pernambuco
O Centro das Mulheres do Cabo (CMC) e o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), organizações que compõem a Ação em Rede pela Criança e o Adolescente (ARCA), em parceria com o Núcleo de Movimentos Sociais da UFPE e com o apoio do Ministério da Cultura e da CESE da Bahia promovem, nos próximos dias 6 e 7 de maio, o seminário "Comunicação, Cultura e Movimentos Sociais". O evento pretende estimular a análise crítica da relação entre os movimentos sociais e a cultura em meio à sociedade da informação e das novas tecnologias. A idéia juntar pesquisadores, estudantes, organizações não-governamentais e representantes de movimentos sociais, como o Fórum Pernambucano de Comunicação, para discutir temas relativos à democratização da comunicação, direito à comunicação, gênero, raça/etnia, tecnologia digital, rádio comunitária e produção de conhecimentos. O evento ocorrerá no Centro de Artes e Comunicação da UFPE (6/5, 14h) e na Pousada Tempero do Mar, Gaibu (7/5, 8h às 12:30h). Mais informações em rosario@cclf.org.br

Projeto Legal quer ampliar debate sobre infância e adolescência
A Organização de Direitos Humanos Projeto Legal está organizando uma importante publicação para divulgar não só as atividades desenvolvidas pela entidade, mas também contribuir para a ampliação do debate dos colóquios desenvolvidos pelo Projeto Atitude Legal, sobre adolescentes autores de ato infracional, e permitir o acesso a esses adolescentes à divulgação de suas opiniões. "Gostaríamos muito de contar com a colaboração de todos para o envio das agendas e cursos desenvolvidos por cada instituição e que contemplem a realidade das crianças e adolescentes em risco social. Convidamos também os atores interessados em participar de sessões como DEBATE e ENTREVISTA", diz a assessoria do Projeto Legal, que se colocou à disposição para eventuais esclarecimentos. Mais informações em www.projetolegal.org.br

Sindicato dos Jornalistas de SC faz cinqüenta anos
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina completa 50 anos no dia 13 de maio e vai comemorar o aniversário com uma programação que se estende até julho. Os eventos vão desde debates e lançamento de livro até uma exposição fotográfica. Grandes nomes do jornalismo nacional já confirmaram presença nos ciclos de debates, entre eles Bob Fernandes, César Valente e Ricardo Noblat. Informações pelo telefone (48) 228-2500

“A Comunicação na Construção das Responsabilidades Humanas”, em São Paulo
A IPAZ - Agência Internacional pela Paz e a Aliança por um Mundo Responsável, Plural e Solidário, com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), realizarão na próxima segunda (9/5) o evento “A Comunicação na Construção das Responsabilidades Humanas”. A idéia é unir jornalistas, professores, estudantes, ONGs e profissionais de comunicação em prol de uma mídia responsável. O evento será realizado no Museu da Imagem e do Som, que fica na Av. Europa, 158 – Jd. Europa, São Paulo capital. Programação e outras informações disponíveis em www.ipaz.org

Educação e Mídia: Prêmio ANDIFES de Jornalismo 2005
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) acaba de lançar o Prêmio Andifes de Jornalismo 2005. Jornalistas de todo o país podem inscrever suas reportagens ou série de reportagens publicadas em jornais ou revistas nacionais impressos, entre os dias 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2004. Uma comissão julgadora selecionará os melhores trabalhos, em duas categorias: Ensino Superior e Ensino Básico, que abrange Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Cada categoria terá um vencedor, que receberá como prêmio duas passagens aéreas de ida e volta para qualquer capital do País. O Prêmio Andifes de Jornalismo é concedido anualmente, desde 2000, quando foi criado em homenagem aos 10 anos da Andifes.

Estimular a mídia impressa a produzir e divulgar notícias da área de educação foi o principal motivo para a criação do Prêmio Andifes de Jornalismo, que reconhece e valoriza o importante trabalho realizado pelos profissionais dos veículos de comunicação. Desde a sua primeira edição, o Prêmio Andifes de Jornalismo já contemplou dez jornalistas de diferentes veículos de comunicação. As inscrições para o Prêmio Andifes de Jornalismo 2005 estão abertas e vão até o dia 13 de maio. Cada participante pode inscrever quantas matérias quiser. Basta ler o regulamento, preencher a ficha de inscrição, disponíveis no site www.andifes.org.br/premio.php , e enviar para o endereço da Andifes, junto com dois originais ou cópias das reportagens publicadas no ano passado. Outras informações também podem ser obtidas pelo telefone (61) 321-6341


De Olho No Mundo

Rádio equatoriana transmite voz do povo; Canais de TV silenciam
O jornal Hoy fez duras críticas à cobertura das TVs no sábado (16/4) e domingo de madrugada (17/4). Para a publicação, as emissoras de televisão do Equador não transmitiram como deveriam os protestos contra o governo em Quito, em meados de abril. Enquanto a rádio local La Luna, que funciona em um minúsculo porão em Quito, teve um papel importante nas manifestações ao divulgar a versão popular dos acontecimentos, as emissoras continuavam a exibir sua programação habitual. A oposição criticou também a falta de contextualização do que ocorreu, com a omissão da situação política e social nos últimos quatro meses, e "os canais que banalizam a informação e obedecem a interesses concretos". A estação La Luna, que opera na freqüência 99,3 FM e pode ser ouvida pela Internet no www.radiolaluna.com , opera há 11 anos um sistema de microfones abertos em que o público pode narrar suas histórias.

Segundo um diretor do Canal Uno, as passeatas não foram transmitidas pela rede porque estavam "dispersas pela cidade" e também atribuiu a omissão a problemas técnicos. Carlos Jijón, diretor de redação da Teleamazonas, deu justificativa semelhante. O comunicólogo Ivan Rodrigo, ouvido pela reportagem de Hoy, conclui: "Os meios sentem que a atividade política deve ser mediada por políticos, mas a cidadania pede por democracia direta. A televisão tem um discurso ambíguo: dá espaço para os políticos mas não mostra a face cidadã. Fala em nome da cidadania mas impede seu espaço de legitimação. A TV segue sendo subsidiário do poder político".

EUA: Empresas pagam apresentadores de TV para elogiar produtos
O editor de tecnologia e apresentador do programa Today da rede NBC, Corey Greenberg, confirmou ter recebido dinheiro da Apple, Sony, Hewlett-Packard, Seiko Epson, Creative Technology e Energizer Holdings para falar bem de produtos dessas empresas. Ele cobrava US$ 15 mil pelos comentários positivos. A informação foi publicada no jornal Wall Street Journal e posteriormente no Washington Post. A NBC afirmou, em comunicado oficial, que não sabia da atividade do editor, mas o próprio Greenberg disse ao Washington Post que tornava tais práticas públicas para a rede. O jornal descreve outros casos semelhantes ocorridos na mídia norte-americana.

Bye, bye, Brazil
A Voice of America, aquela estação de rádio financiada pelos EUA para levar a mensagem americana mundo afora, está fechando seu escritório do Brasil, no Jardim Botânico, no Rio. Jim Teeple, correspondente para o Caribe, veio de Miami com a missão de cuidar da mudança dos equipamentos.

(Por Ancelmo Gois, O Globo, 3/5/2005)
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De Olho Na Vida

Pequeno Manifesto do HIP-HOP ao trabalho
- Se não me deixam trabalhar, como querem que eu tenha experiência?
Essa contradição que oprime o jovem que busca o seu 1º emprego, já não é a única a perturbar candidatos a uma vaga no mercado de trabalho. Hoje um dos critérios para seleção de candidatos a emprego é o cadastro nos sistemas do SPC e do CERASA. E então surge uma nova questão: “De onde vou tirar dinheiro para limpar meu nome se não me dão emprego?”

Por esse desemprego crescente é que chegam ao cálculo de cerca de 60% da massa produtiva do nosso país trabalhando sem carteira assinada. Trabalhar sem carteira assinada significa trabalhar sem direito a férias, sem 13º, sem vale transporte, sem nenhum tipo de indenização em caso de demissão sem justa causa, sem seguro desemprego, sem todos os direitos conseguidos há mais de 50 anos.

Criou-se uma atmosfera de esperança quando, enfim, conseguimos eleger um presidente trabalhista. Só que a atuação desse governo pseudo trabalhista que mantém afastados de seus trabalhos funcionários públicos federais que foram demitidos por greve e está conseguindo dissipar essa atmosfera.

Por isso, irmãs e irmãos, é que o HIP-HOP AO TRABALHO não é uma comemoração ao dia do trabalhador, e sim um convite a refletirmos, através da nossa arte, sobre o nosso papel nessa situação. Ficaremos separados sendo empurrados para a beira do abismo? Ou, unidos, nos organizaremos para resistirmos às violações dos nossos direitos?

E para ajudar nessa reflexão, deixaremos dois versos da música “Discurso ou Revolver” (Facção Central):

“De que adianta ser milhões se não somos um
Ação coletiva. Objetivo comum...”
Maio de 2005
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MinC manda recolher material didático patrocinado pela Monsanto
O Ministério da Cultura informou nesta quarta (27/4) que mandou recolher os materiais distribuídos pela editora Horizonte Geográfico a escolas públicas de 5ª a 8ª séries da Bahia, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. O projeto foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e depois patrocinado pela multinacional Monsanto.

O MinC avaliou que "os conteúdos editoriais aprovados na proposta original dos projetos não foram totalmente cumpridos". O objetivo original do projeto era "reunir seis exemplares da revista Horizonte Geográfico e levá-los às bibliotecas das escolas de 1º e 2º grau e públicas dos estados do Sudeste do Brasil, para consulta com o intuito de pesquisa e divulgação da cultura", além de "ampliar os horizontes dos professores e permitir aos alunos e pessoas da comunidade local o acesso à cultura brasileira, aos povos e tradições do mundo, ao patrimônio histórico nacional, à arqueologia, paleontologia, para que tenham uma visão interpretativa do ambiente que os cerca".

No entanto, sob o patrocínio da Monsanto, os 11 mil "kits educativos" e os cursos em 5.409 escolas dos cinco estados versavam, segundo a própria empresa, sobre "dois dos assuntos de maior destaque da atualidade: agricultura e ambiente". O projeto abrange também 560 educadores do ensino fundamental, alguns dos quais já passaram por oficinas de capacitação para se tornarem multiplicadores dos ensinamentos repassados pela Monsanto.

Após denúncia de entidades como o Greenpeace e a Rede Brasileira de Educação, do deputado estadual Frei Sérgio (PT-RS) e dos pedidos de informação dos deputados federais Edson Duarte (PV-BA) e Luciana Genro (PSOL-RS), o MinC solicitou cópias dos materiais para verificar se eles condiziam com os objetivos aprovados. O ministério determinou a suspensão da distribuição das revistas Horizonte Geográfico números 89 e 96, seus materiais didáticos inclusos e os cartazes com os seguintes títulos: "Soja: O grão que conquistou o Brasil" e "Culturas da Terra no Brasil".

Na apresentação do Guia de Atividades do projeto, destinado aos professores das escolas públicas, está escrito que ele "aborda avanços nas práticas agrícolas que contribuem, ao mesmo tempo, para o aumento e a preservação do solo". Em seguida, são propostas atividades, que têm como título: De onde vem, para onde vai; Plantio direto, agricultura e meio ambiente; Balança comercial do agronegócio brasileiro; Trabalhadores Rurais; Observando a variedade dos seres vivos e Da domesticação das espécies à biotecnologia. O material aborda diversos aspectos da agricultura, e sempre que pode se refere à transgenia como mais um desses aspectos: "Na agricultura, é possível gerar plantas transgênicas mais produtivas, enriquecidas com nutrientes ou resistentes ao ataque de insetos e pragas e tolerantes às condições adversas do solo e do clima", diz um dos materiais.

A suspensão da distribuição é uma vitória de todos aqueles que se dedicaram a difundir a denúncia. A Monsanto incentivou o contrabando de sementes transgênicas e depois pressionou, usando seus métodos, para a aprovação da irresponsável Lei de Biossegurança. Só que, desta vez, quem ganhou foi a sociedade brasileira. Resta a saber, no entanto, como as secretarias de educação permitiram que esse material chegasse às escolas públicas.

(Com informações do Gabinete Frei Sérgio, deputado estadual - PT/RS)
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Por Dentro da Universidade

Conservadores em ação. A UDN entre 1961-1965
Orientado pelo professor Marcelo Badaró, João Braga Areas defendeu, no dia 6 de abril, a tese de mestrado Conservadores em ação. A UDN entre 1961-1965, dentro do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). O trabalho baseia-se em grande volume de fontes, sobretudo jornalísticas de época, tendo consultado também o arquivo da UDN depositado no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).  Realiza leitura cuidadosa da bibliografia em torno das questões que trabalha, em especial sobre os seguintes temas: golpe de 1964; a própria UDN e sobre o sistema partidário no período 1945-1964.

O eixo historiográfico que segue é o inaugurado por René Dreifuss, por quem explicita sua admiração. Assim, João Braga Arêas procura enquadrar seu trabalho no conjunto dos estudos sobre classes dominantes no Brasil e suas formas de organização. Anexou à dissertação extensa tabela dos membros do Diretório Nacional e do Conselho Nacional da UDN, com informações sobre formação escolar, legislaturas nas quais participou, informações econômico-sociais e informações gerais de cada um. A dissertação mostra grande quantidade de banqueiros no partido. Áreas retraça a trajetória da UDN no período, com ênfase para sua participação no golpe de estado de 1964 e para os desdobramentos no período imediatamente posterior ao golpe.

O autor não deixa dúvidas sobre a exigência dos integrantes da UDN de coerção e de repressão indiscriminada e sem maiores delimitações tanto no momento anterior ao golpe de Estado quanto ao longo do tempo em que o partido subsiste no período ditatorial. Em breve, entrevista com João Braga Áreas, no Boletim do NPC.

(Por Virgínia Fontes)
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Pérolas da edição

Morre lentamente
"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,

quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem  não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de  respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade"

Pablo Neruda
(Enviado ao Boletim do NPC por Rosely
do Carmo Colussi, Sindjus-PR)
Mau exemplo
É um absurdo esse negócio de mau exemplo para as crianças, porque mesmo que você tranque uma criança heterossexual num quarto por cem anos junto com um casal homossexual ela vai continuar com a preferência dela. O mau exemplo para as crianças, vemos muito mais em outras coisas. A maneira como a heterossexualidade está sendo explorada no Brasil atualmente é muito mais perniciosa. O desfile das escolas de samba, sim, é um mau exemplo para as crianças, porque as meninas vão querer botar silicone, ser “popozudas” e achar que desfilar com os peitos de fora durante 90 minutos, para o mundo inteiro ver, é legal à beça.
Agnaldo Silva, autor de alguns dos
maiores sucessos da TV no país
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Proposta de Pauta

O que precisa ser feito para mudar a vida do povo brasileiro
No dia 2 de maio de 2005, 12 mil trabalhadores e trabalhadoras deixaram a cidade de Goiânia rumo a Brasília para, reunidos, caminhar, protestar e chamar a atenção da sociedade brasileira para a grave situação de pobreza e desigualdade no campo. Vindos de 23 estados, esses homens, mulheres e crianças percorrerão a pé, durante 17 dias, os 200 quilômetros que separam as duas cidades. Entre eles, seu Luís Beltrane, de 97 anos, que realiza sua 3ª marcha à capital federal. Será um sacrifício coletivo, colocando o próprio corpo como ferramenta de luta em busca de uma vida digna para os brasileiros. Eles representam as mais de 200 mil famílias acampadas e 350 mil assentadas no país. Representam os desempregados, os pequenos agricultores, as mulheres camponesas, a juventude, os estudantes, os professores, os indígenas, os movimentos sociais e todos aqueles que clamam por transformações e exigem mudanças concretas para melhorar a vida do povo brasileiro. É a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, fruto da solidariedade nacional e internacional. Acompanhe todas as informações pelo sítio do MST e cadastre sua entidade para fazer a cobertura deste evento essencial para a disputa hegemônica da sociedade. Endereço: www.mst.org.br


Memória

Notícias da Agenda NPC-2005: maio
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3 de maio - Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

5 de maio de 1818 - Nasce em Treves, Alemanha, Karl Marx, criador do materialismo histórico e dialético e que começou a trabalhar como jornalista. Foi autor de inúmeras obras políticas.

5 de maio de 1865 - Nasceu, em Rondônia, o indígena que será conhecido como Rondon. Aos 90 anos, será condecorado como Marechal. Foi uma grande figura das comunicações. Em sua homenagem, este dia foi consagrado como Dia Nacional das Comunicações.

4 de maio de 1901 - O jornal do Partido Operário Social Democrata Russo, Iskra, publica o artigo de Lênin, Por onde começar: um hino à necessidade de um jornal para a revolução.

3 de maio de 1908 - É celebrado no mundo, pela primeira vez, o Dia da Mulher, em Chicago (EUA). A iniciativa foi das Federações Autônomas das Mulheres daquela cidade.

5 de maio de 1912 - Lançamento, na Rússia, do Pravda, jornal bolchevista liderado por Lênin.

6 de maio de 1930 - Surge o primeiro jornal à esquerda do PCB no campo do marxismo: A Luta de Classe, de orientação trotskista.

4 de maio de 1937 - Morre em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, o compositor Noel Rosa.

5 de maio de 1946 - Nasce Beth Carvalho, cantora popular que, desde o final dos anos da ditadura, sempre esteve e estará cantando para os movimentos populares.

4 de maio de 1978 - Nas fábricas e escolas de São Paulo começa a circular um novo jornal lançado em 1o de maio, O Trabalho, defendendo a criação de um partido operário. Participará da fundação do PT defendendo "um partido sem patrões".

3 de maio de 2004 - O jornal Opinião Socialista, do PSTU, apresenta novo projeto gráfico e volta a ser semanal.
 

Fonte: Agenda NPC-2005
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Radiografia da Comunicação Sindical

Nesta edição, o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo
Sueli de Freitas é assessora de Comunicação do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo

BNPC - Quando foi criado o jornal do sindicato?
Sueli - O Correio Bancário (CB) começou a circular em abril de 1979.

BNPC - Sua circulação foi interrompida em algum período?
Sueli - Os arquivos apontam para uma circulação pouco regular nessa primeira fase. A partir de 1985, a Secretaria de Imprensa e Comunicação começou a ser estruturada. O CB passou a ter periodicidade mais regular e outros jornais foram produzidos pela entidade.

BNPC - Qual a nome, tiragem e periodicidade do jornal?
Sueli - O principal veículo é o Correio Bancário, que sai a cada quinze dias com tiragem de 9 mil exemplares. Até o lançamento do site o CB era semanal.

BNPC - O sindicato tem página na Internet?
Sueli - Sim, desde maio de 2004 estamos no endereço www.bancarios-es.org.br, com atualização diária de notícias.

BNPC - Qual a forma de distribuição do jornal e boletins?
Sueli - A distribuição é feita nos locais de trabalho (agências e departamentos dos bancos) pelos diretores do Sindicato. Cada região da Grande Vitória tem uma equipe responsável pela distribuição dos materiais da entidade. Isso vale também para as cidades do interior onde estão instaladas as subsedes (Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares). Nos demais municípios, a distribuição é via malote do banco ou Correios.

BNPC - Quantos profissionais trabalham no departamento de comunicação?
Sueli - Somos três profissionais contratados - duas jornalistas de texto/assessoras e um diagramador. Também temos um repórter fotográfico e um ilustrador que prestam serviços à entidade.

BNPC - Vocês costumam trazer reportagens?
Sueli - As reportagens ficam mais restritas ao jornal Mulher 24 Horas, que sai mensalmente. No Correio Bancário ainda temos essa deficiência. Ele prioriza as matérias do cotidiano.

BNPC - Observações livres
Sueli - Vale ressaltar que em 1998, o CB passou por reformulação gráfico-editorial. Foi adotado o tamanho ofício, com oito páginas e editorias definidas (opinião, bancos, entrevista, esporte e cultura, assuntos gerais). Em 2003, o jornal passou a ser colorido, assim como também o Mulher 24 Horas e demais publicações da entidade.


Cartas ao Boletim NPC

Na trincheira popular e classista
Compas, Com mais esse boletim todos os participantes do NPC estão de parabéns... Estão cada vez mais melhores. Continuem firmes nessa trincheira popular e classista de democratização da informação. Revolucionariamente, saudações bolivarianas e socialistas, Aurelio Fernandes - Círculo Bolivariano Leonel Brizola

Parabéns ao BoletimNPC
Queridos companheiros/as, está excelente o boletim! Parabéns! Jean Tible - Doutor em Relações Internacionais, de São Paulo (SP)

O Boletim está muito bom
Queridos companheiros/as, o boletim está muito bom. Colocamos um link em nossa página. Veracy - Assessora do gabinete do deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro (RJ)

Sobre a TeleSUR
Claudia, estou empolgado com a notícia da TELESUR, isso é importantissímo. Ernani Jacques D'Ornellas, do Rio de Janeiro (RJ)

O boletim está cada vez melhor
Parabéns pelo Boletim do NPC, está a cada edição melhor! Vida longa e frutífera para o Boletim do NPC. Um forte abraço, Carlos R. S. Moreira  ( Beto ), do Rio de Janeiro (RJ)
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Novas entrevistas em nossa página

Coordenadora da Missão brasileira ao Haiti fala ao Boletim do NPC
Sandra Quintela, visitou o Haiti como membro de uma delegação de organismos de vinte países. Nesta entrevista, ao Boletim do NPC, Sandra nos traz informações que não chegam através da grande mídia.
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Leia a entrevista de Claudia Santiagoem
nossa página: www.piratininga.org.br
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Veríssimo: o escritor, o ato político e a luta
  Quem já se deliciou com alguns ou com todos os seus livros não acredita que aquele de fala mansa, quase um susurro, e tímido, seja o escritor bem-humorado de Comédias da Vida Privada, A velhinha de Taubaté, As mentiras que os homens contam e tantos outros, seja Luis Fernando Veríssimo. Mas é ele mesmo. A simplicidade é tanta que ele quase pede licença por estar ali, por ser o centro das atenções de uma livraria cheia, em plena terça-feira, num dia chuvoso e um pouquinho mais frio.
     Assim que ele chega à Realejo Livros, na cidade de Santos (SP), no dia 26 de abril, por volta das 18h, logo forma-se uma fila de leitores e fãs, já com livros à mão, esperando o tão sonhado autógrafo, uma conversa rápida e também uma foto. Luis Fernando Veríssimo, apesar da timidez, recebe a todos com um sorriso largo e acolhedor. Faz questão de pedir o nome de cada um dos leitores e de escrever uma dedicatória diferente nos livros.
     Foi com a mesma gentileza que Luis Fernando Veríssimo, nascido em Porto Alegre (RS), em 1936, filho do famoso escritor Érico Veríssimo, falou com o Boletim NPC.
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Leia a entrevista de Rosângela Gil em
nossa página: www.piratininga.org.br
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Novos artigos em nossa página

Quem precisa de Veja?
Matéria de capa da edição desta semana – intitulada "Quem precisa de um novo Fidel?" – acusa Hugo Chávez de ameaçar "a estabilidade da América Latina com o financiamento e o apoio a grupos radicais de países vizinhos", a formar "uma milícia civil", a usar o "petróleo para chantagear as repúblicas da América Central", e a aliar-se à "ditadura cubana de Fidel Castro" etc. etc. A ladainha é repetição do recado de Condoleezza Rice em seu périplo continental. Veja, que exaltou o golpe de abril de 2002 contra o líder venezuelano, tenta firma-se como o maior panfleto da direita brasileira. Por Gilberto Maringoni, maio de 2005

Globo comemora seu monopólio. Tudo a ver com o Brasil?
Semana será marcada com programação festiva da emissora. Estudiosos, jornalistas e ONGs refletem sobre quatro décadas de oligopólio da família Marinho. Cerca de 80% da população brasileira não tem outra fonte de informação. Da Agência Carta Maior, 26/04/2005

40 anos da Rede Globo: não há nada para comemorar
Ontem, terça-feira (26/4), a Rede Globo de Televisão comemorou 40 anos de vida. Muita gente graúda da elite cultural e política do país vai aproveitar a ocasião para mostrar a "imensa" gratidão do Brasil com a emissora que — entendem eles — expressa como ninguém esse contraditório e tropical país. Mas nós não iremos comemorar. Pelo contrário, usaremos a data para lembrar, protestar e expor à sociedade que a rede Globo não é apenas o rosto bonito do Rodrigo Santoro ou a simpatia da Suzana Vieira. Por Intervozes — Coletivo Brasil de Comunicação Social, abril de 2005

Equador: La Luna, uma rádio e seu povo
O coração andino pulsou na freqüência 99,3 MHz. Se tal afirmativa soa estranha a cardiologistas, registra com precisão o momento político equatoriano desde que a Rádio La Luna abriu seus microfones e vocalizou a insatisfação popular que culminou com a deposição do presidente, Lucio Gutierrez. Emissora comunitária, filiada a Asociación Latinoamericana de Educación Radiofónica (Aler), vários manifestantes usaram seu sinal para tomar a história nas próprias mãos. Por Gilson Caroni Filho, maio de 2005

Violência: superficialidade no jornalismo é o maior problema
Uma pesquisa pioneira realizada pelo Centro de Estudos da Segurança e Cidadania revela que, na cobertura da violência, o jornalismo brasileiro avançou muito nos últimos anos, abandonando a longa tradição de sensacionalismo, e agora tem outro grande obstáculo a superar: a superficialidade. Do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, maio de 2005

“Um filme falado” afirma a sabedoria das palavras
A mais recente obra de Manoel de Oliveira pode parecer uma defesa da civilização branca e ocidental. Mas é possível chegar à conclusão oposta. O filme alerta para a necessidade de que a ação seja orientada pela sabedoria da fala. Seja ela ocidental ou oriental. Por Sérgio Domingues, maio de 2005

Skype chega a 35  milhões de clientes e preocupa operadoras
É relativamente fácil descobrir qual a maior operadora de telefonia fixa do mundo. O posto pertence à China Telecom, com seus 200 milhões de clientes. Difícil é apontar a companhia mais criativa e inventiva nesse setor. Uma séria candidata ao título tem apenas dois anos de operação e sede em um paraíso fiscal: Skype. A companhia se transformou nos últimos tempos em um dos maiores fenômenos da rede. Por Manoel Fernandes, na Isto É Dinheiro, abril de 2005

A próxima atração
Agnaldo Silva, autor de alguns dos maiores sucessos da TV no país, fala sobre a erotização das crianças e afirma: “A maneira como a heterossexualidade está sendo explorada no Brasil é muito perniciosa”. Por Fernanda Dannemann, da Revista CULT, abril de 2005



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Rua Alcindo Guanabara, 17, sala 912
Tel. (21) 2220-56-18 / 9923-1093
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Redação: Claudia Santiago e Gustavo Barreto
Projeto Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram nesta edição: Cristina Braga, Gilson Caroni Filho (RJ), Leonor Costa, Luisa Santiago, Kátia Marko, Marcelo Souza, Najla Passos, Reginaldo Moraes, Rosangela GiI, Sérgio Domingues, Thiago Braga e Virgínia Fontes. [voltar]


Se você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda esta mensagem escrevendo REMOVA.
ÍNDICE
Clique nos ítens abaixo para ler os textos.

Notícias do NPC
Debate promove rede de apoio às vítimas da violência, dia 11 de maio, no Rio
NPC está em nova sede
NPC publica cartilha sobre o 1º de Maio
Domingo É Dia de Cinema no 1º de maio

A Comunicação que queremos
Latuff decide encerrar lista de contatos e disponibiliza suas ilustrações através de sua página
Vamos votar na 'Carta Maior', a nossa agência de notícias
80 anos do jornal 'A Classe Operária'
Mostra fotográfica "Trabalhador do Rio, trabalhador do Brasil": exploração em pleno século 21
Curso de Comunicação Popular em São Paulo
'FAZENDO MEDIA' resgata função social da comunicação
Sem-terra terão rádio exclusiva durante marcha
Uma realidade que não é brincadeira

De Olho Na Mídia
Veja “engorda” ataque a Chaves e omite ações de movimentos populares
'O Globo' e as "classes perigosas"
Entidades repudiam preconceito da TV Globo contra povos indígenas; Leia nota de repúdio
Muito Além do Cidadão Kane: uma ditadura de 40 anos
Sociedade protesta contra propagandas de cerveja que exploram corpo da mulher

Democratização da Comunicação
Rádios comunitárias fazem audiência púlica nesta quinta (5/5) em São João de Meriti
Notificação judicial adia TV para CUT

NPC Informa
Retratos subversivos de José Carlos Mariátegui
"Venezuela, originalidade e ousadia" tem lançamento dia 17/5, no Rio
Dê bonecas de tricô. Fora a Barbie e o imperialismo cultural
Jovens de baixa renda entre 18 e 24 anos têm isenção de matrícula para Curso de Mídia e Educação na UFRJ
Comunicação, cultura e movimentos sociais em Pernambuco
Projeto Legal quer ampliar debate sobre infância e adolescência
Sindicato dos Jornalistas de SC faz cinqüenta anos
“A Comunicação na Construção das Responsabilidades Humanas”, em São Paulo
Educação e Mídia: Prêmio ANDIFES de Jornalismo 2005

De Olho No Mundo
Rádio equatoriana transmite voz do povo; Canais de TV silenciam
EUA: Empresas pagam apresentadores de TV para elogiar produtos
Bye, bye, Brazil

De Olho Na Vida
Pequeno Manifesto do HIP-HOP ao trabalho
MinC manda recolher material didático patrocinado pela Monsanto

Por Dentro da Universidade
Conservadores em ação. A UDN entre 1961-1965

Pérolas da edição
Pablo Neruda e Agnaldo Silva

Proposta de Pauta
O que precisa ser feito para mudar a vida do povo brasileiro

Memória
Notícias da Agenda NPC-2005: maio

Radiografia da Comunicação Sindical
Nesta edição, o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo

Cartas ao Boletim NPC
Na trincheira popular e classista
Parabéns ao BoletimNPC
Sobre a TeleSUR

Novas entrevistas em nossa página
Coordenadora da Missão brasileira ao Haiti fala ao Boletim do NPC
Veríssimo: o escritor, o ato político e a luta

Novos artigos em nossa página
Quem precisa de Veja?
Globo comemora seu monopólio. Tudo a ver com o Brasil?
40 anos da Rede Globo: não há nada para comemorar
Equador: La Luna, uma rádio e seu povo
Violência: superficialidade no jornalismo é o maior problema
“Um filme falado” afirma a sabedoria das palavras
Skype chega a 35  milhões de clientes e preocupa operadoras
A próxima atração

Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge