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Boletim do NPC
— Nº 64
— De 16 a 31.3.2005
Para
jornalistas, dirigentes, militantes
e
assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Notícias
do NPC
Domingo
é Dia de Cinema
O
Projeto Domingo é Dia de Cinema promove no próximo domingo,
dia 3, a exibição do filme “Ação entre amigos”.
O tema da sessão é ditadura militar. No Odeon-BR, na Cinelândia,
às 9h. Ingressos a R$ 2,00. Após o filme, haverá um
debate com a presença do jornalista e vice-presidente da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI). A realização é fruto
de uma parceria entre a Oficina Cine-Escola do Grupo Estação,
o Núcleo Piratininga de Comunicação e Pré-vestibulares
Comunitários.
Sobre o filme
Em 1971,
Miguel, Paulo, Elói e Osvaldo participaram da luta armada contra
a ditadura militar e acabaram sendo presos quando tentavam assaltar um
banco. Eles foram barbaramente torturados, sendo que Lúcia, a namorada
de Miguel que estava grávida, morreu quando seus algozes colocaram
nela uma "coroa de cristo" até estourar seu cérebro. Vinte
e cinco anos depois, os quatro amigos ainda se vêem e quando vão
para uma pescaria Miguel mostra aos amigos uma foto de um encontro político
em São Paulo, afirmando que uma das pessoas fotografadas foi Correia,
o homem que os torturou por meses. (fonte: adorocinemabrasileiro.com.br)
Livro
lembra 25 anos da morte de Santo Dias
Está
previsto para o primeiro semestre deste ano o lançamento, no Rio
de Janeiro, do livro Santo Dias: quando o passado se transforma em história,
de Luciana Dias, Jô Azevedo e Nair Benedicto, que lembra os 25 anos
da morte de Santos Dias.
NPC
em Belo Horizonte
Neste
final de semana, o Núcleo Piratininga de Comunicação
ministra o curso Comunicação Sindical – módulo 2,
no Sindicato dos Previdenciários de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Informações com: (31) 3421-1611.
A Comunicação
que queremos
Observatório
Latino-Americano lança livro sobre bolivarianismo
Depois
de ter sido entregue ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, agora
é a vez de chegar aos catarinenses o primeiro livro organizado a
partir do trabalho do Observatório Latino-Americano (OLA). Oito
vozes contam a nascente revolução bolivariana na Venezuela,
inspirada no sonho da pátria latino-americana de Simón Bolívar
e José Martí. Os textos estão no livro Raízes
no libertador – Bolivarianismo e poder popular na Venezuela (Florianópolis,
Insular, 2005, 158 pág.), primeira obra lançada pelo OLA,
ligado ao Centro Sócio-Econômico da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). Olhares latino-americanos sobre a comunicação,
a educação, movimentos e poder popular, a democracia participativa,
o petróleo e outros aspectos da vida na Venezuela Bolivariana podem
ser encontrados no livro. A obra foi apresentada em Porto Alegre, durante
o Fórum Social Mundial 2005, e foi lançada em Florianópolis,
no dia 30 de março, no Hall da Reitoria.
Araguaya
é selecionado para o Festival Latino Americano de Miami
Araguaya
– A Conspiração do Silêncio, longametragem do cineasta
Ronaldo Duque que conta a história da guerrilha durante a ditadura
militar, foi selecionado para o Festival do Filme Latino-Americano em Miami,
Estados Unidos, que acontecerá entre os dias 15 e 24 de abril. O
filme, Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado 2004,
está sendo exibido em sessões especiais de pré-estréia
em várias cidades brasileira, com a presença do diretor e
dos atores Northon Nascimento, Françoise Forton e Danton Mello.
Quarenta anos depois de seu início e 20 depois de seu término,
o regime militar que imperou no país entre os anos de 1964 e 1984
volta a provocar polêmica na telas do cinema brasileiro. A verdade
sobre a Guerrilha do Araguaia, episódio sangrento na história
brasileira do regime militar, ainda continua obscura. O cineasta Ronaldo
Duque, 50 anos, sabia que desvendar o segredo que ainda cerca o sumiço
de 60 militantes de esquerda durante o conflito com os militares seria
o maior desafio da sua vida. “Foram quase 20 anos preparando a visão
sobre uma região cujos habitantes até hoje parecem viver
à sombra do medo”, diz Duque, jornalista que migrou para o cinema
em 1979, com o curta-metragem Póstuma, sobre o assassinato do índio
Ângelo Cretan, para 10 anos depois, em 1989, ganhar o Rio Cine Festival
com o documentário “No”, sobre a ditadura chilena.
Orçado
em seis milhões de reais, Araguaya – A Conspiração
do Silêncio percorreu um caminho tortuoso. Como já era
de se esperar, o cineasta não recebeu qualquer informação
e muito menos ajuda das Forças Armadas para narrar a história
do grupo de militantes que montaram na fronteira entre Pará, Tocantins
e Maranhão (região conhecida como Bico do Papagaio), um foco
de resistência socialista armada à ditadura militar. Outra
dificuldade encontrada pelo diretor foi a natureza – as locações
para reproduzir a vegetação estavam devastadas – sobretudo
a chuva torrencial, que acompanhou a equipe durante os 11 semanas de filmagens
e inviabilizou uma estrada improvisada na mata pela produção
para facilitar o trânsito. Isto sem falar nos mosquitos que infestavam
a cidade paraense de Marituba, perto de Belém, onde foi construída,
em 8 meses, uma cidade cenográfica com igreja, escola e cerca de
70 casas. Centenas de depoimentos foram colhidos ao longo de 10 anos. Com
informações do Portal Vermelho.
De Olho Na Mídia
Veja
e a história do PT e as FARC: belíssima aula de como enganar
o povo
Na segunda
quinzena de março de 2005, José Arbex criou nova definição
para a Veja. Antes a definia como “a única revista americana
escrita em português”. Mas isto já é sabido, já
é velho. Num artigo sobre as infâmias espalhadas por esta
revista, sobre o pretenso financiamento das FARC ao PT, Arbex criou outra
definição desta revista. A chama de “panfleto da direita
racista tupiniquim”. E eu acho que é pouco falar só isso.
Mas vamos lá. Vamos dar uma olhada rápida ao que ao discurso
da revista na sua edição de 16 de março, sobre o tal
financiamento que tanto a preocupa.
Veja
quer provar, de qualquer jeito, a ligação do PT com as FARC.
Para este panfletão esta é uma tese utilíssima. Já
pensou como seria útil provar a interferência das FARC na
política brasileira? Que baba seria poder chamar os EUA para tomar
conta da Amazônia? Até os postes sabem que eles estão
secos para achar um pretexto para esta intervenção. E Veja
dá mais uma mão para este plano.
Mas, além
disso, este número da revista serve para muito outros objetivos
de classe da nobre revista dos Civitas. Veja é, junto com
a Folha de S.Paulo e a Globo, o tripé da comunicação
da burguesia enquanto disputa ideológica com a esquerda. Com qualquer
esquerda. Mais conciliadora, mais radical, mais ou menos esquerdista, reformista,
revolucionária, sectária, docinha, bem comportada, rude ou
sorridente. Para este tripé tudo é inimigo.
Claro
que o trio da comunicação da burguesia tem as suas distinções
bem nítidas. Mas acima de tudo ela tem uma opção de
classe claríssima que a faz detestar tudo o que tenha, tenha tido
ou venha a poder ter um cheiro de esquerda.
E assim,
para garantir sua opção de classe, vale tudo para a burguesia.
É
neste clima estratégico de vale tudo que se encaixa o número
da Veja sobre o PT e as FARC. Da capa da revista às longas
páginas internas que dizem, desdizem, redizem, voltam a afirmar,
depois a negar e mais uma vez a reafirmar.
E daí,
qual é o problema desta lógica ilógica? Nenhum. O
importante é que a capa da Veja disse para os seus milhões
de leitores que as FARC financiaram a campanha do PT. E ponto final. Lá
dentro, há dúvidas, desmentidos, relativizações,
condicionais. Nada disso interessa. O que conta para fazer a cabeça
de boa parte dos seus leitores é a capa. Lá está escrito
bem visível: “Espiões da Abin gravaram representante da
narcoguerrilha colombiana ANUNCIANDO doação de 5 milhões
de dólares para candidatos petistas...”
Idas
e vindas da Veja nesta chamada reportagem
Num
primeiro momento a revista afirma:
. “...
fez um anúncio pecuniário”
.
“... estava fazendo uma doação de 5 milhões”
.
“... informou que estava doando”
.
“... os 5 milhões saíram de... e entraram...”
.
“.... os empresários que doaram”.
Logo
em seguida, durante umas duas páginas a Veja volta atrás
e usa o CONDICIONAL. É um verdadeiro festival de “iria”.
Vejamos:
. “...fariam
contribuições”
. “...será
que houve mesmo esta doação...”
. “...a
revista não encontrou elementos consistentes para que se faça
uma afirmação sobre este aspecto”
. “...é
necessário ressaltar que ... não foram encontradas evidências
sólidas”
. “...
sairia, ... entraria, ... passaria, ...chegaria”.
Bom, então
a Veja sabe que existe o tempo condicional, na língua portuguesa!
Sabe que é diferente dizer fez e dizer faria. Não
foi descuido, não foi ignorância. Foi um plano, uma decisão,
uma opção, uma escolha político-ideológica.
No
final, muda de novo e VOLTA A AFIRMAR:
. “...
A Abin descobriu que as FARC deram dinheiro para militantes petistas...”.
Deram.
Certo? Alguém duvida? Voltou o deram e sumiu o teriam
dado.
O texto
é uma belíssima aula de... como enganar o povo a serviço
de um projeto político. A Veja é isso.
.
(Por
Vito Giannotti)
.
Para
Veja a ditadura acabou por causa de Ulysses e Tancredo
Na edição
de 23 de março de 2005, um artigo de Roberto Pompeu de Toledo, chamado
“Vitória da democracia”, atribui à grandeza de Ulysses e
Tancredo o fim da ditadura militar. O texto ignora os heróis da
resistência popular à ditadura.
Segundo
Toledo, um dos fatores que agravaram a crise da ditadura foi uma “anticandidatura”
de Ulysses Guimarães à presidência da República
no Colégio Eleitoral, em 1974. O autor não menciona que um
milhão de trabalhadores fizeram greve em 78, que 3,4 milhões
se atreveram a desafiar a Ditadura, que ainda proibia as greves, em 79.
E que a partir daí, milhões de brasileiros e brasileiras
entraram em greve exigindo melhores salários, melhores condições
de trabalho e o fim da ditadura, que impedia estas novas conquistas.
O artigo
também fala da campanha das Diretas. Poderia ter citado as lutas
contra a carestia, pela anistia, por liberdade política. Sem falar
das greves no ABC, das lutas contra pelegos, como Joaquinzão em
São Paulo. A enorme campanha das Diretas iniciada pelo PT, para
o autor, foi apenas “o momento de Ulysses”. Por isso, “nada mais natural
que ele assumisse o comando”. Temeroso de que o poder caísse nas
mãos do povinho, simbolizado pelos recém-nascidos PT e CUT.
Em relação
ao Colégio Eleitoral , “foi a hora de Tancredo”, diz Toledo. Melhor
seria dizer que pesou a favor de Tancredo a saída negociada, por
cima, entre os graúdos com medo dos miúdos espalhados pelas
praças do País.
Infelizmente
esse relato deve se repetir nas páginas e imagens do Globo e da
Globo, do Estado de São Paulo e da Band, da Folha e da Record, da
Zero Hora e da RBS. Quanto a nós, temos que parar de ficar reclamando
da imprensa deles e investir na nossa imprensa. É só ela
que poderá contar para as gerações futuras as histórias
do povo trabalhador, enquanto heróis de tantas resistências.
Precisamos contar essa história em nossos boletins, jornais, panfletos,
rádios comunitárias. Para que não permaneça
a versão dos poderosos.
.
(Por
Sérgio Domingues)
.
NPC Informa
Comunicação
consciente e cidadã
Vozes
Cidadãs - Aspectos Teóricos e Análises de Experiências
de Comunicação Popular e Sindical na América Latina
é uma coletânea do Grupo de Trabalho Medios Comunitários
y Cuidadania da ALAIC – Asociación Latinoamericana de Investigadores
de la Comunicación – com a contribuição de dezoito
autores da área das Ciências da Comunicação.
A obra tem por objetivo estimular ainda mais as pesquisas e os debates
dos estudiosos da Comunicação Social, em prol de uma cidadania
ativa, com a participação consciente do cidadão. Reúne
reflexões sobre a comunicação em diversos países
da América Latina e resgata e analisa os processos comunicacionais,
dos mais simples aos mais complexos. Traz ainda análises significativas
de conceitos relativos à comunicação cidadã
e sobre pressupostos metodológicos da pesquisa no campo da comunicação.
A publicação, organizada por Cicilia M. Krohling Peruzzo,
pode ser adquirido no site da Editora Angellara, em www.angellara.com.br
Rio
em defesa das rádios comunitárias
Diversas
entidades se reuniram, no Rio de Janeiro, e decidiram produzir um show
em defesa das rádios comunitárias que vêm sofrendo
forte repressão por parte da Anatel e da Polícia Federal.
No palco, muita gente boa: Bnegão, Black Alien, Marcelo Yuca, Claudio
Salles e Os Aliens, Canamaré, Fred Martins, Bagabalô, Pic
Nic – Dom Negrone, Caô de Raiz, Roberto Lara, Bloco dos Sequelados,
Dj Bob Pai e Hélio Branco, entre outros. Vai ser na Praça
XV, no Rio de Janeiro, a partir das 17h, no dia 8 de abril.
Quem está nessa? CUT-RJ, FARC (Federação das Associações
e Rádios Comunitárias do Rio de Janeiro), gabinete do deputado
Estadual Carlos Minc (PT-RJ), Federação dos Bancários
do Rio de Janeiro, Anarco Pop - Associação Niteroiense de
Arte Cidadania e Comunicação Pop Goiaba, entre outros.
Professores
debatem formação e responsabilidade dos jornalistas
De 21
a 24 de abril será realizado, em Maceió, o 8º Fórum
Nacional de Professores de Jornalismo, cujo tema-base tem tudo a ver com
o momento: "Formação e Responsabilidade". O encontro é
promovido pela Universidade Federal de Alagoas e pelo Sindicato dos Jornalistas
local. Mais informações em www.8forum.ufal.br
Oficina
de roteiro de David Mendes, no Rio
Começa
na próxima segunda-feira, dia 4 de abril, a primeira edição
em 2005 da oficina de roteiro de David Mendes. O curso é voltado
principalmente para quem quer escrever. O objetivo é que cada aluno
ao final da oficina tenha escrito o roteiro de um curta. Mas há
também bastante base teórica. São discutidos textos
de David Mamet, Jean Claude Carriere, Pascal Bonitzer, Robert McKee, Jorge
Furtado e Nelson Rodrigues. O curso pode, portanto, interessar também
a quem, mesmo sem pretender escrever, quiser entender melhor o roteiro
e seu papel na realização dos filmes.
Como
participar:
Local:
Rua Martins Ferreira, 71 - Botafogo (Rio de Janeiro); Inscrições
no local ou pelos telefones (21) 2286-9380 e (21) 2226-0267; Datas e horários:
Todas as 2as-feiras, das 19 às 22 horas. oito semanas de curso;
Preço: 400 reais; Vagas: máximo de 15; Outras informações:
http://davidfmendes.squarespace.com
Proposta de Pauta
Grupo
de brasileiros visita o Haiti
Um grupo
de brasileiros composto por militantes políticos, intelectuais,
artistas e ativistas de direitos humanas viaja na primeira semana de abril
para o Haiti. Entre estes estão Sandra Quintela, José Luís
Pinaud e Lucélia Santos. No dia 13 condecem entrevista coletiva
no Rio de Janeiro para contar o que viram por lá. Informações
a partir do dia 10 através do telefone (21) 9628-50-22, com Claudia
Santiago.
A
cor da discórdia
O governo
do Estado de São Paulo decidiu abrir uma frente política
mais ampla do que a usual contra seus adversários. A Fundação
para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligada ao governo
estadual, proibiu os arquitetos que trabalham para a instituição
de projetarem prédios escolares com a cor vermelha. A denúncia
foi feita por arquitetos que trabalham para a entidade governamental ao
Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva
(Sinaenco). Não houva a formalização por escrito da
ordem. "Se a moda pega, como ficará o Masp, que ostenta um belo
pórtico pintado de vermelho desde os anos 1990 e tem como um de
seus principais mantenedores a prefeitura tucana de São Paulo?",
afirmou a direção do Sinaenco, que representa 10.500 empresas
em todo o Brasil. "Defendemos a plena liberdade de criação
do arquiteto, inclusive na cor a ser utilizada nas edificações".
Mais informações no (11) 3337-5633
Democratização
da Comunicação
Tudo
continua como sempre esteve
Uma das
dificuldades de quem acompanha e observa criticamente o setor de mídia
no Brasil é, contraditoriamente, sua previsibilidade. Por mais que
se tente renovar o "otimismo da vontade", as lições da história
e as evidências do presente se encarregam de mostrar como os padrões
se repetem. Nada de realmente substantivo se altera no setor. Os últimos
quinze dias foram fartos de sinalizações – umas mais concretas,
outras nem tanto – no sentido da continuidade, da mesmice. As mesmas pessoas,
os mesmos grupos, os mesmos interesses. Alguns exemplos:
1.
Uma
intrincada trama de acertos políticos de bastidores – diz-se, envolvendo
inclusive as eleições de 2006 – conduziu à presidência
da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação
e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados o deputado Jader
Barbalho (PMDB-PA), notório controlador de concessões de
radiodifusão. Barbalho foi eleito pela quase unanimidade de seus
pares na Comissão, vários deles também concessionários
de radiodifusão.
O que
isso significa?
Que as
renovações e as novas concessões de radiodifusão
serão inicialmente decididas, no Congresso Nacional, por uma comissão
presidida e composta por concessionários de radiodifusão.
Naturalmente isso sinaliza para a persistência de um dos traços
diferenciadores da mídia no Brasil: sua vinculação
histórica com as elites políticas regionais e locais.
Qual observador
não sabe que controladores da mídia e da política
são as mesmas pessoas/grupos em vários estados e cidades
do nosso país? Por outro lado, a composição da CCTCI
configura um claro conflito de interesses que tem sido sistematicamente
ignorado no Congresso Nacional. Parlamentares votam em matérias
nas quais têm interesse direto. E a ética no trato da coisa
pública?
2.
Anunciou-se que está próxima a assinatura de um decreto presidencial
criando um grupo de trabalho interministerial (GTI) que, sob a coordenação
da Casa Civil, teria como tarefa redigir o anteprojeto da Lei Geral de
Comunicação Eletrônica de Massa (LGCEM). Assessor credenciado
anuncia que o GTI terá também um conselho consultivo com
representantes de todos os segmentos afetados para evitar que o anteprojeto
tenha destino semelhante ao pré-projeto de criação
da Ancinav. Vale dizer: não dê em nada.
As discussões
recentes sobre o Conselho Federal de Jornalismo e a Ancinav tiveram o mérito
de explicitar os grupos e os interesses que estão em disputa. Se
havia alguma questão sobre o que pensa um dos principais atores
envolvidos – as Organizações Globo – a longa entrevista de
Roberto Irineu Marinho recentemente publicada na revista Tela Viva não
deixa nenhuma dúvida: a Globo considera espetacular (sic) o modelo
institucional de radiodifusão brasileiro e admite a necessidade
de uma LGCEM para regular – leia-se impedir – a atuação das
empresas de infra-estrutura (telefônicas) na distribuição
de conteúdo. Tudo dentro do contexto discursivo de uma veemente
defesa da soberania nacional (sic), do conteúdo brasileiro e, claro,
sem que se afete a liberdade de criação, expressão
e comunicação.
Percepção
embaçada
Para
bom entendedor está claro: corremos o risco de ter um projeto de
LGCEM que consolide – agora com amplo amparo legal – o poder dos grupos
de mídia já dominantes no país. O que seria necessário
para que isso não aconteça? Que se mobilizem as forças
que lutam para a democratização da comunicação
e se façam ouvir na construção do projeto. Não
é tarefa fácil, mas é assim que funciona na democracia
liberal e é nela que estamos.
E finalmente,
um último exemplo da mesmice de sempre, foi a anunciada trégua
com relação à repressão da Polícia Federal/Anatel
às rádios comunitárias. A tal trégua transformou-se
apenas em mais uma das muitas frustrações do setor.
Notícia
divulgada pela Agência
Carta Maior dava conta de que houvera uma decisão de governo
de suspender as ações contra as rádios comunitárias
ainda não regularizadas até que a comissão que está
cuidando do assunto concluísse seu trabalho e fizesse as recomendações
finais.
Na verdade,
a notícia recebida como sinalização de boa vontade
do atual governo revelou-se falsa – e a repressão continua mais
incisiva do que nunca.
Tudo isso
indica que o setor de comunicações ainda não é
percebido pela imensa maioria da população como uma arena
de disputa do poder e que o governo – qualquer governo – dependente de
visibilidade positiva na mídia, evita implementar políticas
públicas que contrariem frontalmente os interesses estabelecidos
desse ator fundamental da política contemporânea.
Há
alguma novidade nisso?
E assim
vamos nós. Trilhando os mesmos caminhos de sempre.
.
(Por
Venício Lima. Pesquisador sênior do Núcleo de Estudos
sobre Mídia e Política - NEMP - da Universidade de Brasília)
.
CUT
pede fim da repressão às rádios comunitárias
Na terceira
semana de março, a CUT lançou nota oficial, assinada pelo
seu secretário nacional de Comunicação, Antônio
Carlos Spis, através da qual condena a intervenção
da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) nas
rádios comunitárias. Spis dá como exemplom o fechamento
e apreensão de equipamentos da Rádio Estância, em São
Roque (SP). “As portas foram fechadas e os equipamentos levados do local”.
Para a CUT, esta rotina de castração da comunicação
popular tem que acabar. “Precisamos estar alertas, debater e fiscalizar
a concessão a estas rádios. Não podemos esquecer que
as rádios comunitárias exercem um papel social importantíssimo.
É através delas que centenas de trabalhadores e trabalhadoras
que moram em comunidades se informam. Os grandes detentores dos meios de
comunicação não querem dividir a fatia do bolo, querem
garantir o monopólio. Eles querem a exclusividade desta arma tão
poderosa”.
Sindicato
pede TVs Senado e Câmara em sinal aberto
Em nota
à imprensa, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito
Federal lançou o manifesto "Queremos as TVs Senado e Câmara
em sinal aberto a todo o Brasil!". No texto, o sindicato diz ser "urgente
e indispensável a abertura do sinal das TVs Senado e Câmara
ao conjunto da população, corrigindo o grave erro elitista
da lei da cabodifusão, que tornou estas emissoras públicas,
sustentadas com o dinheiro do contribuinte, acessíveis apenas a
uma minoria de cidadãos que podem pagar por assinatura se quiserem
ter acesso às TVs públicas". Para a entidade, o ato de pagar
uma operadora privada para ter acesso às TVs Senado e Câmara
constitui-se em uma bi-tributação, já que as referidas
emissoras já são sustentadas pelo contribuinte. Classifica
ainda a lei do cabo de "elitista, excludente e criadora de apartheid
audiovisual com uso de recursos públicos".
"Os recursos
técnicos para alterar esta gravíssima situação
estão disponíveis, sendo inadmissível que os direitos
da Nação a uma programação televisiva desprovida
das 'baixarias comerciais' sejam preteridos em função dos
interesses dos operadores privados de tv a cabo", diz a nota, que elogia
a atuação das TVs Câmara e Senado. "Elas estão
promovendo uma lição de televisão sintonizada com
a Constituição. Informação contextualizada,
respeito à identidade cultural dos brasileiros, valorização
da diversidade e pluralidade informativas; transmitem debates, conferências
e ações educativas que visam ao fortalecimento da cidadania
(...) é indispensável a implantação da Rede
de TV Institucional , permitindo que o sinal das emissoras públicas
seja alcançado em todos os municípios".
O Sindicato
finaliza a nota convocando os cidadãos, entidades da sociedade civil
e militar, sindicatos de trabalhadores, universidades, intelectuais, artistas
e cientistas e estudantes para que reproduzam esta campanha. "Se não
reagirmos diante do embrutecimento da programação televisiva,
desqualificada, deseducativa e anti-nacional, controlada pelos grandes
anunciantes, especialmente o capital externo e o poder financeiro, estaremos
permitindo que os meios de comunicação façam qualquer
campanha contra os interesses nacionais, questionando até mesmo
nossa soberania".
RBS:
o avanço do retrocesso
Foi anunciado
em fevereiro de 2005, por diversos meios do Grupo RBS, a integração
da Televisão Joaçaba, em Santa Catarina, que será
a sexta emissora de TV aberta da RBS em território catarinense e
a 18ª se somada às operações do Rio Grande do
Sul. Segundo a página da empresa, emissoras de rádio são
25 nos dois Estados. A Constituição Federal, no parágrafo
quinto do artigo 220, fala que “os meios de comunicação social
não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio
ou oligopólio”. O Congresso Nacional, um dos responsáveis
pela fiscalização das empresas concessionárias de
Rádio e TV, é dominado por donos de retransmissoras, o que
ajuda a manter o ciclo de concentração no setor.
TV
Comunitária de Brasília denuncia ação da Anatel
ao presidente Lula
O Sindicato
dos Jornalistas do Distrito Federal (SJDF) e TV Comunitária de Brasília
(canal 8 da NET), realizaram ontem (17/3/2005) ato público na sede
da emissora com transmissão ao vivo para denunciar ação
intimidatória da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) contra a liberdade de expressão. No mesmo dia foi divulgada
carta aberta ao presidente Lula onde denunciam o ato. Leia a carta na íntegra
em www.piratininga.org.br
De Olho No Mundo
A
revista Forbes, a “Fortuna” de Fidel Castro e o exemplo de Clóvis
Rossi
A revista
FORBES, uma espécie de mãe de Veja, voltou a veicular
notícias sobre a suposta fortuna do presidente cubano Fidel Castro.
FORBES diz que Castro amealhou algo em torno de 500 milhões de dólares
ao longo dos anos que governa Cuba. A primeira investida de Forbes foi
há uns cinco anos atrás, quatro talvez e falava em 12 bilhões
de dólares. Foi mais modesta desta feita e aponta de onde teria
vindo o dinheiro.
O jornalista
Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo, quando da primeira acusação
de FORBES, dirigiu um email à revista cobrando explicações.
Queria saber como a revista chegou à conclusão sobre os 12
bilhões. Quais os meios utilizados e se eram confiáveis,
se existiam provas. Acuada a editoria da revista explicou que se baseava
mais ou menos no seguinte: “Castro é um ditador, os ditadores juntam
fortunas e estimamos a dele levando em conta as posses de outros ditadores”.
Concluiu a resposta afirmando que, na verdade, não dispunha de prova
alguma eram apenas suposições.
Clóvis
Rossi foi o único jornalista, no mundo, a questionar a mentira de
FORBES. E a desmascarar a revista.
.
(Trecho
de artigo de Laerte Braga, divulgado em 16/3/2005)
.
Kirchner
reage a acusação de que pressiona jornais
O presidente
Néstor Kirchner protagonizou ontem um duro bate-boca com a Sociedade
Interamericana de Imprensa (SIP, que reúne os meios de comunicação
das Américas), um dia depois de a organização ter
afirmado que na Argentina “os meios (de comunicação) e os
jornalistas sofrem por um estilo de relacionamento com funcionários
do governo que, na maioria dos casos, se traduz em pressões que
incidem de forma importante na informação transmitida ao
público”. Em resposta, Kirchner acusou a SIP de não ter defendido
os jornalistas argentinos na ditadura.
Uma missão
da SIP está em Buenos Aires e manifestou sua preocupação
pelo que considera pressões do governo sobre a imprensa e, sobretudo,
pela maneira como o Poder Executivo utiliza a publicidade estatal para
exercer controle sobre os meios de comunicação. O documento
provocou a ira do presidente que, de fato, tem um relacionamento complicado
com a imprensa local e internacional.
— As liberdades
estão plenamente vigentes na Argentina. Esta sociedade (em referência
à SIP), tão preocupada em ver como serão distribuídos
os recursos, diz que devemos entregá-los aos meios mais importantes
— afirmou Kirchner.
E completou,
com ironia:
— Esta
organização está vinculada ao doutor Escribano (subdiretor
do jornal “La Nación”), que tanto se preocupou com a liberdade de
imprensa e com os jornalistas durante a ditadura.
.
(Por
Janaína Figueiredo, em O GLOBO, 4/3/2005)
.
Radiografia da Comunicação
Sindical
Nesta
edição, a Fenajufe
Leonor
Costa é assessora de Comunicação da Fenajufe
BNPC.
Quando foi criado o jornal do sindicato?
Leonor
Costa. O jornal Fenajufe em Pauta foi criado em setembro de 2002. Antes
era feito o jornal da Fenajufe, que deixou de ser feito bem antes de eu
entrar aqui, em março de 2002.
BNPC.
Sua circulação foi interrompida em algum período?
Leonor.
A circulação do jornal está interrompida desde maio
do ano passado, pois a nova diretoria que assumiu em maio avaliou que era
preciso suspender a elaboração do jornal para ser feita uma
revista da Fenajufe, com periodicidade trimestral. No entanto, a revista
ainda não foi definida e por enquanto estamos sem veículo
impresso, além dos boletins. Mas a nossa luta é que se faça
a revista ou volte o jornal. Avaliamos que o jornal da Fenajufe não
dá conta de atender a toda categoria, uma vez que se trata de uma
federação e de que seus sindicatos de base têm seus
jornais distribuídos diretamente na base. A distribuição
do jornal também ficava muita cara pra Fenajufe.
BNPC.
Qual a nome, tiragem e periodicidade do jornal?
Leonor.
Fenajufe em Pauta, 50 mil exemplares e mensal.
BNPC.
O sindicato tem página na Internet?
Leonor.
Sim. Atualmente é por esse veículo que a Fenajufe se comunica
mais diretamente com sua base, que são os servidores do Judiciário
Federal e MPU e os sindicatos filiados. Hoje a página é bastante
visitada pela categoria e por trabalhadores de outros setores. Há
colunas de artigos, espaço para fotos, links para os veículos
da imprensa alternativa e, claro, a coluna institucional da entidade.
BNPC.
Qual a forma de distribuição do jornal e boletins?
Leonor.
O jornal era distribuído via correio, a todos os sindicatos de base,
que se responsabilizavam pela sua distribuição na base (essa
é a questão - será que os sindicatos distribuíam?).
O boletim Informa Fenajufe, destinado aos sindicatos filiados, de circulação
interna, funciona como um veículo de orientação dos
sindicatos em seu dia a dia. Na política, na luta diária
com a categoria, é um instrumento voltado para o filiado direto
à Fenajufe, que são os sindicatos. Ele é distribuído
via internet. Também há o Informa online, que é aberto
e distribuído por e-mail.
BNPC.
Quantos profissionais trabalham no departamento de comunicação?
Leonor.
Uma jornalista, responsável pelo setor, e uma estagiária
de jornalismo. Fotos e diagramação são feitos por
profissionais free-lancer.
BNPC.
Vocês costumam trazer reportagens?
Leonor.
Sim.
BNPC.
Observações livres.
Leonor.
Há um esforço por parte da diretoria da Fenajufe e da equipe
de jornalismo para que seja implementado o projeto da revista. Como os
sindicatos de nossa base são bem estruturados, pelo menos a maioria
deles, então quase todos contam com uma boa equipe de jornalismo
e com pelo menos um jornal mensal (muitos têm jornal semanal ou quinzenal),
que atende à demanda de informações da categoria.
Por isso, a imprensa sindical no Judiciário e no MPU está
caminhando para um estágio mais avançado. Então a
precupação da Fenajufe não é de simplesmente
fazer um jornal mensal, que muitas vezes não será lido pela
categoria, mas sim uma revista com textos mais trabalhados, artigos de
especialistas, entrevistas e reportagens de interesses da categoria. Com
seções mais amplas, como cultura, saúde, movimentos
sociais, América Latina, e lógico os temas dos trabalhadores
do Judiciário e do MPU. Espero que consigamos implementar esse projeto
o mais rápido possível. E para isso sabemos que podemos contar
com os companheiros do Núcleo Piratininga de Comunicação.
Memória
 Março
de 1922
• O Congresso de fundação
do Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional
Comunista (PCB), realizado em Niterói- RJ, publica o Estatuto do
partido (ilustração).
Março
de 1964
• O Correio
da Manhã dá a largada para o golpe militar com a manchete:
“Basta – Fora!”. O Jornal do Brasil estampa seu apoio ao golpe com a manchete
“CHEGA!”
 Março
de 1980
• Lançamento
de A Voz da Unidade, jornal do PCB, em festa popular com milhares
de militantes o País inteiro.
Março
de 2002
• É
lançado o Portal Vermelho
- www.vermelho.org.br - página oficial do PCdoB na Internet.
Março
de 2004
• É
lançado o livro Assassinados pela Ditadura, do presidente
do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Luis Fernando Assunção,
pela Editora Insular.
Cartas ao Boletim
do NPC
Batalha
de Argel é de tirar o fôlego
“O Domingo
é Dia de Cinema, do último dia 20, no Odeon, no Rio de Janeiro,
foi um sucesso, o cinema estava lotado. Antes do filme A Batalha de
Argel ser iniciado, uma importante contextualização referente
ao filme foi dada pelo Vito Giannotti. Alguns dos destaque foram: (...)
A Argélia foi o primeiro país Africano a conquistar a "independência"
em 1962, serviu de exemplo para todos os outros países Africanos.
Em apenas 10 anos (1972), todos os países Africanos também
conquistaram a independência, os últimos foram os de língua
portuguesa. O filme retrata este momento histórico do povo argelino.
É um filme de tirar o fôlego, emocionante, real, atual e fundamental
para entender o que está acontecendo hoje. Se você não
viu, sugiro ver! Um forte abraço,
Pérola da
edição
"Você
já foi ousada, não permita que a amansem”.
Isadora
Duncan, bailarina
.
“Você
não pode escolher como vai morrer ou quando. Você só
pode decidir como vai viver agora”.
Joan
Baez, cantora
Entrevista
A
mídia e a mulher
No mês
em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, muitas foram as programações
para debater a questão. Muitas foram as homenagens também.
Algumas receberam flores. Outras, presentinhos como batom ou até
estojos de sombra. Fomos lembradas. Mas como? Pois é, é
aí que a "porca torce o rabo", como diz o sábio dito popular.
Fomos lembradas como mulheres bonitas, profissionais, liberais, pra frente.
Mulheres sem problemas. Mulheres resolvidas, porque o mercado assim o quer.
Só
isso? Não. Mais de 20 mil mulheres, com certeza, tomaram a avenida
Paulista, em São Paulo, no dia 8 de março de 2005. Os jornais
não puderam esconder tanto as imagens. Alguns preferiram dizer que
eramos 15 mil. Deram pequenas notas. Mas esconderam o principal: o motivo
de nossa ida às ruas. Com certeza não era para mostrarmos
satisfação ou reconciliação com o mundo que
nos explora. Lançamos a Carta das Mulheres para a Humanidade, ressaltando
cinco princípios: solidariedade, igualdade, justiça, paz
e liberdade.
Em Santos,
litoral do Estado de São Paulo, algumas tentativas de dar um caráter
além do batom foram feitas. Uma delas foi o debate "A Mídia
e a Mulher", realizado no Sesc, no dia 11 de março, com a filósofa
e professora da USP, Olgária Chain Feres Matos. Que pena,
éramos apenas 20 ou 25 mulheres. E alguns cinco ou sete homens.
O Boletim
NPC conversou com a filósofa antes do debate. Foi uma hora de
entrevista. O tema, logicamente, era "A mídia e a mulher", mas falar
de mulher e não se falar do mundo, não se fala a verdade.
Falar de mulher e não falar do homem, também pouco se está
falando. Falar de mulher e não falar de mercado, de exploração,
de neoliberalismo, não se está falando tudo. Nesta entrevista
não há linearidade, não há começo, meio,
fim. Pode-se começar do fim ou do meio. Ou do começo. Não
importa. O que importa é que falamos de mulher para falarmos do
mundo.
(Por
Rosângela Gil, de Santos)
Novos artigos em
nossa página
Intrusos
e indiscretos
Médico
belga que já socorreu muitas vítimas no Iraque acha que os
EUA estão por trás de violências para amedrontar jornalistas
e afastar a imprensa do país em conflito. Leia o relato de Geert
Van Moorter, em março de 2005, do Planeta Porto Alegre
Imprensa
no limite da credibilidade
A perda
de credibilidade tem sido a causa mais mencionada por analistas de vários
matizes teóricos para explicar, em países como os Estados
Unidos, a queda continuada na leitura (circulação) da mídia
impressa. Condutas antiéticas que vieram à tona contribuíram
para isso: a descoberta de reportagens inventadas e a cobertura "oficialista"
da invasão do Iraque são dois exemplos emblemáticos.
Dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) e da Associação
Nacional de Jornais (ANJ), recentemente divulgados, indicam que, no Brasil,
a circulação dos grandes jornais mantém a curva descendente
dos últimos anos. Por Venício A. de Lima e Liziane Guazina,
22/3/2005, no Observatório da Imprensa
O
mercado andou de lado
O mercado dos principais jornais
brasileiros filiados ao IVC (Instituto Verificador de Circulação)
– ou seja, Folha, Extra, Globo, Estado de S.Paulo,
Dia,
Zero
Hora, Correio do Povo, Diário de S.Paulo,
Agora,
Jornal
da Tarde – encolheu 1% em 2004, em comparação a 2003.
Pode-se considerar uma façanha, após as drásticas
quedas de 2002 (-9,10%) e 2003 (-7,2%). Em 2003 foram vendidos 1.885.000
exemplares, e em 2004, 1.867.000. Mesmo no pior ano da história
da imprensa brasileira, 2002, a venda foi de 2.056.000 exemplares. Ou seja,
o mercado continuou ruim no ano passado. Por Marinilda Carvalho,
15/3/2005, no Observatório da Imprensa
Rádios
Comunitárias: Municipalizar para democratizar?
Em Campinas,
a lei que dá à prefeitura o poder de autorizar a operação
das emissoras foi sancionada, mas não entrou em vigor. Por Debora
de Almeida Nogueira, estudante de jornalismo da PUC – Campinas, março
de 2005.
Um
argumento desastrado
Diante
do episódio da destruição de um veículo da
RBS TV, no RS, há quem flerte com um argumento baseado na denúncia
da prática editorial de criminalização dos movimentos
sociais. O antídoto a essa prática da grande mídia
é a via pirotécnica? Ou será que isso é tudo
o que ela deseja? Por Marco Aurélio Weissheimer, 15/3/2005,
na Agência Carta Maior
Os
assinantes pagam, VEJA mente
Em sua
edição de 5 de março, a revista - ou melhor, panfleto
da direita racista tupiniquim - volta a produzir injúrias, calúnias
e difamações contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), com a "reportagem" intitulada "Nós pagamos, eles
invadem". Por José Arbex Jr. em resposta à revista
Veja, 17/3/2005
“Porteiro
Zé” e “A Diarista”, preconceito e desigualdade
O porteiro
das animações do SPTV e a empregada diarista da série
da Globo passam raspando pelo preconceito e mostram o quanto a desigualdade
no País é grande. Por Sérgio Domingues,
março de 2005
Boletim do Núcleo
Piratininga de Comunicação
Av. Rio Branco, nº
277 sala 1706 CEP. 20040-009
Tel. (21) 2220-56-18
/ 9923-1093
www.piratininga.org.br
/ npiratininga@uol.com.br
Coordenador:
Vito Giannotti
Edição:
Claudia Santiago (MTB.14.915)
Redação:
Claudia Santiago e Gustavo Barreto
Projeto
Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram
nesta edição: Cristina Braga (RJ), Esther Kuperman
(RJ), Leonor Costa (DF), Rosângela Gil (Santos/SP) e Bruno Ribeiro
dos Santos (Campinas/SP). [voltar]
Se
você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda
esta mensagem escrevendo REMOVA.
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