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Boletim do NPC Nº 40De 15 a 26.04.2004
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais


Notícias do NPC

Debates sobre o Golpe de 64 continuam
No Sindipetro do Rio de Janeiro, no dia 29 deste mês, à noite, três representantes do NPC estarão na mesa para discutir com os petroleiros sobre as raízes e o porquê do golpe que implantou a Ditadura Militar. Virgínia Fontes, Ester Kuperman e Vito Giannotti falarão sobre o sentido de classe que teve a tomada de poder pelos militares. A qual classe eles estavam servindo? Qual o papel da burguesia na preparação da ditadura que veio em seguida? Qual a influência do imperialismo americano para garantir uma vida tranqüila aos seus investimentos no Brasil? Qual o comportamento das várias classes no Brasil, de 60 a 64? Qual foi a atuação da classe operária, na época? Quais lições deixou para a nova geração que entrará em cena em 1978? Por que este golpe, que estava sendo preparado havia dez anos, não encontrou resistência, especificamente nas fábricas? Qual foi o trabalho de propaganda, feito pelos aparelhos privados de hegemonia, para impedir esta resistência? Estas são algumas perguntas que buscaram ser respondidas pelos debatedores. Certamente será um momento especial. Vários membros da atual diretoria do Sindicato viveram aqueles dias de 40 anos atrás.

As Muralhas da Linguagem sairá no começo de maio
O livro “Muralhas da Linguagem” (Editora Mauad), de Vito Giannotti, será lançado em maio, com debates em várias capitais do País. A obra traz uma síntese das idéias do Núcleo Piratininga de Comunicação sobre o tema. Foi escrito por vários participantes do NPC que contribuíram com a elaboração coletivas das idéias-chave sobre a centralidade da linguagem numa comunicação com perspectiva libertadora. A idéia central é que a linguagem é um dos aspectos centrais numa comunicação que pretenda apresentar idéias, planos, sonhos e analisar experiências históricas na busca de “um outro mundo possível”. Uma linguagem que quer ser libertadora precisa, em primeiro lugar, ser compreensível, inteligível, para seus destinatários. No nosso caso, para a imensa maioria que queremos atingir. Sem este primeiro passo, a linguagem será um conjunto de sons, ou rabiscos, absolutamente solitários. O NPC sempre afirma que nossa comunicação é uma comunicação para milhões, mesmo se, hoje, estamos longe de conseguir realizar este sonho. Para falar para milhões, o primeiro passo é pensar em qual linguagem usar. Qual o repertório, o dicionário? Qual a estrutura do discurso, das frases? O livro "As Muralhas da Linguagem" trata disso.

Aguarde: jornal laboratório do NPC
Será lançado em edição única, no mês de maio, o primeiro jornal laboratório feito por alunos do Núcleo Piratininga de Comunicação. A reportagem principal é a cobertura da passeata contra a violência policial no dia 16 de abril, no Rio de Janeiro. Tudo será feito pelos alunos: reportagens, entrevistas, fotos, ilustração, diagramação e projeto gráfico. A revisão contará com a solidariedade de alunos e professores do curso de Letras.
 


A Comunicação que queremos

Niterói calada... por pouco tempo
A rádio Pop Goiaba de Niterói (104.1 FM) está se mobilizando para voltar ao ar com as músicas e a agenda dos artistas que não estão na mídia. No dia 7 de abril, fiscais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estiveram na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde a rádio está instalada, e interromperam as suas transmissões. A Anatel alega que a rádio não pode funcionar na faixa 104.1, já que como rádio comunitária só pode transmitir na faixa 105.9, a faixa concedida por lei às rádios comunitárias. O problema é que a Pop Goiaba teve seu processo de concessão arquivado pela Anatel, que renovou a concessão do espaço para a Igreja São Judas Tadeu, no bairro de Icaraí (vizinho a UFF), que tem a concessão há cinco anos e jamais colocou um programa no ar.

Pela lei das rádios comunitárias, qualquer rádio que ganhe concessão tem o prazo de seis meses para iniciar uma programação, caso contrário, a concessão deve ser passada adiante. E é dessa luta de Davi contra Golias que a Pop Goiaba tirou forças para conseguir o apoio formal da UFF no pedido de desarquivamento do processo de concessão junto a Anatel e planeja um show às vésperas do 1º de maio, provavelmente na Praça XV, no Rio, para mobilizar todos os que têm os ouvidos abertos e querem a Pop Goiaba no ar. (Aguarde confirmação do show e artistas que se apresentarão no boletim do NPC).

Cidade é exemplo de comunicação comunitária
A rádio Pop Goiaba faz parte do grupo Comunicação Livre de Niterói, que desde 1999 se organiza principalmente através do Sindicato dos Trabalhadores da UFF (Sintuff) e da TV Comunitária de Niterói (canal 14 da TV a cabo NET). A programação é transmitida diariamente, das 18h às 23hs, com um material independente e variado que dá espaço as reivindicações de comunidades, a apresentações artísticas inéditas ou ao telejornal mutirão, realizado ao vivo, das 22h às 23hs, com assuntos, material e apresentadores escolhidos entre as mais de 30 pessoas que diariamente lotam o estúdio.

E para quem não tem TV a cabo, o projeto Radiola na Praça Leoni Ramos, a pracinha de São Domingos, leva debates, música, filmes e documentários para a praça, todas as sextas, a partir das 20 horas.

Abaixo assinado pede apoio à Imprensa Alternativa
Cidadãos e jornalistas de todo o Brasil estão colhendo assinaturas para o fortalecimento da imprensa alternativa. O abaixo-assinado será encaminhado ao Congresso pedindo maior distribuição de verbas para os comunicadores fora da “Grande Imprensa”. Leia e participe:

"Abaixo-assinado, Nós, abaixo-assinados, pedimos a democratização das verbas públicas para todos os meios de comunicação com o objetivo de garantir a pluralidade da informação e o direito das diferenças se verem representadas no noticiário do dia-a-dia." Leia mais em:

Conheça a Revista Sem Terra e o Jornal dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Para receber um exemplar cortesia e a proposta de assinatura entre em contato com assinaturas@mst.org.br

Vídeo sobre crime ambiental da Shell é selecionado para Ecocine
O vídeo 'DNA da Shell', produzido pelo Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco e Vinhedo, foi selecionado para participar da terceira edição do festival ECOCINE (Festival Nacional de Cinema e Vídeo ambiental), em São Sebastião, São Paulo, de 21 a 25 de abril. O vídeo tem roteiro e direção de Cila Amaral e Rafael Prata  e contou com o apoio cultural do Sindicato dos Químicos, da Secretaria de Esportes, Turismo e Cultura de Campinas e do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas.

CNM/CUT lança livro "Quem são as dirigentes metalúrgicas no Brasil?"
A pesquisa desenvolvida pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Dieese e a AFL-CIO (central sindical dos EUA), “Quem são as dirigentes metalúrgicas no Brasil?”, foi lançada em São Paulo, na segunda semana de abril. Segundo informa Edwiges Tavares, assessora da Imprensa da entidade, "trata-se de uma publicação que traça o perfil social, econômico, profissional, sindical e político das mulheres dirigentes sindicais, que ocupam cargos de direção em sindicatos, do ramo metalúrgico, filiados à CUT". Foram realizadas 85 entrevistas com mulheres de 12 estados: SP, MG, AM, RS, SC, RJ, PB, PR, MA, CE, RN e BA, durante o ano de 2002.
 


De Olho Na Mídia

Estudo de Márcio Pochmann dá lições de hegemonia
Livro "Os Ricos do Brasil" se pergunta porque o brasileiro não se revolta.

Saiu no começo de abril o estudo "Os Ricos do Brasil", o terceiro de uma série organizada por Márcio Pochmann. A obra mostra a escandalosa riqueza dos ricos do Brasil, país onde a cidade de São Paulo possui a maior frota urbana de helicópteros do mundo. País que fábrica a luxuosa lancha Intermarine 740 full que custa o correspondente a um salário mínimo mensal durante 1042 anos.

A pergunta que Pochmann se faz é a seguinte: o que faz dos brasileiros um povo tão pacato? Qual a razão do brasileiro não se revoltar? Em seguida, aponta várias causas entre as quais a primeira é a falta de informação que gera um quadro de acomodação e cria as massas de manobra.

Outra é a ausência de uma tradição democrática: tivemos 50 anos de democracia, ao todo, sobre 500 anos de história. Um dos co-autores da obra aponta outro componente: a relação de dependência das pessoas prestadoras de serviços com os ricos, o que alivia qualquer tensão com babás, empregadas domésticas, jardineiras, etc.

Mas há um destaque, na obra, a vários fatores de mídia. Esta se torna uma grande responsável pela não explosão social do Brasil. Os autores destacam três fatores fruto desta mídia que ao mesmo tempo reforça a exclusão social e a tornam aceitável.

São estes:

1) A publicidade que enaltece os valores do consumo;
2) A novela da Globo que cristaliza as diferenças entre as classes sociais e as perpetua;
3) O Jornalismo que aborda os assuntos de acordo com os interesses das mesmas famílias que ocupam o topo da pirâmide e controlam seus veículos privados.
Ou seja, se formos continuar a análise do livro "Os Ricos do Brasil", fica evidente o papel da mídia na disputa de um novo modelo de país. Na disputa por uma nova hegemonia. Sem mudar o controle da mídia, sem a criação de uma outra mídia alternativa não se muda o modelo de exclusão do país.

Na terra do pensamento único
"O Globo" publicou no dia 09/04 reportagem em que Palocci chama o esquerdismo de doença infantil. Além de não ouvir nem um dos 15 deputados petistas que pedem por mudanças, a reportagem dá amplo espaço a todos os detalhes da fala do ministro. A matéria vai ao auge da arrogância neste trecho:

"Palocci lembrou que explicou a inviabilidade técnica desse tipo de proposta em seu depoimento de sete horas ao Senado, no mês passado. Ele fez questão de explicar como o aumento da inflação provoca aumento dos juros e, conseqüentemente, impede o crescimento."

O ministro, então, "fez questão de explicar". Duas conclusões: 

(I) o ministro é um homem paciente, faz questão de dizer por que faz as coisas da maneira que faz para os pobres ignorantes;

(II) Economia não é uma ciência humana, é técnica. Está no mesmo patamar que a matemática.

Leia em: http://oglobo.globo.com/jornal/pais/141649969.asp

(Por Gustavo Barreto)
O RAP vai ao Planalto e diz que a mídia distorce suas idéias
Mais de vinte representantes do rap brasileiro foram a uma audiência com o presidente da República. Os integrantes da comitiva reafirmaram que são profundamente críticos à sociedade de exclusão e que têm razões de sobra de querer  distancia da mídia burguesa.

Respondendo a pergunta da Carta Capital “Por que vocês são arredios à mídia”, não deixaram dúvidas: “porque a mídia não serve para nós, destrói tudo o que a gente fala. Serve rádio que toca rap, programa que passa rap, um canal sério como a TV Cultura. O resto é farinha do mesmo saco: só consumo, só comércio. E somos muito maior do que isso. Somos a voz do povo. O povo que nos segue não vai aceitar regras, 'não senhor, sim senhor'. Somos uma seita, do bem não do mal. Somos um exército, cada um é um soldado. O rap te dá um topa na cara, sem sonho. Por isso a agressividade, que é o desabafo. Muita gente tem uma idéia distorcida dos Racionais. Que é racista, bandido, nervoso, que bate em branco, dá tiro em não sei quem... Ih, várias lendas. A gente tem o dom das palavras, só isso. Pô, é tão fácil conversar com a gente. É que muitos têm medo de ir a um show na periferia”.

População desmente fantasia da TV Globo em Goiás
Moradores do município de Rio Verde, em Goiás, esclarecem que a reportagem do programa Globo Repórter, da TV Globo, do dia 6 de fevereiro, é falsa. Segundo o programa, a cidade seria um novo eldorado de empregos e bem-estar graças às oportunidades oferecidas pela empresa de alimentos Perdigão e outras locais. A realidade, segundo os próprios moradores, é diferente: a cidade tem 120 mil habitantes e os mesmos problemas de saneamento, educação e emprego de todas as outras do Brasil.

A Perdigão realmente está contratando, mas porque já não consegue mais mão-de-obra na cidade, pois os moradores desistiram das péssimas condições de trabalho com aves em frigoríficos congelados, das inúmeras lesões por esforço repetitivo, do baixo salário e do número sempre alto de demissões. Para os moradores, a matéria foi apenas um socorro da TV Globo à Perdigão.

O pior, porém, já aconteceu. Menos de uma semana depois da reportagem ir ao ar a cidade já se encontra lotada de imigrantes em sua rodoviária, prefeitura, locais públicos e empresas atrás dos empregos na Perdigão e em outros lugares prometidos pela TV Globo sem ouvir uma autoridade local sequer.

(A informação é Carlos Cabral, divulgada através da lista 3º Setor)

NPC Informa

Educar para ver a mídia com outros olhos
O Intervozes organizou durante o Fórum Mundial de Educação, em São Paulo, o debate "O Olhar Crítico sobre a Mídia como Instrumento de Educação". O evento teve como objetivo trazer as experiências da Ong TVer e do MidiAtiva no campo da leitura crítica dos meios de comunicação e discutiu a comunicação como um bem público, direito de todos, e essencial para a compreensão do mundo em que vivemos. Célia Marques, do TVer, falou sobre a cartilha por ela editada que ensina o professor e o aluno a olharem para a TV de outra forma e se posicionarem de uma forma crítica em relação à programação exibida. “De certa forma, a cartilha atenta alunos e professores para o fato das TVs serem concessões públicas e que, por isso, temos o direito de interferir no que assistimos”.

Crítica Social: promoção para assinantes
A revista Crítica Social está oferecendo uma vantajosa promoção para quem optar pela assinatura da publicação. Nas bancas e livrarias o preço da revista com 120 páginas é R$ 15,00, mas para quem preferir receber em casa, fica por R$ 5,00 sem despesas de correio. Os interessados devem enviar um fax para: ADIA (021-2263-0187) com seu nome/endereço (tel-e-mail) e comprovante do depósito de R$ 10,00 para: ADIA, Banco BANESPA, Ag. 0202, C/C 13001695.1. A mais recente edição traz artigos de Emir Sader e Vito Giannotti sobre o Golpe de 64.

'História da Fotorreportagem no Brasil' é lançado no Rio
Foi lançado no início de abril, no Rio de Janeiro "História da Fotorreportagem no Brasil - A fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900" (Campus), de Joaquim Marçal Ferreira de Andrade.

ECA-USP homenageia Octavio Ianni
A obra e a contribuição de Octavio Ianni ao pensamento sociológico brasileiro serão lembrados no próximo dia 5 de maio, quando a ECA-USP promove uma homenagem ao professor recentemente falecido. A solenidade será realizada a partir das 17 h, na sala da Congregação, na Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, primeiro andar.

Os convidados falarão sobre a contribuição de Ianni, principalmente, no que diz respeito à preocupação dele com os temas da globalização e da comunicação. As palestras serão precedidas de apresentação de audiovisual com coletânea de imagens de Ianni nos últimos eventos de que participou. A solenidade marcará também a abertura, na Biblioteca da ECA, de exposição de textos e livros de autoria de Ianni, bem como de teses e dissertações orientadas por ele.

Ianni, falecido no início de abril foi professor da pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes da USP no Programa de pós-graduação em Ciências da Comunicação e no Curso de Pós-graduação lato sensu Gestão de Processos Comunicacionais.

Golpe de 64: jornalista lança livro com relatos do matador
Relatos dos tiros que mataram a guerrilheira Sônia, da participação decisiva do hoje general Nilton Cerqueira e da captura do hoje presidente do PT José Genoíno na Guerrilha do Araguaia estão no livro “O Coronel Rompe o Silêncio”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho. O coronel em questão é o militar Lício Augusto Ribeiro Maciel, conhecido como Dr. Asdrúbal no anos de chumbo, que  deixou o disfarce de “pacato senhor de 74 anos” ao conceder uma entrevista bombástica ao jornalista recheada de detalhes e de orgulho do episódio que o Brasil teima em esquecer ou esconder. Para o autor, o livro “é uma paulada no silêncio oficial sobre o assunto”. Já nas livrarias.

Inscrições abertas para festival de cinema universitário
O 9º Festival Brasileiro de Cinema Universitário está com inscrições abertas até o dia 20 de abril para produções em vídeo de qualquer formato e películas cinematográficas em 35 ou 16mm. Para se inscrever, o diretor e pelo menos três técnicos do trabalho devem ser universitários. O festival será de 26 de maio a 6 de junho no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio, e no Centro de Artes da UFF, em Icaraí, Niterói. Ele será dividido entre a Mostra Competitiva Internacional de Escolas de Cinema, a Mostra Homenagem ao Pesquisador, Crítico e Professor de Cinema da UFF João Luiz Vieira, e mostras paralelas de ex-alunos, oficinas, seminários e debates. Mais informações pelo telefone (21) 2629-5000.


Democratização da Comunicação

Governo federal destina R$ 162 milhões para projetos de software livre
Em dezembro, durante as reuniões da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, em Genebra, Sérgio Amadeu da Silveira, presidente do Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil da Presidência da República, sugeriu a inclusão do seguinte item na declaração final: "Os países em desenvolvimento não querem ser somente consumidores de tecnologia, mas desenvolvedores". Silveira lembra que um representante dos Estados Unidos respondeu: "Isto é inaceitável".

O governo brasileiro vê no software livre, como o sistema operacional Linux, uma oportunidade de o País deixar de ser importador de tecnologia, passando também a desenvolvê-la. A migração na administração federal já começou. Em 12 meses, cinco ministérios - das Relações Exteriores, das Minas e Energia, da Educação, da Cultura e da Ciência e Tecnologia - têm como meta migrar todos os seus servidores e computadores de mesa para o software livre, que não exige pagamento de royalties e que pode ser copiado, estudado ou modificado livremente pelos usuários. A partir da experiência, será traçado um plano para adoção do software livre em toda a administração pública.

Segundo Silveira, além dos cinco ministérios, outros já têm projetos avançados. O governo federal destinou R$ 162 milhões, até 2005, para sua política de software livre. Entre 26 e 30 de abril, o governo vai treinar mil funcionários na tecnologia, em Brasília, sendo 100 no nível gerencial, 300 técnicos e 600 usuários finais. 

O deputado estadual Simão Pedro (PT) espera que seja votado ainda este ano seu projeto de lei que obriga a adoção do software livre pelo governo de São Paulo. Só em 2002, a administração direta estadual gastou R$ 10 milhões com licenças de software.

(Informações extraídas do Boletim do Sindpd-CE)



Memória

Nesta edição... Eldorado dos Carajás
No dia 17 de abril de 1996, no estado do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado dos Carajás (Eldorado: como pode ser sarcástico o destino de certas palavras...), 155 soldados da polícia militarizada, armados de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação de camponeses que bloqueavam a estrada em ação de protesto pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras, como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos, se gastaram já cinquenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada suficiente satisfação aos gravíssimos problemas de subsistência (seria mais rigoroso dizer sobrevivência) dos trabalhadores do campo. Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas...

... A superfície do Brasil, incluindo lagos, rios e montanhas, é de 850 milhões de hectares. Mais ou menos metade desta superfície, uns 400 milhões de hectares é geralmente considerada apropriada ao uso e ao desenvolvimento agrícolas. Ora, atualmente, apenas 60 milhões desses hectares estão a ser utilizados na cultura regular de grãos. O restante encontra-se em estado de improdutividade, de abandono, sem fruto.

Vagando entre o sonho e o desespero, existem 4.800.000 famílias de rurais sem terras. A terra está ali, diante dos olhos e dos braços, uma imensa metade de um país imenso, mas aquela gente (quantas pessoas ao todo? 15 milhões? mais ainda?) não pode lá entrar para trabalhar, para viver com dignidade simples que só o trabalho pode conferir.

... As 18 maiores propriedades do Brasil somam 18 milhões de hectares e tem um território equivalente a Portugal, Suíça e Holanda juntos. 18 senhores cercaram para si o espaço equivalente a 3 países europeus! Uma única empresa da Amazônia (Manaza S.A.) detem a propriedade de 5,1 milhões de hectares de terra, o tamanho da Dinamarca...

(Jose Saramago, no livro Terra)

Novos artigos em nossa página

A lucidez de Saramago contra o voto vazio e a mídia poderosa. Por Sérgio Domingues, abril de 2004
"Ensaio sobre a Lucidez", novo livro do escritor português, mostra a escura combinação entre a democracia vazia inventada pela burguesia e o poder da grande mídia para manter a dominação. Mas, tal como o título indica, vê brechas por onde pode passar a luz da resistência popular.

A violência de todos os dias. Por Gustavo Barreto, 13 de abril, 2004
Nestes dias em que vemos na tevê a confirmação dos números, colocando o Rio de Janeiro como um lugar tão ou mais perigoso que o Iraque, uma pesquisa da Agência Internacional da Paz no Brasil (Ipaz) nos dá uma pista sobre como pensa o brasileiro. Foi perguntado: O que é violência para você?

1964: a grande mídia antes, durante, depois. E agora? Por Sérgio Domingues, abril de 2004
Os 40 anos do golpe militar de 1964 foram lembrados de várias maneiras. Na maioria das vezes, com a falta de memória que é própria de nossa história, sempre bem aproveitada pela grande mídia. Mino Carta fez questão de lembrar e Paulo Henrique Amorim, de avisar. Mas só isso não basta.Leia em http://www.midiavigiada.kit.net

Folha de São Paulo joga o leitor contra os Racionais MC´s. Por Eliana Antônia, abril de 2004
Em 28 de março, a Folha de São Paulo publicou reportagem com um título que sugere que os Racionais MC´s se venderam à TV Globo. Este é um grande desejo da grande imprensa. Mais uma vez eles se frustraram.

O Golpe de 64: um golpe de direita, civil-militar. Por Vito Giannotti, abril de 2004
O Golpe de 64 tem características muito claras que não podemos embaralhar. Foi um golpe de direita, a serviço exclusivo da burguesia nacional e internacional. Um golpe que estava em gestação há dez anos e, quando veio, não teve resistência imediata.

Atingidos por barragens: aconteceu e não virou manchete! Por Flávia Braga, abril de 2004
Em março passado ocorreu mais um episódio escandaloso da mídia brasileira. Prá variar, ninguém soube: o referido escândalo diz respeito ao boicote da mídia à livre e democrática manifestação do povo! Neste caso, dos atingidos por barragens.Algumas perguntas precisam ser respondidas. Por que este boicote? A quais interesses de classe atende? Por que esconder a mobilização de milhares de pessoas por uma semana em todo o País? A quem interessa que não se saiba que o MAB existe?


Entrevistas

Engenheiros da Petrobrás dão lição de comunicação. Por Rodrigo Otávio, do Rio de Janeiro
A Associação de Engenheiros de Petrobrás (Aepet) é um exemplo de comunicação. Seus informes não giram apenas em torno do petróleo, mas sobre os principais temas do País. Atingem muito mais que os 4.500 associados da entidade. Para tanto, são utilizados publicações, Internet, rádio e TV. Leia nessa entrevista com Heitor Pereira, presidente da Aepet, como informar a classe e a sociedade com pouco dinheiro e muita disposição.

Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Av. Rio Branco, nº 277 sala 1706   CEP: 20040-009
Tel. (21) 2220-56-18 / 9628-5022
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Projeto Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram nesta edição: Gustavo Barreto (RJ), Raquel Moraes (DF) e Rodrigo Otávio (RJ). [voltar]


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 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge