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Boletim
do NPC
—
Nº
40— De
15 a 26.04.2004
Para jornalistas, dirigentes,
militantes
e assessores sindicais
e dos Movimentos Sociais
Notícias
do NPC
Debates
sobre o Golpe de 64 continuam
No Sindipetro do Rio de Janeiro,
no dia 29 deste mês, à noite, três representantes do
NPC estarão na mesa para discutir com os petroleiros sobre as raízes
e o porquê do golpe que implantou a Ditadura Militar. Virgínia
Fontes, Ester Kuperman e Vito Giannotti falarão sobre o sentido
de classe que teve a tomada de poder pelos militares. A qual classe eles
estavam servindo? Qual o papel da burguesia na preparação
da ditadura que veio em seguida? Qual a influência do imperialismo
americano para garantir uma vida tranqüila aos seus investimentos
no Brasil? Qual o comportamento das várias classes no Brasil, de
60 a 64? Qual foi a atuação da classe operária, na
época? Quais lições deixou para a nova geração
que entrará em cena em 1978? Por que este golpe, que estava sendo
preparado havia dez anos, não encontrou resistência, especificamente
nas fábricas? Qual foi o trabalho de propaganda, feito pelos aparelhos
privados de hegemonia, para impedir esta resistência? Estas são
algumas perguntas que buscaram ser respondidas pelos debatedores. Certamente
será um momento especial. Vários membros da atual diretoria
do Sindicato viveram aqueles dias de 40 anos atrás.
As
Muralhas da Linguagem sairá no começo de maio
O livro “Muralhas da Linguagem”
(Editora Mauad), de Vito Giannotti, será lançado em maio,
com debates em várias capitais do País. A obra traz uma síntese
das idéias do Núcleo Piratininga de Comunicação
sobre o tema. Foi escrito por vários participantes do NPC que contribuíram
com a elaboração coletivas das idéias-chave sobre
a centralidade da linguagem numa comunicação com perspectiva
libertadora. A idéia central é que a linguagem é um
dos aspectos centrais numa comunicação que pretenda apresentar
idéias, planos, sonhos e analisar experiências históricas
na busca de “um outro mundo possível”. Uma linguagem que quer ser
libertadora precisa, em primeiro lugar, ser compreensível, inteligível,
para seus destinatários. No nosso caso, para a imensa maioria que
queremos atingir. Sem este primeiro passo, a linguagem será um conjunto
de sons, ou rabiscos, absolutamente solitários. O NPC sempre afirma
que nossa comunicação é uma comunicação
para milhões, mesmo se, hoje, estamos longe de conseguir realizar
este sonho. Para falar para milhões, o primeiro passo é pensar
em qual linguagem usar. Qual o repertório, o dicionário?
Qual a estrutura do discurso, das frases? O livro "As Muralhas da Linguagem"
trata disso.
Aguarde:
jornal laboratório do NPC
Será lançado
em edição única, no mês de maio, o primeiro
jornal laboratório feito por alunos do Núcleo Piratininga
de Comunicação. A reportagem principal é a cobertura
da passeata contra a violência policial no dia 16 de abril, no Rio
de Janeiro. Tudo será feito pelos alunos: reportagens, entrevistas,
fotos, ilustração, diagramação e projeto gráfico.
A revisão contará com a solidariedade de alunos e professores
do curso de Letras.
A Comunicação
que queremos
Niterói
calada... por pouco tempo
A rádio Pop Goiaba de
Niterói (104.1 FM) está se mobilizando para voltar ao ar
com as músicas e a agenda dos artistas que não estão
na mídia. No dia 7 de abril, fiscais da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) estiveram na Universidade Federal
Fluminense (UFF), onde a rádio está instalada, e interromperam
as suas transmissões. A Anatel alega que a rádio não
pode funcionar na faixa 104.1, já que como rádio comunitária
só pode transmitir na faixa 105.9, a faixa concedida por lei às
rádios comunitárias. O problema é que a Pop Goiaba
teve seu processo de concessão arquivado pela Anatel, que renovou
a concessão do espaço para a Igreja São Judas Tadeu,
no bairro de Icaraí (vizinho a UFF), que tem a concessão
há cinco anos e jamais colocou um programa no ar.
Pela lei das rádios comunitárias,
qualquer rádio que ganhe concessão tem o prazo de seis meses
para iniciar uma programação, caso contrário, a concessão
deve ser passada adiante. E é dessa luta de Davi contra Golias que
a Pop Goiaba tirou forças para conseguir o apoio formal da UFF no
pedido de desarquivamento do processo de concessão junto a Anatel
e planeja um show às vésperas do 1º de maio, provavelmente
na Praça XV, no Rio, para mobilizar todos os que têm os ouvidos
abertos e querem a Pop Goiaba no ar. (Aguarde confirmação
do show e artistas que se apresentarão no boletim do NPC).
Cidade é exemplo de comunicação
comunitária
A rádio Pop Goiaba faz
parte do grupo Comunicação Livre de Niterói, que desde
1999 se organiza principalmente através do Sindicato dos Trabalhadores
da UFF (Sintuff) e da TV Comunitária de Niterói (canal 14
da TV a cabo NET). A programação é transmitida diariamente,
das 18h às 23hs, com um material independente e variado que dá
espaço as reivindicações de comunidades, a apresentações
artísticas inéditas ou ao telejornal mutirão, realizado
ao vivo, das 22h às 23hs, com assuntos, material e apresentadores
escolhidos entre as mais de 30 pessoas que diariamente lotam o estúdio.
E para quem não tem TV
a cabo, o projeto Radiola na Praça Leoni Ramos, a pracinha de São
Domingos, leva debates, música, filmes e documentários para
a praça, todas as sextas, a partir das 20 horas.
Abaixo
assinado pede apoio à Imprensa Alternativa
Cidadãos e jornalistas
de todo o Brasil estão colhendo assinaturas para o fortalecimento
da imprensa alternativa. O abaixo-assinado será encaminhado ao Congresso
pedindo maior distribuição de verbas para os comunicadores
fora da “Grande Imprensa”. Leia e participe:
"Abaixo-assinado, Nós,
abaixo-assinados, pedimos a democratização das verbas públicas
para todos os meios de comunicação com o objetivo de garantir
a pluralidade da informação e o direito das diferenças
se verem representadas no noticiário do dia-a-dia." Leia mais
em:
Conheça
a Revista Sem Terra e o Jornal dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Para receber um exemplar cortesia
e a proposta de assinatura entre em contato com assinaturas@mst.org.br
Vídeo
sobre crime ambiental da Shell é selecionado para Ecocine
O vídeo 'DNA da Shell',
produzido pelo Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco
e Vinhedo, foi selecionado para participar da terceira edição
do festival ECOCINE (Festival Nacional de Cinema e Vídeo ambiental),
em São Sebastião, São Paulo, de 21 a 25 de abril.
O vídeo tem roteiro e direção de Cila Amaral e Rafael
Prata e contou com o apoio cultural do Sindicato dos Químicos,
da Secretaria de Esportes, Turismo e Cultura de Campinas e do Museu da
Imagem e do Som (MIS) de Campinas.
CNM/CUT
lança livro "Quem são as dirigentes metalúrgicas no
Brasil?"
A pesquisa desenvolvida pela
Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT),
em parceria com o Dieese e a AFL-CIO (central sindical dos EUA), “Quem
são as dirigentes metalúrgicas no Brasil?”, foi lançada
em São Paulo, na segunda semana de abril. Segundo informa Edwiges
Tavares, assessora da Imprensa da entidade, "trata-se de uma publicação
que traça o perfil social, econômico, profissional, sindical
e político das mulheres dirigentes sindicais, que ocupam cargos
de direção em sindicatos, do ramo metalúrgico, filiados
à CUT". Foram realizadas 85 entrevistas com mulheres de 12 estados:
SP, MG, AM, RS, SC, RJ, PB, PR, MA, CE, RN e BA, durante o ano de 2002.
De Olho Na Mídia
Estudo
de Márcio Pochmann dá lições de hegemonia
Livro "Os Ricos do Brasil"
se pergunta porque o brasileiro não se revolta.
Saiu no começo de abril
o estudo "Os Ricos do Brasil", o terceiro de uma série organizada
por Márcio Pochmann. A obra mostra a escandalosa riqueza dos ricos
do Brasil, país onde a cidade de São Paulo possui a maior
frota urbana de helicópteros do mundo. País que fábrica
a luxuosa lancha Intermarine 740 full que custa o correspondente
a um salário mínimo mensal durante 1042 anos.
A pergunta que Pochmann se faz
é a seguinte: o que faz dos brasileiros um povo tão pacato?
Qual a razão do brasileiro não se revoltar? Em seguida, aponta
várias causas entre as quais a primeira é a falta de informação
que gera um quadro de acomodação e cria as massas de manobra.
Outra é a ausência
de uma tradição democrática: tivemos 50 anos de democracia,
ao todo, sobre 500 anos de história. Um dos co-autores da obra aponta
outro componente: a relação de dependência das pessoas
prestadoras de serviços com os ricos, o que alivia qualquer tensão
com babás, empregadas domésticas, jardineiras, etc.
Mas há um destaque, na
obra, a vários fatores de mídia. Esta se torna uma grande
responsável pela não explosão social do Brasil. Os
autores destacam três fatores fruto desta mídia que ao mesmo
tempo reforça a exclusão social e a tornam aceitável.
São estes:
1) A publicidade que
enaltece os valores do consumo;
2) A novela da Globo que cristaliza
as diferenças entre as classes sociais e as perpetua;
3) O Jornalismo que aborda
os assuntos de acordo com os interesses das mesmas famílias que
ocupam o topo da pirâmide e controlam seus veículos privados.
Ou seja, se formos continuar a
análise do livro "Os Ricos do Brasil", fica evidente o papel da
mídia na disputa de um novo modelo de país. Na disputa por
uma nova hegemonia. Sem mudar o controle da mídia, sem a criação
de uma outra mídia alternativa não se muda o modelo de exclusão
do país.
Na
terra do pensamento único
"O Globo" publicou no dia 09/04
reportagem em que Palocci chama o esquerdismo de doença infantil.
Além de não ouvir nem um dos 15 deputados petistas que pedem
por mudanças, a reportagem dá amplo espaço a todos
os detalhes da fala do ministro. A matéria vai ao auge da arrogância
neste trecho:
"Palocci lembrou que explicou
a inviabilidade técnica desse tipo de proposta em seu depoimento
de sete horas ao Senado, no mês passado. Ele fez questão de
explicar como o aumento da inflação provoca aumento dos juros
e, conseqüentemente, impede o crescimento."
O ministro, então, "fez
questão de explicar". Duas conclusões:
(I) o ministro é um homem
paciente, faz questão de dizer por que faz as coisas da maneira
que faz para os pobres ignorantes;
(II) Economia não é
uma ciência humana, é técnica. Está no mesmo
patamar que a matemática.
Leia em: http://oglobo.globo.com/jornal/pais/141649969.asp
(Por Gustavo
Barreto)
O
RAP vai ao Planalto e diz que a mídia distorce suas idéias
Mais de vinte representantes
do rap brasileiro foram a uma audiência com o presidente da República.
Os integrantes da comitiva reafirmaram que são profundamente críticos
à sociedade de exclusão e que têm razões de
sobra de querer distancia da mídia burguesa.
Respondendo a pergunta da Carta
Capital “Por que vocês são arredios à mídia”,
não deixaram dúvidas: “porque a mídia não serve
para nós, destrói tudo o que a gente fala. Serve rádio
que toca rap, programa que passa rap, um canal sério como a TV Cultura.
O resto é farinha do mesmo saco: só consumo, só comércio.
E somos muito maior do que isso. Somos a voz do povo. O povo que nos segue
não vai aceitar regras, 'não senhor, sim senhor'. Somos uma
seita, do bem não do mal. Somos um exército, cada um é
um soldado. O rap te dá um topa na cara, sem sonho. Por isso a agressividade,
que é o desabafo. Muita gente tem uma idéia distorcida dos
Racionais. Que é racista, bandido, nervoso, que bate em branco,
dá tiro em não sei quem... Ih, várias lendas. A gente
tem o dom das palavras, só isso. Pô, é tão fácil
conversar com a gente. É que muitos têm medo de ir a um show
na periferia”.
População
desmente fantasia da TV Globo em Goiás
Moradores do município
de Rio Verde, em Goiás, esclarecem que a reportagem do programa
Globo Repórter, da TV Globo, do dia 6 de fevereiro, é falsa.
Segundo o programa, a cidade seria um novo eldorado de empregos e bem-estar
graças às oportunidades oferecidas pela empresa de alimentos
Perdigão e outras locais. A realidade, segundo os próprios
moradores, é diferente: a cidade tem 120 mil habitantes e os mesmos
problemas de saneamento, educação e emprego de todas as outras
do Brasil.
A Perdigão realmente
está contratando, mas porque já não consegue mais
mão-de-obra na cidade, pois os moradores desistiram das péssimas
condições de trabalho com aves em frigoríficos congelados,
das inúmeras lesões por esforço repetitivo, do baixo
salário e do número sempre alto de demissões. Para
os moradores, a matéria foi apenas um socorro da TV Globo à
Perdigão.
O pior, porém, já
aconteceu. Menos de uma semana depois da reportagem ir ao ar a cidade já
se encontra lotada de imigrantes em sua rodoviária, prefeitura,
locais públicos e empresas atrás dos empregos na Perdigão
e em outros lugares prometidos pela TV Globo sem ouvir uma autoridade local
sequer.
(A informação
é Carlos Cabral, divulgada através da lista 3º Setor)
NPC Informa
Educar
para ver a mídia com outros olhos
O Intervozes organizou durante
o Fórum Mundial de Educação, em São Paulo,
o debate "O Olhar Crítico sobre a Mídia como Instrumento
de Educação". O evento teve como objetivo trazer as experiências
da Ong TVer e do MidiAtiva no campo da leitura crítica dos meios
de comunicação e discutiu a comunicação como
um bem público, direito de todos, e essencial para a compreensão
do mundo em que vivemos. Célia Marques, do TVer, falou sobre a cartilha
por ela editada que ensina o professor e o aluno a olharem para a TV de
outra forma e se posicionarem de uma forma crítica em relação
à programação exibida. “De certa forma, a cartilha
atenta alunos e professores para o fato das TVs serem concessões
públicas e que, por isso, temos o direito de interferir no que assistimos”.
Crítica
Social: promoção para assinantes
A revista Crítica Social
está oferecendo uma vantajosa promoção para quem optar
pela assinatura da publicação. Nas bancas e livrarias o preço
da revista com 120 páginas é R$ 15,00, mas para quem preferir
receber em casa, fica por R$ 5,00 sem despesas de correio. Os interessados
devem enviar um fax para: ADIA (021-2263-0187) com seu nome/endereço
(tel-e-mail) e comprovante do depósito de R$ 10,00 para: ADIA, Banco
BANESPA, Ag. 0202, C/C 13001695.1. A mais recente edição
traz artigos de Emir Sader e Vito Giannotti sobre o Golpe de 64.
'História
da Fotorreportagem no Brasil' é lançado no Rio
Foi lançado no início
de abril, no Rio de Janeiro "História da Fotorreportagem no Brasil
- A fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900" (Campus),
de Joaquim Marçal Ferreira de Andrade.
ECA-USP
homenageia Octavio Ianni
A obra e a contribuição
de Octavio Ianni ao pensamento sociológico brasileiro serão
lembrados no próximo dia 5 de maio, quando a ECA-USP promove uma
homenagem ao professor recentemente falecido. A solenidade será
realizada a partir das 17 h, na sala da Congregação, na Av.
Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, primeiro andar.
Os convidados falarão
sobre a contribuição de Ianni, principalmente, no que diz
respeito à preocupação dele com os temas da globalização
e da comunicação. As palestras serão precedidas de
apresentação de audiovisual com coletânea de imagens
de Ianni nos últimos eventos de que participou. A solenidade marcará
também a abertura, na Biblioteca da ECA, de exposição
de textos e livros de autoria de Ianni, bem como de teses e dissertações
orientadas por ele.
Ianni, falecido no início
de abril foi professor da pós-graduação da Escola
de Comunicações e Artes da USP no Programa de pós-graduação
em Ciências da Comunicação e no Curso de Pós-graduação
lato sensu Gestão de Processos Comunicacionais.
Golpe
de 64: jornalista lança livro com relatos do matador
Relatos dos tiros que mataram
a guerrilheira Sônia, da participação decisiva do hoje
general Nilton Cerqueira e da captura do hoje presidente do PT José
Genoíno na Guerrilha do Araguaia estão no livro “O Coronel
Rompe o Silêncio”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho. O coronel
em questão é o militar Lício Augusto Ribeiro Maciel,
conhecido como Dr. Asdrúbal no anos de chumbo, que deixou
o disfarce de “pacato senhor de 74 anos” ao conceder uma entrevista bombástica
ao jornalista recheada de detalhes e de orgulho do episódio que
o Brasil teima em esquecer ou esconder. Para o autor, o livro “é
uma paulada no silêncio oficial sobre o assunto”. Já nas livrarias.
Inscrições
abertas para festival de cinema universitário
O 9º Festival Brasileiro
de Cinema Universitário está com inscrições
abertas até o dia 20 de abril para produções em vídeo
de qualquer formato e películas cinematográficas em 35 ou
16mm. Para se inscrever, o diretor e pelo menos três técnicos
do trabalho devem ser universitários. O festival será de
26 de maio a 6 de junho no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro
do Rio, e no Centro de Artes da UFF, em Icaraí, Niterói.
Ele será dividido entre a Mostra Competitiva Internacional de Escolas
de Cinema, a Mostra Homenagem ao Pesquisador, Crítico e Professor
de Cinema da UFF João Luiz Vieira, e mostras paralelas de ex-alunos,
oficinas, seminários e debates. Mais informações pelo
telefone (21) 2629-5000.
Democratização
da Comunicação
Governo
federal destina R$ 162 milhões para projetos de software livre
Em dezembro, durante as reuniões
da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação,
em Genebra, Sérgio Amadeu da Silveira, presidente do Instituto Nacional
da Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil
da Presidência da República, sugeriu a inclusão do
seguinte item na declaração final: "Os países em desenvolvimento
não querem ser somente consumidores de tecnologia, mas desenvolvedores".
Silveira lembra que um representante dos Estados Unidos respondeu: "Isto
é inaceitável".
O governo brasileiro vê
no software livre, como o sistema operacional Linux, uma oportunidade de
o País deixar de ser importador de tecnologia, passando também
a desenvolvê-la. A migração na administração
federal já começou. Em 12 meses, cinco ministérios
- das Relações Exteriores, das Minas e Energia, da Educação,
da Cultura e da Ciência e Tecnologia - têm como meta migrar
todos os seus servidores e computadores de mesa para o software livre,
que não exige pagamento de royalties e que pode ser copiado, estudado
ou modificado livremente pelos usuários. A partir da experiência,
será traçado um plano para adoção do software
livre em toda a administração pública.
Segundo Silveira, além
dos cinco ministérios, outros já têm projetos avançados.
O governo federal destinou R$ 162 milhões, até 2005, para
sua política de software livre. Entre 26 e 30 de abril, o governo
vai treinar mil funcionários na tecnologia, em Brasília,
sendo 100 no nível gerencial, 300 técnicos e 600 usuários
finais.
O deputado estadual Simão
Pedro (PT) espera que seja votado ainda este ano seu projeto de lei que
obriga a adoção do software livre pelo governo de São
Paulo. Só em 2002, a administração direta estadual
gastou R$ 10 milhões com licenças de software.
(Informações
extraídas do Boletim do Sindpd-CE)
Memória
Nesta
edição... Eldorado dos Carajás
No dia 17 de abril de 1996,
no estado do Pará, perto de uma povoação chamada Eldorado
dos Carajás (Eldorado: como pode ser sarcástico o destino
de certas palavras...), 155 soldados da polícia militarizada, armados
de espingardas e metralhadoras, abriram fogo contra uma manifestação
de camponeses que bloqueavam a estrada em ação de protesto
pelo atraso dos procedimentos legais de expropriação de terras,
como parte do esboço ou simulacro de uma suposta reforma agrária
na qual, entre avanços mínimos e dramáticos recuos,
se gastaram já cinquenta anos, sem que alguma vez tivesse sido dada
suficiente satisfação aos gravíssimos problemas de
subsistência (seria mais rigoroso dizer sobrevivência) dos
trabalhadores do campo. Naquele dia, no chão de Eldorado dos Carajás
ficaram 19 mortos, além de umas quantas dezenas de pessoas feridas...
... A superfície do Brasil,
incluindo lagos, rios e montanhas, é de 850 milhões de hectares.
Mais ou menos metade desta superfície, uns 400 milhões de
hectares é geralmente considerada apropriada ao uso e ao desenvolvimento
agrícolas. Ora, atualmente, apenas 60 milhões desses hectares
estão a ser utilizados na cultura regular de grãos. O restante
encontra-se em estado de improdutividade, de abandono, sem fruto.
Vagando entre o sonho e o desespero,
existem 4.800.000 famílias de rurais sem terras. A terra está
ali, diante dos olhos e dos braços, uma imensa metade de um país
imenso, mas aquela gente (quantas pessoas ao todo? 15 milhões? mais
ainda?) não pode lá entrar para trabalhar, para viver com
dignidade simples que só o trabalho pode conferir.
... As 18 maiores propriedades
do Brasil somam 18 milhões de hectares e tem um território
equivalente a Portugal, Suíça e Holanda juntos. 18 senhores
cercaram para si o espaço equivalente a 3 países europeus!
Uma única empresa da Amazônia (Manaza S.A.) detem a propriedade
de 5,1 milhões de hectares de terra, o tamanho da Dinamarca...
(Jose Saramago,
no livro Terra)
Novos artigos em
nossa página
A
lucidez de Saramago contra o voto vazio e a mídia poderosa.
Por
Sérgio Domingues, abril de 2004
"Ensaio sobre a Lucidez", novo
livro do escritor português, mostra a escura combinação
entre a democracia vazia inventada pela burguesia e o poder da grande mídia
para manter a dominação. Mas, tal como o título indica,
vê brechas por onde pode passar a luz da resistência popular.
A
violência de todos os dias. Por
Gustavo Barreto, 13 de abril, 2004
Nestes dias em que vemos na
tevê a confirmação dos números, colocando o
Rio de Janeiro como um lugar tão ou mais perigoso que o Iraque,
uma pesquisa da Agência Internacional da Paz no Brasil (Ipaz) nos
dá uma pista sobre como pensa o brasileiro. Foi perguntado: O que
é violência para você?
1964:
a grande mídia antes, durante, depois. E agora?
Por
Sérgio Domingues, abril de 2004
Os 40 anos do golpe militar
de 1964 foram lembrados de várias maneiras. Na maioria das vezes,
com a falta de memória que é própria de nossa história,
sempre bem aproveitada pela grande mídia. Mino Carta fez questão
de lembrar e Paulo Henrique Amorim, de avisar. Mas só isso não
basta.Leia em http://www.midiavigiada.kit.net
Folha
de São Paulo joga o leitor contra os Racionais MC´s.
Por
Eliana Antônia, abril de 2004
Em 28 de março, a Folha
de São Paulo publicou reportagem com um título que sugere
que os Racionais MC´s se venderam à TV Globo. Este é
um grande desejo da grande imprensa. Mais uma vez eles se frustraram.
O
Golpe de 64: um golpe de direita, civil-militar.
Por
Vito Giannotti, abril de 2004
O Golpe de 64 tem características
muito claras que não podemos embaralhar. Foi um golpe de direita,
a serviço exclusivo da burguesia nacional e internacional. Um golpe
que estava em gestação há dez anos e, quando veio,
não teve resistência imediata.
Atingidos
por barragens: aconteceu e não virou manchete!
Por
Flávia Braga, abril de 2004
Em março passado ocorreu
mais um episódio escandaloso da mídia brasileira. Prá
variar, ninguém soube: o referido escândalo diz respeito ao
boicote da mídia à livre e democrática manifestação
do povo! Neste caso, dos atingidos por barragens.Algumas perguntas precisam
ser respondidas. Por que este boicote? A quais interesses de classe atende?
Por que esconder a mobilização de milhares de pessoas por
uma semana em todo o País? A quem interessa que não se saiba
que o MAB existe?
Entrevistas
Engenheiros
da Petrobrás dão lição de comunicação.
Por
Rodrigo Otávio, do Rio de Janeiro
A Associação
de Engenheiros de Petrobrás (Aepet) é um exemplo de comunicação.
Seus informes não giram apenas em torno do petróleo, mas
sobre os principais temas do País. Atingem muito mais que os 4.500
associados da entidade. Para tanto, são utilizados publicações,
Internet, rádio e TV. Leia nessa entrevista com Heitor Pereira,
presidente da Aepet, como informar a classe e a sociedade com pouco dinheiro
e muita disposição.
Boletim
do Núcleo Piratininga de Comunicação
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277 sala 1706 CEP: 20040-009
Tel. (21) 2220-56-18 / 9628-5022
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Coordenador:
Vito Giannotti
Edição:
Claudia Santiago (MTB.14.915)
Projeto
Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram
nesta edição: Gustavo Barreto (RJ), Raquel Moraes
(DF) e Rodrigo Otávio (RJ). [voltar]
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