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Boletim do NPC - Nº 39 – De 4 a 12.04.2004
Para jornalistas, dirigentes, militantes
e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais

 
7 de abril. Dia Nacional dos Jornalistas

“Os grandes impérios clássicos impuseram-se pela força. O grande capital se impôs pela tecnologia e pela força, nesta ordem. A globalização se impõe pelo domínio das consciências, pela tecnologia e pela força, nesta ordem”Apresentação do livro Controle da Opinião Pública, de Nilson Lage

Em todos os cantos do mundo há jornalistas, professores e estudantes de comunicação que resistem à dominação, seja ela pela tecnologia, pela força ou pela consciência. A estas e estes, a nossa homenagem, no dia 7 de abril.


Notícias do NPC

Exibição de filme Golpe Militar reúne 700 pessoas no Odeon-BR
Os organizadores do projeto Domingo é dia de cinema do Cine Odeon, entre os quais o NPC, têm o que comemorar nesta segunda-feira. A exibição do filme Pra Frente Brasil, seguida de debate com a historiadora Virgínia Fontes, reuniu 700 pessoas na manhã de domingo, dia 4, no cinema Odeon-BR, na Cinelândia. Praticamente todos alunos de pré-vestibulares comunitários. A abertura do evento foi feita pelo grupo Músicos da Cidade Alta, do Complexo da Maré, que apresentou música e dança brasileira e latino-americana, do período da ditadura.

Foto: Virgínia Fontes, historiadora
Domingo é Dia de Cinema é um projeto do Grupo Estação de cinema, pré-vestibulares comunitários e Núcleo Piratininga de Comunicação com sessões aos domingos, a R$ 2, no ODEON BR, na Cinelândia.

O filme a ser exibido no mês de maio será uma homenagem ao Dia do Trabalhador, provavelmente Pão e Rosas, de Ken Loach. Nas semanas antes dos filmes, os professores promovem  debates, exposições e aulões nos pré-vestibulares. [Fotos de Tiago Braga e Rondinelle]
 


A Comunicação que queremos

Filme patrocinado pelo Sintsef é indicado para prêmio
O documentário Rolê sobre o III Fórum Social Mundial, realizado em janeiro de 2003, patrocinado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal de Brasília (Sintsef), foi selecionado para dois festivais internacionais de cinema: o de Barcelona sobre direitos humanos e o festival de Cine e Vídeo de Gramado. O documentário vai ser apresentado também no Panorama de Cinema (Salvador e Recife) e na Mostra Audiovisual de São Paulo.



De Olho Na Mídia

A mídia e os moradores das favelas cariocas
“Não me mate, moço, pelo amor de Deus! Eu não sou bandido.
Estou indo para casa... Mãe, socorro! Pai, me salva...” 

“Os tiros silenciaram definitivamente esta voz. Ela podia ser a de Jean, de 13 anos, de Leandro, de 16, ou de Linike, de 17. Quem morava na estreita via da Rocinha onde eles foram chacinados, na madrugada de domingo de carnaval, ouviu estes apelos dramáticos. E conseguiu ver, no escuro da noite, homens fardados e armados, atirando sem misericórdia em quem ainda se mexia. Um quarto menino sobreviveu, por pura sorte, e está no hospital."

Na opinião do deputado estadual Chico Alencar (PT-RJ), autor do texto acima, “é tristemente preconceituosa a reação de parte da sociedade e mesmo de alguns meios de comunicação quando gente pobre é agredida desta forma. Ela vai da indiferença – que jamais aconteceria se as vítimas fossem de classe média ou alta – à reclamação de que as entidades de direitos humanos não falam dos policiais vitimados por criminosos, dando a entender que os torturados e mortos destas favelas cariocas tinham, de algum modo, vínculos com a marginalidade e que isto, por si só, justificaria sevícias e execução sumária.”

Pesquisa aponta mudanças no jornalismo americano
As mídias alternativas e direcionadas são as únicas que não estão perdendo audiência, segundo estudo da Universidade de Columbia, em Nova York, divulgado no mês de março. Outras mudanças mostradas pelo estudo: 

   . Maior investimento das empresas na distribuição do que na apuração das notícias, o que leva a mais demissões e menos condições de trabalho para o jornalista.
   . Falta de organização, padrão e síntese ao apresentar as notícias.
   . Estabilização do jornalismo na internet não mais como substituto dos outros meios, mas como parceiro.
   . Crescente manipulação da notícia e venda de informação.

BNDES dá dinheiro do povo à TV Globo
Com o excelente título de “Globo e você: tudo a (de) ver”, o artigo do ex-apresentador da TV Globo, Eliakim Araújo, mostra como o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou mas foi “atropelado” nas negociações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a TV Globo entre 2002 e 2003. A conclusão é que quase R$ 300 milhões de reais do povo brasileiro foram usados para diminuir os prejuízos da NET Serviços de Comunicação S.A, empresa privada de TV a cabo da Rede Globo. Leia o artigo no sítio: www.diretodaredacao.com


NPC Informa

Frente a frente com o censor
Aproveitando a passagem dos 40 anos do golpe militar no Brasil a doutora em História Social Beatriz Kushir lança pela editora Boitempo Cães de Guarda. O livro aborda a relação entre os militares e a mídia no dia-a-dia das redações de jornais com censores impostos e agentes duplos (jornalista-censor ou jornalista-policial) que impunham a propaganda oficial, manipulavam fatos e perseguiam opositores. O livro traz entrevistas com onze ex-censores.

Concurso público para Comunicação Social
Estão abertas desde segunda, dia 5, 22 vagas para o cargo de analista com especialidade na área de Comunicação Social do Ministério Público da União (MPU). O prazo para a inscrição vai até o dia 26 de abril. O salário inicial para o cargo é de R$ 3.430,32. Informações: (61) 412-6288 e 412-6238 ou concursos.df.esaf@fazenda.gov.br

A esquerda, o Golpe e o depois, em debate em SP
A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o Colégio de São Paulo e a biblioteca Mário de Andrade convidam para o debate “1964/2004: Do golpe militar à democracia, o papel da esquerda”, dia 6 de abril, às 19h30, no auditório do 1º andar da biblioteca, na Rua da Consolação, 94. Os professores Murilo Leal Pereira Neto, Leôncio Martins Rodrigues e o dramaturgo e escritor Hersch Basbaum farão uma avaliação das esquerdas trotskista, comunista e populista nesse período de 40 anos do golpe militar e da transição democrática. O livro “À Esquerda da Esquerda: trotskistas, comunistas e populistas no Brasil contemporâneo (1952-1966)” será lançado no evento. A entrada é franca.

Novo livro de Michael Moore chega ao Brasil hoje, dia 6
Chega nesta terça, dia 6, às livrarias brasileiras, o novo livro do cineasta e escritor estadunidense Michael Moore, Cara, cadê o meu país?. Moore fez tremendo sucesso no ano passado com o livro Stupid with men (Estúpidos homens brancos), que vendeu cerca de 100 mil no Brasil,  e com o documentário Tiros em Columbine. Opositor ferrenho do presidente dos Estados Unidos e sua política belicista, Moore diz que, para acabar com o terrorismo no mundo, antes é preciso que as nações hegemônicas deixem de bombardear outras nações.
 



Proposta de Pauta

Um estudo da professora Fátima Bayma, publicado no livro Saúde e Previdência Social, pela EBAPE/FGV, revela que a indústria da beleza no Brasil aumentou 64% nos últimos seis anos, gerando 135 mil novos postos de trabalho. O brasileiro é vaidoso. Só de cirurgias plásticas foram feitas, em 2001, 350 mil – 100 mil a mais do que os EUA. Enquanto isso, em 2001, estudantes brasileiros de 15 a 16 anos amargaram o último lugar em pesquisa de avaliação educacional, aplicada a 265 mil jovens de 32 países.

Nem tudo está perdido... Mais de 700 pessoas se reuniram no Cinema Odeon-BR, na Cinelândia, na ensolarada manhã deste domingo, dia 4, para ver o filme “Pra Frente Brasil” e debater com a professora de história Virgínia Fontes, o Golpe de 64. A maioria, alunos de pré-vestibulares comunitários acompanhados por seus professores.

Conheça a sentença de um juiz sobre o caso de dois ladrões de duas melancias

Decisão proferida pelo juiz Rafael Gonçalves de Paula nos autos nº 124/03 - 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas/TO:

“DECISÃO
            Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.

            Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados  que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional),...

            Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.

            Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário.

            Poderia brandir minha ira contra os neoliberais,  o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia,....

            Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra – e aí, cadê a Justiça nesse mundo?

            Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade.

            Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir.

            Simplesmente mandarei soltar os indiciados.

            Quem quiser que escolha o motivo.

            Expeçam-se os alvarás. Intimem-se

            Palmas – TO, 05 de setembro de 2003.

Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito”

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Democratização da Comunicação

A Revolução não será transmitida nem em Paris
Circula pela Internet uma petição na qual seus signatários solicitam à Associação Francesa "Alliance" que mantenha a projeção do documentário "A Revolução Não Será Transmitida" no Festival de Cine pelos Direito Humanos, em  28 de maio, na França. O filme é um belíssimo documentário sobre o golpe da direita venezuelana, associada à política americana, de abril de 2002. Mostra como a mídia daquele país está totalmente a serviço do golpe e, conseqüentemente, da manipulação de qualquer informação. Das imagens salta aos olhos a fabulosa mobilização do povo venezuelano, tentando resistir à junção de todas as forças anti-populares: burguesia, mídia, classe média branca, Central Sindical vendida ao imperialismo, hierarquia da Igreja católica e Embaixada americana. Dá para entender a razão pela qual a direita venezuelana e o imperialismo tentem impedir este documentário de circular. Informações e assinaturas em www.petitiononline.com/libedex/petition.html

Mapeamento de rádios comunitárias é revisto
O governo Lula voltou atrás na escolha dos municípios que terão rádios comunitárias liberadas a partir de julho. Após ser criticado por vincular a maioria das 1386 rádios que serão liberadas a municípios do programa Fome Zero, o governo reviu o critério e dividiu as rádios em dois grupos: 45% das rádios para municípios que recebem o Fome Zero e os restantes 55% para os municípios que não estão no programa. As críticas referiam-se ao uso político das rádios, proibido por lei, e inclusive continham denúncias de que na cidade-piloto do Fome Zero, Guaribas (PI), uma rádio comunitária teria sido instalada com dinheiro do PT e fazia campanha para filiação ao partido.

DIAL MAIOR – O “Diário Oficial” publicou resolução da Anatel ampliando a faixa de FM no país. A partir de agora, as primeiras freqüências são 87,5 e 87,7 MHz.
 
 



Memória: Nesta edição, a mídia e o Golpe de 64

O Golpe de 64 e a mídia da época
Maria da Conceição Tavares, em artigo na Folha de S.Paulo de 29/3 deste ano cita “os célebres editoriais do Correio da Manhã e do Jornal do Brasil de 30 de março de 1964: - Chega! Basta! – eram apenas o registro do acordo final. Dias antes, Carlos Heitor Cony havia afirmado com todas as letras, no mesmo jornal, que antes do golpe de 64 todos os jornais do país, menos o carioca Última Hora, eram a favor do golpe.

É importante destacar este fato para reforçar a visão de que o golpe que implantou a ditadura não foi só militar. Ao contrário. Foi civil-militar. Ou seja, o pensamento hegemônico na época era a favor do golpe. Este pensamento foi construído com um intensíssimo trabalho de formação e propaganda política encabeçada pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sócio-econômicos (IPES). Este instituto foi o grande articulador e formador de opinião pública pró-ditadura. Produziu milhões de exemplares de livros, influenciava centenas de jornais, programas de rádio e TV. Produzia cartilhas, panfletos, jornais aos milhões e promovia milhares de conferências. Tudo para levantar o espantalho do “comunismo ateu” que estaria prestes a tomar conta do Brasil.

E por falar em mídia, o IPES, de 62 a 64, produziu dezenas de filmes com duração de 10 minutos no máximo cada um, para fazer projetar nas mais de 3000 salas do país. Estes filmetes, muito bem feitos, eram outra grande arma para condicionar milhões de cabeças sobre a necessidade do golpe.

E depois de tudo isso, hoje, vêm doutores de história dizer que o golpe foi um “contra-golpe”, foi um “golpe preventivo” para evitar que a esquerda desse seu golpe contra a sociedade.

Este golpe estava sendo programado nos quartéis, na Embaixada Americana, nas organizações empresariais, na maioria das igrejas com padres reacionários, nos aparelhões controlados pela burguesia, como o Sesi, o Sesc, o Senac, nas rádios e televisões e na imprensa.

Por isso, outra grande mentira, que o golpe veio como reação e prevenção contra um possível golpe de esquerda só serve para justificar o golpe. Para absolver a ditadura que este implementou. E serve para tranqüilizar consciências de arrependidos que precisam dizer que “tanto faz, tanto fez... era tudo igual. Direita e esquerda se igualavam”.

(Por Vito Giannotti)
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O Globo e toda a direita tentam salvar sua pele
Os anos passam e a memória se esmaece. Nesse embalo fica fácil embaralhar as cartas e falsificar a história. O Globo de 23 de março é um belo exemplo dessa manobra: “Disposição golpista da esquerda divide opiniões”. Taí o fato consumado. Para O Globo não há mais dúvidas. A disposição golpista é real, a ponto de se dividir opiniões.

Na intelectualidade carioca está ganhando corpo uma interpretação do golpe que é falsa e ideologicamente dirigida. Vejamos só o enunciado de um discurso que seria longo demais para esse boletim.

Primeiro: o golpe da direita já estava sendo preparado desde maio de 1954. Foi tentado em agosto antes e depois da morte de Vargas. Foi retomado antes da posse de Juscelino, em 1955, e na renúncia de Jânio Quadros, em 1961. Inicialmente foi articulado, com decisão total, a partir da fundação do IPES, em 1962. Ou seja, o golpe da direita não foi para evitar um fantasioso golpe da esquerda. A direita estava decididíssima a acabar com a democracia para, no discurso histérico da época, acabar com o perigo comunista.

Segundo: Quem hoje quer inventar que a esquerda estava preparando o golpe está mentindo descaradamente. O PCB, única força real de esquerda com inserção nacional, não preparava nenhuma revolução socialista desde 1948. Seu sonho era uma chamada revolução democrática-burguesa, liderada pela burguesia nacional. Não havia projeto nenhum de tomada de poder. Além do mais, o equilíbrio mundial implantado desde os acordos de Ialta não admitia esta hipótese.

Afinal não havia nenhuma ameaça de golpe pela esquerda. Havia uma mobilização popular parcial para exigir mudanças mínimas, como as reformas de base. E havia muitos discursos vazios, muitas “bravatas”, como se diz hoje, no campo da esquerda.

Terceiro: A distorção histórica de quem quer plantar a idéia que o golpe militar foi um contra-golpe, ou, como dizem, um “golpe preventivo” quer fazer esquecer que a esquerda que, dizem eles, iria dar este tal golpe, estava tão longe disto que quando o golpe militar veio, não reagiu. Que esquerda pronta para dar o golpe era esta, se quando a direita veio com seus tanques, não teve um só tiro. Esta esquerda, que os que hoje falam golpe preventivo, estaria pronta para implantar seu regime, não matou um só mosquito. Não deu um tiro de festim sequer. Cadê o perigo da esquerda que exigiu um “golpe preventivo?”

Para quem, como O Globo e a imensa maioria da mídia apoiou o golpe militar, a tentativa em curso, hoje, é se limpar dizendo que “somos todos iguais”. Ou a direita dava o golpe, ou a esquerda daria.

E para os que já foram de esquerda, e hoje estão arrependidos, esta teoria do golpe de direita para se prevenir de um golpe de esquerda, serve para justificar sua mudança de posição. Para poder dormir em paz na cama do neoliberalismo dominante.

(Por Vito Giannotti)
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Golpe de 64. O projeto de nação que passou na TV
ASegundo informa Aydano André Motta, na edição de 28/03 de O Globo,  a execução da estratégia de propaganda dos governos militares estava a cargo da Aerp (Assessoria Especial de Relações Públicas), órgão ligado à Presidência da República e criado especialmente para formular as peças publicitárias do regime. “A Aerp é obra do então coronel (hoje general da reserva) Octávio Costa, elogiada até hoje por publicitários consagrados. Quem tem mais de 35 não se esquece, por exemplo, do Sujismundo, estrela da campanha “Povo desenvolvido é povo limpo”. Ou do magistral jingle “Marcas do que se foi” (“Marcas do que se foi/ Sonhos que vamos ter/ Como todo dia nasce/ Novo em cada amanhecer”).

— A idéia de vender a noção de cidadania, melhorar a auto-estima da população, sem a chancela do governo, é moderníssima. Tem que se tirar o chapéu, porque foi a única coisa que os governos do golpe fizeram de realmente eficiente — diz Lula Vieira, presidente da V&S Comunicações, que trabalhou na produção de dez filmes. — Não eram como hoje, com chapa-branca da marca no fim. Transmitia-se uma idéia apenas.

No mesmo texto, o jornalista Aydano informa que o coronel Octavio Costa criou a Aerp após ganhar um espaço de dez minutos diários em rádios e TVs. “Somente entre 1970 e 1973 foram produzidos 191 filmetes com um minuto de duração cada e 205 comerciais de rádio, o grande meio de comunicação da época.”


Novos artigos em nossa página

Há muitas formas de impedir a livre divulgação de notícias
    Por Juliana Borges e André Campos

Liberdade de imprensa e não interferência de poderes externos nas redações, sempre foram duas das principais bandeiras defendidas pelos meios de comunicação brasileiros. Tanto é que, toda vez que uma pessoa ou empresa consegue impedir na Justiça a publicação de determinada reportagem - a chamada censura prévia ou judicial, prática cada vez mais freqüente no país -, a mídia costuma fazer ampla cobertura do assunto. A censura, porém, que nasce dentro das revistas, jornais, emissoras de rádio e TV, permanece cercada do mais completo silêncio. Casos de assuntos e reportagens abafados devido a interesses políticos e econômicos das empresas jornalísticas são realidade em todas as grandes redações. No entanto, esse tema recebe contornos de tabu e segue sem ser discutido nem mencionado. (Publicado na revista Problemas Brasileiros, do Secs-SP, edição março-abril/2204)

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A ditadura reabilitada
    Por Guilherme Marques Soninho (31/03/2004)

Escrevo este curto texto para demonstrar minha decepção com os debates sobre os 40 anos do golpe que têm sido relatados nos jornais. Não me causa surpresa, por exemplo, que O Globo, em seu editorial de 28/03, afirme que se “foi um golpe ou contra-golpe tornou-se um tema de apaixonadas discussões políticas e de longos debates acadêmicos”. É natural essa posição da Globo, afinal as organizações Globo apoiaram o golpe, a ditadura, boicotaram o movimento pelas Diretas Já, etc.

(www.piratininga.org.br)
Morre Octavio Ianni
    Por Eustáquio Gomes (4/04/2004)

Faleceu na tarde de ontem (dia 4), em São Paulo, aos 77 anos, o sociólogo Octavio Ianni. Professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ianni era considerado um dos pais da moderna sociologia brasileira. Estava internado no Hospital Albert Einstein. Nas últimas semanas, mesmo doente, continuava freqüentando sua sala no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na Unicamp.

(www.piratininga.org.br)
Para não nos perdermos
    Por Gustavo Barreto (1º/04/2004)

Em um belo documentário com depoimentos de diversos perseguidos políticos, o escritor Frei Betto declarou que, quando ficou na ‘solitária’ durante o regime militar (64-84) por “crime de subversão”, mantinha a prática de lecionar e criava, para tanto, alunos e ambientes imaginários.

(www.piratininga.org.br)
A mídia custa a dar voz ao debate científico sobre o aquecimento global
    Por Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa para Carta Capital

A repercussão internacional da matéria publicada pela revista britânica The Observer, no domingo 22 de fevereiro, embute uma omissão, como notou o escritor e jornalista australiano Tom Engelhardt em seu blog TomDispatch. Mas a forma como isso passou despercebido da maioria dos leitores e comentadores, revela um problema quase tão grave quanto o do próprio aquecimento global.

(www.piratininga.org.br)
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Nova entrevista em nossa página

Mino Carta: “Folha de S.Paulo ajudava a repressão militar”
    Por Adriana Souza Silva, da Redação AOL

O jornalista Mino Carta derruba alguns mitos da relação entre a imprensa e os militares durante o período de ditadura em entrevista concedida ao portal America Online. Segundo ele, a idéia de que as redações dos grandes jornais eram censuradas, perseguidas e punidas por serem os guardiões da verdade é um tanto romantizada. Na verdade, de acordo com o jornalista, alguns jornais faziam jogo-duplo, se dizendo perseguidos para os leitores mas convivendo e ajudando os militares no poder, como é o caso da Folha de S.Paulo, que chegava a emprestar carros de distribuição do jornal para as operações de repressão da Oban (Operação Bandeirantes) em São Paulo. Leia a entrevista completa em www.piratininga.org.br



Boletim do Núcleo Piratininga de Comunicação

Av. Rio Branco, nº 277 sala 1706   CEP. 20040-009
Tel. (21) 2220-56-18 / 9628-5022
www.piratininga.org.br / npiratininga@uol.com.br
Coordenador: Vito Giannotti
Edição: Claudia Santiago (MTB.14.915)
Projeto Gráfico: Gustavo Barreto e Cris Fernandes
Colaboraram nesta edição: Gustavo Barreto (RJ), Raquel Moraes e Rodrigo Otávio (RJ). [voltar]


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Sobre o Boletim

 
 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação * Arte: Cris Fernandes * Automação: Micro P@ge