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Boletim
do NPC - Nº 36 – De 1 a 8.03.2004
Para jornalistas, dirigentes,
militantes
e assessores sindicais
e dos Movimentos Sociais
Notícias
do NPC
Alunos
do curso de comunicação comunitária vão produzir
um jornal
A primeira etapa do curso
de Comunicação Comunitária promovido pelo Núcleo
Piratininga de Comunicação (NPC), com o apoio do Ceris, reuniu
45 pessoas nos dias 6 e 7 de março, na sede do Sindipetro-RJ. Todos
os alunos fazem ou estão se preparando para fazer jornais em suas
comunidades. Entre os participantes estão um diagramador (Eduardo),
um ilustrador (Bira) e um fotógrafo (Lúcio). Participaram
também dois estudantes da Uerj e dois comunicadores da Rádio
Bicuda. Os mais jovens têm 14 anos: Maicon e Ariana. O grupo, além
de assistir a aulas de formação em comunicação
vai produzir um jornal tablóide de quatro páginas, como exercício
final do curso.
Lançamento
da cartilha sobre 8 de março reúne 500 pessoas no Odeon
A exibição do
filme Frida e o lançamento da cartilha produzida pelo Núcleo
Piratininga de Comunicação (NPC) sobre o 8 de março
reuniu cerca de 500 pessoas no Cinema Odeon, no Centro do Rio, no domingo
dia 7. A primeira edição de 6.500 exemplares está
praticamente esgotada. Temos apenas 400 exemplares. Os sindicatos dos Servidores
da Justiça Federal de Minas Gerais, o Sindicato dos Petroleiros
do Rio, o Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, o Sepe-RJ e as ONGs
Ceasm (RJ) e Ceep (SP) compraram grandes quantias. Os interessados em adquirir
a publicação devem solicitar a Augusto através do
endereço eletrônico npiratinga@uol.com.br.
Os que já solicitaram estarão recebendo nos próximos
dias. [voltar]
A Comunicação
que queremos
Rádio
metalúrgica faz seis anos em Santos
Há seis anos o Sindicato
dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista mantém
no ar o programa Rádio-Metal, com recursos próprios. O primeiro
programa foi ao ar no dia 7 de março de 1998. Voltado para os trabalhadores
metalúrgicos e também de outras categorias profissionais,
o programa aborda vários temas, desde os direitos trabalhistas,
problemas nas empresas, denúncias de trabalhadores até a
promoção de debate sobre o que é notícia na
região, no Brasil e também no mundo. A Rádio-Metal
surgiu da vontade do sindicato em ampliar a comunicação com
os metalúrgicos e seus familiares. "Mas ampliamos bem mais", informa
o presidente do sindicato, Uriel Villas Boas, referindo-se à participação,
principalmente, de donas de casa e aposentados.
O programa, de duas horas de
duração, que vai ao ar nas manhãs de sábado,
das 8h às 10h, nos 590 AM, apresenta quadros fixos, como "Conheça
o seu direito", sempre com informação sobre legislação
trabalhista e Previdência Social; "A hora e a vez do aposentado",
com as notícias do Departamento de Aposentados Metalúrgicos
(Deametal); "Giro Sindical", com informações de outras categorias
da região e do País; "Bronca da Comunidade", trazendo denúncias
de problemas nos bairros das várias cidades da Baixada Santista.
A produção do
programa é da jornalista Rosângela Gil, assessora de imprensa
do sindicato há 18 anos. Ela lembra que os primeiros programas da
Rádio-Metal foram apresentados por profissionais importantes da
região, como Iris Cary e Fausto José, que fazem o Caderno
do Porto, da Santa Cecília TV. Contato com o programa: (13) 3221-3575
ramal 245
Ciranda
e a Educação
A Ciranda Internacional da
Informação Independente estuda a possibilidade de realizar
uma cobertura conjunta e compartilhada do Fórum Mundial de Educação
Temático em São Paulo, em abril, e/ou do III Fórum
Mundial de Educação em Porto Alegre, em julho. Sendo confirmada,
todas as matérias produzidas serão publicadas conjuntamente
no site www.ciranda.net, e liberadas para reprodução pelos
veículos e web sites participantes, nos mesmos moldes de cobertura
do Fórum Social Mundial. Um fator de decisão será
a inscrição de pelo menos 20 jornalistas da mídia
independente, além de comunicadores de organizações
ou movimentos sociais, igualmente convidados. Os interessados em participar
devem entrar em www.ciranda.net
Estudantes
de Comunicação de Santos querem resgatar bom jornalismo
Estudantes de jornalismo da
Faculdade de Comunicação da Universidade Católica
de Santos, UniSantos, criaram o Centro de Imprensa Alternativa, o CIA,
no dia 1º de março. A iniciativa do Diretório Acadêmico
(DA) da faculdade tem como um dos objetivos principais resgatar o bom jornalismo.
E o que é o "bom jornalismo"? Quem responde é o diretor de
Projetos Especiais do DA, Gustavo Yoda: "citando o jornalista Eugênio
Bucci, o bom jornalismo é aquele voltado para a sua função
básica: levar informação para o cidadão". Os
criadores do CIA entendem como imprensa alternativa o jornalismo crítico
e popular. Yoda cita a revista Caros Amigos, os jornais Brasil
de Fato, Correio da Cidadania e do MST, além da Agência
Carta Maior, como exemplos dessa imprensa.
Cipriano Barata como exemplo
O CIA pretende montar uma hemeroteca
com exemplares de jornais alternativos do Brasil todo e também uma
redação alternativa para o estudantes. A hemeroteca já
tem nome: Cipriano Barata, jornalista pernambucano, abolicionista e grande
revolucionário do século XIX. Ele criou o jornal "Sentinela
da Liberdade", que não deixou de ser redigido nem mesmo quando Cipriano
esteve preso por sua atuação política.
NPC Informa
Livro
feminista e vídeo sobre a democracia em São Paulo
No dia 6 de março o
projeto Autoras na Praça esteve na feirinha da praça Benedito
Calixto, em São Paulo, homenageando o 8 de março, Dia Internacional
da Mulher. Foram divulgadas várias produções literárias
de mulheres e lançado o novo volume da coleção Cadernos
Sempreviva, “A Produção do Viver – Ensaios de Economia Feminista”,
organizado por Nalu Faria e Miriam Nobre. Este é o nono volume da
coleção da Sempreviva Organização Feminista.
II
Encontro Nacional de Violeiros e Festa do Milho Verde
O II Encontro Nacional de Violeiros
e Festa do Milho Verde em Louvor a São José Operário
acontecerá no dia 14 de março (domingo), no Sítio
Pau D'Alho, em Ribeirão Preto, SP. O evento reunirá companhias
de Folias de Reis, grupos de dança de Catira e violeiros de vários
estados. No cardápio da Festa do Milho Verde terá curau,
bolo de milho e de fubá, pamonha, milho cozido e polenta. Já
estão confirmados para o encontro os violeiros Pereira da Viola,
Ivan Vilela, Chico Lobo, Rubinho do Vale, Levi Ramiro, Roberto Correa,
Gedeão da Viola, Bilora, a dupla Zé Mulato e Cassiano e a
Orquestra de Viola de São Paulo, entre outros. Informações:
www.mst.org.br/violeiros.htm
Apenas
6% dos latino-americanos têm acesso à Internet
Segundo matéria publicada
pelo jornal “O Globo” no dia 1º de março, Dia D da Inclusão
Digital, a América Latina têm apenas 6% dos 660 milhões
de internautas do mundo. Os mais conectados em escala mundial são
os americanos do norte e os europeus, que respondem por 64% da rede. Abaixo
da América Latina estão África e Oriente Médio,
com apenas 2% na Internet.
Novo
sítio na Argentina
www.mediosmedios.com.ar
é o novo sítio argentino voltado para o jornalismo, comunicação
e novas tecnologias. Uma das atrações do sítio é
o serviço aos estudantes, com vínculos diretos com todas
as universidades do mundo e muitas dicas sobre pesquisas e encaminhamentos
de trabalho.
Profissão:
repórter de investigação
Sai no Brasil A Melhor Democracia
Que O Dinheiro Pode Comprar, o bombástico livro do jornalista
Greg Palast (editado no Brasil pela W11) sobre as eleições
de 2000, o governo Blair, a Monsanto, a GTech, a Wal-Mart... E o Brasil.
Na edição desta semana da revista CartaCapital (n.281), leia
sobre o capítulo especial incluído na edição
brasileira do livro e entrevista com o autor. Palast explica por que suas
reportagens não saem nos EUA e como vê o jornalismo hoje.
Nova
edição do livra Mídia: Teoria e Política
A nova edição
do livra Mídia: Teoria e Política de Venício
Artur de Lima traz em capítulo inédito um sólido estudo
englobando desde as teorias da comunicação até um
olhar crítico sobre o processo de privatizações das
comunicações no país. O autor também analisa
o papel da televisão na política brasileira e apresenta conceitos
para a compreensão da centralidade da mídia no mundo contemporâneo.
Dica de Elisabete Santana na lista Ética na Mídia.
Saiba mais: http://www.efpa.com.br/Telas/produto.asp?Id_Produto=75
Democratização
da Comunicação
Conscientização
pelo direito a uma comunicação mais democrática
O direito de comunicar é
um dos temas que as organizações da sociedade civil consideram
de fundamental importância para concretizar a sociedade do conhecimento,
concentrando especial expectativa nas negociações que se
travaram em Genebra. No entanto, os relatos e informações
que chegaram a respeito do que foi negociado e acertado não foram
animadores. São muitas as implicações envolvidas nos
interesses de governantes e empresas, que colocam em xeque não só
os interesses particulares de seus negócios e domínios, como
também a própria essência de uma Cúpula Mundial
capitaneada pela ONU que se pretenda tripartite.
(Adilson
Cabral para o Informativo Sete Pontos)
[voltar]
Psicólogos
na luta pela democratização da Comunicação
O Conselho Regional de Psicologia
de SP convoca os profissionais da psicologia que atuam na área de
comunicação a entrarem em contato para a instalação
do Núcleo Paulista de Psicólogos pela Democratização
da Comunicação, que atuará junto ao Fórum Estadual
e Nacional pela Democratização da Comunicação.
Carta
Capital: Porque Narradores de Javé é fracasso de público
Narradores de Javé
é um belo filme. Em todos os sentidos. Ao mostrar a riqueza da cultura
popular. Ao denunciar a exclusão a que são submetidos aqueles
que não tem acesso ao saber oficial. Ao abordar um drama recente
da sociedade capitalista, as vítimas de barragens construídas
para a instalação de hidrelétricas. Além disso,
conta com um elenco talentoso, apesar de privado das belezas globais tão
comuns na produção brasileira.
Tudo isso é responsável
pelo filme ter sido premiado no Brasil e no exterior e eleito pelo público
o melhor filme do Festival Rio BR. Também foi capa nos três
cadernos de cultura dos principais jornais de São Paulo e do Rio.
Sua exibição chegou a 29 salas de cinema do país.
Apesar disso tudo, foi um fracasso
de público. Por que? Reportagem de Ana Paula Sousa publicada na
Carta
Capital de 9 de fevereiro ajuda a responder. Ismail Xavier, por exemplo,
considera que apesar de o filme não ser difícil, tem uma
temática elaborada e não conta com o casal bonitinho do Auto
da Compadecida ou de Lisbela, por exemplo. Já Beto Brant,
diretor de O Invasor, diz à repórter que existem dois
universos: o dos filmes que têm comercial na tevê e o dos que
não têm. "Preço de comercial na tevê é
pra montadora de carro, não é pra produtor de filme", diz
ele. O mesmo Brant afirma que “abrir concessões do ponto de vista
interno do filme, eu não vou", referindo-se às distribuidoras
americanas e à GloboFilmes.
É que para distribuir
e divulgar os filmes esses verdadeiros monopólios como a Globo,
Columbia e Miramax chegam a interferir no conteúdo da produção.
Portanto, toda essa onda de que o cinema brasileiro está arrasando
tem até justificativa diante de produções de primeira
qualidade. Mas, tem dedo dos poderosos do mercado aí. E a censura
acaba sendo econômica e não mais política.
A reportagem é muito
boa e está disponível na página virtual da revista:
www.cartacapital.com.br
Souza
Cruz cala a Tribuna da Imprensa
A Justiça estipulou
multa de R$ 100 mil por cada vez que o jornalista Helio Fernandes, editor
da “Tribuna da Imprensa”, no Rio, divulgar nota sobre a companhia. A multa
faz parte de uma ação que a Souza Cruz move contra o jornalista
por classificar suas notas prejudiciais à empresa. O jornalista,
que chama a fabricante de cigarros de “maior fonte de mortes da história”,
se diz injustiçado, censurado e não pensa duas vezes ao comentar
a decisão judicial, “é numa hora dessas que eu gostaria de
ser o Bill Gates, continuaria escrevendo e pagando os 100 mil. Como não
sou, fico calado”.
BNDES
acena para a Mídia
O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) deu um passo à frente para a possível
negociação que envolverá um empréstimo ao setor
da mídia no país. Na nova política operacional para
financiamentos divulgada na semana passada pelo banco a mídia já
pode formalmente receber ajuda, condição que não tinha
anteriormente por política interna do banco. A condição
estabelece, no entanto, que um outro banco credenciado junto ao BNDES seja
o intermediário do empréstimo.
TV A CABO – Enquanto
isso, a Sky, maior operadora de TV paga via satélite do Brasil,
anunciou seu primeiro lucro desde 1996, ano em que iniciou as suas transmissões.
Segundo a Sky, o lucro líquido de 2003 foi de US$ 38 milhões,
contra um prejuízo de US$ 281 milhões em 2002. Entre outros
itens, a TV credita o bom resultado a um “rígido controle de custos
e despesas”.
Entrevistas
Venezuela:
o escândalo da mídia
Nos últimos
dias, estamos sendo "bombardeados" por uma profusão de notícias
e imagens da Venezuela, país que faz fronteira com o Brasil. É
como se naquele país, de mais de 24 milhões de habitantes,
o povo estivesse querendo a deposição do presidente Hugo
Chávez Frias, democraticamente eleito. A julgar também pelas
manchetes da imprensa brasileira -- "Oposição faz marcha
gigante contra Chávez", "Oposição faz proposta; Chávez
ataca EUA" e tantas outras no mesmo estilo -- é isso que está
acontecendo mesmo. Mas, é isso mesmo? Em mais esse caso, a imprensa,
daqui, da Venezuela e do mundo, não estaria, mais uma vez, repetindo
o título do livro do repórter Carlos Dorneles, "Deus é
inocente; a imprensa, não"?
Para o
professor da USP e da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e
coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da
Uerj, Emir Sader, estamos presenciando um dos maiores escândalos
históricos da mídia mundial. "No golpe de abril de 2002,
a mídia venezuelana fingiu que o golpe era popular e quando não
podia mentir mais, simplesmente fez a notícia desaparecer
do ar".
Perto
de completar dois anos do golpe —
quando,
em 11 de abril de 2002, e por 47 horas, tiraram Hugo Chávez e colocaram
um "boneco" estadunidense, Pedro Carmona Estanga, do setor empresarial,
na Presidência da República —,
as elites e a mídia venezuelanas, bem capitaneadas pelo governo
dos EUA, voltam à carga. É sobre esse "cheiro" de golpe no
ar que o professor fala para o Boletim do Núcleo Piratininga de
Comunicação.
Boletim
NPC - Quais as verdades e as mentiras sobre os últimos acontecimentos
envolvendo a Venezuela, como no caso das assinaturas para convocação
de um plebiscito sobre o presidente Chávez?
Emir
Sader - A grande mentira é a de que o povo venezuelano estaria
sendo impedido de manifestar sua vontade. A realidade mesmo é que
a nova Constituição do país, votada em plebiscito
popular, possibilita que a oposição após obter um
certo número de assinaturas convoque, no meio do mandato presidencial,
um plebiscito para decidir se o presidente deve continuar o seu mandato
ou não. Exercício democrático que não existe
em nenhum outro país do nosso Continente.
Boletim
NPC - O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) levantou problemas em relação
às assinaturas apresentadas pela oposição.
Emir
Sader - A oposição, depois de participar de um golpe
para tentar derrubar o presidente Hugo Chávez, apresentou um número
de assinaturas que, no entanto, por própria confissão de
um deles, numa gravação que foi feita e depois difundida
na televisão venezuelana, e que ninguém no Brasil difundiu,
disse expressamente que não tinham conseguido as duas milhões
e 400 mil assinaturas e tinham apenas um milhão e 900 mil. Ainda
assim, uma quantidade razoável, cerca de 600 mil assinaturas, aparecia
como sendo feitas pelas mesmas pessoas.
O CNE não invalidou as assinaturas, simplesmente questionou e deu
um prazo para que as pessoas que estão ali configuradas como tendo
solicitado o plebiscito, comparecessem e confirmassem ou não a assinatura.
Portanto, é um procedimento de verificação, de confirmação
de assinaturas, não é de inviabilização.
Acontece que a oposição sabe que não tem condições
de ganhar esse plebiscito e, se eventualmente chegasse a ganhar, não
conseguiria eleger um outro presidente. É uma atitude claramente
de desestabilização. Tentando repetir depois de 40 anos do
golpe no Brasil e 30 anos do golpe no Chile, alguma coisa similar na Venezuela.
Boletim
NPC - Qual é a ingerência do governo dos EUA nessas crises?
Emir
Sader - Em geral, na América Latina, os Estados Unidos têm
interesse em manter governos subservientes. No caso da Venezuela, tem o
problema também não só de ser um governo nacionalista,
tem ainda o interesse pelo petróleo. Além do mais, a Venezuela
é um país que faz fronteira com a Colômbia, país
em que os EUA estão envolvidos muito diretamente. Tem ainda os acordos
bilaterais e de solidariedade e apoio mútuo com Cuba. Por tudo isso,
a Venezuela é um alvo estratégico fundamental que os EUA
estão tentando liqüidar.
Boletim
NPC - Como tem se comportado a imprensa nesse caso?
Emir
Sader - Esse é um dos maiores escândalos da história
da mídia mundial. A mídia venezuelana, grande mídia
monopólica, forjou o golpe militar, participou ativamente, fingiu
que o golpe era popular, fingiu que aquele presidente golpista continuava
no governo. Quando isso não se configurou como verdade nem mesmo
para a CNN, a mídia venezuelana simplesmente tirou a informação
do ar. Não deu mais notícia para o povo venezuelano.
Boletim
NPC - E como seguem as agências de notícias internacionais?
Emir
Sader - A cobertura delas é totalmente com viés norte-americano.
Tanto as agências diretamente norte-americanas como as outras são
escandalosamente a favor do ponto de vista opositor ao presidente Hugo
Chávez. Além do mais, existe o interesse corporativo, quer
dizer, essa idéia de que a mídia está em perigo, essa
concepção estreita liberal que considera que liberdade de
imprensa é imprensa privada. E manipula totalmente as informações.
Eu acho um escândalo. Inclusive a própria imprensa brasileira,
salvo aqueles meios alternativos, como as revistas Carta Capital, Reportagem
e Caros Amigos, o jornal Brasil de Fato e a Agência Carta Maior,
também faz uma cobertura ruim. E quando mandam alguém para
a Venezuela, repetem exatamente as mesmas coisas, não revelam nada
de novo que não seja já noticiado pelas agências de
notícias internacionais.
“A
mulher veio para fazer a revolução política”
O nome
verdadeiro é Gisele Gomes Souza. Giza, Gi, eram apelidos de família
e “Neguinha”, o termo preconceituoso pelo qual era chamada desde pequena,
principalmente na escola. Também assim era identificada quando vendia
refrigerantes nas ruas para ajudar a família composta de pai, mãe
e quatro filhos, a sobreviver. A família diminuiu de forma trágica.
Há alguns anos, o irmão “Neném”, viciado em drogas
e envolvido com o tráfico, foi morto pela polícia. Desde
criança, Giza já fazia poesias “das coisas que sentia”, como
ela diz. Mais tarde essas “coisas que sentia” viraram veementes críticas
sociais. “Eu já era ideológica desde pequena e não
sabia”.
Para superar
a morte do irmão, ela mergulhou fundo na arte. Assim nasceu Nega
Giza que, aos 26 anos, é a rapper mais famosa do Brasil. “Misturei
o apelido de casa e o nome que ganhei na rua. O “neguinha” virou “nega”,
inverto o preconceito e afirmo minha identidade”, diz ela. Nega Giza também
é diretora da Central Única de Favelas (CUFA), uma entidade
que organiza as reivindicações dos moradores e promove várias
atividades sociais e culturais em diversas comunidades no Rio. “Não
posso evitar, a luta política construiu meu nome, minha arte, tudo
o que sou e ainda serei”, afirma.
Leia
a entrevista em nossa página www.piratininga.org.br
De Olho No Mundo
Jornalista
próximo a Arafat é assassinado e categoria pára em
Gaza
Os profissionais
de imprensa de Gaza fizeram uma greve de três dias na semana passada
após o brutal assassinato, no dia 2 de março, do jornalista
Jalil al Zaben, ativista de direitos humanos e assessor do presidente da
Autoridade Nacional Palestina (ANP) Yasser Arafat. O incidente fez Arafat
convocar uma reunião de urgência em Ramala, a cargo do primeiro-ministro
Ahmed Qurea (Abú Alá), sobre a insegurança na Cisjordânia
e em Gaza, área classificada de “caos e anarquia” por Saeb Erekat,
ministro palestino encarregado de negociar com Israel, que condenou não
só Israel, mas também paramilitares ligados à própria
ANP pela violência na região.
A
paz pelas ondas sonoras
Pelas
ondas sonoras nasce mais uma tentativa de paz entre palestinos e israelenses.
Voz
da Paz é o nome da emissora conjunta que começará,
nesta semana, suas transmissões em árabe, hebraico e inglês
voltadas para a coexistência pacífica na região. A
iniciativa é fruto de uma generosa doação da União
Européia. [voltar]
Novos artigos em
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Cassen
alerta para ilusões na relação com a mídia
Marco
Aurélio Weissheimer - 12/02/2004 - Alguns atores do movimento altermundista
procuram evitar críticas diretas à atuação
da mídia, por temer perder espaço de divulgação,
diz Bernard Cassen.
Os
narradores mudos de Javé
O belo
e engraçado filme de Eliane Caffé fala de uma cidade ameaçada
por uma desgraça recente do capitalismo. A barragem de uma hidrelétrica.
Mas seus habitantes também são vítimas de outro tipo
de barragem. A da palavra escrita. Sem ela, os tagarelas habitantes de
Javé não têm voz.
Nova
TV pública busca visão estratégica da Venezuela
Por
Gilberto Maringoni. Há três meses, o governo Chávez
colocou no ar um novo instrumento para se contrapor ao bloqueio midiático:
uma emissora cultural, com programação que procura sair da
lógica jornalística do dia-a-dia. Blanca Eekhout.
Boletim do Núcleo
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Av. Rio Branco, nº
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Tel. (21) 2220-56-18 / 9628-5022
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Coordenador:
Vito Giannotti
Edição:
Claudia Santiago (MTB.14.915)
Projeto
Gráfico: Edson Dias
Colaboraram
nesta edição: Gustavo Barreto (RJ), Rodrigo Otávio
(RJ), Sérgio Domingues (SP), Stela Guedes Caputo (RJ) e Rosangela
Gil (Santos). [voltar]
Se
você não quiser receber o Boletim do NPC, por favor, responda
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