Publicado em 03.02.12 - Por Vivian Fernandes, da Radioagência NP

Os impactos da construção do Complexo Industrial Portuário de Suape gera protestos de moradores e pescadores na cidade do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (PE). Pela manhã desta quinta-feira (2), cerca de 1 mil trabalhadores bloquearam a rodovia PE-60 – que dá acesso ao porto. Depois, eles seguiram em marcha até a área onde nesta data seriam derrubadas cinco casas em função da obra.

Um dos organizadores do protesto, Clebson Santos, explica as reivindicações dos trabalhadores.

“Esse ato tem dois sentidos centrais. Um deles é a questão da reintegração de posse, para poder cancelar todas as ordens de reintegração de posse do pessoal de Suape. Só fizesse essas reintegrações depois que conversasse com os agricultores, coisa que não está havendo. E outra questão é discutir a pauta que nós já encaminhamos ao pessoal do governo”.

Entre os pontos encaminhados ao governo estadual está a indenização justa das famílias atingidas. Há relatos de que alguns moradores ganham apenas R$ 7 mil, enquanto outras indenizações chegam a R$ 1 milhão. Eles também pedem que os moradores retirados de suas terras sejam reassentados em uma área próxima a atual.

A ação de seguranças privados contratados pelo Complexo na intimidação das famílias é outra denúncia do protesto. Aproximadamente seis mil pessoas vivem nas 26 usinas da área onde ocorrem as obras para o porto.

Os manifestantes declaram que permanecerão acampados na área ameaçada de despejo até que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), realize uma reunião com as famílias atingidas.

O ato é construído pelas associações de moradores e pescadores afetados pelo porto de Suape, além de outros movimentos sociais como o MST.

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