Lutas Urbanas
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A
Revolta do Buzu
2003,
70 min.
Entre o final
de agosto e o começo de setembro de 2003, a cidade de Salvador,
na Bahia, foi palco de uma onda de protestos estudantis contra o aumento
das tarifas dos ônibus urbanos. Milhares de estudantes paralisaram
a cidade por diversos dias. Enfrentaram a repressão policial e a
tentativa de desmobilização do movimento perpetrada pela
grande mídia. O documentário revela que uma das grandes dificuldades
do movimento foi a falta de uma liderança que representasse a todos.
Parte das reivindicações
foi atendida no quarto dia de mobilização. O movimento cresceu
e os estudantes continuaram lutando pela redução da tarifa
do ônibus de R$ 1,50 para R$ 1,30. Toda a força daquelas pessoas
se resumia em uma só frase: “Essa não é uma luta somente
dos estudantes, mas de toda a sociedade”. Iniciada no bairro da Lapa, a
mobilização se espalhou por diversos outros locais e durou
mais de duas semanas. O preço da passagem não diminuiu, mas
esse movimento foi certamente de grande importância para a história
e o futuro do movimento estudantil na Bahia.
Sugestões
de uso:
Ótimo
para discussões do movimento estudantil. Também serve para
discussões sobre o movimento social e suas formas de organização.
Ficha técnica:
Data: Agosto
de 2003
Direção:
Carlos Pronzato
Duração:
70 minutos
Realização:
Lamestiza Produções
Contato:
Tel.: (71)
3345-1268
E-mail: lamestiza@zipmail.com.br
Entre
Muros e Favelas
2005,
56 min.
Impressionante
documentário sobre a vida e a morte nas favelas do Rio de Janeiro.
A partir de uma clara visão de classe, apresenta a violência
policial e a violência do tráfico como dois lados de uma mesma
moeda: a guerra contra os pobres.
O vídeo
conta com depoimentos de representantes de ONGs e movimentos sociais, aos
quais se somam as emocionantes falas de parentes e amigos de vitimas da
violência. Violência esta que tem cor, classe e idade, já
que a grande maioria de mortos e feridos são jovens, negros e pobres.
O cenário do documentário são as próprias ruas
e becos dos morros cariocas, onde residem mais de 20% da população
da cidade.
O filme desnuda
o papel do Estado, presente nessas localidades apenas através da
violência policial, e revela como essa ausência dificulta a
organização dessas comunidades e prejudica suas lutas. Mostra
que mais recentemente, com o neoliberalismo, o Estado reduz ainda mais
os gastos com educação, saúde, saneamento básico
e habitação, entre outras de suas funções.
Denuncia ainda
o medo e o preconceito difundidos pela mídia em relação
aos que moram em favelas, tratados como “classes perigosas”, o que estimula
a continuidade dessa verdadeira barbárie. Como diz um dos cartazes
que aparece no filme: “Moro em um lugar onde a imprensa só aparece
para contar os mortos”. Entre Muros e Favelas tem, entre outras,
a virtude de conseguir politizar a questão da violência, uma
denúncia da nossa realidade. É uma imagem da resistência
dos que se opõem a esse massacre, especialmente das mães
que perderam seus filhos, pois dá voz àqueles que normalmente
são calados.
Indicações
de Uso:
Entre Muros
e Favelas é indicado para aulas de História, Geografia
e Cidadania, que tenham como tema o Rio de Janeiro e sua história
recente. Desigualdade social e direitos humanos também são
temas retratados neste filme indispensável para aqueles que queiram
discutir os principais problemas sociais do Brasil atual.
Ficha Técnica:
Direção:
Suzanne Dzeik, Kirstem Wagenschein e Marcio Jerônimo
Data: 2005
Duração:
56 minutos
Realização:
Ak Kraak, A Trever, TV Tagarela
Contatos:
E-mail: frentedelutapopular@bol.com.br
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Boca
de Lixo
1992,
30 min.
Documentário
sobre o cotidiano dos catadores de lixo do vazodouro de Itaoca, em São
Gonçalo, a 40km do Rio de Janeiro, Boca de Lixo revela uma
das faces mais cruéis da desigualdade econômica no Brasil.
Miséria,
desemprego e fome levam famílias inteiras a viver do lixo. Medo,
vergonha e humilhação são alguns dos sentimentos gerados
por esta realidade em homens, mulheres, crianças e idosos indiscriminadamente.
Ao mesmo tempo, sonhos, esperanças e sorrisos aparecem na boca desses
trabalhadores situados no último limite da informalidade. De suas
histórias aparece o caminho que levou ex-metalúrgicos, ex-empregadas
domésticas, ex-balconistas de bares, ex-cortadores de cana ao ponto
final da luta pela sobrevivência: a disputa com porcos e urubus por
um naco de comida.
A dor e o amor,
a garra e a humildade dos personagens reais retratados em Boca de Lixo
fazem deste documentário uma emocionante lição de
vida.
Indicações
de uso:
Boca de
Lixo pode ser usado em aulas de História, Geografia, Cidadania
e em debates políticos como forma de ilustrar o problema da desigualdade,
que é a mais forte marca da sociedade brasileira. Direitos Humanos,
Precarização do Trabalho e o problema do lixo são
outros temas que podem ser abordados através do filme.
Ficha técnica:
Direção:
Eduardo Coutinho
Data: 1992
Duração:
30 minutos
Contatos:
Tel.: (21)
2509-3812
E-mail: cecip@cecip.com.br
Página:
www.cecip.com.br
Amanhã
vai ser maior
2005,
28 min.
"Amanhã
vai ser maior" é um documentário que narra um fato ocorrido
em Florianópolis, no final de 2005, e retrata a violência
policial sofrida por estudantes ao fazerem manifestações
contra o constante aumento das tarifas de transporte público.
A luta dos
estudantes de Florianópolis se encadeia com outras revoltas parecidas,
contra a enormidade do peso dos preços da condução
em comparação com o salário da maioria dos usuários.
Esta revolta lembra as dos anos anteriores, como a de Salvador, retratada
no documentário A Revolta do Buzún. As manifestações
estudantis contra o aumento dos preços dos ônibus começaram
em julho de 2004 e ficaram conhecidas como "Revolta da Catraca". Num primeiro
momento, o aumento foi cancelado, mas em maio de 2005 as tarifas voltaram
a subir. Os estudantes que voltaram às ruas para protestar contra
o aumento foram duramente reprimidos pela polícia estadual. O filme
mostra uma semana inteira de resistência estudantil e do sofrimento
para conseguirem melhores condições de estudo. Frente à
repressão policial, deixa o seguinte recado: "Amanhã vai
ser maior".
Indicações
de uso:
"Amanhã
vai ser maior" pode dar excelentes contribuições a diretórios
acadêmicos, grêmios estudantis e em aulas sobre cidadania e
luta popular. O vídeo concentra-se na repressão policial,
com muitas imagens e poucas palavras.
Ficha técnica:
Data: 2005
Realização:
Alex Antunes, Fernando Evangelista, Juliana Kroeger, Vinícius (Moscão)
Duração:
28 minutos
Contatos:
www.sarcastico.com.br
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