O
senhor Otávio Frias Filho, diretor de redação do jornal Folha de São Paulo,
provocou o companheiro Lula durante almoço na sede do jornal no dia 19 de
julho, sexta-feira, com a velha pergunta carregada de preconceito e má fé
sobre a formação intelectual do político nos últimos 20 anos.
Pelo
que me consta, durante anos consecutivos o grupo Folha tem travado uma
verdadeira batalha com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em prol da não
obrigatoriedade do curso de Jornalismo e, conseqüentemente, do diploma para que
uma pessoa possa exercer as funções de jornalista. O que importa para a direção
da Folha é a capacidade e desenvoltura que qualquer cidadã ou cidadão tenha
para editar um texto, construir uma reportagem e as tantas outras habilidades que
a nobre função de informar exige, sem que para isso tenha título
homologado por uma universidade ou faculdade que ministre um curso superior de
comunicação. A lógica da Folha, neste caso, é a de reconhecer a “COMPETÊNCIA”
que pode ter sido adquirida por uma ampla variedade de percursos formativos.
É
sobre a competência de Lula para ser Presidente da República que quero
responder ao senhor Frias.
O
senhor Otávio Frias tem o direito de ter preferência por outro candidato a
presidente. O episódio do almoço só serviu para confirmar que essa preferência
é mais de recorte ideológico que de político/programático. Mas, como diretor
de redação de um jornal do porte da Folha de São Paulo, o senhor Otávio
Frias não tem o direito de instrumentalizar esse jornal com o mais arraigado
preconceito de classe quando questiona a escolaridade de Lula.
Ficou
claro que a intenção da pergunta feita durante o almoço não era a de obter a
informação, mas sim a de provocar constrangimento, na medida em que o diretor
de redação e o seu jornal tem acompanhado de perto a trajetória política de
Luiz Inácio Lula da Silva pelo menos nos últimos 22 anos. Sendo assim, o
senhor Otávio Frias não precisava perguntar para saber que o Lula e o PT vem
atraindo por duas décadas o melhor da intelectualidade brasileira. São
cientistas políticos, historiadores, economistas, educadores, filósofos,
administradores, físicos, matemáticos, juristas, tributaristas que colocaram
durante todos esses anos suas teses de doutorado, o seu saber como instrumento
da mudança que acreditam ser capaz de realizar quando Lula e o PT assumirem a
Presidência da República.
Durante
todos esse anos Lula teve acesso a todas as análises de conjuntura que se possa
imaginar, debatendo, formulando, se posicionando. Discutiu cada momento da vida
brasileira com essa intelectualidade e os quadros do nosso Partido. Debateu
diagnósticos e soluções para a crise econômica, energética, política agrária,
política industrial, educacional, da saúde pública, política habitacional,
tributária e tantas outras que a cada ano foram dando mais consistência ao
programa com o qual o companheiro Lula se apresenta nesta disputa.
Numa
escola de formação formidável, diuturnamente o companheiro Lula teve de
combinar teoria e prática na medida em que o PT vai assumindo um maior número
de administrações, e que o próprio Lula é cobrado pelo desempenho de cada
uma delas. Não seria exagero afirmar que o Lula é Prefeito de 71 cidades e
Governador de 05 Estados deste país.
E
nesta grande escola de gestão pública, Lula foi capaz de aprender também com
os mais humildes, viu de perto soluções encontradas pela sabedoria popular
para os mais variados problemas. Faz 20 anos, senhor Frias, que o Lula está na
estrada, negociando conflitos, registrando lamentos e desesperos, despertando a
esperança, segurando a mão calejada e se vendo nos olhos desse povo sofrido.
Vendo a sua imagem e a sua HISTÓRIA.
E
é essa trajetória que faz LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA pós-GRADUADO em Povo
Brasileiro e o melhor candidato a Presidente do Brasil.
E assim como o senhor dispensa o “DIPLOMA” do seu jornalista, o povo americano dispensou o diploma de Abraham Lincoln e o fez Presidente dos Estados Unidos da América em 1861. Aqui, no Brasil, nesta eleição, iremos dispensar o diploma que o senhor cobra de má fé e preconceito e eleger Lula Presidente da República.