Veja
é sempre a Veja
Qualquer capa serve para esconder o Fórum Social Mundial. Por Vito Giannotti, fevereiro de 2005 VEJA: papel consciente na luta de classes A lógica de um jornalismo preocupado em informar com objetividade seria noticiar aquele grande encontro internacional que reuniu quase 150 paises do mundo. Um encontro com uma passeata com mais de 200 mil pessoas, centenas e centenas de debates, simpósios, mesas redondas, depoimentos e eventos de vários tipos deveria ser noticiado com destaque de capa. Sim, deveria, se... se a Veja fosse imbecil. Se a Veja não estivesse consciente de seu papel na luta de classe. A Veja sabe muito bem que em Porto Alegre todos eram contra a globalização e o neoliberalismo que ela tão bem defende. Veja sabe que 99% dos participantes do Fórum Social eram contra a guerra de invasão dos EUA contra o Iraque. Enfim, a Veja sabe o que é fazer a disputa de hegemonia. Por isso, às favas a informação correta, dane-se a objetividade, a neutralidade, a imparcialidade. Ao invés do 5º Fórum, em sua capa destaca abobrinhas. É verdade que, no alto da página, colocou algo sobre Porto Alegre, mas de forma totalmente torta e puxando a brasa para suas sardinhas: “Lula em Davos e Porto Alegre: Um elo entre dois mundos”. Aqui Veja tenta propagandear uma idéia com a qual ela concorda, mas que felizmente foi rejeitada pela imensa maioria do comitê coordenador do Fórum Social e sobretudo por todos os participantes. Só para lembrar... assim esta revista tratou, em suas capas as outras edições do Fórum Social mundial. Em 2004, após o Fórum da Índia, Veja saiu com esta manchete: Atração Sexual. Em 2003, depois do 3º FSM de Porto Alegre, outra pérola: Diabete: o inimigo oculto. Em 2002, após o 2º, Veja tirou este artigo da gaveta para a sua capa: Sua idade sexual. É
assim que age a 4º revista de informação do mundo! Esta
é luta de classe. Contra isso, só uma longuíssima
e muito bem feita batalha pode fazer a disputa da informação
à altura.
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